Leah chegou ao hospital com cautela. A recepcionista que estava no trabalho era a mesma que a havia recebido naquela noite.

Ela não saberia se ela reconheceria Leah, mas ela precisava ver Natalie. Observando a mulher desligar o telefone, a menina se aproximou.

– O que posso fazer pela senhorita? – Ela sorriu amavelmente.

– Olá. – Leah sorriu. – Eu estou querendo saber uma informação. Hoje pela manhã uma menina deu entrada aqui no hospital, com um ataque de asma. O nome dela é Natalie Black.

– Hm, sim. Natalie Black. Irei checar aqui nos arquivos. – Ele checou em seu computador e depois deu um sorriso a Leah. – Ela ainda está internada, senhorita, vai ficar mais uma noite em observação.

Leah sentiu seu coração pesar. Não queria que aquilo estivesse acontecendo com ela.

– O horário de visitas ainda está aberto, senhora?

– Sim, querida. Está. Posso registrar você?

– Claro.

– Seus documentos, por favor.

Leah pegou sua carteira e retirou sua identidade e deu a ela. Ela checou o nome e registrou na ficha de visitantes.

Depois, levou Leah até uma sala ao lado, indicando que seguisse até o final e conversasse com o segurança para uma revista. Ele indicaria o quarto de Natalie.

Depois de revista-la, o segurança indicou a Leah que esperasse no corredor ao lado, pois Natalie estava sendo atendida por um médico. Assim que ele saísse, ela poderia entrar.

– Quarto 379, Srta. Henderson.

– Muito obrigada. – Ela sorriu.

Caminhando pelos corredores, ela se lembrou de quando ela estava ali. Fora internada, estava assustada e machucada. Hoje, estava ali como visitante.

O médico saiu do quarto de Natalie, aparentemente era um plantonista do hospital. Ela viu a mãe de Natalie saindo com ele, e resolveu ir cumprimenta-la.

– Boa tarde, Sra. Black. – Ela sorriu timidamente a mãe de Natalie.

– Leah! – Ela a abraçou. – Quanto tempo, minha querida. Veio visitar minha filha?

Leah assentiu.

– Se eu puder, é claro.

– Mas onde já se viu, claro que sim! – Ela riu. – Entre, querida. Natalie está acordada.

– Obrigada, Sra. Black. – Ela sorriu. Leah caminhou pelo corredor e bateu na porta. Ouviu um abafado “Entre”.

Entrando no quarto, ela viu Natalie recostada em travesseiros, já respirando sem a ajuda de aparelhos. Quando a mesma viu Leah, arregalou os olhos surpresa, mas não disse nada.

Ela se aproximou da cama da amiga e beijou a sua testa.

– Você está bem?

Ela assentiu. Ainda estava observando Leah como se ela fosse uma coisa muito rara e ela estivesse com medo de perdê-la.

– Vai fugir, Leah? – Ela disse docemente, com as sobrancelhas arqueadas.

– Não, Natalie. Não vou fugir nunca mais. Eu vou enfrentar.

Natalie não precisou entender mais nada. Abrindo um enorme sorriso, esticou os braços para Leah e esta a abraçou.

As duas ficaram abraçadas por um bom tempo, até que se separaram uma sorrindo para a outra. Depois, Leah deitou-se ao lado de Natalie e envolveu a amiga com os braços.

– O que te fez ficar assim, hein? – Ela olhou para Leah. – Antes você estava tão fria e fugia de mim como se eu fosse o Diabo em pessoa...

Leah gargalhou.

Depois de um tempo ela endireitou-se na cama, olhando seriamente para Natalie.

– Eu decidi que não quero mais afundar. Irá ser difícil, eu sei. Posso desistir. Posso cair. Mas vou tentar.

Natalie a abraçou.

– Eu vou estar do seu lado, Leah. Eu sei que você não tomou essa decisão sozinha, sei que está assustada, sei que quer desistir. Mas não vou deixar, viu? Estou do seu lado, para o que der e vier.

Leah sentiu um calor enorme tomar conta de seu corpo. Agora é que ela não iria desistir mesmo. Precisava se erguer, precisava ficar bem.

Iria tentar, iria agir. Seria difícil, mas Edward a ajudaria. Assim como Natalie.

Sendo assim, ela estaria disposta a enfrentar qualquer pedra em seu caminho. Não conseguiria chutar todas, mas tentaria. Por todos.

Melhor.

Por ela mesma.