Arquivos Perdidos Os Legados Do Número 8 escrita por Well Number 8


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu gostei muito de escrever esse capitulo. Espero que Gostem! XD



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Foram três anos de treinamento duro, tenho treze anos. Conseguimos uma boa casa ao pé das montanhas para morar e treinar, não tínhamos muitos vizinhos. Do lado de fora da casa tinha muitas arvores e um quintal grande para treinar. Apesar dos treinos, ainda nenhum legado havia se manifestado. Treinei duro todos os dias com Reynolds, parte do treino era correr até umas pedras grandes e voltar, cada vez mais rápido, sempre tentando superar o tempo anterior. Minha força tinha aumentado significativamente para um garoto da minha idade. Mas o que eu mais queria era que chegasse o grande momento que meu primeiro legado apareceria, ficava imaginando milhares de coisas que poderia fazer e também sempre pensava na numero Um e seu legado de gerar terremotos. Já bati meu pé muitas vezes no chão e nada aconteceu. Em um dia de treinamento perguntei a Reynolds: 

– Porque meus legados estão demorando tanto para aparecer? Aposto que algum número já deve ter conseguido algum. Será que estou fazendo algo errado? – digo indignado 

Reynolds me olha da um sorriso torto e enquanto está jogando coisas afiadas em mim para que eu desvie e disse: 

– Você esta evoluindo bem, você vai e volta de casa até as pedras em vinte segundos, seu soco está mais forte, você já não cai mais quando tenta dar uma voadora, aquela barriguinha mole já está ficando durinha.

– Ok legal, estou mais forte, mas e meus legados? Nem a Arca você me deixa ver.

Reynolds para de atacar coisas em mim, pega uma mesa e coloca entre nós dois.

– Quando você conseguir me vencer na queda de braço eu deixo você ver o que tem na Arca. – Disse Reynolds me desafiando.

– Só se for agora.

Reynolds e eu nos sentamos e colocamos nossas mãos entrelaçadas e começa o desafio. Reynolds com o passar dos anos também ficou mais forte, ele tinha quarenta e três anos, mas aparentava ter menos. Olho firme para seus olhos castanhos e tento com todas minhas forças derrubar sua mão, mas só consigo chegar a cinco centímetros da mesa e ele reage e me vence.

– Quem sabe daqui alguns anos ou até meses você consiga. – disse Reynolds.

– Dias. – digo o desafiando.

– Vamos ver magrelo.

Entro em casa e ligo a TV e vejo que amanhã um Circo Internacional muito famoso vai se apresentar em Mumbai (cidade na costa Indiana) e chamo a Reynolds.

– Nós poderíamos ir, pra sair um pouco da rotina. – digo fazendo uma cara de suplica.

Reynolds pensa e me olha com um sorriso.

– Adoro circos, só que Mumbai é tão longe sem contar que pode ser muito perigoso voar.

Eu queria tanto sair daquela rotina de treinos e estudos somente por um dia que digo:

– Não temos com o que se preocupar eu sou o número Oito, eles nem estão me procurando ainda.

Por mais que tenha dito isso, tinha certeza que os mogs nunca me deixariam de procurar nem seu eu fosse o numero trinta e dois.

– Isso pode ser muito perigoso. Eles terem matado a numero Um não significa que eles não acharam os outros números, eles podem estar presos esperando sua vez chegar. – disse Reynolds assustado com suas próprias palavras. – Os mogs são criaturas nojentas, matam por prazer. – completou.

A Número Um já tinha um legado e não teve chances contra eles. Isso me vem à cabeça, mas queria tanto sair dali pelo menos um dia, que afasto o pensamento.

         – Ahhh Rey, vamos, por favor, nada vai acontecer.

Reynolds pensa muito.

– Ok, vamos. Mas prepare uma maleta com roupas e produtos de higiene e também vamos levar a Arca para alguma emergência.

Abraço a Reynolds e digo: 

         – Você é o melhor Cêpan de todos, obrigado.

         Saímos de manhã para o Aeroporto de Nova Deli. A viagem foi tranquila e rápida, uma hora até Mumbai. Quando desembarcamos sentimos a brisa que vem do mar e nos lembramos dos nossos mergulhos no Mar Mediterrâneo quando estávamos na Turquia. Algumas pessoas nos dão um cartão de Boas Vindas que mostra as sete ilhas que compõem Mumbai e suas belezas.

         – Aqui parece ser realmente lindo. – disse Reynolds olhando seu cartão.

          – Parece mesmo. – concordo.

          Antes de sairmos do aeroporto, Reynolds me disse para irmos até o banheiro porque ele queria pegar algo que estava dentro da arca.

          – Segure o cadeado junto comigo. – disse Reynolds.

