Sakura guardou os materiais no pequeno armário pegando apenas a bolsa com os utensílios básicos.

Depois de algumas horas de trabalho finalmente chegara almoço, embora boa parte dos professores almoçasse na escola, avia uns e outros que optavam por ir para casa um dia ou outro, às vezes todos. O que não poderia levar muito em conta considerando que pra que iria querer almoçar em casa, ainda por cima sozinha?

Dirigiu-se a saída da escola encontrando Shizune que também ia embora como de costume, desde que aceitara trabalhar na escola nunca vira a morena almoçando junto dos outros funcionários, sempre ia para casa almoçar com o marido.

Parte do trajeto fora trilhado ouvindo sobre as reclamações que foram feitas nos últimos dias por Tsunade, nada que poderia levar como importante, muito pelo contrario. Nem sempre era fácil lidar a loira.

Após passar pela rua em que Shizune viraria continuou andando sozinha, por poucos minutos ate chegar ao local combinado. Atravessou a rua chegando ao pequeno estabelecimento facilmente encontrado por sua coloração chamativa o destacando dentre os vizinhos.

Ao entrar lançou um rápido olhar pelo local à procura do amigo, o encontrou em uma mesa próxima a parece mexendo em um notebook tão concentrado que seria difícil notar que avia acabado de chegar. Desviou o olhar da mesa para o relógio na parede, 11h32, dois minutos atrasada. Ignorou andando até a mesa calmamente.

_ Esta atrasada - acuso Sasuke sem ao menos desviar o olhar da tela do notebook. _ Eu to te esperando a pelo menos 7 minutos.

_ Sério? Você tem idéia do que é te esperar por horas? – perguntou colocando uma das mãos na cintura fingindo indignação.

_ Não foram tantas.

_ Quer colocar na balança?

_ Não.

_ Que bom – sorriu vitoriosa puxando uma cadeira para se sentar. Uma sensação ótima por sinal – O que esta vendo de tão interessante?

_ É um diagrama de um quarto de bebê que o arquiteto criou para ser apresentado em uma reunião com o investidor que pretende construir um prédio, algo mais familiar eu acho. O que acha.

_ Que seria melhor mudar a cor das paredes.

_ O que tem de errado com a cor das paredes? É um quarto de menino, não tem nada de mais em azul.

_ E você por acaso sabe se a família que mudaria para esse apartamento teria um menino especificamente, poderia ser menina – começou calmamente recebendo total atenção de Sasuke. _ Eu acho que seria melhor se tentassem algo como branco, é uma cor neutra que serve pra ambos os sexos. Com pouquíssimas coisas se pode distinguir depois de feminino para masculino. Sem falar que esse azul ta muito escuro, fico estranho.

_ Faz um pouco de sentido - concordou Sasuke vendo o sorriso de Sakura se alargar – Eu disse "um pouco de sentido". Mas até que você tem jeito com decoração. Aprendeu jogando "the sims".

– Não. Minha mãe tinha a mania de assinar uma revista de decoração, mas que nunca lia.

– Qual é a lógica de ficar pagando mensalmente por uma coisa que nem vai aproveitar?

– Não tenho idéia.

– Minha mãe até comprava revistas de culinária, não tinha a menor graça.

– Concordo.

Chamaram uma garçonete para atendê-los. Que embora parecesse ter menos de 20 anos, esta parecia não se preocupar em dar em cima de Sasuke na cara dura, aproveitando do rostinho de menina maquiado para soar ter mais do que aparentava.

Sakura suspirou entediada tentando pensar em algo rápido.

– Seu primo comentou alguma coisa sobre as fotos? – perguntou se dando por vencida, não prestava nem um pouco com planos diabólicos.

– Ele mandou algumas pra mim hoje cedo – respondeu tirando os olhos do cardápio pegando a maleta retirando o envelope – Até que ficaram boas.

– Eu acho que estão ótimas! – exclamou sorrindo levantando um pouco as fotos de uma forma que a moça pudesse as ver. O que funcionara perfeitamente.

Qualquer um veria como uma simples foto de uma bela família feliz. Com ela não seria diferente, certo? Se você respondeu que sim, meus parabéns.

