Stand In The Rain escrita por Light Angel


Capítulo 17
Chapter 17


Notas iniciais do capítulo

UMA ATUALIZAÇÃO ANTES: Então, eu sei que havia colocado no Capítulo 8 que Natalie havia ganho um filhote novo chamado Max, mas me esqueci que esse é o nome do cachorro da Leah, mencionado no Capítulo 3. Por isso, atualizei o nome do cachorro de Natalie para Sparky.
Heeeey pessoas! Tudo bem? Fazia um tempinho que eu não postava, mas como estou de férias, esqueço da vida as vezes. KKKKK ai ai, é tão bom né? Ok, vou parar antes que começo a levar tapas pela piada sem graça. Mas ainda assim aí está o prox. cap e é com muito prazer que eu desejo a vocês uma boa leitura!



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Leah chegou em casa frustrada. Depois de muitas horas caindo, estava dolorida e precisava de um bom banho e uma cama confortável.

Não falou nada para seus pais, subiu e se trancou em seu quarto. Estava brava.

Não depois do treino de hoje, não era por isso. Era por perceber o quanto fora idiota, deixando ser derrubada por uma coisa que nem peso possuía.

Mas a vida de Leah passara a ser assim agora. Ela lutava contra todos, e mal percebia que podia subir. Mas na verdade, ela deveria saber disso. Mas não queria.

O treino de hoje havia mostrado a ela que era muito mais doloroso cair e ser humilhada do que voltar ao normal. Ela nunca iria se recuperar de tudo isso, mas pelo menos, poderia subir em frente. Um passo de cada vez.

Ela não queria cair novamente. Não queria ficar sendo derrubada. Sabia que lutar contra ela mesma era impossível, mas poderia se esquivar. O boxe lhe proporcionava isso.

Hoje ela descobriu a fórmula. Amanhã ela iria coloca-la em prática.

Dizendo isso, ela deitou-se em sua cama. Não chorou e nem sonhou. Estava cansada e dolorida demais para isso. Apenas dormiu.

***

No dia seguinte, Leah foi para a escola com um pouco mais de ânimo. Estava ainda pensando na aula do dia anterior e estava com uma expectativa boa para tudo isso. Mas a sua consciência dizia o contrário.

Ela estava tentando se esquivar de tudo isso, mas não era fácil.

Todas as suas dores estavam misturadas agora. A dor do exercício no dia anterior e a dor mental, impedindo-a de continuar. Mas ela precisava continuar.

Ela chegou à sala e observou seus colegas de turma. Natalie fazia essa aula junto com ela, mas ela ainda não estava presente.

Suspirando, ela tomou o seu lugar, mas sentiu olhares em suas costas. É.

A estranha Leah Henderson. Era assim como era chamada agora.

Mas era isso que ela queria. Não queria proximidade com mais ninguém, entretanto... Isso a estava machucando.

Ela quase começou a chorar quando lembrou que era amiga de todos da sala. Não necessariamente próxima de como era com Natalie, mas ainda assim, amiga.

Se aquele desgraçado não tivesse...

Enfim, ela não queria mais pensar nisso. Não poderia mais voltar atrás.

As aulas foram passando lentamente, e ela percebeu que hoje não teria aula de inglês. Mas ainda assim, não iria evitar a sessão com o Sr. Thomas/Edward.

Por algum motivo, estava te fazendo bem. Mesmo que algumas vezes fosse... Maluca.

Quando as aulas acabaram, Leah seguiu para a sala de Edward e este aguardava ansiosamente por ela.

– Muito bem, Leah – Ele sorriu. – Pronta para mais um treino?

Leah gemeu.

– Eu sei que sim – Edward riu. Sendo assim, eles seguiram para a academia.

Dentro, encontraram alguns alunos, Kyle e o desgraçado saco de cinquenta quilos.

– Muito bem, Kyle – Edward sorriu. – Deixo com você a nossa lutadora.

– Como é? – Leah ficou assustada. – Você não vai ficar?

– Hoje não. – Ele franziu as sobrancelhas, como se estivesse preocupado com ela. – Tenho um compromisso. Você vai ficar bem?

Leah não respondeu, mas estava óbvio. Estava assustada.

