Aishiteru escrita por Dibigo


Capítulo 7
Gay ?




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Felipe: Eu não quero... Não posso te beijar...

O Gustavo estava vindo na minha direção e estava cada vez mais perto. Eu podia sentir que ele estava vindo para me beijar, mas o Matheus estava ali do nosso lado e mesmo com o Gustavo não podendo vê-lo, ele estava olhando para mim. Eu queria o beijo, mas não podia fazer isso com ele nos olhando com aquele rosto... Por mais estranho que possa soar, ele parecia está sorrindo. O Gustavo se aproximou de mim e quando foi finalmente me beijar, o seu cabelo ficou com luzes vermelhas e o Matheus tinha sumido.

Felipe: Matheus... ?

Finalmente eu acordei e para minha surpresa, com os meus olhos ainda meio embaçados, pude ver que o Gustavo estava sentado do lado da cama, me olhando.

Felipe: Gustavo?

Matheus: Então era nele que você estava pensando?

Felipe: Ué... MATHEUS! Eu pensei que nunca mais iria te ver, eu tava com tantas saudades! Pra onde você foi ? (...) Não importa! Você está aqui agora, você voltou pra mim! Por favor, não suma mais, nunca mais, tá?

Quando dei por mim eu estava abraçando ele e chorando, eu sei que era muito bobo da minha parte, mas eu tava tão feliz de poder abraçar ele, de poder sentir o cheiro dele, de poder vê-lo que eu não consegui segurar a emoção.

Matheus: Você não precisa mais de mim né?

Eu precisar do Matheus? Eu sempre pensei que era ele que precisava de mim. Vez do dia que a gente se conheceu, eu sempre pensei em ajudar ele e que poderia fazê-lo feliz com minha amizade. É meio constrangedor, mas é verdade... Não se é bem “precisar”, mas eu quero estar com ele, eu quero o meu Matheus comigo!

Felipe: E-Eu... Gosto de você e quero estar com você!

Ele me olhou com uma expressão triste e depois sorriu

Matheus: Eu também quero estar com você, mas um dia você vai ter que viver sem mim... Afinal, um dia eu vou deixar esse mundo.

“Um dia eu vou deixar esse mundo”, o que ele quis dizer com isso? Será que ele descobriu que está morto ou será que ele ainda estava pensando na doença? Mas porque ele não pode viver comigo para sempre? Espero que ele nunca desapareça...

Felipe: Eu não já te disse antes? Enquanto você estiver comigo vamos nos divertir, eu vou te mostrar como é bom e divertido estar comigo!

Matheus: Então vamos nos divertir hoje! Mas agora eu vou dormir... te espero depois da escola ta bom ? Eu... Não quero ir pra lá hoje.

Felipe: Então eu também vou ficar!

Matheus: Não, não vai. Você vai pra lá e depois vai me ensinar tudo que aprendeu, eu quero pelo menos sair bem nas provas bimestrais.

Felipe: Mas você não vai...

Ele fez uma cara tão triste mais tão triste que eu fiquei um pouco em silencio antes de completar a frase.

Felipe: não vai... Tirar nota baixa, pode deixar comigo! Vou aprender tudo e te ensinar!

Matheus: Obrigado

Eu tinha dormido com o uniforme da escola então nem precisei me vesti, eu simplesmente pensei em usar um perfume que eu tinha no armário, mas quando eu cheirei a camisa eu percebi que ela ainda tinha o cheiro do Gustavo, fiquei uns 3 segundos cheirando a camisa até que percebi que o Matheus estava me encarando então eu parei rapidamente.

Felipe: Haaa, não precisa ser trocada! Está boa assim, da pra ir pra escola.

O Matheus sorriu. Creio que ele tenha caído na minha atuação esfarrapada.

Então peguei minha mochila e fui andando para a escola, não demorou muito para que eu chegasse lá e encontrasse o Gustavo sentado nas escadas da mesma. Ele estava com um olhar bem distante e quando me aproximei ele me olhou e disse que precisávamos conversar, depois me puxou pela mão e foi correndo para fora da escola. Ele estava me arrastando pela rua e quando eu olhei ao redor percebi que as pessoas não estavam ligaram muito pra gente, era como se já tivessem visto essa sena antes. Finalmente paramos de correr e quando eu parei para olhar ao redor pude perceber que nos estávamos debaixo da minha arvore “secreta”.

Gustavo: Não vai subir?

Felipe: Sim...

Eu subi na arvore e ficamos os dois em galhos próximos o suficientes para eu ouvi-lo e longe o suficiente para não conseguimos nos alcançar.

Gustavo: Nos temos que conversar.

Felipe: Ué, não é isso que estamos fazendo?

Gustavo: É... Sim... Quer dizer, Não! Não é assim!

Felipe: Ta bom... Vamos conversar direito então.

Gustavo: Eu acho que eu te amo.

Foi um choque ainda mais por ele ter sido tão direto.

