Apenas Você. Where Soul Meets Body escrita por Thata Fics s22


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do novo capitulo. Obrigada para os que tem comentado e realmente gostado. Aproveitem.^^



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         Bocejo e me espreguiço como todos os dias. Mas tem algo errado aqui, penso franzindo o cenho. Lembro que eu só faço isso depois que consigo sair debaixo de um Ian sonolento. Meu braço procura freneticamente seu corpo ao meu lado. Nada. Sento-me esfregando os olhos e tentando clarear a mente, os acontecimentos da noite anterior me vêm como flashes e tenho vontade de sumir.

        Levanto sem pestanejar, pego minha escova de dente e minha toalha. Vou desanimada para a sala de banhos e ameaço voltar para o quarto quando vejo Jamie, Jared e Melanie. Todos levantam seus olhares preocupados e vêm com passos largos em minha direção. Jamie é o primeiro a chegar, ele me abraça afundando seu rosto no meu pescoço.  Depois Melanie me lança um olhar questionativo e raivoso enquanto Jared depois de muito tempo sem nos falar afasta Jamie e me abraça, me tirando do chão me deixando encabulada com sua reação.

         -Peg, o que ouve? Esta tudo bem?

         -Estou bem Jared. Eh... Pode me colocar no chão agora.

         Ele me olha ainda preocupado e parece estar pensando se é o melhor a se fazer. Reviro os olhos, perante sua atitude e ele me ignora, mas faz o que lhe peço.

        -Peg, você parece triste. Você chorou? –balanço a cabeça em reposta –Você ta pálida. Comeu alguma coisa? –balanço novamente a cabeça.   

        -Jamie, Jared, podem me deixar um minuto a sós com Mel? –pergunto interrompendo Jamie e Jared. Nossa, eles estão realmente preocupados comigo, minha aparência esta tão mal assim? Mas não quero que eles continuem com aquele interrogatório, eu sabia que se eu deixasse, eles me entupiriam de perguntas. Perguntas que eu não queria responder de maneira alguma.

        Vejo Jared disfarçar enquanto ele revira os olhos para mim e penso ter ouvido alguma critica de Jamie algo como: Que novidade, e o sarcasmo esta em sua voz. Não digo nada até que eles se retirem e quando o fazem, nem sei por onde começar.

         -Ok. O que aconteceu? Você ta com uma cara de que fez alguma coisa errada Peg.

         -Eu fui rejeitada Mel. –Meus olhos se enchem de lagrimas. Eu não sabia que estava com tanta vontade de chorar assim.

         Melanie arregala seus olhos para mim e parece perplexa. Se nem ela sabe o que fazer, como eu poderia saber. Ela me puxa delicadamente para seus braços e esconde meu rosto quando um grupo que não consigo ver passa perto de nós duas. Tento me conter para ninguém perceber que estou chorando.

         -Não entendo. Ele estava tão Feliz hoje... –ela é interrompida pelos meus soluços. –Calma Peg. Calma. O que ele disse ontem a você? –sua voz me parece perigosa.

         Fungo uma, duas, três vezes, enxugo os olhos com as costas das mãos, mas sei que nada adianta, meu rosto ficaria inchado e vermelho de qualquer jeito.

        -Ele disse que sou jovem de mais pra isso, acho que ele disse isso por que não me quer. Mel, você acha que pode ser por isso? Seja franca eu aguento. –falo me preparando para sua resposta.

         Ela franze o cenho para mim.

          -Peg, mas o que a sua idade tem a ver com o seu namoro com ele? –ela me pergunta curiosa.

          Solto o ar me dando conta que eu estava segurando minha respiração.

          -Mel do que você esta falando?

          -Do seu namoro com Ian. Ele te perdoou com o lance do novato?

          Suspiro. Ela ainda não sabe de nada. Não quero mais lhe contar nada, quero sair dali e me afogar em lagrimas no meu quarto, mas sou impedida pela minha consciência. Que me faz pensar bastante no assunto e perceber que se não tivesse essa conversa com a Melanie, talvez eu nunca fosse entender a cabeça de Ian e tentar reverter essa situação. Meus músculos se aquietam e me preparo para o que vier pela frente. Melanie é imprevisível.

         -Sim perdoou, mas eu estava querendo dizer que ele realmente me rejeitou. Ele renegou fazer amor comigo Mel.

         Mais uma vez sua expressão é preocupada e depois a raiva toma seu lugar.

         -PEG!! Eu não sei com qual dos dois eu fico com mais raiva. Se com ele por ter magoado a minha Peregrina ou se com você por estar querendo fazer esse tipo de coisa. –Ela me abraça e depois me dirige um olhar de hostilidade. –Peg você ainda é tão pequenina...

        E ela começa a me dar um sermão. Por varias vezes ela fala quase as mesmas coisas que Ian falou no quarto para mim ontem, não presto muita atenção. Apenas um pensamento me vem à cabeça: Então será que esta tudo bem? Ele realmente não fez amor comigo, para meu próprio bem? Sinto as lagrimas voltarem a encher meus olhos.

       -Ah. Não é nada disso que você esta pensando Peg. –Ela me puxa para seus braços e me envolve protetoramente. –Peg, eu sempre tive certeza. Ian jamais lhe machucaria. Ele te ama. Nunca ousaria lhe ferir em nenhum aspecto. –ao ouvir um toque perigoso e ameaçador em sua voz, não consigo conter um sorriso.

         Não, eu não concordava com sua atitude e seu modo de pensar, mas me sentia feliz ao saber por que ela tinha aquele procedimento tão feio.

         -Ah, minha Peregrina. Prometa pra mim que você não vai mais chorar por causa disso.