Expiou a reação da moça com toda descrição possível, segurando o sorriso de satisfação em ver a cara de poucos amigos que se formava aos poucos. Não demorou para que pudesse voltar a ouvir a voz fina dela os chamando para anotar os pedidos de cada um na pequena caderneta que a mesma apertava. Já deveria estar se sentido como se estivesse sendo deixada de lado.

– É impressão minha ou ela mudou de humor de repente – comentou Sasuke após alguns minutos que a moça sairá do campo de visão de ambos.

– Acho que impressão – afirmo convicta – Talvez tenha visto alguma coisa na rua que a incômodo, vai saber.

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 Itachi entrou na sala do irmão mais novo sendo acompanhado pelo pai e a secretaria de Sasuke que teimava em pedir que não entrassem por estar vazia e alertando sobre a mania do chefe de não gostar que entrasse qualquer um, mesmo sendo o pai ou irmão.

Tudo estava tão organizado que mal parecia ter sido mexido por alguém. Organização parecia ser o sobre nome do irmão mais novo.

Sem pensar duas vezes Itachi começou a abrir a primeira gaveta que avisto pela frente revirando os papeis sobre os protestos da mulher.

– Não é melhor esperar o senhor Sasuke chegar – começou a mulher passando a mão sobre os cabelos castanhos curtos – Ou ligar, eu posso fazer isso agora mesmo se o senhor quiser.

– É melhor fazer o que a... – Fugaku parou de falar ao notar que não tinha idéia do nome da mesma para dizer – Secretaria do seu irmão sugeriu.

– De que adianta tentar isso – questionou Itachi levantando o objeto com uma das mãos enquanto a outra desarrumava a pilha de papeis do canto da mesa.

– Estranho. O senhor Sasuke não é de deixar o celular quando sai – comento Ema.

Fugaku conferiu à hora no relógio de pulso, pouco mais de 30 minutos que o filho avia saído para o almoço acompanhado do amigo ruivo que conseguirá tirar o dia de folga. Uma hora e meia de almoço que pouco era aproveitado em um restaurante ao lado do trabalho. A ação do filho ate poderiam deixar algo estranho pairando sobre a mente do irmão mais velho que dizia o conhecer tão bem, mas que agora se encontrava desesperado atrás de respostas.

– O senhor Sasuke pode chegar a qualquer momento e não vai gostar nada da desorganização que o senhor esta deixando na mesa dele – alertava a mulher visivelmente preocupada.

Quem dera ter tido a chance de arranjar uma secretaria assim, ao invés de uma que já estava tirando licença à maternidade pela terceira vez. Tsc.

– Ela tem razão filho. Vamos sair daqui – chamou Fugaku seriamente lhe dando as costas, pronto para ir embora, afinal, aquilo já avia dado o que tinha que dar, ou seja: nada.

– Só um minuto – pediu abrindo a ultima gaveta que restava, mas que diferente das demais coisas avia algo que chamou sua atenção, como a de qualquer um – Pronto!

O silencio se instalo no cômodo por alguns minutos após Itachi mostrar duas fotos esbanjando um de seus sorrisos de satisfação, como se fosse um irmão mais novo que acabará de desmascarar alguma coisa errada que o mais velho fez aos pais. Mas que dessa vez viria do mais velho a virar o jogo entregando o mais novo.

Fugaku maneou a cabeça abrindo a boca para dizer algo, mas sua atenção, assim como dos outros acabaram sendo direcionadas para porta que acabara sendo aberta.

– O que estão fazendo aqui?

– Senhor Sasuke, eu... – com um simples sinal feito por Sasuke a mulher se calou.

– Então?

– Estávamos atrás de você – respondeu Itachi. Direcionou o olhar o olhar para secretaria que negou discretamente.

– E só por isso tomaram a liberdade de invadir a minha sala, mesmo sob os constantes avisos que à Ema deve ter dado sobre eu não gostar de invasões desnecessárias. O que me dizem disso?

Fitou o pai que parecia não se importar muito com a situação, diferente de Ema que olhava de um para o outro sem saber ao certo o que fazer, certamente estaria se perguntando por que diabo ainda continuava na sala, sendo que tecnicamente não tinha feito nada de errado.

– Itachi, seu irmão está certo – ponderou Fugaku.