Felipe: É cara, somos bons amigos, eu também te amo.

Gustavo: Mas não foi isso que eu quis dizer... Eu quero dizer que eu te amo, eu tenho sentimentos de homem por você.

Felipe: Você é gay?

Gustavo: Eu? Não sei... eu não tinha pensado nisso, eu apenas quero ficar com você e eu sei que você também quer ficar comigo.

Felipe: Verdade, eu acho que somos homossexuais...

Eu não sei porque, mas o fato de ser gay não me afetou muito. Se for assim que eu sou, não vejo nenhum motivo para ser diferente.

Felipe: Que merda cara, eu sou gay ! E... você também!

A ficha ainda não tinha caído. Eu não quero ser mulher...

Gustavo: É... eu acho que sim, mas isso muda alguma coisa ?

Felipe: Cara, a gente vai ter que começar a ficar mais feminino? Eu não quero isso, eu gosto de ser como eu sou, eu não quero virar um travesti!

Gustavo: Ué, alguém vai te obrigar?

Felipe: Eu acho que não...

Gustavo: Então porque você se tornaria um?

Felipe: Não sei...

Gustavo: Eu acho que mesmo querendo ficar contigo, eu não tenho que ser algo que eu não queria, eu vou continuar do mesmo jeito que sou, só que vou ter um homem ao meu lado para compartilhar a vida.

Felipe: Verdade, você tem razão... Parando pra pensar... Não é porque eu quero te beijar que eu tenha que usar maquiagem ou algo do tipo, afinal se for pra fazer o que eu quero não faz sentido eu fazer algo que não quero.

Gustavo: Sim!

(...)

O clima ficou meio estranho, acho que a gente tinha meio que desviado do assunto... Parecia que ele não tinha me falado “Eu te amo” e até cheguei a pensar que estava salvo de responder isso quando ele olhou para mim.

Gustavo: Eu posso te beijar?

(...)

Felipe: Eu quero, quer dizer... Pode.

Ele se aproximou de mim para me beijar, mas os galhos estavam muito longe e ele acabou caindo da arvore batendo o rosto e o corpo na grama. Não pude evitar e comecei a rir da queda dele, a risada foi tanta que minha barriga começou a dor e eu acabei perdendo o equilíbrio e cai da arvore também. Assim que cai fiz uma cara de raiva pro gustavo achando que ele iria rir de mim, mas quando olhei pra ele, ele chegou mais perto e me deu um selinho. Depois desse selinho na hora que ele parou eu o puxei e dei um outro beijo nele e me afastei e após o meu ele me deu outro, depois eu outro do mesmo jeito, até que ele sorriu e me beijou de língua. A boca dele era tão doce que me fazia querer beijá-lo ainda mais. Enquanto ele me beijava eu pus a minha mão atrás da cabeça dele e apertava o cabelo dele enquanto empurrava a cabeça dele contra a minha para que não parasse o beijo. Até que ficamos sem ar, e paramos de nos beijar com uma respiração muito ofegante caindo pra deitar na grama, onde assim que caímos, ele deitou em cima do meu peito esquerdo me usando de travesseiro enquanto eu usava minha mão e meu pulso da mão direita como travesseiro e ficamos lá deitados.

Gustavo: Ai... Que difícil...

Felipe: Desculpa... Você é a primeira pessoa com que eu fico.

Gustavo: A primeira mesmo? Para falar a verdade, você também é a primeira pessoa com quem eu fico...

Felipe: Sim, o meu primeiro foi naquele dia na praia...

Não! O meu primeiro foi no farol com o Matheus! Como eu pude dizer isso? Como eu pude esquecer ele? Tenho certeza que se eu amo um homem, esse homem é ele! Ou será que eu posso estar amando o Gustavo também? O que eu estou fazendo aqui?

Gustavo: Sabe... Eu estava preocupado com aquela “doença”, mas eu vejo que está tudo bem pra você.

Doença? É verdade... Ele também tem leucemia... Ele tinha falado que tinha um mês né? Ele deve morrer em breve... Isso dói. Mas.. Mas.. eu amo o Matheus... só que eu acho que também amo o Gustavo... O que eu faço?

Felipe: É... Eu tenho que ir!

Gustavo: Como assim?

Eu empurrei o Gustavo que estava em cima de mim e me levantei

Felipe: Eu tenho que encontrar alguém!

Gustavo: ....

Felipe: Eu... tenho que ir!

Eu fui correndo em direção a minha casa que não ficava muito longe do campo, tentando não olhar pra trás, mas quando eu dei por mim os meus olhos estavam olhando diretamente pros olhos dele que quando se encontraram o fez sorrir, um sorriso tão lindo e tão familiar, aquele sorriso me fez tão bem, mesmo estando com tanta coisa na cabeça. Voltei a desviar o olhar e continuei a andar para casa até que eu finalmente cheguei:

– Filho ?

~Continua


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