Aishiteru escrita por Dibigo


Capítulo 5
Farol




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–Felipe, eu estava te esperando!

Esse voz era tão familiar que me fez abrir os olhos rapidamente, o sol estava tão forte que por um momento não pude ver quem estava na minha frente, quando finalmente me acostumei com a claridade eu pude vê-lo! Era ele, o Matheus estava em pé na minha frente. Não me animei muito pois já o tinha visto tantas vezes que pensei que era apenas uma outra miragem da minha mente ou até mesmo o Gustavo até que ouvi novamente a sua voz.

Matheus: Felipe? Você me deixou sozinho aqui.... estava com medo.

Felipe: Matheus!?

Matheus: Estou a muito tempo andando por ai, mas parece que ninguém me vê , é como se todos tivessem me ignorando... Até em casa. Não sei o porque.. mas finalmente eu te encontrei e você olhou pra mim! Mesmo que por poucos segundos eu tive certeza que você estava olhando para mim.

Felipe: Então era você as miragens que eu estava vendo ?

Matheus: Eu estava muito triste e perdido, mais que bom que encontrei você... Só não entendo o que aconteceu. Porque todos me ignoram?

Ele estava morto e com certeza era uma espécie de fantasma mas não me dava medo, eu estava feliz demais por ele poder estar comigo para sentir isso. Mas ele parecia não saber que estava morto e eu tinha que mostra-lo a verdade...

Felipe: Matheus... do que você lembra antes de se perder ?

Matheus: Lembro-me de está com você na praia. A gente tinha se divertido, e quando nos saímos eu acabei caindo no sono, e acordei aqui... E logo depois as pessoas começaram a me ignorar.

Eu não podia falar que ele tinha morrido, não quis dá-lo um choque de realidade, eu não podia fazer isso, tenho medo que com isso ele desapareça, talvez seja melhor que ele descubra sozinho... Mas se ele está aqui, algum motivo deve ter. Ele deve ter algum assunto pendente, algo que queria ou deveria fazer mais não fez. Afinal, não é isso que dizem que acontece quando alguém vira um fantasma ?

Matheus: Porque você está me olhando assim ? Você está meio pálido..

Felipe: Por nada, estou muito feliz que você esteja aqui comigo.

Matheus: Estou feliz por estar com você.

Felipe: Me diga... Você tem algo que gostaria de fazer, algo que ainda não tenha feito?

Matheus: Eu? Hum... Eu queria que as pessoas parassem de me ignorar. Até a minha família ta...

Felipe: Não se preocupe, eu nunca vou te ignorar!

Matheus: Mas você só falou comigo direito, quando chegamos nessa praia.

Verdade, eu só pude vê-lo normalmente na praia, antes ele era só um vulto... Será que os boatos sobre essa praia são verdadeiros?

Matheus: Felipe... você me levaria para algum outro lugar? Sabe... além da praia, tem vários outros lugares que eu gostaria de ver que nunca vi.

Eu pensei, “Será isso ? Será que é um lugar que ele deveria ter visto ? Tenho que leva-lo! mas como eu vou vê-lo estando fora dessa praia ?” Olhei para o Matheus e ele estava caminhando para fora da praia, fiquei muito nervoso até que quando ele saiu da praia percebi que eu ainda podia vê-lo. Ele estava andando em direção a rua em que ele tinha morrido, talvez se ele ver o local ele se lembre da sua morte, e desapareça! Não quero que ele tenha a memoria daquela cena horrível..

Felipe: Matheus! Já sei! Vamos para o farol! La é um ótimo lugar para olhar o horizonte e ver a vista da cidade.

Matheus: Aqui tem um farol?

Felipe: Tem sim, mais fica na outra praia, vamos ter que andar um pouco...

Matheus: Não ligo de andar.. se para você estiver tudo bem podemos ir.

Enquanto andávamos para a praia, eu não conseguia para de olha-lo. Por mais que eu tenta-se parar não conseguia, eu estava muito feliz por ele estar ali comigo, mesmo estando morto ele é muito especial para mim e eu ainda tinha a chande de faze-lo sorrir novamente. Mas tenho receio que talvez esteja assim por minha culpa... Talvez ele já pudesse estar descansando em paz se não fosse pela minha intromissão na vida dele...

Matheus: Olha! Já da para ver o farol daqui!

Felipe: Sim, é ele mesmo.

Matheus: O farol... é um lugar romântico né...?

Felipe: Sim, se eu tivesse uma namorada eu a levaria lá.

Matheus: Então você não tem?

Felipe: Infelizmente não tenho ninguém que eu goste ainda.

Matheus: Ninguém mesmo?

Felipe: Não, ainda não.

Ele parecia estar meio desapontado, estranhei por ele ter ficado assim só por eu não ter uma namorada. Será que ele me admirava por ter uma vida completa ou algo do tipo?

Matheus: Olha uma escada... não parece muito segura...

Felipe: É segura sim, pode subir

Matheus: ok...