– Leah, venha aqui comigo. – Edward a puxou pela mão. – Está tudo bem?

– Não quero ficar sozinha. – Ela baixou os olhos, como uma criança fazendo pirraça.

– Ah, querida, mas você vai ficar bem. – Ele sorriu. – Eu conheço Kyle. Ele é um cara muito legal.

Leah suspirou, mas nada disse. Só não queria ter que enfrentar toda aquela humilhação novamente. Mas lembrou-se do que Edward disse no dia anterior: Ela mesma provocava isso nela. Dando trela a sua consciência.

Com um aceno final, Edward deixou Leah e Kyle na academia. Com alguns alunos também.

– Muito bem, Henderson – Kyle disse com uma voz firme. – Meia hora de aquecimento. Depois, você pode ir para o saco.

Leah não disse nada. Trocou-se e começou a se alongar. Depois fez uma corrida breve, mas quase caiu de cara quando ia virar a terceira curva.

Como assim? Ela pensou mentalmente.

É. Ela decididamente era a pessoa mais cagada desse mundo.

Hunter entrava na academia com um sorriso largo, já vestido para uma aula.

– E aí, Damon? – Ele riu para Kyle, trocando uma saudação com as mãos. – Tudo em cima?

– Gates. – Ele sorriu, cumprimentando Hunter. – Vá se trocar, temos um treino muito pesado hoje.

Leah estava preparada para dar meia volta e sair correndo, se Kyle não a tivesse pegado no flagra.

– Já acabou de se aquecer? Que ótimo. Podemos ir para o saco agora.

Praguejando mentalmente, Leah vestiu suas luvas e esticou os braços.

– Continua usando o de cinquenta quilos, Leah. Quando eu achar que está bom, te aviso.

Assentindo, ela foi para o saco. Começou a socar continuamente, e quando este atingia tal velocidade, ela se esquivou. Não caiu.

– Muito bem, Henderson – O treinador aprovava. – Continue assim.

Por alguns minutos ela continuou socando, até que percebeu que estava sendo divertido. Não estava caindo. E a dor causada fisicamente pelo esforço contínuo a estava distraindo.

Socando fisicamente, ela soltava grunhidos de esforço. Mas pelo menos alguma coisa a estava distraindo. E ela estava melhor do que no dia anterior, não havia caído tanto.

– Muito bem, Leah – O treinador sorria para ela. – Pode descansar uns minutos. Você foi muito bem.

Leah sorriu agradecida e foi sentar em um banco próximo. Perto dela, alguns homens a olhavam, mas ela decidiu ignorar. Estava apavorada por dentro, ela sabia, mas não podia demonstrar.

Esticando os braços, ela percebeu o quanto estavam doloridos, mas não era isso que estava olhando. Eram suas cicatrizes. Suas cicatrizes de dor e amargura, de seu passado recente e doloroso.

Delicadamente, ela passou os dedos por suas cicatrizes e fungou. Detestava ver seus braços marcados, mas não poderia esperar que eles melhorassem. Isso seguiria com ela. Assim como a lembrança dolorosa daquela noite.

Então ela sentiu algum tocando em seu ombro. Assustada, ela levantou-se em um giro.

– Desculpe – Disse Hunter, com um sorriso. – Não queria te assustar.

Leah o encarava, mas nada disse. Hunter estava vestido como um lutador, com bermuda e camisa esportivas, destacando seus músculos. Ele deveria lutar a algum tempo, pois era bem atlético.

Percebendo que estava fazendo papel de idiota, Leah se recompôs.

– Ah... É... Tudo bem. – Ela sorriu, olhando para seus pés. – Oi.

Hunter deu uma risada suave.

– Oi, Leah. Tudo bem com você?

Leah o encarou em seus olhos e sorriu.

– Sim e com você?

– Ótimo. Melhor agora – Ele piscou para ela e ela quase enfartou. – Você luta?

– Ah! – Ela olhou para os lados, envergonhada. – Eu... Não. Comecei ontem, mas sou um desastre.

– Tenho certeza que não. – Ele sorriu. – É por que você está começando, sabe? Quando ver, vai ser mais forte que qualquer um por aqui.

Leah riu.

– É muita gentileza, senhor, mas não. Definitivamente acho que vou conseguir um emprego como o saco de pancadas desse estabelecimento.

