Aishiteru escrita por Dibigo


Capítulo 4
Gustavo ?




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Vozes desconhecidas:

– Ele só desmaiou? Está demorando a acorda... O Pai dele já levou alta a uma semana tendo um acidente grave, e ele ainda está ae...

– Realmente doutor, o caso dele não era nada grave, não faz sentido ele ter entrado em coma.

Eu acordei sem lembrar nada, demorou poucos segundos para que viesse a minha cabeça a noite em que eu desmaiei e me lembrar do que tinha acontecido com o Matheus.

Felipe: NÃAAOOOO!

Doutor: O paciente acordou, prepare a morfina, ela pode ser necessária

Auxiliar: Sim.

Felipe: Onde estou? Cadê o Matheus!?

Doutor: Matheus ? Garoto, você está em coma a dois meses

Felipe: Dois meses? E o Matheus?! Cadê ele? Como ele está? Ele ta bem?!

O medico saiu do quarto em que eu estava com um olhar meio triste, então pude perceber que o Matheus realmente estava morto, que ele não tinha sobrevivido. Tudo o que eu tinha feito para fazê-lo feliz foi em vão e que eu só tinha piorado as coisas, porque antes de me conhecer ele estava pronto para morrer, eu o fiz querer viver, e pior! Eu o fiz morrer, fui eu que o levei para a praia, a culpa é toda minha.

Não pude evitar, estava chorando muito.

Thiago: Filho?

Meu pai estava na minha frente, ele parecia estar bem, mais mesmo assim eu não conseguia parar de chorar.

Thiago: Filho, eu estou bem, não precisa se preocupar. Em pensar que você ficou assim por minha causa? Veja, eu já estou mais do que bem! E vou cuidar de você!

Felipe: Você tem noticias sobre o Matheus?

Thiago: Matheus..? Não sei quem....

Thiago: Ah! Aquele menino que você trouxe para o hospital? Sinto muito meu filho mais ele está morto.

As palavras do meu pai só confirmou o que eu já sabia, ele estava morto! Não sei o que fazer agora, não sei como eu posso viver assim, sinto um grande vazio no meu peito. Será culpa? A porta do quarto em que eu estava abriu novamente entrou um homem de branco.

Doutor: Pai, pode levar seu filho para casa, ele já está bem.

Thiago: Ouviu isso meu filho ? Você está bem! Vamos pra cara agora, ta ?

Meu pai me levou ate o carro e dirigiu ate em casa, quando chegamos lá eu vi um menino sentado na porta da minha casa. Quando o meu pai estacionou o carro o menino se levantou, mal sai do carro e ele já esteva me encarando quando finalmente fui em sua direção e o vi bem reparei que era o Matheus! Ele estava em pé, vivo na minha frente! Mais tinha algo estranho, o cabelo dele estava maior e totalmente preto, o seu corpo estava meio diferente, mais forte, ele não parecia em nada com o Matheus que eu conheço, sua expressão era firme totalmente ao contrario da expressão frágil que ele tinha.

Suposto Matheus: Oi...

Felipe: Oi...

Suposto Matheus: Você é o Felipe?

Pude perceber que realmente não era ele.

Felipe: Sim, prazer.

Suposto Matheus: Eu sou Gustavo, irmão gêmeo do Matheus... Ele me falou muito sobre você, eu soube que você o levou ao hospital antes da morte dele. Obrigado.

Dava para perceber que o Gustavo estava firme e que não expressava nenhum tipo de tristeza, mas eu não conseguia entender porque ele estava me agradecendo, pois não fiz nada além de adiantar a morte dele e de fazê-lo ter uma morte triste.

Felipe: Desculpe mais eu não fiz nada de mais.

Gustavo: Como não!? Meu irmão falou muito bem sobre você, tenho certeza que você conseguiu fazê-lo sorrir, e eu fico realmente feliz em saber que ele teve um momento feliz antes de partir.

Felipe: Mais por minha culpa... ele morreu...

Gustavo: Ele ia morrer de um jeito ou de outro. Alias logo eu terei o mesmo destino, além de sermos irmãos gêmeos eu também nasci com leucemia, mais por alguma razão me mostrei mais resistente a doença e minha data de validade é maior.

Felipe: Quer dizer que ?

Gustavo: Mais não faz diferença nenhuma, pois só tenho um mês de vida agora.

Felipe: Mais você parece tão vivo

Gustavo: Sim, não vou deixar essa doença me levar. Vou viver cada minuto.

