Narrado por:Coraline.

    -Coraline! -Ouvi uma voz conhecida chamar.

      Quando olhei para trás lá estava a figura irritante,porém bela e amigavél de Alex,

     Não falei nada a ele e continuei a olhar para um ponto fixo no mar.

     Ele se sentou ao meu lado na areia.

     -O que foi? -Perguntou ele olhando para mim. -Você parece estar triste.

        Balancei a cabeça negativamente. 

     -Não estou triste. -Respondi ainda olhando para o mar. -Só estou...confusa...

       -De novo?! -Reclamou ele. -Você só sabe ficar confusa?!

      -Nossa,Alex,obrigada,mais uma vez você esta me ajudando para caramba. -Reclamei.

        Alex nunca estava me ajudava,ele parecia querer me ajudar,mas sempre tinha uma piada ou alguma coisa inútil para dizer.

        -Desculpa. -Sussurou ele deitando na areia. -Eu sei como é difícil.

      -O que? -Perguntei deitando ao seu lado.

      -Ser um semideus. -Respondeu ele. -A gente sempre quer e tenta ser uma criança normal,mas a verdade,é nós não somos normais.

       -Mas,por outro lado,nós também somos sortudos. -Eu disse pensativa.

       -Sortudos? -Perguntou ele sem entender nada. -Como assim?

        -Agora,a maioria das crianças estam trancados nas escolas e,nós,estamos aqui,deitados na areia, olhando para o céu. -Respondi.

       Ele riu.

      -Não sei se isso é ser sortudo. -Disse ele um pouco triste. -Provavelmente,nós vamos morrer antes mesmo de completar 16 anos e,não vamos ter filhos,nem um casamento,nem poder ir para a faculdade e participar daquelas festas doidas.Nada.

          Alex estava cada vez me deixando mais para baixo.Eu já sou uma pessoa super baixo astral,agora eu estava,literalmente,no fundo do poço.Pensando que eu ia morrer antes mesmo da minha mãe.

           Suspirei.Não era aquilo o que eu queria para a minha vida e,provavelmente,não era aquilo que Alex queria para a dele,mas nós não tinhamos escolha,não escolhemos nascer semideuses e aguentar tudo isso.

       Se apenas algumas horas no Acampamento Meio-Sangue já estavam me deixando louca,um verão inteiro ali eu iria estar surtada.

       -Alex .-Eu sussurei. -Você acha mesmo que vamos morrer assim,tão cedo?

    -Não sei. -Respondeu ele. -Eu conheço bastante gente que conseguiu ficar vivo até os 16 e dali em diante,levar uma vida normal.

       -Não há nenhum jeito de escapar?

      -Tem. -Respondeu ele friamente. -Mas isso não somos nós que escolhemos,infelizmente.

        Passamos mais um bom tempo em silêncio,até que eu o quebrei:

       -Você não vai me dizer?

        -O que? -Perguntou ele virando-se para me olhar.

        -De quem é o seu palpite que sou fliha? 

         Ele balançou a cabeça negativamente e depois deu um leve sorriso.

       -É melhor você nem saber.