Os dois riram. Depois que conseguiu parar de rir, Hunter disse:

– Ei, Leah, eu vou treinar agora. Mas o que acha... Sabe... Você aceita tomar um suco comigo?

Leah ficou estática. Pela primeira vez na vida algum menino a chamava para alguma coisa.

Ok, sua tonta. Ela disse mentalmente. Ele só a está convidando para tomar um suco na lanchonete da academia. Não para sair. Deixa de ser besta, mulher!

Inicialmente, ela teria negado. Não queria ninguém para competir com a sua loucura. A sua consciência estava martelando, mas ela decidiu ignorar. Era só um suco. Se assim era se esquivar do “saco de pancadas”, então ela faria.

– Claro. – Ela ficou vermelha. Ai como eu me odeio! – É... Tudo bem.

Hunter deu um sorriso torto tão lindo que Leah pensou que iria ter um ataque epilético.

– Ok, então. Até mais, Leah. – Ele piscou um de seus lindos olhos verdes para ela e virou-se animadamente.

Hunter entrou na arena e começou a se aquecer. Puxa vida, ele era bom. Corria como um leopardo e atacava o sparring* com demasiada experiência. Leah se viu aturdida em seus movimentos e percebeu como o garoto lutava bem.

– Leah – Damon chamou. – Hora de voltar ao treinamento com o saco.

Percebendo que estava paralisada observando Hunter, ela correu para o saco de boxe e começou a soca-lo. Ela estava bem atenta ao que fazia, mas às vezes, lançava alguns olhares furtivos para o menino, que ainda estava concentrado em seu treino.

Algumas vezes ela levava uma porrada do saco, porque se distraía demais.

Mas ela não ligava. Apenas continuava socando e esquivando, e em pouco tempo, Leah estava dominando o exercício.

– Muito bem, Leah – O treinador aprovou sorrindo. – Por hoje, chega. Você foi ótima. É muito dedicada para quem apenas tem dois dias de aula.

Leah ficou vermelha com o elogio. Depois, agradeceu e foi para o vestiário. Ela tomou um banho rápido e secou os cabelos.

Olhando para o espelho, ela observou a menina confusa que estava ali. Os cabelos castanhos desciam molhados, emoldurando um rosto delicado e sério.

Seus olhos azuis-esverdeados estavam faiscando, mas ela conteve o impulso. Olhando para a menina de toalha no espelho, ela percebeu que nunca mais teve coragem de se olhar nele, depois do que aconteceu.

Suspirando, pensou na vida que fora roubada, mas depois sorriu um pouco. Ela estava tendo a chance de tê-la novamente.

Trocou rapidamente de roupa e sentou-se no banco ali de fora, esperando por Hunter. Kyle havia informado que ele fora para o vestiário e então ela ficou esperando.

Quando ele saiu, ela levantou-se e sorriu para ele. Hunter acenou.

– Ei! Como foi seu treino hoje?

– Cansativo – Ela riu.

– Idem.

Os dois riram e depois foram juntos até a lanchonete da academia. Hunter pediu um suco de melancia e Leah um de laranja. Depois, pediram dois sanduíches naturais. Ele praticamente a segurou para que ele pudesse pagar a conta.

– Ei, Hunter, isso não é justo. Por que você pagou a conta de tudo?

Ele riu.

– Porque sim, ué? Eu quis. E se isso fizer você se sentir melhor, eu deixo você pagar da próxima vez.

Próxima vez. Ela sorriu com a expectativa.

– Ok, então. – Ela riu e depois tomou um gole do suco. – Está bom, né?

– Aham. – Ele riu. – E então? Como vai a escola?

– Ah... Bem... Vai boa, né – Ela sorriu.

– Está no primeiro ano? – Ele perguntou, tomando um gole de seu suco.

– Na verdade, estou no segundo. Faço dezesseis daqui a dois meses.

– Ah é? Que legal! Eu já estou terminando o terceiro, graças a Deus!

Leah riu da piada e depois disse:

– Sério? Que legal. Já pensa em fazer faculdade?

– Sim. – Ele ponderou por um tempo. – Estou pensando em ir para a Universidade de Washington, estudar Engenharia Mecatrônica.