          Quando seguro o cadeado sinto o metal ficar quente e escuto um estalo e a Arca se abre. Meus olhos chegam até brilhar para ver o que tem dentro da Arca, mas Reynolds pede para que me vire.

          – Nada disso magrelo.

          Faço uma cara feia e me viro. Quando escuto a caixa se fechando olho para trás e vejo que Reynolds havia pegado uma adaga que tinha um brilho azul.

         – Pra que isso? – digo.

         – Precaução. – responde.       

         Nesse momento senti meu estomago formigar. Saímos do aeroporto alugamos um carro e fomos direto para o lugar da apresentação. Entramos e nos sentamos separados por três cadeiras. Estava cheio, cerca quinhentas pessoas estavam assistindo o espetáculo. Mágicos, palhaços, acrobatas e animais dos mais variados faziam um show incrível. Mas algo parecia não estar bem, senti uma sensação estranha de estar sendo observado. Olho em todas as direções e não vejo nada. É uma sensação completamente diferente de tudo que havia sentido. Olho para perto do palco e vejo de longe um homem alto de bigodes com sobretudo preto, que parecia que ia subir ao palco. Meu coração quase parou na hora que nossos olhares se cruzaram. Olhei para Reynolds e ele estava entretido com um homem que estava cortando uma mulher pelo meio, acho que ele ainda não tinha percebido. Quando me levanto para avisa-lo, estava tão preocupado que nem havia escutado que o apresentador tinha chamado um voluntario da plateia para participar do show.

         – Você ai garoto de cabelo enrolado, sobe aqui. – disse o apresentador.

         O publico começa a bater palma e fico em pânico, era tudo que eu não precisava naquele momento, chamar a atenção.  As assistentes vêm em minha direção e rapidamente seguram meu braço. Acho que já estava branco pelo suposto mog que estava do outro lado e por ser escolhido pra ir para o palco. Nunca tive tanta gente olhando pra mim. Reynolds vê minha preocupação e bate nas minhas costas.

         – Fique calmo, são só algumas pessoas atirando facas em você. – me disse rindo.

Como você pode fazer piada numa hora dessas Rey, penso. De pé, olho para Reynolds e digo:

– Homem perto do palco, sobretudo preto, M-O-G.

O sorriso da cara de Reynolds desaparece na hora. Eu me arrependo muito de termos vindo para Mumbai apesar de estarmos nos divertindo. Do palco vejo Reynolds pegar sua adaga e meu coração dispara. As assistentes me colocaram numa mesa, amarraram meus braços e pernas com correntes, meu coração está disparado, não poderia estar num lugar pior que esse nesse momento, amarrado sem poder fazer nada. Olho para onde o suposto mog estava e ele havia desaparecido, olho para onde Reynolds estava e ele também não estava lá, sinto um frio na barriga.

– Senhoras e Senhores, vou lhes presentar um número nunca antes feito, ao invés de um atirador de facas, teremos dois. – disse o apresentador.

Todo o publico aplaude fortemente, estou quase me soltando dali e ir procurar Reynolds. E quando eu pensava que não poderia ficar pior, o homem que sobe no palco, o segundo atirador de facas, era o homem de bigodes com sobretudo preto. Ele olha fixamente para meu colar que estupidamente estava por fora da camisa e apesar de parecer um humano normal, eu tinha certeza que ele era um Mog e pior, ele sabia quem eu era. Olho para os lados procurando Reynolds e não o encontro. Meu coração parece que vai sair pelo peito de tão forte que esta batendo.

– Atiradores em suas posições. Todos preparados? – diz o apresentador.

Tento gritar NÃO, mas estou tão aterrorizado que não sai nenhuma palavra. O primeiro atirador atira a centímetros do meu rosto, todos aplaudem, depois entre os braços e pernas. Tento buscar Reynolds com os olhos e o vejo perto do palco. Reynolds estava buscando o Mog e quando ele olha para o palco e o vê, imediatamente começa a correr, mas era tarde demais os dois atiradores já haviam atirado suas facas. A faca que o Mog atirou bate na faca do primeiro atirador que muda de direção. Uma estava vindo em direção da minha garganta e a outra para minha testa. Fecho meus olhos e a plateia grita:

– Oooooooooooooooo – e depois fazem silencio.

Quando abro meus olhos, vejo as duas facas flutuando na minha frente. Meu primeiro legado havia chegado.


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Notas finais do capítulo

*----* Finalmente o primeiro Legado. Próximo Capitulo o Oito terá seu primeiro confronto com um Mog. Será que ele vai se sair bem? Por favor não se esqueçam de comentar o que vc achou do capitulo ou da história, seu comentário é importante para que saiba como escrever os próximos Capitulos. XD



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