         -Eu prometo.

         Minhas palavras a fazem sorrir e me sinto feliz novamente. Melanie, o que eu faria sem você? Pergunto-me, mas a pergunta é bem óbvia. Eu nunca conseguiria chegar até onde cheguei sem ela. De todas as humanas ela é: a minha preferida, minha melhor amiga, minha irmã.

         Melanie conseguiu alegrar minha manha e foi bem clara. Eu devia fazer minha higiene e ir atrás de Ian. Eu não perguntei ontem em que área ele ia atuar hoje, mas não me importava, procuraria ele por cada centímetros das cavernas e tuneis. Meu banho foi bem rápidos escovei meus dentes em tempo Record. Não consigo não rir mediante aquela situação. Animada vou até a praça principal e depois ao refeitório, nem um sinal dele, mas vejo um rosto que se enriquece e me assusta com essa atitude tão diferente.

         -Peg, venha aqui. –chama Jeb se levantando do banco sem se importar com os bons modos falando de boca cheia comigo.

         O desejo de sair correndo volta, sinto minhas bochechas esquentarem e faço uma prece silenciosa. Eu não queria ter que me explicar para Jeb hoje, eu estava ansiosa demais.

         -Filha, eu devo bater na sua porta toda manha, para lhe lembrar de duas obrigações? –sua voz e calma e ate brincalhona.

         Balanço a cabeça negativamente.

         -Eu espero não ter mais problemas quanto a isso. –dessa vez sua voz é seria. Fico constrangida, mas ele não me reconforta como sempre faz talvez ele esteja fazendo isso por uma forma de punição. Reflito.

         -Isso não irá se repetir. Desculpe-me.

         -Eu sei que não, mas não vou deixar de castiga-los por isso. Espero que você e Ian tenham descansado bastante. Temos muito trabalho para vocês hoje. –seu tom é rígido, mas nada agressivo. Ele me parece até conciliador.

          Ian. Eu aposto que ele devia ter conversado com tio Jeb para amenizar as coisas para mim.

           -Jeb, desculpe-me mudar de assunto tão depressa, mas você sabe onde Ian esta? –quando termino de falar, uma das sobrancelhas dele se ergue. Minhas bochechas esquentam.

           -Ele deve estar com Doc. –ele soa um pouco duro, mas não consigo evitar. A ansiedade de ver Ian agora é maior.

           -Me desculpe, mas preciso vê-lo.

           Ele não me responde. Ele apenas assentiu e eu sei que não esta feliz com a situação. Jeb não gosta de ser contrariado, nem interrompido. Viro-me e vou ao encontro de Ian. Preciso vê-lo. Mais o que dizer? O que dizer quando eu finalmente chegar lá? Eu me ignoro.

           -Pare com isso Kyle! Você. Não. A. Conhece. –Era a voz de Ian. Ele estava com raiva.

           Eu estava bem próxima de uma fenda e quando aquela voz tão linda e agressiva ecoa pelas cavernas dou um pulo e me espremo entre as pedras.

           -Eu não estou querendo dizer nada disso Ian. –Era Kyle, suas mãos estão levantadas acima das orelhas num sinal de rendição. –O que eu quero dizer, é que nunca vimos a Peg interagir com os da mesma espécie do sexo diferente.

            As palavras de Kyle faz Ian ficar exasperado, seus punhos estão cerrados e já erguidos para um soco que eu tenho certeza que atingiria o nariz de Kyle, seus olhos estão em chamas. Chamas azuis de fúria, uma chama não muito presenciada por mim, mas que eu tinha certeza de que eram perigosas. Eu estou pronta para separa os dois. Odiava quando eles brigavam e pior, eu era o motivo da briga dos dois irmãos.

            -O que você esta fazendo aqui? –as palavras são sussurradas nos meus ouvidos e antes que eu consiga soltar um grito mãos grande tampam a minha boca.

           Era Cal. Estou tentando me recuperar enquanto penso. Ah Cal, não, hoje agora não. Ele me puxou para mais fundo da fenda já estreita. A saída é bem espremida, mas consigo passar por ela. Ela da para uma sala oca. É bem iluminada e me pergunto como nunca me vi nessa saleta.

           -Você viu por que eles estavam discutindo? Eles estavam discutindo por nossa causa Peg. –eu esperava algum ressentimento em sua voz, mas sinto uma pontada de esperança. Aquilo me faz me sentir incomodada.

           -Sim Cal. Eu sei do por que. E acho ridículo da parte deles pensarem que nós dois teríamos alguma coisa. Afinal, nós somos apenas amigos. –a ultima frase era uma afirmação, mas saiu como uma pergunta.

         Eu não entendia. Simplesmente não entendia, Cal sempre soube que eu e Ian estávamos juntos e agora o vejo com esse olhar de cachorro pidão. Faço uma prece mentalmente para que Ian não nos escute aqui. Oh Deus nós estávamos tão bem...

         Cal faz algo que eu não esperava, ele me puxa para seus braços e me prende. Tento me separar dele de todas as formas, mas meus braços são fracos demais, ele é como os sacos enormes de mantimento que roubamos da civilização e trazemos para cá, ele é muito pesado.

         -Peregrina, seja minha. Esse humano não te merece. Eu sim. Sou da sua espécie, eu posso te dar a felicidade, o amor e o carinho. Olhe para todos esses humanos, eles nunca poderiam te dar nada disso. Você é a alma mais linda que já conheci.

         Suas palavras são como navalha. Mel tinha razão, Ian tinha razão e eu agora estou aqui sem saber o que fazer. Seu olhar me corta o coração.


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