Apenas Você. Where Soul Meets Body escrita por Thata Fics s22


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pronto!! Espero que gostem e não esqueçam de comentar, não sei se vocês perceberam, mas levo muito em consideração a opinião dos leitores. Obrigada.



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       Nosso quarto me parecia tão grande agora... Olhei todo o cômodo lembrando-me de todos os momentos com Ian ali. Sorri e corei ao mesmo tempo quando me lembrei do meu ultimo dia aqui no corpo da Melanie, quando Ian me beijou e lhe julguei bom pela primeira vez. Aquela lembrança para mim era a melhor de todas. O momento em que me desliguei de Jared e o enxerguei da mesma forma que o vejo hoje. Meu.

         Fui até a pequena cômoda e troquei meu jeans e a regata branca, que agora estava com um tom de amarelo escuro, por uma blusa azul marinho e um short jeans claro. Eu estava fresca, porém esgotada, quando me virei para o colchão. Ele não estava lá.

         Suspirei sem paciência e fui até a porta e antes que eu pudesse por a mão na maçaneta, a porta se abriu. Ian estava ali, com os cabelos molhados assim como os meus. Ele usava uma blusa branca de gola V e um calção bege. Graças a mim, Sunny e Cal, as pessoas daquelas cavernas tinham roupas decentes para se usar diferente de antes. 

         -Você esqueceu o colchão. – ele falou pousando-o em frente à porta. Seu rosto ainda sem expressão como os últimos três dias.

         Eu tentei evitar, juro que tentei, mas não havia como. Ele tinha vindo aqui apenas para me trazer o colchão, seria isso? Eu ainda estava em duvida, mas não pude evitar as lagrimas que se acumularam em meus olhos.

         -Peg? Peg o que ouve? –pela primeira vez em três dias vi seu rosto finalmente mudar de expressão ao falar comigo. Ele estava sempre com a mesma expressão de antes e quando não, sorria um pouquinho, talvez na tentativa de disfarçar seu desprezo por mim.

         Ele entrou jogando o colchão de lado e depois voltou para fechar a porta, enquanto eu continuava ali imóvel.

         Eu ainda não acreditava que ele apenas veio para me trazer o misero colchão. Não estava exagerando podia jurar ter visto ele se virar para ir embora assim que o posicionou na porta do quarto. Minha garganta estava entalada, era difícil de respirar.

         Ele sentou no colchão e me estendeu a mão. Não aceitei, não queria sua atenção por pena. Comocei a secar meus olhos nervosa com as costas das mãos e com os antebraços. Então ele se levantou, me buscou e se sentou novamente no colchão macio, me sentando no colo dele e me puxando para seu peito enquanto acariciava e brincava com meus cabelos dourados. Ele respeitou meu espaço, fiquei ali encolhida no seu colo chorando como uma criancinha, ele não me interrompeu. Quando ele finalmente teve certeza de que eu havia terminado ele começou.

          -Agora me conte. Quem fez isso com você? –sua voz tinha um tom ameaçador e seus braços me envolviam tão junto a ele que por mais um pouquinho, acho que nos fundiríamos.

          Dei alguns risinhos bobos, porem sem humor. Aquilo para mim era pura hipocrisia, ele me ignorara por todo esse tempo e agora voltava todo preocupadinho? Por que ele simplesmente não parava de fingir que se importava comigo? Talvez doesse menos do que sentir aquelas mentiras no ar.

         -Você. –falei minha voz saindo rouca e com alguns soluços que não consegui deixar que escapassem.

       Naquele instante mais de um sentimento estava presente no seu rosto. Havia raiva, tristeza, dor e o mais importante o amor. Fui tomada por seus braços, que quase me partiram em dois, mas não me importei e seus lábios beijaram os meus furiosamente. Eu fora pega totalmente de surpresa.

       Ele nunca me beijara daquela forma. Sua boca pressionava a minha com força, enquanto nossas línguas se moviam em perfeita sincronia. Seu contato com minha pele geralmente me causava uma série de arrepios e calafrios, mas agora eu estava sendo carbonizada viva. Aquilo era muito forte, tão forte que quando terminamos nós dois estávamos sem fôlego.

         -Oh amor... Desculpe-me, juro que isso não foi minha intenção. Juro. –e então sua boca tomou a minha mais uma vez.

        Sentia tanta falta daquilo que eu simplesmente não conseguia ficar parada. Minhas mãos puxavam e bagunçavam todo o seu cabelo, uma vez puxei seu cabelo para trás interrompendo-o e beijando toda a sua face, depois seu pescoço, seguindo para sua orelha, onde aproveitei para dar algumas mordidinhas e depois voltando para sua boca. Aquilo o fez rir. Fiz exatamente igual a ele, quando fazia comigo.

         -Ian... –Falei entre minhas golfadas de ar forte. –apenas quero que saiba que nunca ouve nada.  Absolutamente nada entre mim e Cal. –dei uma pausa suavizando minha respiração e acrescentei. –Eu amo você! Apenas Você!

