Stand In The Rain escrita por Light Angel


Capítulo 12
Chapter 12


Notas iniciais do capítulo

Heeeey pessoas! Tudo bem? Então, aqui vai mais um capítulo para vocês e eu espero que vocês gostem! Algum pedido especial para hoje, já que é o último dia do ano? hahahahha, enquanto pensam nisso, que tal ler um pouquinho?



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- Eu não era assim – Leah começou, tremendo. Não poderia se arrepender agora, não poderia dar mais trela para a sua consciência. Tinha que sair daquele buraco. Por Natalie.

O professor assentiu como se entendesse. Mas agora ele não estava fazendo o papel de um professor e sim de um psicólogo, como ele mesmo disse que era. Estava calmo e calado, apenas incentivando Leah a falar com os olhos.

Ela respirou fundo e tomou coragem.

- Há um mês, mais ou menos, eu estava voltando para casa. Estava cedo, por isso decidi ir sozinha. Não era longe. Mas acontece que... Alguém me seguia. A pior pessoa que conheci em toda a minha vida.

Leah não conseguia falar mais. Sua garganta estava embargada, sua consciência martelava em sua cabeça. Feria mais do que o canivete em seus braços. Mas ela não podia parar. Não podia voltar para o fundo do poço novamente.

O Sr. Thomas estava calado. Olhava a menina com olhos penetrantes, mas não demonstrava emoções. Isso era mais fácil para Leah. Parecia que ela estava falando com uma pedra. Era realmente o que ela precisava.

- Bem... Ele me encurralou. Não sei seu nome. Tampouco sua idade. Mas sei que ele tirou a coisa mais preciosa que eu tenho em minha vida. Nunca mais vou conseguir ser eu mesma novamente.

Ele assentiu. Depois, se aproximando um pouco mais de Leah, observou seus olhos atentamente.

- Srta. Henderson... Posso te chamar de Leah? Acho que não estamos em uma situação profissional agora, estamos apenas conversando como amigos. A não ser que você prefira que eu continue com a formalidade.

Ela sorriu.

- Não, Sr. Thomas, tudo bem.

Ele devolveu o sorriso.

- Então, eu também quero dispensar formalidades. Pode me chamar de Edward.

Ela assentiu.

- Muito bem, Leah. Eu não quero pressionar você a voltar para aquele dia. Mas eu entendo você. O que aconteceu com você é uma situação gravíssima, o que pode nos deixar abalados e se sentindo fracos.

- Eu presumo que você tenha destruído qualquer possibilidade de voltar a sua vida, como uma barreira. Não sorri mais, não se envolve com pessoas e não quer se levantar do buraco.

Leah assentiu com os olhos marejados. Ele estava devastando a sua maior ferida, trazendo tudo à tona. Ela não estava subindo sozinha. Estava segurando em uma corda.

- Leah, você criou essa barreira em sua mente, mas eu não posso quebrar ela por você. Você tem que quebra-la, Leah.

Leah entendeu. Ela precisava continuar, precisava se libertar. Ela não podia mais sufocar sentimentos de arrependimento dentro de si, ou morreria.

- Você está certo. É tudo verdade. – Ela respirou fundo. – Minha consciência está pesada demais. Eu não posso mais sonhar. Não posso mais ter desejos. Não me envolvo mais com as pessoas, porque não quero manchá-las. Não quero que elas fiquem com a vida machada por minha causa.

- Eu sinto uma dor tão grande em meu coração. Por não ter lutado, por ter sido fraca. Por deixar que aquele desgraçado me tocasse. Eu não conseguia mais lutar, e não queria mais viver. Mas a vida foi injusta comigo, nem esse presente ela me deu.

- Então eu entendi que deveria me acostumar a isso. A viver como um lixo. Não ser notada, não ter mais privilégios e nem amigos. Não amar. Somente me castigar. Porque fui fraca. E mereço isso.

Essas últimas palavras foram ditas com tanta dor que foram abafadas por um soluço. Ela não esperou Edward falar. Decidiu terminar ela mesma. Precisava continuar.

- A dor é muito forte em meu coração. Sinto como se estivesse lá, naquele chão frio. Então eu começo a me sufocar e para parar essa dor, eu crio outra. – Ela tirou seu casaco, revelando os braços enfaixados e cortados.

