Aishiteru escrita por Dibigo


Capítulo 6
Primeiro Beijo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/307069/chapter/6

Quando acordei, eu estava abraçando um travesseiro e olhei ao meu redor mas não vi ninguém. Onde será que estava o Matheus? No inicio pensei que ele tinha levantado mais cedo ou algo do tipo, mas olhando novamente ao redor pude perceber que ele não estava no meu quarto, então eu levantei e fui procurar por ele no resto da casa.

Thiago: Bom dia meu filho, dormiu bem? Você chegou tão agitado ontem que eu nem tive tempo de falar com você, como foi à escola?

Felipe: Ha... Desculpa... Dormi sim... E sobre a escola? Eu não quero mais ir pra lá, as pessoas acham que eu fiz uma coisa que eu não fiz, não posso simplesmente aceitar isso.

(...)

Thiago: Então vá para escola, se você sair dela por causa disso vai ser a mesma coisa de estar aceitando isso.

Felipe: Mas...

Thiago: Vamos meu filho! Você é mais forte do que um boato, você com certeza vai superar isso. Está resolvido, você vai para a aula.

Felipe: Está bem pai... Eu vou... Mas agora eu tenho que ir! Tenho que achar uma coisa!

Matheus? Onde será que ele foi? Olhei pela casa toda e não conseguir encontrá-lo será que ele desapareceu? Não... Só deve ter saído para ver a família ou algo do tipo... Pelo menos é nisso que eu quero acreditar, ele vai voltar! Talvez ele tenha ido para casa vestir o uniforme da escola e depois possa ter ido pra lá, afinal, isso era o que ele teria que fazer se estivesse vivo e como eu acho que ele ainda não sabe que está morto, deve ter sido exatamente o que ele fez!

Eu me arrumei com aquele uniforme escolar horrível ( ainda não consegui me acostumar com ele) e fui andando para a escola, parecia um dia normal. Quando eu cheguei na sala, ele estava sentado na carteira do lado da que eu sempre sento, fiquei muito feliz pelo Matheus está lá de verdade. Quando eu sentei na cadeira.

– B-Bom dia Felipe

Era o Matheus, eu estava feliz, nem me importei se eu fosse parecer algum tipo de maluco que falava sozinho e o respondi naturalmente.

Felipe: Bom Dia Matheus! Você sumiu de repente ontem... Eu fiquei preocupado.

Ele sorriu e me olhou com uma cara de duvida como se eu tivesse dito algo errado, até que quando eu olhei ao redor, pude perceber que as pessoas estavam olhando pro Matheus! Alguém mais podia vê-lo? A turma toda? Ou será que só estavam olhando para a cadeira? Eu estava muito confuso até que o trio de alunos encrenqueiros olhou para ele e depois desviou o olhar com isso pude perceber que as pessoas realmente estavam vendo ele.

Olhei bem pra ele e vi que seu cabelo estava totalmente preto e que parecia estar um pouco mais forte... Caiu a ficha, era o Gustavo...

Gustavo: Está tudo bem?

Felipe: Desculpa... Eu achei que você fosse outra pessoa...

Gustavo: Reparei quando você disse algo sobre eu está com você ontem.

Felipe: Ah, esqueça isso, não foi nada

Gustavo: Andou Sonhando comigo? haha’

Felipe: Olha que pode ser bem possível

O Gustavo me fazia me sentir bem, mas mesmo assim eu ainda sinto falta do Matheus ele ainda não apareceu... Estou com medo que ele não apareça mais.

Gustavo: O que acha da gente sair hoje?

Felipe: Não sei...

O Gustavo ficou com uma expressão meio triste, mas eu queria procurar pelo Matheus, só que... Espera aí... Se eu pude ver o Matheus na praia, pode ser que ele tenha sido atraído pra lá de novo e pode ser que se o Gustavo também for pra lá ele também possa se tornar capaz de ver o Matheus! Creio que ele ficaria muito feliz com isso, afinal, ele estava triste porque a família dele não conseguia vê-lo.

Felipe: JÁ SEI! Nos vamos a praia!

Gustavo: Aquela praia... ?

É verdade, a praia foi onde o Matheus morreu. Acho que foi meio estranho o meu convite.

Gustavo: Está bem! Tenho certeza que vai ser divertido ir lá de novo.

Ele já tinha ido a praia? Não era algo muito incomum a final, o irmão dele foi assassinado lá.

Felipe: Então assim que acabar a aula, nos vamos!

Gustavo: Calma aí, eu estou sem roupa de banho... Vou ter que passar em casa, a cueca que eu estou é branca e você sabe né? Não quero que ela fique transparente.

Felipe: Verdade, para falar a verdade eu também estou sem uma roupa pro banho...

Gustavo: Se a gente demorar muito pra se arrumar vamos acabar perdendo o por do sol.

Felipe: Já sei, então vamos pra casa, nos arrumamos rápido, e nos encontramos no campo e vamos juntos pra a praia, o que acha?

Gustavo: Debaixo daquela arvora ? Pode ser está marcado então!

A professora entrou na sala e ficou um clima estranho, então eu apenas acenei com a cabeça para confirmar o local combinado. A Violeta dessa não me encarou e nem olhou para o Gustavo com um olhar triste como fazia com o Matheus e a aula correu normalmente como se nada tivesse acontecido antes, eu e o Gustavo éramos os únicos que prestaram atenção nas lições da professora, mas isso é normal. Não demorou muito para o intervalo começar e terminar e quando percebi o tempo já tinha passado bastante e já tinha acabado a aula, então me despedi do Gustavo e fui pra casa me arrumar.

