Aishiteru escrita por Dibigo


Capítulo 8
Mãe




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Felipe: Mãe?!

Eu tinha certeza que era ela, com seus cabelos curtos castanhos claro que lembravam o de meninos e seus olhos pretos como carvão que eram ressaltados por ter a cor da pela sua pele mesmo sendo um pouco morena. Ele é alta para uma mulher, tem mais ou menos um metro e setenta e cinco centímetros e o seu corpo lembrava modelos, exceto pela sua cintura, a bunda dela parecia ser enorme.

Lucia: Oi meu filho. (...) Faz um tempo que a gente não conversa, né? Fico triste em perceber que eu perdi uma parte da sua vida.

Felipe: Mas como assim? Como a senhora aparece aqui depois do que fez com meu pai?! Eu nunca vou te perdoar!

Lucia: Eu precisava me afastar do seu pai, só não queria que fosse daquela forma, mas foi preciso.

Felipe: Foi preciso!? Como você diz que foi preciso?! Você quase matou o meu pai! Ele quase morreu! E você ainda disse que foi preciso, você é um monstro!

A minha mãe me olhava com uma cara triste, mas não parecia se sentir culpada ou algo do tipo, o que me dava mais raiva ainda dela. Como ela podia ficar tão calma mesmo quase matando o meu pai? Eu estava muito confuso até que o meu pai, que estava ali perto escondido atrás da porta de dentro de casa saiu da mesma para falar com a gente com uma cara de tristeza.

Thiago: Felipe, eu tenho que te confessar uma coisa. Na verdade, a sua mãe não teve muito haver com o estado que eu fiquei quando você me encontrou na cozinha.

A voz dele estava firme, mas eu pude perceber claramente que ele estava com o punho fechado e o corpo meio tremulo.

Thiago: Na verdade... Fui eu que fiz isso, eu cortei os meus pulsos tentando me matar – Disse enquanto mostrava as cicatrizes (duas linhas horizontais) nos pulsos.

Felipe: Então, quer dizer que a minha mãe não te atacou?

Thiago: Não.

Nessa hora ele já tinha se estabilizado e não estava mais tremulo e tinha aberto a mão, como se tivesse soltado um fardo do seu corpo.

Lucia: Então você realmente tentou se matar?
Thiago: Eu disse que minha vida não fazia sentido sem você.

Lucia: Desculpa mais você vai ter que arrumar um novo sentido pra ela, porque eu não serei mais a sua esposa. Eu trouxe os papeis para o divorcio e espero que você assine – Disse enquanto entregava um envelope para o meu pai.

Eu me senti como se eu não estivesse que estar com eles naquela hora, mas eu estava feliz por poder amar minha mãe de novo e ao mesmo tempo triste por ver a que ponto o meu pai tinha chegado por ela depois de tudo que fez.

A verdade que eu nunca quis admitir é que o meu pai foi um péssimo marido para minha mãe. Ele era o responsável pelas brigas bobas que eles tinham e também saia de casa varias vezes para se divertir deixando ela em casa sozinha. Até hoje eu acho bem possível que ele tenha batia nela e que possa ter traído ela. Com tudo isso eu pude perceber que ela estava muito infeliz vivendo junto dele, então de certa forma, eu apoiava a atitude dela de lutar por uma separação mesmo ele tendo sido um ótimo pai pra mim, pois ela merece ser feliz.

Thiago: Como você ousa fala disso na frente do nosso filho?

Lucia: Ele tem o direito de saber afinal ele não é mais uma criança, ele já até tem até um namorado.

Namorado!? Eu congelei quando ela disse “na-mo-ra-do”. Depois que ela disse e o meu pai olhou para mim, foi como se o meu coração tivesse apertado de uma forma que doía ao ponto deu ter que segurar meu peito com minhas mãos e ao mesmo tempo me deixando com uma respiração ofegante.

Thiago: Você quis dizer namorada? Não, ele ainda não tem nenhuma.

A minha mãe olhou para mim e percebeu minha aflição.

Lucia: É, namorada! Foi isso que eu quis dizer, mas eu o vi agora a pouco com alguém num campo aqui perto, devo ter entendido mal.

Eu não sabia se podia acreditar nessa de “devo ter entendido mal” e que realmente ela não viu direito o que aconteceu por lá, ou se ela tinha percebido que o meu pai não sabia que eu estava com um homem e disfarçou. Realmente não sei qual eu acharia melhor...

Thiago: E viu errado também, ele estava na escola. Afinal, porque chegou mais cedo hoje? Felipe.

Felipe: Haaa, a professora Violeta não estava se sentindo muito bem e achou melhor cancelar a aula, ela parecia muito abatida, fiquei até um pouco preocupado...

Eu respondi automaticamente como se fosse verdade, nem sei da onde eu tirei essa idéia.

Lucia: Filho, arrume suas coisas, esse final de semana você vai passar lá em casa.

Thiago: Você não pode levar ele assim!
Lucia: Vai ser só esse fim de semana, no domingo eu mesma o trago de volta.

Thiago: Mas...

