Um Necromante No Meu Quintal escrita por Mel Devas


Capítulo 10
Valente no País das Drogavilhas (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Bem, dessa vez é paródia com Alice no País das Maravilhas, misturando o livro, o filme da Disney e outras dorgas, sabe como é HUSAHUSAHUSAHUSA
Então, gente, desculpa pela demora em postar, mas é que minhas aulas voltaram, e, porra, como esse negócio está pesado... x.x
Chega de reclamações e vamos na parte produtiva...
MUITO OBRIGADA, MESMO, MESMO, MESMOADNAJSHDASJKSAHJDFLAGDKJASGIEDJDBHASKJLDFAS Konata Tsumikineko-san por me recomendar, ai meu Deus, Capiroto, Papagaio, Jabuti KFADHJKSHDJKAGHDKJASGDJKFÇAS Estou tão feliz!!!
Mais uma vez, obrigada não a só ela, mas todos meus leitores >www< e...
BOA LEITURA!!!



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O Guia do Mochileiro das Galáxias diz o seguinte a respeito de voar:

Há toda uma arte, ele diz, ou melhor, um jeitinho para voar.

O jeitinho consiste em aprender como se jogar no chão e errar.”

O Guia do Mochileiro das Galáxia vol.3



A vida, o Universo e Tudo Mais.

Aahhh, fim de semana! Aqueles dias que você acaba acordando mais cedo, mesmo que sem querer e quando os passarinhos não calam a porcaria da boca.

Acredite, não estou de mau-humor, na verdade, estou feliz e bem disposta, pela primeira vez, Adrian tinha se mancado – pelo menos espero que sim – e acordei sozinha.

Feliz, abri as janelas – o que deveria ser um ato sutil e vagaroso, mas como minha janela é pesada, de ferro, velha e enferrujada, não foi tão singelo – respirei o ar fresco de uma manhã num cemitério gay e dei oi pro sol.

Dar oi pro sol é revigorante.

Tente.

Desci e fritei ovos para o café da manhã já que minha mãe já tinha ido para o trabalho. Finalmente eu poderia tirar um dia pra fazer uma coisa que amava: ler livros, que foi invariavelmente interrompida por necromantes, tartachorros, guaxinins, patos e hippies que são cartomantes e com mestrado em Análise de Água Benta nos últimos dias.

Decidi reler um dos meus livros favoritos, A Maldição do Rubi, o primeiro livro da série de Sally Lockhart, do Philip Pullman. Deitei no peitoril da minha janela, desejando, um pouco, que tivesse pelo menos UMA árvore no meu quintal, ao menos tem de brinde lápides coloridas.

Me deliciando com o clima ameno, abri prazerosamente o livro, brincando com o marcador de livro improvisado entre os dedos.

- Estou atrasado! Estou atrasado! – Comecei a escutar uma voz grossa e pomposa de longe. AI, MEU DEUS!!! NÃO ME DIGAM QUE TEM FANTASMAS AMARGURADOS NO CEMITÉRIO!! VOU MORREEEEEEEER!!

- Estou atrasado! Estou atrasado! – Ouvi a mesma voz mais próxima. Já tinha ouvido ela em algum lugar. E estou com um péssimo pressentimento de que não quero ver a pessoa da voz.

- Estou atrasado, estou atrasado! – Richard passou correndo do meu lado, usando um coletinho verde de seda pequeno demais pra ele, com os botões quase estourando, um arquinho com orelhinhas de coelho e carregando um relógio gigante, tipo um daqueles que colocam em centro de cidades.

- ESPERE!!!! – Ouvi uma voz irada, que eu desejava mais ainda não ter que ouvir.

Irmãos. Como descrever Adrian?

Ele corria desembestado atrás do guaxinim gigante, deixando as ceroulas aparecerem – para quem não sabe, ceroulas são aquelas calcinhas de velhos cheias de fru-fru.

Aí você, leitor, me pergunta: Por que raios você viu as calçolas dele?

Aí eu respondo, querido leitor: Ele estava de vestido.

E não era qualquer vestido, era um vestido lindo, tão lindo que é triste pensar que o Adrian está tirando a chance de um garota de verdade usar. Era azul bem clarinho, de tecido de aparência macia, a barra da saia era cheia de rendas imaculadamente brancas, como se elas não tivessem percebido que Adrian estava levantando poeira o suficiente pra sujar um grupo inteiro de oferenda à Iemanjá. Usava também um avental de babados e meias compridas igualmente brancas, terminando com um sapatinho preto lustroso e um laço azul preso na cabeça.

- DEVOLVA MEU RELÓGIO!!!! – Adrian me mostrou mais uma leva de ceroulas, Richard já tinha saído de vista, por quê diabos alguém iria querer um relógio daquele tamanho?

Bem, não posso negar, fiquei curiosa. Saí correndo atrás dos dois esquisitões e me deparei com uma cena mais bizarra ainda: Richard entrou num buraco.

Mas a questão não é o buraco em si, mas sim que ele não existia, disso eu tenho certeza, e que, de algum jeito, Richard e o relógio não entalaram ao entrar nele, que tinha tamanho suficiente só pra uma bola de futebol e olhe lá.