Ele não tem nada parecido com o Matheus, sua personalidade é totalmente o contrario, mais olhar para ele me faz lembrar aquele dia terrível, da morte do meu amigo. O Gustavo foi embora correndo e ele parecia muito vivo. Eu fui para o meu quarto e estava tudo como eu tinha deixado antes de sair para ir pra praia com o Matheus. Deitei-me na cama e as lagrimas começaram a cair do meu rosto de novo, não conseguia parar de chorar, minha respiração estava cada vez mais fraca e começaram os soluços, meu pai correu pra o meu quarto e me abraçou, mas nada que ele fazia conseguia me acalmar. Fiquei com a respiração totalmente bloqueada, quando parei finalmente de chorar e consegue respirar. Por algum momento pensei que iria morrer chorando o que acho que não seria tão ruim..

Meu pai ficou ao meu lado e acabei adormecendo. Foi como se eu tivesse apenas piscado, um minuto estava deitado com o meu pai do meu lado e no outro eu estava deitado na minha cama sendo acordado pelo despertador, olhei para a janela e o vi! O Matheus estava na calçada da minha casa me olhando pela janela, eu estava vendo, mais quando eu dei por mim ele não estava mais lá, seria apenas uma miragem?

O relógio marcava 6 horas da manha, o horário que eu deveria me arrumar para ir a escola. Pensei que seria inútil eu ir para escola pois tinha perdido muita matéria das aulas enquanto estava no hospital.

Thiago: Filho, eu quero que você vá para escola.

Felipe: Mas... eu já perdi esse ano...

Thiago: Talvez se verdade, mas mesmo assim você não pode desistir! Eu quero que você vá para escola e dê o seu melhor para recuperar o tempo perdido.

Felipe: Ok...

A voz do meu pai vinha por de traz da porta, ele não tinha entrado no meu quarto, acho que ele estava querendo me dar espaço mas só me fez eu me sentir mais sozinho.

Olhando para o meu uniforme, me lembrei do Matheus usando ela, essa camisa laranja horrível que ficava tão bem nele. Tudo me fazia lembrar ele, mais não tem problema eu sei que vou conseguir superar, mas quem eu to querendo enganar? Não sei por que eu ainda estou vivo.. Mas vou continuar vivendo, vou viver por ele!

Peguei meu uniforme e me vesti e fui para a escola, ao chegar lá, encontrei eles. Eram os garotos que tinham provocado a morte do Matheus, mais tinha mais alguém com eles, era o Matheus! Não, era o Gustavo... Por alguns segundos pensei que era ele, não sei como vou me acostumar com isso.

Eles estavam brigando, o Gustavo estava batendo nos três. Eu tive medo por alguns estantes achei que eles matariam ele como fizeram com o Matheus, mais ele não era fraco, ele na verdade estava batendo no três ao mesmo tempo. Quando o diretor Diretor chegou para separar a briga e levou o Gustavo os alunos já tinham levado um grande surra, mas não sei o que aconteceu com o Gustavo depois disso...

Eu entrei na sala e sentei no lugar de sempre e fiquei esperando a professora como de costume, quando eu olhei pro lado e percebi que todos ficavam me encarando como se eu fosse um estranho que tivesse feito algo ruim, até que a professora chegou na sala

Professora: Felipe, pode se retirar da aula por favor.

Felipe: Eu não estou entendendo professora....

Professora: Você já tem faltas suficientes para se reprovado, então não faz sentido você estar aqui.

Felipe: Eu ainda não estou entendendo...

Professora: Eu não te quero aqui, na verdade ninguém da turma te quer aqui, saia, por favor.

Olhei novamente para toda da turma e estavam todos me encarando, eu não entendi o que tinha acontecido, até que ouvi cochichos.

Vozes desconhecidas:

– Fiquei sabendo que foi ele que matou aquele garoto com leucemia, parece que pegaram os dois perto de um hospital, ele bateu tanto no garoto que quebrou vários ossos dele.

– Verdade, é ele mesmo! Ele é um monstro!

Fiquei sem reação nenhuma, eles achavam que eu tinha matado o Matheus? Como? Tudo que eu fiz foi querer ajuda-lo! Sai com muita raiva da escola e fui correndo para o campo onde o conheci. Ao chegar, subi na arvore, e estava me sentindo muito triste, olhei para frente e vi a praia onde tudo aconteceu. Quando olhei para baixo vi o Matheus, ele estava parado me olhando, mas quando pisquei os olhos, vi que não estava mais. Era apenas outra miragem. Senti vontade de ir a praia mais tinha medo do que podia acontecer lá mas como estava no horário escolar, os garotos não tinham como estar lá já que estavam na sala. Eu poderia ir sem nenhum problema. Então tomei coragem e fui andando até a praia e ao chegar, eu deitei na areia e acabei adormecendo quando acordo ouvindo uma voz muito familiar.

~Continua





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