Narrado por:Coraline(N/A:AVÁ!!,é mesmo??)

     Quando eu acordei,não abri os olhos de imediato.Eu estava tonta,com um pouco de dor de cabeça e não fazia a minima ideia do que estava acontecendo.

       Decidi abrir os olhos,minha visão estava turva,mas logo consegui entrar em foco. Olhei para o lugar onde eu estava: era um local completamente branco,nele haviam algumas "macas" ocupadas por adolescentes e crianças feridos.No local também haviam "enfermeiros",pessoas bem parecidas com cabelos marrom claro ou loiros.

          Quando uma menina percebeu que eu tinha acordado veio ao meu encontro com um sorriso gentil no rosto.

          -Como esta se sentindo? -Perguntou ela.

      -Estou com um pouco de dor de cabeça,mas estou bem. -Respondi ainda confusa.

         Com dificuldade me sentei na cama e olhei para a garota.

      -Onde estou? -Perguntei.

       -Acampamento Meio-Sangue. -Respondeu a garota como se eu soubesse o que era aquilo,apesar de ter a sensação de já ouvir aquele nome antes.

       -E,o que é isso?

      A garota sorriu.

       -Acho melhor chamar Quíron. -Disse ela sem mais explicações e saiu.

         E eu fiquei ali com cara de idiota me pergunta quem era Quíron.

     Depois de algum a garota voltou com Alex que estava com poucos arranhões para quem tinha enfrentado uma fúria.

      -Coraline! -Disse ele animado vindo em minha direção. -Ficou feliz que esteja bem!

     -Pena que eu não possa dizer o mesmo. -Disse rancorosa.

     -Não seja tão grossa,Line. -Disse ele com um sorriso bobo.

      -Não me chama de Line.

    -Porque esta com tanta raiva? -Perguntou ele.

    -Sei lá.Eu acho que fico com raiva quando estou confusa e ninguém me explica nada,absolutamente,nada! -Respondi frustrada.

     De repente Alex ficou mais sério.

      -Já vamos te dar explicações. -Disse a garota um pouco chateada com a minha falta de educação.

       -Venha comigo. -Disse Alex oferecendo-me a sua mão.

        Eu peguei a mão de Alex,hesitante.Nos saimos do lugar branco e fomos para um lugar aberto que eu não estava prestando muita atenção,porque ainda estava confusa e meio tonta.

        Alex me guiou até um lugar grande,uma casa grande. 

       Dentro da casa havia um homem não muito velho,mas também não muito jovem,sentado em uma cadeira de rodas esperando por nós.Ele vestia roupas simples;seus olhos eram atenciosos e carinhosos e o seu rosto mostrava que ele tinha muito mais idade do que aparentava.

      -Olá,Coraline. -Disse ele com um leve sorriso. -Sente-se. -Complementou apontando uma das cadeira para mim.

      Sentei-me na cadeira hesitante,enquanto Alex se sentava em outra sem maiores preocupações.

     -Bom,Coraline. -Disse o homem calmamente. -Fiquei sabendo que Alex já te deu uma explicação rápida,estou certo?

    -Sim,esta.Mas a explicação dele não foi muito boa. -Disse fuzilando de leve Alex com os olhos.

     -É. -Concordou o homem. -Alex não é muito bom em explicar as coisas.

     -Ei! -Gemeu Alex. -Eu estou aqui,sabiam?

    -Alex. -Advertiu o homem.

      Alex se calou e ficou olhando para o chão envergonhado.

     -Enfim. -Disse o homem se voltando para mim. -O que você lembra da sua conversa com ele?

      Pensei na pergunta do homem e foi difícil me lembrar de alguma coisa,porque eu ainda estava tonta,e confusa.

      -Lembro alguma coisa sobre deuses gregos e.... -Disse tentando me lembrar da palavra certa. -Semeuses.

        -Semideuses? -Perguntou o homem me corrigindo.

      -Isso. -Respondi.

       -Bem. -Começou o homem como se ele já tivesse tido essa conversa uma centena de vezes. -Sei que no começo vai ser difícil você entender tudo,mas com o tempo você se acustuma.Os deuses gregos que você,provavelmente,já aprendeu na escola,são reais.Sim,todos eles.E além dos deuses também existem o monstros e os semideuses...

      -Os filhos dos deuses? -Perguntei.

     -Exato. -Respondeu ele. -Esse é um acampamento para esse semideuses,filhos dos deuses,que são muito poderosos,mas muitas vezes não tem como se proteger.

      -Issso quer dizer....Que eu sou uma semideusa? -Perguntei AINDA CONFUSA.

      -Sim. -Respondeu o homem.

       -E...de quem sou filha?

      -Não sabemos,ainda. -Respondeu ele um pouco triste. -Mas temos um palpite.

       -Quem? -Perguntei um pouco animada.

     -Não podemos dizer ainda,criança,me desculpe. -Disse ele. -O importante é que você entendeu mais ou menos as coisas? 

      -Sim. -Respondi,porque agora não estava mais tão confusa. 

       -Ótimo. -Disse ele com um sorriso. -Alex. -Chamou. -Leve Coraline para conhecer o acampamento.

       -Fazer o que? Eu só sirvo para isso mesmo. -Resmungou Alex.

       Saimos da casa grande e eu finalmente reparei no Acampamento Meio-Sangue.Era um lugar lindo onde tinham bastante adolecentes e crianças que estavam praticandoo arco e flecha ou espada ou,apenas,correndo de um lado para o outro e criaturas meio estranhas,algumas parecidas com Link.

        -Link. -Disse me lembrando do meu melhor amigo. -Onde ele esta?

    -Relaxa,Line. -Disse Alex me chamando de Line para me provocar. -Link esta bem.

      -Por onde quer começar? -Perguntou ele.

    -Hum...não sei. -Respondi. -Acho que,quero ficar sozinha.

     -Tem certeza? -Perguntou Alex preocupado.

     -Tenho. -Respondi. -A solidão foi minha amiga por um bom tempo.

        Ele sorriu e se foi me deixando sozinha.

  ...

    O Acampamento Meio-Sangue era um lugar,aparentemente,bem legal e com muita coisas para ver,mas eu acabei indo para a praia e,agora,estava sentada na areia olhando para o mar.

     Eu precisa colocar as ideias na cabeça.Tudo era muito confuso ainda e tudo parecia um sonho ou pesadelo do qual eu iria acordar a qualquer instante.

     Estava com um pouco de pena da minha mãe,porque diferente de mim,ela não era muito amiga da solidão e não queria ter deixado ele lá em nosso apartamento,sem ao menos ter dado um beijo nela.

      Odeio quando a culpa bate e eu fico me lamentando por causa disso.

      Suspirei para o vazio.Eu querendo ou não tinha que encarar que era uma semideusa e,que,minha vida nunca mais seria a mesma.