Stand In The Rain escrita por Light Angel


Capítulo 5
Chapter 5


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoal! Tudo bem? Então, aqui vai mais um capítulo e eu espero que vocês gostem. Já que eu sobrevivi ao fim do mundo (ok, piadinha sem graça fora de hora, mas tudo bem) resolvi lançar mais um hahha! Espero que gostem. Boa leitura!



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Um mês se passara.

Leah estava em seu quarto, olhando para o nada em particular. Somente esperando a morte, mas esta se recusava a vir.

Então, ela vivia a sua vida como podia. O teste de HIV ainda não havia ficado pronto. Ele precisava ser levado a Atlanta para checar os demais resultados. Mas pelo menos de uma coisa a vida tinha sido justa com ela. Ela não estava grávida.

Os dois testes que havia feito deram negativos, mas o médico a mandou ficar alerta. Nem sempre o feto se desenvolve em apenas um mês.

A vida nunca havia estado mais estranha e monótona o possível. Leah ia a escola, pois queria terminar os estudos. E ainda havia mais dois anos pela frente.

Na escola, ela não falava com mais ninguém. Afastara-se dos amigos, de suas metas escolares, de seus objetivos. Sempre fora uma excelente aluna, mas agora seu rendimento havia caído muito.

Todas as suas notas caíram drasticamente. Quando algum professor perguntava alguma coisa, ela apenas balançava a cabeça negativamente. Todos os dias de sua vida, Leah sempre sabia ou arriscava a resposta. E fazia alguma piada quando não sabia, fazendo com que todos rissem ou se contagiassem a sua volta.

Ela sempre fora amiga de todos na sala, nunca tivera um desentendimento com nenhuma menina ou nenhum garoto.

Mas, depois desse terrível mês, Leah passara a se excluir do mundo. Não falava com mais ninguém, não estudava mais e nenhum trabalho de casa foi entregue no último mês.

Sempre quando chegava em casa, ela ia para o seu quarto e de lá não saia mais. Tinha emagrecido drasticamente, por não comer mais. Apenas forçado.

Enfim, tudo na sua vida tinha se resumido a apenas uma coisa: Nada.

Os livros estavam abertos em cima de sua escrivaninha, esperando que ela os pegasse para estudar, mas ela não deu atenção. Não precisava daquilo. Lixo não precisa de conhecimento.

Dentro de seu coração, uma dor constante começou a ocorrer. Ela não reprimiu as lágrimas que desceram por seu rosto, devastando sua alma.

Não era mais ela mesma, nunca mais seria a menina doce que sempre tinha seus sonhos escritos em um caderninho. Ela tacara fogo em seu caderno, queimando todos os seus sonhos e conquistas.

Lixo não precisa de sonhos... Lixo não pode sonhar.

Ela começou a soluçar, amaldiçoando toda a sua fraqueza. Amaldiçoando toda a sua pacata vida.

Olhou para o banheiro.

Não. Ela pensou com firmeza. Não posso fazer isso. Foi só uma vez.

Leah... Sussurrou uma voz dentro de sua mente, a mesma voz que ela passara a ouvir depois de tudo. A da amargura. Você não é nada. E isso fará a sua dor passar. Vamos, pode ser mais de uma vez.

Ela respirou fundo. A dor estava intensa. Ela precisava se desfazer dela.

Caminhando até o banheiro, ela trancou a porta. Depois, chorando, se atirou ao chão.

Ela abriu uma de suas gavetas e pegou uma gilete. Era nova. Grunhindo, ela tirou a sua blusa de frio e olhou para seus braços, recém-mutilado.

Ela respirou fundo e raspou fortemente a gilete em seu braço. Alguns pelos saíram, junto com uma pequena fagulha de sangue.

Mas isso não faria a sua dor passar. Ela precisava de mais.

Pegou e raspou a gilete várias vezes no mesmo lugar, até que um corte apareceu em seu braço. Ela usava toda a sua força, e chorava em cima do sangue que saia.

Mas isso era pouco. A gilete não era tão eficaz em proporcionar machucados. A dor estava intensa, mas não a dor dos cortes. E sim, de sua alma.