– Caramba, Hunter! – Ela arregalou os olhos. – Você deve amar física né?

– Sim, eu adoro física. Mas amar mesmo, só o meu amor.

Leah sentiu-se ficar corada. Desconfortável, ela disse:

– Ah.

– É. – Ele pegou uma embalagem de doce que ele havia comprado. – Meu chocolate.

Leah caiu na gargalhada e Hunter riu tanto quanto ela. Era bom ouvir o som de suas risadas entrelaçadas. Fazia seu coração retumbar, quase tanto quanto a presença de Hunter.

Pela primeira vez em quase dois meses, ela estava sendo ela mesma. Rindo, alegre e simpática. Sem nenhuma sombra de seu passado recente e nenhuma dor.

Hunter conseguia fazer isso com ela. Mais do que qualquer terapia, ele conseguia fazer ela se sentir ela mesma.

Então, ela se lembrou do dia em que se encontraram pela terceira vez, quando o havia derrubado na calçada.

Lembrou de que não queria que ele fosse embora e o quanto ela precisava agradecê-lo corretamente.

Limpando a garganta, desconfortável, ela disse:

– Hunter, eu queria dizer uma coisa.

Ele olhou em seus olhos profundamente:

– Pode dizer.

Ela respirou fundo:

– Sabe... Eu nunca te agradeci corretamente pelo que você fez. Um simples obrigada não basta para agradecer pelo que você fez. Você literalmente me tirou do fundo de um poço. De uma lixeira, para dizer a verdade. Naquele dia, eu não queria mais nada do que a morte. Mas você me deu mais do que isso. Você me deu esperança. E graças a isso, é que estou conseguindo voltar a minha vida normal. Pelo menos, parte dela.

Hunter estava com os olhos marejados. Ele a abraçou fortemente e sussurrou em seu ouvido:

– Não precisa me agradecer por nada, Leah. Eu simplesmente fiz por que... Porque não podia deixar você lá. Eu poderia ter chamado alguém, mas simplesmente não consegui. Percebi que uma menina como você não podia ficar a mercê de qualquer um.

Ela se afastou com lágrimas nos olhos.

– Mas você nem me conhecia, Hunter.

– Não. Mas dava para ver em seus olhos. Dava para ver que você teve a vida roubada e que não merecia isso. Que merecia mais do que isso.

Ela chorou e o abraçou novamente. Hunter não se afastou. Ficou ternamente abraçado a ela, como se mais do que ninguém conhecesse sua dor. Porque fora ele que a encontrara naquela lixeira. Nua, ensanguenta e estuprada.

Ele a havia tirado dali, havia te dado esperança.

E o que ela estava fazendo? Jogando tudo no lixo? Ela merecia a esperança que Hunter havia lhe dado. E queria continuar com ela.

Fungando, Leah se afastou para enxugar os olhos. Depois, olhou para Hunter relutante.

Os dois trocaram olhares. Pela primeira vez, eles entenderam. Entenderam o quanto Leah havia sofrido, o quanto Hunter se importava com ela. Mesmo depois daquele dia no beco, ele ainda não conseguia deixar de se importar com ela. E fazia questão de deixar isso bem claro.

Nada precisou ser dito. Os olhares confirmaram tudo.

Leah agora sentia que tinha mais uma pessoa na sua vida. Mais uma ao qual ela precisava lutar. Além de sua família, Natalie, Edward e agora... Hunter.

Seu herói que a havia salvado e ainda continua salvando.

Por quem ela merecia subir. E ela faria isso.



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Notas finais do capítulo

*Sparring: É um lutador que fica junto com o boxeador no qual ele o ajuda a treinar. Mais como um saco de pancadas humano, bem protegido, é claro. São lutadores menos importantes, mas ainda assim, importantes para um treino.
Então... É, ele ficou meio grande, mas era para explicar tudo. E gostaram da volta do Hunter? Ele não vai mais sumir com tanta frequência agora e uma fase bem legal vai iniciar nessa vida dolorosa e enigmática que é a da Leah. Espero ver vocês em breve ok? Reviews também seriam bem vindos! Muito obrigada a todos que estão lendo (até vocês fantasmas hehe) e até o próximo! See ya ♥



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