Edward respirou fundo. Ele, seriamente, estava abalado com o sofrimento de uma garota. Principalmente de uma que teve a vida roubada.

Gentilmente, ele ofereceu outro doce a Leah. Depois, ele olhou em seus olhos e disse:

- Não precisa me falar mais nada. Eu já entendi tudo. Mas tem que me ouvir. Não posso dizer tudo a você agora, temos que trabalhar isso aos poucos. Está disposta?

Ela assentiu. Não queria mais viver assim. Quase dois meses de tortura eram muitos para uma menina de apenas quinze anos.

Ele não disse nada. Apenas a dispensou, dizendo:

- Leah, vou te recomendar uma lição de casa. Será que consegue fazer isso? Por mim?

Ela arqueou as sobrancelhas e esperou.

- Você tem duas pessoas dentro de sua casa que se importam muito com você. Que querem o seu bem. Não é justo com elas ficarem sem saber disso. Portanto, se você for capaz, quero que converse com seus pais. Conte a eles a verdade.

Leah ficou boquiaberta. Ela começou a tremer e a consciência começou a cerrar sua mente.

- Você é forte o suficiente para isso, Leah? – Ele ergueu as sobrancelhas. Ele a estava desafiando. Estava mexendo com o seu interior, fazendo-a provar que conseguiria. Ela respirou fundo. A consciência a estava matando. Precisava se livrar dessa dor.

- Eu... Eu... – Ela gaguejou.

- Leah, você consegue. Vamos!

- Eu vou tentar, Edward. É o melhor que posso dizer. – Ela suspirou derrotada.

- Não. – Ele balançou a cabeça. – Não é o melhor que você pode dizer, mas fico feliz que tenha dado essa resposta.

Ela assentiu. Tentaria, pelo menos.

Quando saiu da sala, seu coração estava em peso. Mas ela estava concentrada. Iria continuar. Quando viu Natalie quase deixando a vida, observou que não poderia mais agir dessa forma.

Não podia perder uma das pessoas que mais se importavam com ela. E seus pais... Os que deram praticamente a vida por ela, e ela os fazendo sofrer desse jeito.

Por causa de um vagabundo.

Ela iria se recuperar. Era cedo. Mas iria.

As aulas correram normalmente, e então finalmente escola havia chegado ao fim. Sua mãe a esperava na porta, e então elas saíram para o vento frio de Seattle.

Leah não falara nada ainda com ela, precisava se preparar. A sua sorte foi que a mãe tinha uma reunião importante no trabalho e seu pai ainda não estava em casa, portanto, Leah iria ao hospital visitar Natalie.

Esperou a sua mãe sair de casa e depois saiu. Ela ainda morria de medo de andar sozinha, mas precisava enfrentar. Não podia mais ficar pensando em coisas ruins.

Quando caminhava até o hospital (que por sinal fora o mesmo em que ela ficara), sentiu falta de seu iPod. Seu pai lhe prometera um novo, mas até lá, ela se contentava com os fones do celular mesmo.

Fazia tanto tempo que Leah não ouvia música, que ela ficou tão abismada que quase sorriu. Ligou uma de suas bandas favoritas, Avenged Sevenfold, na música que hoje ela estava inspirada para escutar: Afterlife.

Não sabia direito o porquê de querer escutar essa música. Mas de alguma forma a fazia se sentir bem.

Leah caminhava atentamente, mas ainda assim mais relaxada por causa da música.

Quando ela passou em frente ao beco, ela começou a tremer. Mas ela podia enfrentar. Ela conseguiria. Por Natalie. Por Edward. E por seus pais.

Andando distraída, ela não percebeu que não observava muito a rua onde passava. Ficava o tempo todo olhando para trás para ver se estava sendo seguida.

Não havia ninguém atrás dela, mas ela ainda observava. Leah estava olhando mais para trás do que para a frente, portanto não viu quando esbarrou em alguma coisa.

Ou uma pessoa.

Ela ouviu um xingamento, e olhou rapidamente para frente. Como fora estúpida. Ela havia derrubado um cara de costas, e seu coração começou a palpitar. Será que ele havia se machucado?

