Superficial escrita por Karen M


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, espero que gostem. Novamente se verem um ponto de interrogação virado o imaginem na posição normal, ainda não descobri como arrumar isso.



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Durante a vigem fico perdida nos pensamentos, lembrando de todos os momentos que eu, mamãe e Nathan vivemos. Mesmo eu e Nathan sendo diferente do resto das pessoas, quando estávamos em família nos sentíamos livres. Eu nem tanto, porque nem mesmo eles sabiam do que eu podia fazer, mas mesmo assim era tudo tão bom e feliz. Só que esses momentos não iriam mais se repetir. Nunca mais.

        -Pra onde vamos ?  - Pergunto, mesmo não ligando muito.

        - Para o hotel que estamos hospedados. Você teve sorte de estarmos por perto.

    Estou muito ansiosa para chegar e saber tudo o que está acontecendo.

    Mas preciso de um momento sozinha, pra esfriar minha cabeça pesada. Talvez eu saia enquanto eles dormem.

   Finalmente chegamos.  O quarto deles é pequeno mas organizado. Jogo minhas coisas em um canto.

    -Então, vão me contar exatamente o que está acontecendo agora ?

    -Tudo bem, olha, vai ter que acreditar na gente. Sente aí – Sam me diz e aponta pra uma das camas.

    Normalmente quando nos dizem para sentar é porque altas emoções irão rolar. Já falam isso para caso desmaiarmos não cairmos diretamente no chão.

      Sam começa a falar:

    -Bem como já dissemos, seu irmão não é totalmente humano. Ele tem habilidades especiais.

    -Ele é mutante. –Diz Dean.

    -Então, isso é raro, existem apenas três no mundo todo, e o inferno está atrás deles para se juntarem a eles para o apocalipse. –Sam continua.

    Eu nem sei o que pensar, isso tudo parece muita maluquice, mas no fundo eu acredito porque aquele cara era muito sinistro e matou minha mãe sem nem mesmo encostar nela. Sei lá mas se eu existo, outras coisas devem existir também, talvez esses caras não sejam tão malucos. Não tenho muitas opções então decido acreditar.

    Sinto meu coração acelerando e minha respiração descontrolada, afinal, eu também não sou apenas humana e provavelmente vão vir atrás de mim também. Será que sabem de mim¿ Porque não me levaram também quando tiveram a oportunidade¿ Porque esses caras estão me ajudando? Eram tantas perguntas...

-Apocalipse?  Como assim?  Desde quando? Porquê?

    Depois de uma pausa Sam continua:

-É uma longa história, mas o que você precisa sabe é que os demônios estão com seu irmão e os outros dois mutantes para obriga-los a ajudar no fim do mundo.

    -Meu irmão nunca faria isso. – Eu disse, afinal, ele era apenas uma criança. Mesmo tendo o cérebro muito evoluído, mas ainda assim era uma boa criança.

    -Você não sabe como os demônios são, eles vão convencer seu irmão. – Dean fala com uma expressão dura.

    - E você sabe, claro, você caça eles... –Digo duramente. Mesmo eu querendo acreditar é um pouco difícil.

   Eles ficam calados por um momento até que eu pergunto:

    -E o que nós vamos fazer?

    -Vamos esperar o ataque e lutar.

    -Lutar contra os demônios? Todos eles?

    -Sim.

    Eles se olharam brevemente.  Parece que estão escondendo alguma coisa...

    - E porque eu estou aqui?

    -Por que o demônio está tirando do caminho todos que possam atrapalhá-lo, ou seja, a família. Estamos te protegendo.

    Imediatamente lembro de mamãe atirada no quarto.

    -Por isso ele matou minha mãe... - sinto meu olho arder, me controlo e reprimo o choro. –mas porque não me matou também¿

    -Não te viu ou não te achou uma ameaça.

     De repente lembro:

    - Meu avô... –o demônio iria atrás de vovô. Meu avô era muito apegado a meu irmão e faria de tudo por ele.

    -Onde mora seu avô?

    -Em Verona. Temos que ir lá!

