Apenas Você. Where Soul Meets Body escrita por Thata Fics s22


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

De todos os capítulos, eu acho que esse é o meu preferido, a hora em que... não, não vou dizer nada, apenas o de sempre: Espero que gostem.



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        Eu não sei o que eu estou sentindo. São tantos sentimentos, vergonha, incerteza, raiva... Uma imagem me vem à cabeça, eu dando vários socos e chutes em Cal. Que horror, essa não sou eu. Não sou eu. Penso e estou tentando me manter calma. Cal acabou de dizer que me queria. Ele me queria naquele sentido, mesmo sabendo que eu estava com Ian. Meu Ian. Meu Deus, ele disse que Ian não me merecia que ele não era capaz de me dar à felicidade. Como ele ousa me dizer uma coisa dessas, a minha felicidade é ele. Eu não quero ninguém a não ser ele. Eu amo ele mais que tudo.

         Tentei me soltar mais uma vez dele e dessa vez ele deixou. Então devagar eu me agachei, colocando metade do meu peso sobre as minhas coxas e a outra metade sobre minhas mãos. Eu queria pensar. Eu tinha que ter um tempo para colocar meus pensamentos em ordem. Como eu acharia uma saída agora? Ian estava a alguns metros de mim, a única coisa que nos separava era uma parede de pedra, que nem era muito grossa enquanto eu estou aqui com Cal. À alma que ele não suportava. Alma que o fez pensar que ele não me merecia.

         -Cal. Temos que sair daqui. –minha voz esta fraca.

         -Peg, não fique assim. –ele se abaixou e colocou sua mão sobra a minha. –Eu sei que é estranho, mas é a verdade. Fique comigo, eu sou o melhor pra você. Olhe.

         Ele puxa meus ombros até que eu possa ver Ian pela fenda. Ele ainda esta furioso e o nariz de Kyle esta pingando um liquido vermelho.

         -Fique calmo Ian. Eu só estou dizendo a minha suspeita. As pessoas erram, por que as almas também não podem errar? –Kyle diz tentando tranquilizar o irmão.

         -De novo. Peg disse que não tem nada com aquela alma. Ela me explicou tudo e se ela diz que não tem nada com Cal. Então ela não tem nada com Cal. Peg jamais me trairia. Nunca. –ele rosna de volta.

         -Viu. Ele não é pra você. Eles são agressivos. Você tem que ficar com quem realmente pode te dar algo melhor. Melhor do que toda essa violência. –Todo esse tempo estávamos sussurrando, mas sua voz aumentou gravemente.

         Dou um pulo e tampo sua boca.

         -Shhh. Quer que Ian nos escute?

         Ele franze o cenho pra mim e quando vejo que é seguro eu o solto.

         -Cal, eu amo Ian. É com ele que eu vou ficar. Você é só o meu amigo. –minhas palavras o ferem e eu me arrependo. Não gostava de provocar dor em ninguém.

          -Mas, Peg, ele não a merece. Não consegue ver o monstro que ele é?

          -Você. Não. Sabe. Nada. Sobre. Ele. –falo entre dentes.

          Ficamos ali. Encarando-nos, como duas crianças, cada um com sua opinião formada. Ele querendo que eu seja dele, enquanto eu já tinha a pessoa com que eu quisesse viver o resto da minha vida.

          -Ele não é o melhor pra você.

          -Não me importa, é com ele que eu quero ficar.

          -Eu não posso deixar. Ele vai fazer mal a você.

          -Você não tem que deixar nada. –Me levanto. Ele acabou com a minha paciência. Não quero ficar ali nem mais um minuto. Ele não podia simplesmente falar essas coisas e ficar por isso mesmo. –eu espero que você esqueça essa conversa, não quero ter que parar de falar com você. –por fim lhe dou as costas.

          -Peg.

          Ele me segura pelos ombros novamente. Ele me lança um olhar que eu conheço bem. Era o mesmo olhar que Ian me direcionava todas as noites antes de ir dormir. Um olhar cheio de desejo. Tenho vontade de gritar para ele, lhe dizendo que aquilo nunca me afetaria, que ele nunca seria como o Ian para mim, mas eu não consigo. Minha garganta esta seca, de jeito que meu grito sai baixo porem estridentes.

           -Eu não posso deixar você se prejudicar. Apenas fique comigo. –aquilo não era um pedido.

           Eu não consigo me mexer mediante aquele olhar, mas são consigo entender o por que. Seu rosto esta a centímetros do meu.

           -Cal. Não.

           Ele me ignora. Estou pressionada contra a parede, coloco minhas mãos em seu peito, mas elas são inúteis, esses braços são fracos demais. Seu rosto esta cada vez mais perto. É inútil penso fechando os olhos a espera do beijo que estava por vir.

           -CAL!!! –eu e Cal demos um pulo. Ele fica de frente para Ian e me esconde atrás dele.

           Ah... Que voz linda. Mesmo ela envolvida com aquele sentimento horrível, ela conseguia ser divina aos meus ouvidos. Ele esta aqui, ele não vai deixar de lutar por mim. Nunca.

          -O que você esta fazendo com a minha Peg? –ele berra.

          -Eu disse, eu disse que...

         -Kyle, calado. E então Cal, você vai me dizer ou eu vou ser obrigado a te fazer falar?