Thiago: Oi filho, como foi a aula?

Felipe: Foi boa

Thiago: Mesmo? Eu não falei que tudo ia voltar ao normal?! Ai filho, que bom, fico feliz que finalmente tudo esteja voltando ao normal...

Felipe: Sim pai. Ah, eu vou sair com um amigo da escola hoje, devo chegar mais tarde.

Thiago: Tudo bem, se divirta!

Então eu subi para meu quarto peguei uma roupa limpa, uma cueca preta dessa vez e a vesti, depois eu fui andando para o campo até o local que tínhamos combinado só que no meio do caminho eu vi o Matheus sentado no gramado, quer dizer... Era o Gustavo.

Gustavo: Vamos?
Felipe: Ué... a gente não ia se encontrar na arvore ?

Gustavo: Sim, e tem uma arvore bem aqui do lado, olha! – Disse um pouco nervoso.

Realmente tinha uma arvore do lado, na verdade eu nunca tinha mostrado meu lugar secreto para o Gustavo. De fato ele não tinha como saber sobre qual arvore eu estava pensando quando marcamos o local então acho que está tudo certo.

Felipe: haha’ Ok... Então vamos lá!

Eu estava animado para ver o Matheus na praia, eu tinha certeza que ele estaria lá.

Nos fomos andando para a praia conversando sobre coisas aleatórias, como por exemplo, ele acha que o queijo cheddar é muito amargo e odeia que ponha ele no hambúrger ou em qualquer outro lanche e que a sua cor favorita é Violeta. Estava muito divertido falar com ele até que chegamos na praia, foi mais ou menos no momento que o sol estava se pondo.

Gustavo: Olha! Conseguimos chegar a tempo.

Felipe: Verdade, logo logo o sol vai se por.

Nos sentamos na areia e o Gustavo apoiou as costas dele no meu peito e eu automaticamente o abracei, enquanto olhávamos para o horizonte lindo da praia e quase sem ondas que estava refletindo de o sol enquanto ele descia e sumia no mesmo, deixando as nuvens do seu redor todas alaranjadas. Mas apesar de toda essa visão, o que eu mais estava gostando era do calor que eu sentia vindo do Gustavo, estava tão desconfortável a posição que a gente estava, mas tão confortável a situação que nem me importei com o cotovelo dele que estava machucando minha barriga. Ele virou pra mim e olhou nos meus olhos, nossos rostos estavam muito perto e meu coração começou a bater cada vez mais forte, ele podia perceber as batidas do meu coração porque estava encostado no meu peito. Nossos rostos foram se aproximando cada vez mais até que ele me beijou, um selinho simples, mas assim que ele afastou os lábios dele dos meus, eu rapidamente avancei roubando outro selinho que acabou se transformando em um beijo tímido porem de língua.

Enquanto nós nos beijávamos eu me senti como se nada mais importasse, como se eu estivesse completo. Eu nunca tinha me imaginado ficando com um homem, mas pensando bem, eu também nunca tinha me imaginado ficando com uma mulher também. Esse parecia ser o meu primeiro beijo perfeito. Mas e o selinho que eu dei no Matheus no farol? Não sei... Esse era diferente, era muito mais intenso, é como se o meu corpo sentisse mais esse beijo do que o outro. É até curioso... Porque ele é um fantasma, mas espera um pouco... O que eu to fazendo? Por que estou beijando ele? Cadê o Matheus?

Eu me afastei do Gustavo e parei de beijá-lo, vi um sorriso no seu rosto até que ele percebeu minha aflição e fez uma cara de preocupação.

Gustavo: Está tudo bem?

Felipe: Eu não posso... Tem uma pessoa que eu quero encontrar.

Gustavo: Eu gosto de você...

Felipe: Eu também gosto de você, mas tem alguém que eu gosto mais.

Quando percebi já estava escuro e de noite, a praia que estava clara e radiante ficou negra e sombria de repente, o que pesava ainda mais o clima.

Gustavo: Desculpa

O Gustavo levantou e foi andando para a direção da sua casa, não demorou muito para que ele soltasse um gemido e começasse a correr. Aquela cena me deu um aperto no coração tão forte que as lagrimas começaram a cair sobe o meu rosto e eu me sentia como se tivesse feito a pior coisa do mundo. Fiquei sentado lá na areia por um tempo até que eu finalmente me levantei e andei um pouco pela margem da praia para ver se por acaso eu conseguia encontrar o Matheus por lá, mas por mais que eu tivesse esse desejo eu não conseguia achá-lo.

Então quando eu cheguei em casa eram umas 9 horas e o meu pai já estava dormindo e minha janta estava em cima da mesa de jantar. Depois de comer fui para o meu quarto e olhei pro chão, a cama improvisada que eu tinha dormido com o Matheus ainda estava lá. Eu deitei nela e tentei sentir o cheiro do Matheus nas cobertas, mas só tinha o meu cheiro como se ele nunca tivesse estado lá. Fiquei um bom tempo imaginando possíveis lugares que o Matheus poderia estar, e tentei afastar o Maximo possível a idéia de ele ter desaparecido, eu quero vê-lo de novo... Até que finalmente eu adormeci.

~Continua


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aishiteru" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.