Ele subiu a escada do farol que parecia ter uns 25 metros, no fim da escada tinha uma pequena entrada que era para o técnicos entrarem para realizar a manutenção do local, mas lá dentro tem acesso as escadas que levam a parte de cima do farol onde se encontra a luz. Nos entramos naquela pequena entrada e subimos as escadas, o Matheus era muito desajeitado ele quase caia o tempo todo tropeçando enquanto subia as mesmas e eu estrava sempre ajudando ele a subir dando um empurrãozinho em suas costas quando ele parecia perder o equilíbrio.

Matheus: Desculpa por estar te dando tanto trabalho...

Felipe: Que nada, vamos lá! estamos quase chegando!

Finalmente acabamos de subir as escada e já podíamos ver a grande lampada do farol que estava apagada por ainda estar claro e ser de tarde, logo nos podíamos olhar para a lâmpada sem nenhum problema.

Matheus: Olha!!!! Essa é a maior lâmpada que eu já viii!!

Felipe: Ta quase de noite, cuidado melhor não olhar para ela logo logo ela pode acender pois foi programada para acender logo apos o por do sol.

Matheus: Sim Sim, olha como é lindo a praia olhando daqui.

Felipe: Sim..

Matheus: A água é tão linda, não sei como ela não passa da praia, olhando daqui vendo toda essa água, eu sabia que existia muita mais nunca tinha visto tanto assim. Se for para comparar eu acho que tem mais água pra la do que terreno na nossa cidade.

Felipe: Olha ali do outro lado, da para ver a nossa escola.

Matheus: Da para ver minha casa também, e aquele campo. A arvore parece baixinha daqui, devemos estar bem alto.

Felipe: Sim, nos estamos.

Matheus: Da até um pouco de medo.

Felipe: Não se preocupa é totalmente seguro!

Matheus: Não me preocupo comigo, não sei porque, eu sinto que nada vai me acontecer, mas eu me preocupo com você.

De repente, a luz do farol acendeu e percebi que já tinha escurecido.

Felipe: Cuidado não olha pra traz, a luz acendeu. Olha ali naquela montanha, quando a luz passa por la, da para ver nossa sombras.

Matheus: É mesmo! Olha! você é mais alto.

Eu não estava me divertindo tanto quanto o Matheus e vê-lo sorrindo e rindo me fazia muito feliz.

O Matheus me abraçou, ele estava me apertando muito forte.

Matheus: Felipe.... Obrigado por me trazer aqui...

Felipe: Ainda vamos em muito mais lugares!

Matheus: Promete ?

Felipe: Sim!

Ele parou de me abraçar e estava me olhando cara a cara. A luz do farol ficava passando pelo seu rosto e eu tinha uma impressão de que ele estava prestes a sumir. Vendo-o chorar na minha frente, mesmo que ele estivesse chorando de felicidade me fazia sentir que eu estava perdendo ele, parecia que ele iria desaparecer, fechei os olhos e quando percebi, meus lábios estavam tocando os dele, nos dois estávamos muito vermelhos pude ver um brilho nos seus olhos quando abri os meus, mais rapidamente me afastei.

Felipe: Me desculpa... Não sei o que deu em mim...

Olhei para ele e dei por mim que ele ainda estava lá, não tinha sumido. Então peguei sua mão e fechei os olhos para não olhar pra luz e pedi para ele fazer o mesmo, depois o guiei até a saída do farol onde nos descemos as escadas e saímos pela mesma porta que tínhamos entrado.

Matheus: Felipe...

Felipe: Sim

Matheus: Eu posso ir dormir na sua casa? Na minha estão todos me ignorando... Eu não quero ir pra lá.

Felipe: Entendo.. Tenho certeza que meu pai não vai ligar, pode vir.

Nos fomos andando até minha casa que não ficava muito longe.

Eu estava muito feliz por pode vê-lo mesmo estando do lado fora da praia, estava muito feliz também por ele está comigo. Nada mais importava, apenas o fato que ele estava ali.

Chegamos na minha casa e subimos direto pro meu quarto. Eu arrumei a cama para ele dormir e peguei uma coberta para montar uma cama improvisada no chão e deitei.

Matheus: Mas... a cama é sua...

Felipe: Sim, e você é meu convidado. Não posso dormir na cama enquanto você dorme no chão. A cama hoje é sua! pode dormir ai.

Matheus: Ta bom..

Ficamos la deitados um de frente pro outro, ele na cama e eu no chão. Toda vez que eu olhava para ele, via que estava com os olhos fechados mas enquanto eu estava com os olhos fechados eu sentia uma impressão de estar sendo observado.

Eu fechei os olhos e quando abri novamente pude ver o Matheus deito no chão bem do meu lado, pensei que ele podia ter rolado dormindo e caído da cama sem querer, então disfarcei que também estava dormindo e pus a mão por cima dele o abraçando. Quando ia encosta-lo ele virou de costas pra mim e então abracei, ficamos lá no chão deitados de conchinha. Quando percebi estava excitado olhei para o rosto do Matheus, e ele estava vermelho, pude perceber que ele tinha reparado mas eu continue fingindo que estava dormindo e continue abraçando ele até eu pegar no sono.

Amanha com certeza meu pai vai me obrigar a ir à escola de novo, e não sei como vai ser, queria ficar aqui com o Matheus. Só espero que amanha seja um dia bom e sinto que cada vez mais eu estou mais próximo dele.

Eu adormeci.

~Continua





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