Sem hesitar, Adrian pulou logo atrás.

E eu caí sem querer. Hora de chorar (e pensar como também não entalei). Tropecei no próprio pé.

O túnel parecia longo, mas não era, e não deu nem 2 segundos para eu aterrissar em cima de Adrian.

- Ai. – Ele resmungou.

- Onde a gente está? – Perguntei, saindo de cima dele.

- Num buraco.

- Ah, sim, alguma coisa pra acrescentar, Mister Óbvio?

- Sim, meu nome é Adrian.

Bufei e decidi nem perguntar o porquê dele estar de vestido.

- Ah!! Quase me esqueci! Tenho que pegar o relógio daquele maldito de volta!! – O necromante bateu no vestido com graça pra tirar a poeira.

- Não! Me espera! – Corri atrás dele. – Por que você quer esse relógio, menino?

Ele estacou e apoiou a cabeça na mão, pensativo.

- Não sei. – Concluiu ele, com a calma de sempre. – Não que importe.

Sim, ele saiu correndo de novo.

Sim, eu corri atrás dele, sem nem notar o cenário a minha volta, me fixei naquele crossdresser necromante lindo e sensual a minha frente.

Demos em uma sala espaçosa, e não consegui mais enxergar por onde havíamos entrado. Em uma das paredes, havia uma porta pequenininha, e, no meio, uma mesinha cheia de cogumelos, alguns deles com aparência bastante perigosa.

O moreno ficou encantado com dois cogumelos: um verde e um vermelho, ambos com bolinhas brancas.

- Bem... – Conjecturei. – Se isso for realmente o livro ou filme da Alice, não sei, os dois estão misturados, um dos cogumelos vai fazer crescer e o outro diminuir.

- O que foi? – Perguntou Adrian com a voz meio abafada. Mas já era tarde demais, o infeliz já tinha enfiado os cogumelos na maldita boca.

- Cospe!! – Gritei, como se um cachorro estivesse querendo desmembrar o gato da vizinha. – Cospe!!

- Por que? – Ele engoliu.

- E agora, você vai crescer ou diminuir? – Choraminguei. – E se houver um efeito colateral?

- Efeito o quê?

Não pude responder porque Adrian cresceu do nada, até ficar tão “pequeninho” que minha cabeça batia em seus joelhos.

- Bem, eu cresci. – Ele disse, se sentando.

Pinim! Algo tocou.

Acima da cabeça de Adrian, o que parecia ser uma aparição fantasma piscou.

O garoto olhou para cima, curioso, enquanto eu morria de medo.

- Olha, ganhei uma vida!

- Como assim? Agora é Mario? - Observei melhor, era uma imagem do Adrian, de vestido azul, claro, meio quadriculada, com um "x2" escrito do lado. - Ei, Adrian, como você conhece Mario e videogames?

- Não conheço como responder essa questão.

E, novamente, antes que eu pudesse reclamar, ele pegou mais um cogumelo e mastigou-o pensativo.

Nem precisei me perguntar o que iria acontecer, ele encolheu imediatamente, tanto que cabia na palma da minha mão.

Coloquei-o no ombro, e, seguindo a história original – ou não – peguei um pedaço do cogumelo que encolhe e abri a mini porta pra gente. Comi o cogumelo e entramos juntos.




--x—


Então, como posso explicar, atrás da porta estava... estava... outro Adrian.

Na verdade, eram dois Adrians, um Adrian vestido com roupas extravagantes e cartola, e um com uma tosca touquinha, que imitava pétalas de flores em volta da cabeça.

- Olha... – Comentou Richard, que também estava lá, sentado numa cadeira que não parecia aguentar o peso dele e com os pés apoiados na mesa, tomando chá e lendo um jornal. – Você também veio.

O Adrian-Flor começou a cantar uma música aleatória sobre como a natureza é linda e como é adorável o jeito que os animais são comidas de outros e um salve à cadeia alimentar.

Adrian-Chapeleiro se precipitou para Adrian-Alice, que fingia uma cara de espanto, sem sucesso.

- Sente-se, sente-se, vamos tomar chá!!

Sentei-me também, apesar de não ser convidada, não é como se eu fizesse parte da história.

- Então... – Comentei com Richard enquanto observava o mundo inteiro que não fosse a mesa de chá parecer uma visão pós-alucinógenos. – Além de você, todos os personagens desse mundo são o Adrian? – Apontei pro Adrian-Flor tentando se meter na conversa entre o Adrian-Chapeleiro e o Adrian-Alice.

- Miaaaaaaaaaaaaaaaaaaau – Alguém imitou pobremente o que parecia ser um gato com dor de barriga. – Não tire conclusões tão cedo, gatinha...


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Notas finais do capítulo

Eu sei que ficou muito random o texto no início do capítulo(a história também, masok), mas é que achei muito irresistível colocar esse trecho SHAUSHAUHSUAHSUAHSU
Então, gostaram do capítulo? Dorgas e infiel demais? Até a próxima o/