Um Necromante No Meu Quintal escrita por Mel Devas


Capítulo 12
O Simples Ato de Sair de Casa é um Perigo


Notas iniciais do capítulo

YOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!! Quanto tempo!!! Desculpa a demora pra postar e agora o horário tosco Ç.Ç Eu estive bem ocupada, mas agora as coisas aliviaram pro meu lado Yaaaaaaaaaaay Viva!!!! Feliz Páscoa pra todos!! (msm os não cristãos, pq todo mundo ama chocolate), esses dias várias pessoas favoritaram e começaram a ler minha fic, muito obrigada >ww< E espero que estejam gostando!!



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Então, no fim, Florita jura de pés juntos que não foi ela que criou aquela bizarrice toda de Alice no País das Maravilhas, ou seja lá o que tenha sido aquilo.

Agora, voltando pra realidade - o.k., tenho que admitir, é bem mais chata - temos que estudar.

Caro leitor, você provavelmente acha que somos apenas um bando de vagabundos drogados, mas, infelizmente, por mais que eu tente omitir aqui, nós somos um bando de drogados que estuda. Pelo menos em teoria.

Eu nunca fui lá um gênio de pessoa, mas não dá pra dizer que eu também não me esforçava. Ouvia as aulas direitinho e, além disso, Tom tinha mais com que se preocupar. Tipo Boyolóvsky e Teddy.

Não, Adrian não entra na lista, porque, por mais incrível que pareça, ele era um nerd exemplar.

Tá, um nerd não TÃO exemplar, já que volta e meia perguntava coisas como: "O que é xobélia?", "Fantasmas se reproduzem assexuadamente?", "Se eu virar Teddy de cabeça para baixo, ele vai ficar com a cabeça vermelha?", "Se o pensamento humano não tem fronteiras, por quê nem necromantes conseguem imaginar uma nova cor?" e outras coisinhas que não costumamos ouvir no nosso dia-a-dia. No fim, ele acabava aprendendo o resto todo, maldito, e tirou as maiores notas da sala de aula. Impressionando Laz que partilhava a opinião geral do mundo de que Adrian era retardado.

Belo dia, e, sim, estou sendo irônica, eu tentava aproveitar meu fim de semana sem Adrian no meu pé quando minha mãe cismou que eu precisava socializar e sair de casa.

- Mãe. - Marquei onde tinha parado de ler meu livro com o dedo. - Nem tenho pessoas pra chamar.

- Não se preocupe com isso. Já liguei e falei para o garoto azul gatinho e simpático que você vai se encontrar com ele no centro da cidade daqui a 30 minutos.

- O que??? - Gritei.

- Eu, hein... Larga de ser escandalosa, menina. Ah, uma ruiva com ótimo gosto de moda passou aqui procurando você, então mandei ela ir lá também.

- Não! Florita também não! - Comecei a ficar verdadeiramente desesperada.

- Florita? Belo nome. Agora vá.

Sem mais palavras ela me chutou para fora de casa, sem lembrar que a nossa casa era exatamente no meio do nada e que seria um inferno achar um jeito de ir para o centro da cidade. Muito menos em meia hora.

- O que é o centro da cidade? - Perguntou uma voz irritantemente familiar.

- Exatamente o que parece. O centro de uma cidade. - Olhei para Adrian, que pareceu refletir sobre o que eu havia acabado de dizer. Ah, não, não podia ser.

- Então vamos lá. Florita vai estar lá, certo? - Ele pareceu animado ao pensar na garota estranha que tinha o adotado para utilizar de vítima em suas experiências malucas. Ah, sim, o fato de eu ter falado "Ah, não" no parágrafo anterior, certo? Aqui está a explicação:

- Para onde devo ir? - Perguntou Richard com sua voz pomposa.

Ele segurava as pernas de Adrian, que estava sentado em seu ombro - afinal, ele era um guaxinim gigante fantasma perfeitamente bípede - e o mesmo balançava um graveto aleatório, como se fosse o próprio Napoleão em seu (guaxinim) cavalo branco.

- Você realmente pretende chegar ao centro da cidade nisso? - Ignorei Richard.

