–Eu trouxe algo para você comer. -Sebastian disse,trazendo uma bandeja com coisas, que realmente, eu não estava com vontade nenhuma de comer.

–Estou sem fome.-Eu disse,sorrindo.

–E você achar que eu vou deixar você sem comer? -Ele disse,inclinando a cabeça para o lado esquerdo, fazendo sua franja cair em seus olhos.

–Você não vai me obrigar a comer. -Eu disse,cruzando os braços.

–Ah... -Sebastian disse,virando o rosto. -Alguém me provocando? -Disse o demônio,sorrindo provocadoramente.

–Não estou te provocando. -Eu disse, olhando para Sebastian que se aproximava da cama onde eu estava repousando.

–E se eu fizer com que isso fique cada vez mais interessante? Cada vez que você se negar a comer qualquer coisa que eu pedir,eu vou te beijar com mais intensidade.

–Você não vai fazer isso. -Disse sorrindo.

Sebastian colocou a bandeja sobre o criado mudo e chegou perto.

–Tem certeza? Nunca duvide de um demônio. -Rapidamente segurou minha nuca e ficou por cima de mim, me beijando.

Quando ele terminou, me olhou como quem diz : Eu não disse que faria?

–Eu estou doente! Você está louco? Pode ficar doente também.

–Hm, se preocupando comigo? Bem,sou um ser sobrenatural, não fico ''doente''.Agora,coma.-Ele falou.

Sebastian virou-se e ficou na porta me olhando.

Ele não mentia quando falou que me beijaria.

Porque ele transforma tudo em um jogo? Mesmo sendo o menor deles?

–Eu não vou comer. -Olhei para Sebastian. - O que fará?

Ele riu.

–Alice...Alice...Você, tão nova e tão provocante. -Respondeu ele.

Então, ele chegou perto e colocou uma perna na cama.

–Quer mesmo descobrir? -Perguntou ele,sedutoramente.

–Hmm.

Então, colocou sua mão, puxando os cabelos de trás da minha nuca.E quando ele iria me beijar, alguém bateu na porta,e era a voz de Meirin.

Sebastian pegou a bandeja e a colocou sobre a cama, então, abriu a porta.

–Sim? -Ele perguntou.

–S-Sebastian, Conde Ciel está lhe chamando.

Ciel.

Quase me esqueci dele.

–Eu já estou indo.Um minuto,apenas, Meirin. -Ele disse.

–Sem problemas. -Ela disse,ficando vermelha quando Sebastian pronunciou seu nome.

Parece que ninguém consegue resistir a um demônio como ele.

E eu acho que já caí nos braços do corvo.

–Eu vou ver o que meu Jovem Mestre deseja, e voltarei mais tarde. Espero que quando eu voltar,a senhorita tenha limpado o prato. -Ele disse ,sorrindo e curvando-se para sair do quarto.

–Tudo bem.-Eu disse,sorrindo.

Comi tudo e realmente,depois de comer eu estava me sentindo melhor, resolvi descer para falar com Ciel.

Eu não estava o traindo dentro de sua própria casa? Oh,isso não importa agora,algum dia eu contarei a ele que quero Sebastian.

–Lady Alice. -Ciel disse, com os olhos brilhando.

–Bom dia, Ciel. -Disse, sorrindo.

–Venha ,sente-se comigo para tomarmos café. -Ele disse, esticando sua mão e mostrando a cadeira.

–Ah,muito obrigada. Mas, já tomei meu café. Sebastian,sabendo de minha indisposição,fez o grande favor de leva-lo até o quarto. -Eu disse,sorrindo e olhando para Sebastian,enquanto o elogiava na frente de Ciel.

–Espero que esteja cuidando bem de Lady Alice,Sebastian. -Ciel disse,fitando o mordomo seriamente.

–Estou cuidando muito bem,my Lord. -Ele respondeu,com seu olhar rubro e sedutor.

–Se me der licença,Ciel,vou até o jardim. -Eu disse,olhando para Ciel.

–Ah,sim,claro,mas antes devo avisar que recebemos uma carta de sua avó,que dizia que viria buscá-la hoje a noite. -Ele disse,dando uma colherada na torta.

–Oh,posso ler? -Perguntei, falando com saudades de minha amada vó.

–Claro. -Ele respondeu. -Sebastian. A carta.

–Aqui está, my Lady. -Sebastian disse,entregando a carta em minhas mãos.

'' Querida Alice,minha neta.

Devo dizer-lhe que consegui resolver meus problemas aqui,em Paris. E nossa família não falirá mais,sendo assim, não há necessidade de seu casamento com Conde Ciel Phantomhive.

Irei leva-la para casa esta noite,assim que voltar de viagem.

Com amor,sua querida avó.''

–Ciel...Você...Leu a parte que ela diz que não é mais necessário meu casamento com você? -Perguntei,o olhando com pena.

Ele soltou sua colher, limpou seus belos lábios, e me olhou com seu olho púrpura, o que não era coberto por seu tapa olho.

Afinal,porque ele usava aquilo? Hm,mais um segredo sobre ele que devo descobrir.

–Eu li,Alice. -Ele respondeu.-Creio que isso me destruirá por dentro,mas, algumas vezes desde que você chegou aqui, notei que não era de sua vontade se casar comigo...Eu fiz tudo o que podia para que você sentisse algo por mim, mas,parece que nada adiantou, não é ? -Ele perguntou. -Quem sabe, se nos conhecermos melhor com o passar do tempo... ? Eu sei que...Não vou desistir de você,Alice.

Era tão inesperada uma reação assim de Ciel,que até mesmo Sebastian arregalou seus olhos diante as palavras do Jovem Conde Phantomhive.

Eu olhei para Ciel , com pena por não me permitir sentir nada por ele.

Eu queria que isso não fosse um fato. Ciel não é má pessoa.

Eu que sou alguém que não o merece,apenas isso.

Preferi me apaixonar por um mordomo demônio qualquer,do que por Ciel.

Claro, Sebastian não é ruim.Mas é quase igual a Ciel,mas, divididos por uma diferença...Meu amor. Sebastian o tem, e Ciel não.

Eu andei em direção ao belo Conde e segurei sua mão.

–Talvez esse não seja o fim da nossa história. -Eu disse.

–Como não ser fim de algo que não teve começo? -Ele perguntou,colocando os braços em volta de minha cintura.

Ele era mais alto, claro, Ciel tinha 17 anos ainda, mas eu era MUITO mais baixa.

–Apenas...Não feche seu coração. Eu não sou quem você merece, mas talvez,alguém tenha essa sorte. -Eu respondi.

Então, com Sebastian olhando, Ciel puxou-me e me deu um último beijo.

Um beijo tão inacreditavelmente apaixonado ,que eu mal pude sentir minhas pernas.

Depois disse, subi as escadas e fui arrumar minhas malas,para voltar para casa.