– Ok, eu admito que minha atitude possa não ter sido das melhores, quero dizer: Mexer nas coisas de um colega de trabalho não é certo, amenos que este colega seja por acaso meu irmão mais novo – disse debochado irritando Sasuke – Mas já que estamos nos referindo em assuntos alheios, ou seja: sua vida Sasuke, que tal contar quem é a rosadinha da foto, afinal, não me parece ser de se jogar fora.

– Ela não é um brinquedo para ser jogado quando quebrar ou enjoar - rebateu Sasuke trincando os dentes.

– Chega Itachi, eu nunca deveria ter dado ouvidos a essa idéia absurda.

Itachi revirou ou olhos soltando a foto sobre o olhar dos três sobre si, não destruiria a imagem de homem certinho assim, ainda mais para o pai. Não valeria a pena, certo?

– Poderia ter bancando o bom irmão uma vez na vida dizendo pelo menos o nome da bonequinha de porcelana rosada - murmurou Itachi um pouco baixo após ver o pai sair da sala.

– Some daqui, Itachi.

O riso abafado do mais velho parecia soar mais irritante que os comentários do mesmo. Embora ele sempre soubesse como irritar alguém quando bem queria. Tsc.

– Senhor Uchiha, eu sinto muito por não...

– Esta tudo bem. Itachi sempre foi assim.

– Ele parecia ter vindo exclusivamente por essas duas fotos ou algo do tipo – comentou se aproximando da mesa – Ela é mesmo muito bonita. É sua namora, não é.

– Não. Ela é... Uma amiga.

– Com todo respeito senhor, vocês não me parecem ser apenas amigos nesta foto, e o senhor já ficou a contemplando desta sala enquanto ela ia naquela loja de conveniência do outro lado da rua umas duas vezes, é bem fofo. A forma como esta com os braços ao redor da cintura dela, como se estivesse tentando prevenir que alguém viesse a puxasse.

O sorriso bobo estampado nos lábios de Ema acompanhado do olhas sonhador denunciava a personalidade de romântica incondicional tentando ver um romance em tudo que via, lembrava com certeza a matriarca Uchiha nos tempos que era apenas um adolescente tento de agüentar as pequenas intromissões da mãe nos relacionamentos .

– Anda vendo coisas de mais – comentou um pouco mais descontraído – Ela é apenas uma pessoa que entrou na minha vida sem permissão ou aviso prévio.

 Franziu o ceio ao ouvir a risada da mulher, como se o que tivesse dito não passasse de uma piada bem contada.

– Desculpe, mas é que eu não me lembro de ter lido ou ouvido sobre um amor com aviso prévio. Isso não existe!

 – Eu não costumo ler livros de romance muito menos ouvir historias assim.

– Pra variar. Mulheres são mais românticas – constatou ela sorrindo – Quer que eu chame alguém para arrumar isso.

– Não á necessidades, prefiro arrumar tudo eu mesmo. Mas ligue para o decorador, diga que quero que venha aqui daqui a alguns minutos.

– Como o senhor preferir.Mais alguma coisa?

– Sim. Não comente  sobre o que escutou aqui, sim?

Ema concordou com um leve manear de cabeça, girando nos calcanhares dando as costas à Sasuke indo em direção a porta que fora deixada escancarada pelo irmão.

Não demorou muito até que deixasse a sala parcialmente organizada deixando apenas as “papeladas” das gavetas para organizar da forma mais acessível de encontrar depois.

– Senhor Uchiha, Ema me disse que queria falar comigo – se pronuncio o moreno ao entrar na sala sem nem ao menos bater.

– Queria sim, sentisse – pediu indicando a cadeira à frente fechando a gaveta que estava arrumando – Sabe aquele pentagrama de quarto de bebê que fez para ser mostrado na reunião de hoje – pergunto recebendo um aceno do moreno – Vai ter que modificá-lo um pouco.

– Assim, bem em cima da hora. É meio arriscado não acha?

– Não se preocupe eu sei bem o que estou fazendo, Lee.

Abriu o notebook colocando no pentagrama deixando que Lee mexesse enquanto falava o que exatamente queria que fosse feito, tudo que ouvira mais cedo da amiga sem deixar nada de lado. Seguir uma opinião feminina pela primeira vez não parecia ser errado.

– Uau. Fico incrível senhor Uchiha.

– Agora é torcer que o investidor ache o mesmo.