         Minha felicidade some. Ian estava aqui, porém com muita raiva e Cal nunca passara por isso nas cavernas. Tento fugir, ir até Ian e tentar convencê-lo de que nada daquilo era o que ele estava pensando, mas Cal me segurou firme.

         -Você não vai até ele. Não esta vendo como ele é perigoso para você?

         Não lhe dou ouvidos, tento mais uma vez fugir dele, mas ele me pressiona firme contra a parede, por fim me dou conta de que estou derrotada e respiro fundo. O jeito vai ser esperar e tentar falar com Ian daqui. Ele tinha que me ouvir.

         -Ian, por favor, Cal esta confuso, não fique com raiva dele, ele...

         -Cale já essa boca sua vadia!! Te pegamos com a boca na botija. Quero ver Ian te defender agora.

         Ouço um baque e Cal começa a tremer. Já sei bem o que ouve.

         -Eu já disse pra você ficar calado. Nunca. Jamais ouse falar desse jeito com a Peg. Graças a ela você tem a Sunny seu ingrato. –ele gritou.

         Ai meu deus, Ian estava fora de si. Rezei mentalmente para que tudo desse certo.

         -Ian, por favor, fique calmo. Cal esta apenas preocupado com meu bem estar, certo Cal? –eu espero que com esse susto ele pare já com tudo isso e desista, mas não é bem assim que acontece. Sua postura fica ainda mais rígida e protetoramente sobre mim.

         -Você acha mesmo que vou deixar você com ele Peg? Olhe para o estado dele. Não seja ridícula. Fique aqui comigo. –ele me tira de traz de suas costas e me segura contra seu peito. Vejo o rosto de Ian contorcido pela raiva e tento ir para seus braços mais uma vez. –Não Peg. Para com isso. Ele não é pra você.

         Será que ele não enxergava como Ian estava com raiva? Por mais que Cal tivesse me dando nos nervos eu não queria que Ian o machucasse. Eu tinha que acalma-lo. Ergo meus braços em sua direção e abro as mãos num sinal de Pare.

         -Ian, esta vendo. Ele só esta preocupado. –minha voz não traz a segurança que eu pretendia passar para ele e sua testa se enruga ainda mais.

         -Ele quer te roubar de mim.

         -Não Ian, ele não quer.

         -Você o quer Peg?

         -O que? Claro que não. Eu amo você. Eu quero você. É apenas você.

         -Ótimo! –e ele vem correndo até nos.

         -Ian. –Kyle gritou, mas já é tarde demais. O punho fechado de Ian acertou bem na cara de Cal, fazendo Cal cair para traz, bater a cabeça na parede e eu cair em cima dele.

         Cal ainda me envolvia com os braços quando Ian me puxou para longe dele.

         -Largue-a. Eu disse que ela não queria nada com você. Eu te avisei o que aconteceria com você se você não ficasse longe da minha Peg, não te avisei? Arque com as consequências agora –e assim que ele me tirou dos braços de Cal, ele começou a distribuir vários chutes.

         -Ian, não. Olhe o que você esta fazendo com ele. Pare. –e meus olhos estavam cheios de lagrimas. Eu era a culpada pelo sofrimento do meu amigo. –Kyle, me ajude aqui. –gritei para ele, mas ele levantou as mãos do mesmo jeito que as fez um minuto atrás com Ian.

         -Lamento Peg. Ian o avisou e eu já apanhei de mais por hoje. –ele apontou para o próprio nariz ensanguentado.

         O jeito era eu mesma cuidar disso. Puxo Ian pelos braços, ele nem sai do lugar. Empurro- o, mas não obtenho muito sucesso, agora ele esta intertido dando vários murros no rosto perfeito de Cal. Então faço a primeira coisa que me vem à mente. Puxo seu braço novamente e lhe mordo.

         -Droga Peg. –Ele me empurra e eu consigo finalmente tira-lo de cima de Cal.

         Sinto dor quando o vejo examinar os danos provocados pelos meus dentes, mas não paro, corro para ficar entre ele e Cal. O meu Deus, ele estava irreconhecível. Seu rosto estava cheio de sangue e hematomas roxos. O cabelo ruivo também esta todo lambuzado e espero que a mancha no chão vermelha seja apenas seu cabelo.

        -Ian, O que você fez? Ele esta... –não consigo terminar, os soluços vencem e eu me jogo sobre o peito de Cal. Era tudo a minha culpa.

        -Não, ele só esta desmaiado.

        Não lhe direcionei o olhar, estava ocupada demais examinando os danos. Eram muitos, ele devia estar com uma costela quebrada, o nariz e o braço. Era horrível.

       -Vamos Peg. Temos que sair daqui.

       -Não Ian. Não posso, não dá. Cal precisa de mim. –eu falo por entre as lagrimas.

           -Você não pode ficar aqui, não vai demorar muito para o grupo dele vir procura-lo, não podemos ficar aqui é perigoso vamos. –ele me pega pelos braços, esta me levando, não quero ficar longe do corpo do Cal. Ele precisa de mim.

           -Não. –Mais não da para lutar contra aqueles braços fortes. Ele me segura pela cintura e me força a ficar de pé. –Ian, ele precisa de mim. Ele esta...

          Ele não diz nada. Apenas continua, nos juntamos a Kyle, que não disse nada, ele não demorou muito para nos deixar sozinhos e quando Ian viu que eu não tinha estrutura nenhuma para continuar adiante, ele me pegou em seus braços.


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