- Ei! - Reclamou o guaxinim. - Eu posso não ser muito rápido, mas faço meu melhor. - Cruzou os braços e fechou os olhos magoado.

- E você também pretende sair desfilando por aí com seu guaxinim gigante? Por favor, Adrian. - Bufei.

- Ah, é verdade. - O moreno pulou dos ombros de seu amigo peludo e bateu nele com um livro, fazendo com que desaparecesse.

- Vocês necromantes não tem nenhum poder especial de teletransporte ou algo assim? - Perguntei.

- Não que eu saiba. Mortos-vivos não são o que eu chamaria de velocistas.

- Faz sentido, melhor irmos de  uma vez. - O garoto abanou a cabeça em concordância, entediado, e começamos a andar na beirada da estrada que levava à cidade mais próxima.

Seria muito útil se eu tivesse o celular de Laz, mas como não tenho, desejei do fundo do meu coração que ele que ele previsse que alguma situação estranha tivesse acontecido conosco.

Não tinha a mínima ideia quanto tempo íamos ficar andando ou se conseguiríamos pegar carona com algum perdido nessas bandas, então olhei para o garoto do meu lado.

- O que você está pensando? - Perguntei.

- Nada, por quê? No que você está pensando?

- Estou pensando no que você está pensando.

- Isso está me deixando confuso, você não está querendo me comer, certo?

- Pensei que você já tinha se recuperado desse trauma. - Sorri.

E não é que ele sorriu de volta? Como um garoto normal? Cada dia fazia de Adrian mais imprevisível: não dava para saber se ele era sonso, inocente, raivoso, humorado ou simplesmente normal. Ele oscilava cada vez mais entre elas, principalmente após Richard e Florita aparecerem.

- Você está até parecendo mais normal.

- Estou? Deve ser os livros de cultura humana que Florita tem me emprestado.

- Estou com medo desses livros, mas acho melhor nem perguntar.

Ele me olhou pensativo por um momento, os olhos castanhos escuros como que sondando o que via.

- O que foi? - Parei de olhar dentro de seus olhos, senti que ia corar.

Ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.

- Os livros dizem que isso é comum. - Apontou para nossas mãos. - O que você acha? Seu coração começou a bater mais forte?

Encarei o chão como se fosse a coisa mais interessante do mundo e desejei ardentemente que eu não estivesse tão envergonhada.

- N-Não!! - Respondi com a voz esganiçada. Será que eu realmente gostava dele? Ok, ok, leitor, você deve estar pensando: "mas é claro que você gosta! Fica tão envergonhadinha só por ele pegar sua mão! Aff, ele é bonito, por quê não pega de uma vez?". É, talvez esse seja o caso, mas pense: é um garoto que saiu do nada e fez um contrato pro resto da vida com você. É um garoto todo tapado que tem um tartachorro de estimação. É um garoto que não sabe quem ele mesmo é e não tem uma mínima noção que seja de mundo. Não é fácil estar apaixonada por um mistério ambulante.

Enquanto eu estava tendo minha crise existencial básica, Adrian me mirou mordendo os lábios, como se tivesse algo de errado.

- O que foi? - Consegui ganhar fôlego pra perguntar sem parecer uma cuíca de tão esganiçada.

                - Bem... De acordo com os quadrinhos de cultura humana, eu deveria estar ouvindo “Doki, doki *”.

                - Doki, doki? – Repeti lentamente, confusa.

                - É, doki, doki. – Falou lentamente dando ênfase.

                - Não sei o que é isso, mas enfim, doki doki! Feliz agora?

                Ele sorriu, me botando em transe de novo. Droga, o que tinha de errado comigo?

                Mas me chutando pra fora de novo do transe – isso está ficando repetitivo – uma voz se manifestou atrás de nós.

                - Vocês querer um carona?

*Onomatopeia japonesa para batidas de coração.


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Notas finais do capítulo

Então, estou com medo de estar chato demais, mas a parte engraçada seria eles chegando na cidade, mas fiquei com medo de um capítulo grande demais XDD Espero que tenham gostado, e, sim, vou ser pidona Ç.Ç Me gusta reviews, me gusta conversar com os leitores Ç.Ç Enfim, até a próxima o/ Mil borboletas (?) pra vocês!!!