Aishiteru escrita por Dibigo


Capítulo 3
Matheus!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/307069/chapter/3

Mais uma noite se passou e hoje acordei meio tonto, mas não consigo me lembrar direito com o que tinha sonhado, só consigo me lembrar que estava triste nele mas não sei o porque.

Ao levantar da cama eu fui direto ao meu armário pra pegar minha sunga me preparando para ir a praia, mas não consegui achar... Então eu teria que usar uma das minhas cuecas limpas causa queira entrar na água, que infelizmente eram todas brancas, eu tive que ir com uma delas o que me preocupou um pouco, pois ela podia ficar transparente mas não teria problema nenhum se eu não tirar a calça na hora de entrar na água.

Eu fui até o armário da cozinha para ver se tinha alguma comida que eu pode-se levar e ao chegar lá, eu encontrei o meu pai deitado no chão da cozinha, ao olhar mais de perto percebi que tinha uma poça de sangue embaixo da cabeça dele, fiquei paralisado, não sabia o que pensar, até que quando voltei a mim dei um grito de desespero.

Felipe: MÃEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Fui o mais rápido possível até o quarto dos meus pais procurar pela ajuda da minha mãe mas ele não estava lá e toda a roupa dela tinha sumido do armário, e ela não respondia ao meus gritos, pensei que ela tinha fugido. Não! Ela fugiu! Não sei se foi ela a pessoa que matou meu pai. Quando dei por mim tudo tinha se apagado e eu acordei no hospital. Eu tive noticias do meu pai, ele estava internado em estado grave mas pelos menos ainda está vivo. O medico me deu alta para eu ir para casa, então quando olhei o relógio e percebi que era meio dia e meia, o horário de saída da minha escola, me lembrei do Matheus e fui até a escola tentando encontra-lo.

Quando cheguei na escola, e o Matheus estava sentado na escada da entrada me esperando.

Matheus: Felipe! Está tudo bem ? Você demorou...

Felipe: Me desculpa...

Matheus: Ainda vamos para praia?

Ele estava com uma expressão tão animada no rosto que eu não podia negar a praia mesmo ainda estava muito mexido com o que aconteceu com os meus pais, mas na verdade, acho que ficar com o ele vai me ajudar a relaxar...

Felipe: É Claro que sim! Vamos!

Procurei não demostrar minha tristeza. Como eu poderia fazer ele feliz contanto coisas tristes? Fomos andando até a praia.

Matheus: Você está diferente hoje, está com um olhar meio triste. O que foi que aconteceu?

Felipe: O que? Deve ser impressão!

Matheus: Felipe, acha que eu sou burro ? Da para perceber que você ta tentando não parecer triste, mas eu vejo nos seus olhos a verdade. O que aconteceu ?

Felipe: Aconteceu umas coisas, mais não quero pensar nisso, eu quero ficar aqui com você e zoar na praia, olha uma onda, vamos nadar?

Olhei pro Matheus e vi que ele estava tirando a calça, mostrando que estava usando uma cueca branca. Ele andou para a água logo quando vinha uma onda contra ele, me passou pela cabeça que ele disse que nunca tinha ido a praia e que supostamente ele não saberia que a cueca branca podia ficar transparente se molhada.

Felipe: Matheus... é melhor você por...

Quando ele se virou para minha direção a onda bateu nas costas dele molhando toda a parte de trás do seu corpo, sendo do cabelo até o calcanhar. Olhei para ele e vi que a cueca estava transparente, estava aparecendo a sua bunda toda, era quadradinha não pude evitar, fiquei encarando.

Matheus: Que foi ? Porque você está me olhando assim ?

Vi que ele estava ficando vermelho.

Felipe: É que... está transparente...

Ele se virou para esconder a parte transparente, quando dei por mim eu tinha ido a sua direção e o empurrei na água, molhando ele totalmente. Estava totalmente transparente! Dava para ver tudo, ele me derrubou de volta quando percebeu que eu iria ver, quando veio uma onda que levou minha calça e me deixou na mesma situação que do que ele, com uma cueca totalmente transparente.

Matheus: Ta transparente...

Felipe: Minha calça!

Quando olhei novamente, minha calça tinha sido levada pela correnteza e a única coisa que eu tinha para me cobrir era minha mochila, sai da água e fui correndo para areia e me cobri com a mesma, meu coração estava batendo tão forte que parecia que ia explodir, olhei para o Matheus ele estava rindo..

Felipe: Não sei se você esqueceu mais você a sua também está transparente.

Então ele correu e sentou de costas atrás de mim, ficando nossas costas coladas uma na outra.

Matheus: Pronto, assim você não olha para mim nem eu olho para você.

Felipe: vamos ter que esperar secar....

Matheus: Já sei, se eu tirar ela, vai secar mais rápido em cima daquela pedra.

Felipe: Tirar?

Matheus: Sim, você esta de costas mesmo.