Então, olhou para a sua gaveta novamente. Ela pegara, mas estava com medo de usar. Mas a dor precisava passar.

Então, sem pensar, pegou o canivete que havia pegado no dia anterior. Era um canivete suíço, que seu pai guardava em seu chaveiro. Felizmente, ele não havia dado falta do canivete.

Abrindo a pequena arma, ela posicionou na parte inferior de seu braço. Pressionando levemente, Leah puxou o canivete e um corte memorável surgiu no lugar.

Ela mordeu os lábios para não gritar, mas estava dando efeito. A dor do corte era forte, fazendo com que ela esquecesse a dor no coração.

- Isso! – Ela murmurou. – Mais uma vez.

Leah estava enlouquecida. Finalmente, encontrara uma dor que poderia substituir a da alma.

Começou a rasgar seu braço com o canivete, fazendo com que ela gritasse de dor e de vitória. Para ela, agora isso seria a sua vitória.

Vinte minutos depois, seus braços estavam ensanguentados e com cortes sérios. Mas ela não ligava. A dor era muito grande e por um momento, ela estava esquecendo a dor em seu coração.

A sujeira em seu banheiro era visível, mas ela decidiu resolver isso depois. Ficou admirando o sangue que saía de seus braços, os cortes se aprumando visivelmente.

Ela começou a chorar, de derrota. Por um momento, o arrependimento veio a tona. O que diria a seus pais se eles vissem aquilo?

Ela não queria desapontá-los. Eles a amavam incondicionalmente, e fizeram de tudo para ajuda-la.

Mas a dor era indispensavelmente grande. Leah não suportava mais tudo aquilo.

Ela era muito frágil. Aquele ato fora tamanho que Leah não conseguia suportar mais viver. Ela nem sequer havia beijado nenhum garoto, em toda a sua vida.

Nem havia passado pela sua cabeça transar aos quinze anos. E agora, esse desgraçado havia retirado tudo o que ela mais presava em sua vida: Sua dignidade.

Fungando, ela agradeceu por seus pais não estarem em casa. Colocou os braços em uma torrente de água fria e chorando muito baixo, esperou que eles estancassem.

A água causava uma ardência suportável, mas ainda assim era necessário. Depois, ela os limpou e colocou algumas gases. Iria precisar retocar os curativos depois, mas ninguém poderia saber.

Vestiu novamente o casaco e depois limpou o banheiro. Eliminou qualquer vestígio de sangue e lágrimas. Quando estava tudo limpo, Leah deitou na cama e chorou incondicionalmente.

A sua vida era assim agora: Quarto- Escola-Quarto. Sempre assim. Ela ainda lembrava da primeira semana, quando nem havia saído da cama. Suas necessidades foram suspensas e ela quase fora parar no hospital novamente.

Não tomava banho e não comia. Depois de uns gritos desesperados de sua mãe, Leah resolveu sair da cama. Mas só para ela parar de chorar e sofrer. A sua vontade era de ficar lá para sempre.

As horas iam passando, mas ela não ligava. Tudo o que havia era dor. Dor e somente dor.

A dor do coração e agora a dor nos braços. Seus pais já estavam em casa, mas ela não foi recebê-los. Apenas resmungou alguma coisa quando seu pai murmurou na porta de seu quarto, mas não abriu.

Ela queria morrer, isso era certo. Mas estava cansada demais até para morrer. Aquela atividade macabra no banheiro a havia esgotado, e aos poucos Leah começava a pegar no sono.

Então, ela finalmente adormeceu, sendo arrastada para um mundo menos cruel e doloroso.

Seus sonhos.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Antes eu estou percebendo que os capítulos estão meio monótonos, mas entendam que eu queria refletir o estado de espírito da Leah, que anda bem abalado e destruído. Muito obrigada por continuarem a acompanhar, e se eu não voltar antes, desejo a vocês um Feliz Natal e que Deus os abençoe muito! Que ganhem muitos presentes e que possam realizar seus sonhos sempre! Até mais, beeijinhos s2



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