Um Necromante No Meu Quintal escrita por Mel Devas


Capítulo 11
Valente no País das Drogavilhas (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

Enfim capítulo novo!!!! (Sei que vocês ficaram com vontade de matar nesse tempo, desculpa Ç.Ç). Eu estou postando o texto sem revisões porque não sei até quando vai durar essa internet de merda, então, se acharem erros, me avisem >www
Enfim: BOA LEITURA!!!



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Acho que a melhor descrição de como estava minha expressão seria essa: uma velha mal humorada tomando chá enquanto um neto brinca de Tarzan em sua perna.

                - Ah, Florita. Agora tudo isso faz mais sentido.

                - Oi pra você também. Hunf. – Ela empinou o nariz num movimento brusco, quase caindo da árvore na qual se pendurara.

                - Então... Todo mundo é um personagem... – Olhei de esguelha para os três Adrians. – Ou três. – Acrescentei. – Então quem eu sou? – Poxa, eu, como protagonista dessa fic devia ter posição de destaque, tipo a...

                - Você? De Alice? – Florita leu meus pensamentos. – De jeito nenhum! Você não tem nem de perto o nível de glamour de Adrian, muito menos força de vontade para perseguir Richard por um buraco, já é um milagre você ter parado aqui.

                Refleti o que ela falara por um momento.

                - É verdade. – Concordei.

                - Mas se você insiste em ser alguém, toma. – Ela tirou um vestido preto coberto de coraçõezinhos vermelhos e uma capa de lugar nenhum e, magicamente, enfiou em mim.

                - De onde você tirou isso? – Perguntei.

                - Do mesmo lugar que os personagens de RPG.

                - Hm... Prefiro não pensar nisso.

                - Você está uma bela Rainha de Copas, mocinha!! – Richard exclamou com sua voz afavelmente irritante atrás de mim. – Apesar de não ser melhor do que um coelho como eu. – Ele tentou imitar debilmente uma pessoa jogando os cabelos, só que com as orelhas.

                Adrian-Alice desviou a atenção dos outros Adrians quando viu o guaxinim gigante se manifestar. Tinha um olhar de piromaníaco cercado de malabaristas de fogo.

                - Grawr! – Rosnou, tentando pular para cima dele. Adrian só fica mais estranho cada dia, estou falando.

                O caçador-que-virou-caça deu um passo para o lado, desviando-se do borrão azul claro de avental. Eu segurei-o pelo braço e dei um cafuné na cabeça.

                - Calma, Alissadrian, deixe o Guaxinelho em paz.

                - NÃO, NÃO, NÃO!! COOOOORTA!!! – Gritou Florita. – Você! – Apontou para mim. – Era para você ser estressada!

                - Mas estou só tentando ajudar esse pobre dependente químico... Todos merecem uma chance. – Fiz uma cara de coitada e sussurrei para o moreno que fizesse o mesmo.

                - Own, muito lindo. – Disse a ruiva sarcástica. – Mas eu, como gata de Cheshire, não sou afetada pelo efeito “Gato de Botas”, tente outra coisa.

                - Ok... Mas então, o que vamos fazer agora? – Olhei ao redor, nada tinha mudado desde que chegamos, afinal, que tipo de história monótona é essa?

                - Boa pergunta! – Florita conjecturou também.

                - Mas não era você quem tinha imaginado tudo isso?

                - Eu? Não.

                - Sem planos mirabolantes.

                - Nenhum. Mas nada a reclamar sobre minha fantasia de gato, claro, miau.

                - Por favor, pare de falar miau, é ridículo.

                - Acho mais ridículo ainda um gato não miar.

                - Mas você é humana!

                - Talvez... – Ela se espreguiçou para logo em seguida se enrodilhar de forma paranormal em um trecho de grama macia. – Espera. – Ela levantou o rosto, assustada.

                E foi assim, que, do horizonte tremeluzente e colorido que apareceu...

                Uma girafa.

                Irmãos, daremos uma pausa para processar essa informação.

                - Tia Jusicleia!! – Gritou Richard, com uma voz embargada. Ah, sim, aquela era a tia dele que foi comida por uma girafa.

                - CORTEEEEEEM AS CABEÇAS!!! – Pela primeira vez tive medo de uma girafa.

                Ela bamboleava sobre duas pernas, agitando desengonçadamente as patas dianteiras e tentando segurar entre seus cascos um cetro. Na sua cabeça uma coroa ameaçava a cair e ela usava um vestido igualzinho o meu. Ah, esses figurinos de produção em massa...

                Para completar, ela não só usava batom rosa como era seguida por vários chimpanzés vestidos de guardas que seguravam armas extremamente pontiagudas, como se não bastasse cortar nossas cabeças e também fossem nos transformar em sushi para Jusicleia.

                - Sabe, Florita... – Eu segurei o braço da ruiva que já havia se levantado, alarmada. – Pensei que girafas e chimpanzés fossem herbívoros.

                - Corra. – Ela se limitou a sussurrar, me arrastando junto enquanto dava no pé.

                Quando percebemos, estávamos 3 Adrians, um Richard, uma Florita e uma Valente medrosa correndo de uma girafa e vários chimpanzés. Se isso fosse um mundo normal, a girafa só perseguiria o Adrian-Flor, mas é claro que se isso fosse um mundo normal também não teríamos um necromante travestido, de chapeleiro e flor, sem tirar uma falsa cartomante hippie, muito menos fantasmas em corpos de animais gigantes. Mas fazer o que.

                - Estava em seus planos essa perseguição? – Perguntei pra gata.

                - Já disse que não era uma plano! Mas nada mal, girafas são legais, conseguem lamber o próprio ouvido.

                Abstraí sua fala e procurei na paisagem drogas algum ponto seguro.

                - Olhe, senhorita, um buraco. – Falou Richard do meu lado, que também estava fugindo de sua tia e fez o favor de trazer o relógio gigante de volta. Perscrutei novamente o cenário e, realmente, tinha um buraco mais à frente, onde Adrian-Chapeleiro já estava pulando, como se estivesse numa piscina.

                Bem, o que podia piorar?

                Caímos no musgo característico do cemitério do meu quintal, como se fôssemos um sanduíche humano, graças a Deus, os três Adrians voltaram a ser um, no qual eu caí, sendo, em seguida, esmagada por Florita. Richard flutuou hum... graciosamente ao nosso lado.

                Derrubando a hippie para um lado e caindo pro outro, olhei para o céu azul e limpo, enquanto me deixava afundar no musgo e observava o castelo assombrado colorido recortado no canto esquerdo de minha visão.

                Olhando para o lado, Adrian já havia pegado no sono, e Teddy estava aninhado em seus cabelos, Florita estava provavelmente desmaiada, mas considere que ela dormiu também para a estética da história.

                Encarei o céu novamente.

                Mas que raios tinha acontecido?


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Notas finais do capítulo

Beeem... Espero que tenham gostado e espero vocês no próximo capítulo o/