Felipe: Então também vou tirar a minha...

Tiramos nossas camisas e cuecas e ficamos sem roupa nenhuma, sentados um de costas pro outro, esperando nossas cuecas e camisas secarem numa pedra que estava no sol, a minha estava na minha frente, e a dele eu não via.

Matheus: Essa praia é deserta né ?

Felipe: Sim.. Geralmente as pessoas não vão para essa praia..

Matheus: Por que?

Felipe: Dizem que alguns espíritos vêm para cá de noite.

Matheus: Mesmo?

Felipe: Mais é só um boato, eu não acredito.

Matheus:Hum... Quando eu morrer, se eu vir para cá, você vem me ver ?

Felipe: Não diga isso!

Matheus: Sabe... eu já tinha aceitado que ia morrer, minha vida sempre foi chata, mas agora... Eu estou me divertindo muito! Eu queria ter te conhecido antes... eu nunca tinha tido um dia divertido assim.

Felipe: Não precisa se render a morte, podemos dar um jeito, vamos tentar te curar!

Matheus: É impossível, mas eu admito... Eu quero viver...

Então ouvimos um barulho, rapidamente peguei minha cueca que já estava seca e vesti, quando olhei para traz ele ainda estava vestindo a dele e pude vê-lo por um tempo ele nu. Quando percebi que ele ia olhar para minha direção eu virei para o lado tentando disfarçar mas acho que ele percebeu que eu estava olhando.

Depois de vestidos saímos da praia, eu tinha, e encontramos os alunos da escola que implicavam com o Matheus. Eles estavam passando pelo local e vieram em nossa direção:

Aluno01(Baixinho): O que os dois estão fazendo nessa praia sozinho?

Felipe: Oi pessoal, estávamos checando essa historia de espíritos e realmente é só um boato.

Aluno02(Feio): E porque estão sem calça ?

Matheus: .....

Aluno03(Bonito): Bom, acho que vamos ter que puni-lo por estar andando no nosso território.

Felipe: Como assim? Eu sempre vim pra cá, você tem nada haver com isso. E se eu entrei na água ou não o problema não é seu.

Matheus: Felipe... eu não to me sentindo muito bem...

Felipe: Nos vamos agora, boa noite para vocês.

Então puxei a mão do Matheus, mais dois dos alunos, o baixinho e o feio me socaram no estomago me fazendo solta-lo por reflexo e assim que eu me baixei de dor eles me seguraram me imobilizando.

Aluno 03(Bonito): Desculpe Felipe, tenho nada contra você mas não vou deixar esse outro ficar andando pelo meu território assim, ele acha que pode entrar no meu território e sair assim ? Vou ter que puni-lo!

Felipe: Mais ele está comigo! Para! Deixa-o em paz!

Aluno 03(Bonito): Não dá, não quero. Alias não quero escutar seu blá blá blá, amordacem ele.

O baixinho tirou sua meia e amarrou na minha boca, o gosto amargo me deixa enjoado e aumentava ainda mais minha raiva. Olhei para o Matheus, ele não parecia estar com medo mais estava com uma expressão ruim, estava parecendo que estava enjoado. O terceiro aluno foi em cima dele e começou a socá-lo, acertava o seu rosto inúmeras vezes enquanto ele tentava se equilibrar e ficar de pé, eu tentava me soltar com todas minhas forças mas não conseguia. Pude ver o Matheus desmaiando mais não parecia ser pelos socos, ele tinha desmaiado sozinho. Eu me lembrei que ele tem leucemia, tentei falar mais não saia palavras por causa da mordaça e ele continuava apanhando mesmo estando desmaiado e sangrando, sendo chutado na barriga, nas pernas, na cabeça, mesmo saindo mais sangue ele não parava.

Não conseguia suportar a cena e lagrimas estavam saindo do meu rosto quando finalmente consegui me soltar e empurrei o aluno que estava batendo no Matheus. Eles se levantaram e fugiram, eu iria atrás deles mas eu estava vendo que o Matheus estava coberto de machucados e sangue, senti o pulso dele e percebi que estava cada vez mais fraco. Peguei ele no colo e corri em direção ao hospital que ficava longe, mas como a praia é deserta não tinha ninguém que eu pode-se pedi ajuda por perto, então corri com todas as minhas forças, até que quando finalmente eu cheguei perto do hospital e já podia vê-lo, olhei novamente pro Matheus e percebi que ele parecia estar morto.

Felipe: MATHEEUUUS!!!!!!!

Com o meu grito, apareceram uns paramédicos, que tiraram o Matheus do meu colo e o levaram, mas eu sabia! Ele estava morto. Não podia acreditar que aqueles alunos tinham sido capazes de fazer isso e que depois de faze-lo querer viver, ele estava morto, e tinha morrido na minha frente sem eu poder fazer nada! Eu estava chorando quando dei por mim.... Apaguei.



~Continua


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aishiteru" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.