Felipe: Eu vou – Disse interrompendo o meu pai.

Então eu entrei em casa tentando não olhar para o meu pai (eu não queria ver o rosto dele, eu sabia que ele poderia estar triste com o que eu fiz) e fui andando direto para o meu quarto. Hoje é sexta feira e finalmente posso trocar de roupa, tirar aquele uniforme feio da escola. Quando comecei a arrumar as minhas malas, eu senti duas mão descendo meus ombros vindo me abraçar por trás e quando olhei percebi que era o Matheus.

Matheus: Bem vindo de volta, então... Vamos nos divertir?

Sinto que essa foi a segunda vez que, mesmo por alguns instantes, eu tinha esquecido o Matheus o que me fez sentir muito mal por isso acontecer.

Felipe: Desculpa... Eu queria muito fazer algo com você hoje, mas a minha mãe apareceu do nada e pediu para eu ir com ela pra casa dela pra passar esse final de semana lá...

Matheus: Tudo bem, eu fico feliz de você ter se divertido hoje mais cedo.

“Me divertido”?! Será que ele viu quando eu fiquei com o Gustavo? Eu não devia ter ficado com ele tão perto de casa, se minha mãe viu e eu não a vi, acredito que não seria muito difícil o Matheus ter visto também.

Felipe: Sobre hoje...

Matheus: Eu fiquei muito feliz! Estou realmente feliz que você está conseguindo seguir com sua vida – Disse ele me interrompendo.

Ele estava com um sorriso tão sincero no rosto, como se estivesse realmente feliz por aquilo ter acontecido...

Felipe: O que você acha de ir comigo? Vamos! Tenho certeza que a minha mãe não vai se importar.

Dessa vez o seu rosto estava com uma expressão meio triste em relação ao meu convite, o que se manteve por alguns segundos até que foi quebrada por um sorriso bobo.

Matheus: Vou sim!

Felipe: Então me ajude a arrumar minhas coisas, vou levar o suficiente para nos dois!

Matheus: U-hum!

Então eu e ele arrumamos juntos a minha mochila e descemos para encontrar a minha mãe. Quando chegamos à sala, ela já estava no carro e estava pronta para me levar embora. Antes que eu pudesse chegar à porta pra rua, o meu pai me interrompeu com uma pergunta.

Thiago: Filho, você vai voltar mesmo?
Felipe: Claro que sim, é claro que eu vou voltar, eu te amo pai.

Eu o abracei e depois continuei meu caminho até o carro onde antes de entrar, eu abri a porta pra deixar o Matheus entrar na minha frente, era um modo parecer fofo e ao mesmo tempo dele entrar sem minha mãe entranhar. Com isso, ela finalmente ligou o carro e começou a dirigir indo em direção ao campo que a havia ficado com o Gustavo.

Lucia: Sabe filho, eu vi tudo.

Felipe: Tudo o que?

O Matheus estava sentado do meu lado! Eu estava nervoso por ele estar escutando essa conversa, assim que eu olhei nos olhos dele e ele sorriu e depois deitou no meu peito, senti como se estivesse sendo protegido de qualquer coisa, como se nada pudesse me afetar, o que me fez sentir-me totalmente livre para falar sobre isso.

Lucia: Eu vi você e aquele menino no campo se beijando.

Felipe: E o que você achou?
Lucia: No inicio eu me senti incomodada por ver que o meu filho estava beijando outro homem, mas quando eu vi o seu sorriso e o sorriso dele... Eu acho que senti o que você estava sentido no momento, porque veio um sentimento tão bom em mim. Não senti nojo como eu já tinha sentido outras vezes quando vi alguns casais gays. Foi algo bom, era felicidade. Me diga filho, você ama aquele garoto? Ou foi só por prazer?

Eu olhei para o Matheus antes de responder e vi de novo que ele estava deitado no meu peito, só que eu não sentia o calor que senti quando estava quase da mesma forma com o Gustavo. Estava faltando algo a mais, mais sentimento. Porém mesmo assim eu não pode dizer que amava ele, por mais que eu tivesse o desejo de sentir tudo aquilo de novo com o Gustavo, eu amo o Matheus e não quero deixar ele triste se ele gostar de mim também.

Felipe: Eu gosto dele mãe e tenho certeza que não foi só por diversão.

Lucia: Fico feliz por você dizer isso, dê valor as pessoas que você ama, por favor, não cometa o mesmo erro do seu pai.

Felipe: Sim...

Depois dessa pequena conversa o clima ficou estranho dentro do carro. O Matheus acabou dormindo em cima de mim. Fantasmas dormem? A é... Ele já tinha o visto dormir antes lá em casa... Será que ele realmente está e estava dormindo? Odeio não saber muito sobre ele.

Creio que esse tempo longe do Gustavo e mais próximo do Matheus, que vou passar na casa da minha mãe, me faça descobrir com que eu quero ficar de verdade.

A viagem já estava durando por mais ou menos 1 hora e ainda não tínhamos conversado mais nada até que eu finalmente consegui dormi.

~Continua


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