- Ei, me desculpe! – Ela disse apressada. Estendeu a sua mão. – Você está...?

Sua voz sumiu. Quando ela viu quem ela havia derrubado.

Leah não conseguia falar, mas ficou corada até a raiz dos cabelos.

Hunter esfregou a cabeça e quando observou quem o havia derrubado, um sorriso estampou em seu rosto.

- Me desculpe – Ela repetiu tremendo. Depois estendeu a mão e o ajudou a se levantar. – Você está bem?

- Não se preocupe, mocinha – Ele riu do desconforto da menina. – Parece que nos encontramos mais de uma vez em menos de dois dias hein?

Leah olhou para seus pés. Estava envergonhada. Aquele sentimento de repulsa que ela sentia em relação as pessoas estava começando a voltar, mas ela lembrou da voz de Edward e decidiu tentar.

- É... Bem. – Ela riu. Hunter sorriu junto com ela. Parecia que o som da voz dele parecia vibrar em seu coração, como se fosse um choque.

- E então? Vai fugir de novo como fez no sábado? – Ele arqueou as sobrancelhas.

- Ah! – Ela ofegou. – Ah, é eu... Desculpe-me por aquilo também. Eu... Sabe... É. Desculpe-me.

Hunter riu novamente. Depois ele ficou olhando para ela, como se esperasse alguma resposta.

- Hm, não. – Ela olhou timidamente para os pés. – Não vou fugir. Na verdade, eu estava indo para o hospital, visitar uma amiga.

- Ah. Sinto muito. – Ele observou umas folhas caírem no chão. O inverno estava a toda e Leah lembrou-se de quando ela gostava de correr atrás das folhas secas de outono quando era criança.

- Tudo bem. – Ela sorriu. – Foi só um mal estar passageiro. Mas queria ver como ela está.

- Entendo – Ele sorriu. Depois Leah começou a sentir algo dentro dela. Parecia que a parte boa de sua consciência estava querendo se libertar. Desde hoje de manhã, ela estava se sentido mais forte. E não queria que Hunter fosse embora.

Mas Natalie precisava dela. E ela precisava ver Natalie.

Hunter estava igualmente parado, observando as folhas caírem. Ele tampouco parecia a fim de sair dali.

Foi como se um raio acertasse a cabeça de Leah. O Sr. Thomas ou Edward, que seja, ele disse a ela que ela precisava fazer coisas corajosas. Hunter havia feito uma coisa que muita pouca gente faria a um estranho encontrado nu e ensanguentado em uma caçamba de lixo.

Ele havia salvado sua vida. Havia feito com que ela se sentisse com esperanças. E agora o destino o colocou mais uma vez em sua vida (dessa vez por acidente) para poder encontrar-se com ela.

Ela sabia que ele era mais do que uma pessoa comum em sua vida. Se não fosse por ele...

Ela deveria fazer uma coisa corajosa. Deveria agradecer a Hunter adequadamente.

Mas ela não sabia como. Estava em um círculo de fogo. Não queria que ele fosse embora, mas também não queria outra pessoa em sua vida. Outra pessoa para conviver com a sua loucura.

E ela precisava ver Natalie. Não podia ficar tanto tempo fora de casa. Então olhou para Hunter e disse:

- Então, eu preciso mesmo ir. Mas eu... Fiquei feliz em ver você.

Ele sorriu.

- Eu também. Quer dizer, eu também fiquei feliz em ver você, e também preciso ir.

Os dois riram da confusão do menino. Depois ele olhou para ela e perguntou novamente, como no sábado.

- Você vai ficar bem, Leah?

Ela sorriu para ele. Ela não sorria assim para ninguém desde que se apagara de sua vida, mas ela iria começar a voltar.

- Sim,, eu vou.

Pela primeira vez ela parecia ter certeza.


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Notas finais do capítulo

E então?? Gostaram? Hunter voltando novamente KKKK! Então, provavelmente eu irei postar ainda mais, mas eu queria desejar mesmo assim um Feliz Ano Novo, um 2013 cheio de paz e alegria para vocês e que todos os seus sonhos se realizem!! Beeeijos e até o próximo capítulo! LOL



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