    Corremos para o carro. Estou com o coração na mão, eu também sou um pouco apegada ao meu avô, mesmo não suportando os resmungos dele, mas eu o amo e não quero que nada aconteça com ele, já perdi gente demais.

    O caminho é muito longe, demoraríamos umas duas horas pra chegar lá. Eu poderia ir mais rápido mas eles não podem saber o que posso fazer e não posso arriscar ir para um lugar onde um demônio provavelmente iria. Chegamos o mais rápido possível para um carro na casa do vô e eu o vejo sentado em sua poltrona. Corro em sua direção, mas quando chego perto percebo na hora que é tarde demais. Sua expressão parece assustada, e tem sangue em sua boca, parece ser dele mesmo. Agora sim estou totalmente sozinha no mundo.

    Sinto uma mão no meu ombro, olho e vejo que é Sam. Eles realmente parecem ser legais.

    -Vamos embora daqui. – Eu digo com a voz mais controlada que posso.

                                        ***

     Quando chegamos fomos dormir. Quer dizer, eles foram dormir, eu fiquei me revirando na cama por alguns minutos e decidi sair. Não queria ficar ali, eu precisava de um lugar isolado e escuro, precisava ficar sozinha, precisava pensar.  Fui para o lugar que sempre ia quando precisava esfriar a cabeça, o cemitério que meu pai foi enterrado. Será que minha mãe seria enterrada aqui também?

   Quando chego deito ao lado de sua lápide e só fico aqui, parada no mesmo lugar mas com os pensamentos a milhão.

    Minha família esta toda morta, exceto Nathan, mas eu nem sei se vou tê-lo de. Estou totalmente só. O que vai ser de mim? Vou para um orfanato com todas aquelas crianças perturbadas e solitárias. Tenho certeza disso. Se os demônios não me pegarem.

      Estou cansada. Não só fisicamente mas mentalmente também, passe por muita coisa hoje. Sinto meus olhos se fechando e volto pro hotel antes que eu durma no cemitério. Saí embaixo da cama pra que ninguém me visse. Vou pra cima da cama e apago.

                                             ***

Estou em uma floresta sinistra no meio do nada e fico imaginando como vim parar aqui sem sequer estar pensando em uma floresta.

     Vejo um movimento entre as árvores e sinto um vento frio. Tento me teleportar para o primeiro lugar que veio á minha cabeça mas não consigo. O que está havendo?

    Outro movimento. É uma pessoa. Quando olho pra trás vejo um homem alto, velho e de terno. Um demônio. Não sei como sei, apenas sei. Logo o reconheço, é o demônio que levou Nathan e que matou minha mãe. Olho fixamente para ele e ele olha fixamente pra mim. Por incrível que pareça não tenho medo, a única coisa que sinto é uma raiva imensa e vontade de o matar, mas não sei como. Ele sorri e some. A floresta e a noite também somem junto com ele. Agora é dia e estou em uma rua deserta e destruída e vejo Nathan ao longe, mas ele não parece meu irmão, há algo em seu olhar que não posso identificar, só não é o olhar inocente e esperto do meu irmão de seis anos. Tem alguém com ele, me aproximo mais e vejo que ele está com sua mão dentro de uma mulher, a mulher grita e ele tira a mão ensanguentada de dentro dela. Ele segura algo gosmento e vermelho que parece ser um coração.

                                        ***

    Acordo assustada e vejo o rosto de Dean na minha frente.

   - Nossa, você tem o sono pesado, quase chamei um grupo de Mariates pra te acordar. Vamos tomar café agora e depois você vai pra casa do Bobby, nós temos um caso pra resolver.

    - Um caso? É o que, o monstro do Lago Ness?

    - Não, já matamos ele. –Dean diz, irônico.

    Escovo meus dentes, me maquio e troco de roupa. Geralmente o look que uso depende de como estou me sentindo no dia. Hoje me arrumo como se fosse pra um velório já que mesmo estando viva parece que minha alma morreu junto com minha família.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? O que acham que vai acontecer? Reviews e recomendações me deixam feliz. Até o próximo capítulo.
P.S.: Kath mandou um beijo.