Amnésia escrita por Silvia Moura


Capítulo 14
Capítulo 14




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O dia tinha se passado sem maiores imprevistos. A pouca reserva de comida que Loki e Silvia tinham acabara no almoço e a lua já aparecia no céu, enquanto o Sol se punha. Estava dando a hora do jantar e a casa estava destruída, o jeito era ir a um restaurante. Loki já tinha tomado um bom banho no rio, depois de cortar madeira das árvores ao redor para fazer uma barragem na entrada da caverna, para a água não entrar. Silvia sorria enquanto o via trabalhar. Ele não lembrava de onde vinha, mas sabia contruir uma barragem de madeira com uma perícia inigualável.

Silvia tinha cuidado da arrumação da caverna. Ela conseguiu transformar aquele lugar num verdadeiro lar rusticamente confortável e bonito. Loki não sentia mais dor alguma em suas costas, Silvia notou que o ferimento tinha desaparecido totalmente quando ele tirou a camisa para entrar no banho. Agora era a vez dela. Eles tinham definido um local à esquerda da caverna, que serviria de banheira. Era mais reservado, de modo que eles não veriam um ao outro tomando banho. Claro que Loki, para sua própria surpresa, não estava muito contente em ser privado dessa visão. Ele queria vê-la em cada ação, em cada gesto, ele nunca tinha sentido isso por mulher alguma, tinha certeza. Como não era o tipo de cara que se contentava com um simples não, ele foi lá espioná-la, furtivamente.

A adrenalina correndo pelo corpo de Loki ao realizar tal travessura não era comum. Era como se ele fosse uma criança há muito tempo privada de comer seu doce favorito e que agora encontrou uma fonte deles. Ele estava atrás de uma pedra imensa, a pedra que marcava o início da “área de banho”. Silvia estava de costas para ele, a água do rio pela cintura e seus cabelos cacheados caindo molhados sobre suas costas morenas. Loki sorria ao vê-la. Ele respirava fundo, pedindo silenciosamente que ela se virasse de frente para ele.

O problema foi justamente que ela virou. Distraído em admirá-la, não percebeu que já tinha saído de trás da “barricada” da pedra grande. Silvia levou um susto e, antes que ele pudesse ver qualquer coisa, ela se ajoelhou no leito do rio, de modo que a água cobria-lhe até o pescoço.

– O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

– De-desculpe... eu... eu só...

– Só estava me espionando? SEU TARADO! Me deixa deixa tomar banho, Loki! Sai daqui – Silvia esbravejava, mas no fundo estava com uma louca vontade de rir, e rir às gargalhadas, da cara que ele fez quando foi pego em sua travessura.

– Eu... eu já estou indo. Desculpe. Me desculpe, Silvia, por favor – a fúria nos olhos de Silvia o amedrontaram.

– Vá pra dentro da caverna e só saia de lá quando eu disser que pode!

– Certo, me perdoe, por fav...

– VÁ!

Ele saiu aos tropeços e voltou para dentro da caverna. Como se tivessem combinado, no exato momento em que ele pisou no interior da caverna, ambos desataram a rir. Ele por ter cumprido pelo menos uma parte de sua espionagem, ela pela reação dele ao vê-la. Mas ao mesmo tempo em que ria, Loki estava preocupado. Se ela tivesse ficado com raiva, ele estava em maus lençóis, e isso era tudo que ele não queria ficar.

Silvia termina seu banho, se enrola em sua toalha e veste a roupa previamente separada. Ela volta à caverna e Loki está lá no fundo, sentado sobre o colchão improvisado, recostado na parede e com os olhos fechados. Ele não ouve nada quando ela entra, o que a faz caminhar o mais silenciosamente possível para surpreendê-lo. Ela chega até ele, se ajoelha a seu lado e então beija suavemente seus lábios.

– Você foi muito travesso, rapazinho.

– Me desculpe, eu não queria lhe ofender.

– Relaxe, você não viu nada. Ou viu?

– Não, nada. Nada comprometedor, pelo menos – ele tenta segurar o sorriso, mas não consegue, fazendo Silvia rir com ele.

– Nada de me espionar de novo, certo? Vamos. Temos que jantar e eu conheço um restaurante ótimo, você vai gostar.

– Tudo bem, vamos.

Eles se levantam e pegam lanternas. Estava escurecendo rápido e quando eles voltassem a luz natural suficiente para iluminar a caverna já teria acabado. Loki passa o braço pela cintura de Silvia e beija-lhe o rosto, enquanto caminham para fora da caverna em direção ao restaurante. O carro de Silvia também ficara destruído com o ataque de Thanos.

Depois de alguns minutos caminhando e conversando, período em que Loki contou como se sentiu mais vivo ao fazer uma travessura, eles chegaram ao restaurante e se sentaram a uma mesa de frente para a porta, um do lado do outro, no mesmo banco. O garçom trouxe-lhes o menu e Silvia, sob o braço protetor de Loki, começou a mostrar a ele os pratos. Só que aquele jantar estava longe de ser um jantar comum e romântico entre um casal...


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Notas finais do capítulo

FELIZ NATAL PESSOAL!! OBRIGADA POR ACOMPANHAREM. TALVEZ DEMORE UM POUQUINHO PRA EU POSTAR OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS POR CAUSA DO NATAL E DO ANO NOVO, MAS PEÇO QUE CONTINUEM ACOMPANHANDO.
Muitas coisas estão prestes a acontecer. Coisas fortes e poderosas. Vamos esperar que eles saibam lidar com elas.



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