        Seu sorriso foi largo. Seus olhos queimavam uma chama azul familiar e eu estava feliz.

        Ele se deitou e me deitou encima dele. Ele voltou a cariciar meu rosto e meu cabelo.

         -Me desculpe ter duvidado de você. É que vê-la com Cal, me parecia o certo, entende?

         Revirei os olhos para ele.

         -Por que você não falou comigo antes?

         -Se eu falasse alguma coisa para você e você tivesse realmente sentindo alguma coisa por Cal você me contaria?

          Não. Nunca machucaria você.

          -Sim!

          Foi à vez de ele revirar os olhos para mim.

          -Você mente muito mal. –ele sussurrou, mas havia magoa em seus olhos.

          Deslizei para o seu lado. Ele pegou o travesseiro e me puxou para mais perto, colocando seu braço grande embaixo da minha cabeça. Sorri satisfeita.

           -Confortável?

           Assenti. Ele me deu um ultimo beijo de boa noite e então fomos dominados pelo sono.

           -Bom dia! –abri meus olhos e ali estava Ian, com uma bandeja nas mãos. –Trouxe seu café da manha.

            Sentei, me espreguiçando, enquanto tentava dar uma arrumadinha na juba que devia estar meu cabelo.

         -Pão com ovos e bacon! –Falei animada.

         Devorei a metade sozinha, a outra metade Ian deu conta. Não saímos cedo como estávamos acostumados a fazer, ficamos ali no quarto conversando, rindo e nos beijando. Há tempos não fazíamos isso.

         -Talvez devêssemos ir agora. –eu falei me preocupando com as tarefas que Jeb deixaria acumular para ele e pra mim como castigo.

         -Ou talvez não. –ele era bem persuasivo.

         Dei-lhe uns sorrisinhos de lado como resposta, seguidos por alguns selinhos.

         -Então vou ao banheiro.

         -Volta logo.

         Fechei a porta e fui em direção à sala de banhos, tentando não ser vista por Jeb, nem Jamie, nem Jared, nem Melanie e muito menos Cal... Ele fora o motivo para Ian se distanciar de mim, isso não podia acontecer de novo.

        -Peg?

        Dei um pulo. Eu estava saindo da sala de banhos e aquela voz me pegou desprevenida.

        -Sunny?

        -Você e Ian fizeram as pazes? –ela perguntou parecendo feliz.

        -Sim. –respondi sem pensar e então um pensamento veio à tona. –Sunny, não me lembro de ter comentado nada disso com você.

        Ela pareceu ficar sem graça.

        -Bom, às noticia correm aqui nas cavernas. Você sabe. Corredores pequenos. –ela usou as mesmas palavras que ela usava com as outras almas da cidade emboca com sentidos diferentes.

        Não precisava me ver para ter certeza de que estava toda vermelha. Ficar vermelha me deixou ainda mais envergonhada e tive vontade de cavar um buraco e me enfiar dentro dele.

        -Calma Peg, isso é normal. –ela tentou me reconfortar e quando viu que não obteve sucesso, ela tentou desconversar. –vocês ficaram trancafiados naquele quarto o dia inteiro. Espero que vocês estejam suprindo todas as suas necessidades, se é que me entende, Jeb não vai deixar vocês tirarem folga por um bom tempo. –ela riu maliciosamente me dando tapinhas no ombro.

           Ela definitivamente não era a melhor das almas para nos dar qualquer conforto. Devia estar vermelha como um tomate agora.

           -Sunny, eu sou virgem e espero que você não esteja tendo relações aqui nas cavernas. Bebes a essa altura do campeonato não seriam recebidas de braços abertos aqui nas cavernas e...

          -Peg! Sério? Quer dizer... Você nunca... –ela me interrompeu com aquele jorro de palavras.

         Apenas assenti sem graça. Tive vontade de sair correndo dali, não podia acreditar que Sunny, aquela que eu via como a mais santinha e a mais ingênua de todas as cavernas, na verdade era uma pervertida. Minha expressão não a perturbou, só percebi que ela carregava uma pequena bolsinha de lado quando ela se virou para pegar alguma coisa lá dentro, quando voltou, em sua mão havia um pequeno comprimido vermelho com formato de coração.

         -Tome. Isto aqui é amar, experimente.

         -Sunny. O que a faz pensar que eu usaria isso aqui hoje?

         -Pelo mesmo motivo que eu. Acho que a vida deve ser vivida intensamente antes que seja tarde demais. Tente viver mais Peg. Você esta precisando mesmo disso.

        -Desde quando você começou a pensar assim? –perguntei, não conversava muito com Sunny e não me lembrava de ela ser assim quando nos conhecemos.

          Ela sorriu um pouquinho.

          -Desde o dia em que você me disse que eu deixaria esse planeta. –ela falou e se foi. Deixando-me sozinha com o minúsculo coração vermelho na palma da minha mão. Suas palavras foram como tapas na minha cara.

         Olhei para o comprimido e depois para ela enquanto se distanciava. Antes de ir para o túnel que daria para o pátio, ela olhou para traz e me lançou um sorriso.


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