Stand In The Rain escrita por Light Angel


Capítulo 10
Chapter 10


Notas iniciais do capítulo

Boooom dia, pessoas! Tuudo bem? Então, ai vai mais um cap pra vcs! Espero que gostem! Boa leitura a todos :D



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Leah acordou no dia seguinte esgotada e faminta. Não havia comido nada no dia anterior, e a fome estava dolorosa. Olhou para o relógio e viu que eram seis e meia da manhã.

De um sábado!

Praguejando mentalmente com seu estômago, ela desceu para a cozinha. Fez um sanduíche rápido, apenas para matar aquilo que a estava matando.

Nem viu o que colocava no sanduíche, e muito menos sentiu o gosto. Só queria que a fome sumisse. Quando a fome estancou, ela sentou-se no jardim.

Fazia algum tempo que não se sentava ali fora, em sua rede com seus fones de ouvido. Mas agora ela estava tanto tempo dentro de casa que quase não reconheceu o jardim.

O inverno estava acabando, dando lugar a uma suave primavera. Seattle possuía um verde maravilhoso que dava para toda a extensão do horizonte. Ela contemplou o sol nascer e as flores se abrirem.

Era tão lindo que ela não falou nada, como se não quisesse acabar com aquela paisagem. As horas foram passando e ela acabou adormecendo na rede. Quando acordou, viu que eram quase dez horas da manhã.

Ela espreguiçou-se e tirou os longos cabelos do rosto. Deixou o vento frio da manhã acariciar seu corpo e sorriu quando os passarinhos cantavam. Ela poderia viver ali para sempre, nunca mais sair dali.

Estava pronta para dormir novamente, quando algo martelou em sua cabeça. Um sonho tentando ser lembrado.

– Ah! – Ela ofegou quando se lembrou de o que tinha sonhado. Com ele. Desde que se lembrara do casaco no dia anterior, não parava de pensar em Hunter.

O garoto que a havia salvado, que havia tirado ela do frio. A quem ela pedira ajuda.

Ela não podia ter nenhum vínculo com ele, não estava certo. Precisava devolver o casaco e esquecer aquele menino. Ela era lixo. Não podia se dar ao luxo de ter sentimentos.

Decidida, ela iria procurar por ele, entregar o casaco e sumir de vista. Melhor. Ele disse que morava em um prédio. Deixaria o casaco com o porteiro e sumiria.

Aquele casaco estava trazendo a ela lembranças que ela não poderia apagar. Que ela não poderia se livrar. Portanto, ela tinha que agir.

Com cuidado, ela subiu as escadas e foi para seu quarto. Trocou de roupa, penteou os cabelos e pegou o casaco de Hunter. Com sorte, chegaria em casa rapidinho. Ele não deveria morar longe, já que disse que morava perto do beco.

Abriu a porta e saiu para a rua. Tremendo, ela percebeu que nunca havia saído de casa depois daquele dia. Estava com tanto medo que quase voltou para casa.

– Não. – Ela disse em voz alta. – Preciso terminar isso.

Caminhando pelas ruas da Jackson Street, começou a tremer de medo. Não queria ser pega novamente. Achou o beco onde havia acontecido facilmente, e ela começou a tremer de medo e agonia. Olhou adiante e viu alguns prédios. Mas eram vários. Poderiam haver vários Hunters em vários prédios e ela não poderia ter ido tão longe.

Mas decidiu calcular. O tempo de ele ter pegado o carro, o cobertor e colocado um casaco novo, foi de cinco a dez minutos. Poderia ser o prédio mais próximo dali.

Então ela se recordou.

Moro em um prédio a uns cinco metros daqui...

Cinco metros. Não era nem um pouco longe. Deveria ser o prédio mais próximo dali. Então ela olhou para a rua. Do lado do beco havia um prédio alto. Deveria ser esse, para ele usar a caçamba de lixo do próprio beco.

Respirando fundo, ela decidiu ir até o prédio. Era bonito o local, bem amistoso e decorado. Ela tomou coragem e conseguiu falar com o porteiro. Seu coração estava a mil por hora.

Entrando no grande saguão, Leah viu um porteiro amistoso sorrindo para ela.

– Por favor – Ela sorriu timidamente. – Mora algum Hunter por aqui?

– Da parte de quem? – O porteiro sorriu educadamente.

– Ah, não senhor. Não quero falar com ele. É que ele esqueceu o casaco dele comigo, será que poderia entregar para ele?

O porteiro sorriu para a menina. Depois, ele olhou para os elevadores e disse sorrindo.

– Por que não entrega você mesma?

Leah quase morreu. Ai que cagada que eu sou, meu Deus!

Hunter estava bem ali, próximo dela. Estava com uma jaqueta de caça preta, blusa branca e o cabelo castanho pendiam bagunçados pelo rosto. Parecia ter dezesseis... Talvez dezessete anos?

Estava com fones de ouvido e caminhava para a rua, pronto para sair. Ela queria que ele saísse rápido, mas o porteiro insistiu que ela ficasse.

Quando ele saiu para avisar Hunter, Leah murmurou baixinho:

– Que porteiro ótimo.

Ela procurou uma saída. Tinha que haver alguma. A garagem. Ela tinha que chegar até os elevadores e entrar em algum deles. Poderia sair pela garagem.

Quando ela estava se aproximando dos elevadores, o porteiro chamou.

– Ei, senhorita.

Leah cometeu a burrice de se virar.

Hunter estava do lado dele, olhando-a. Primeiro estava sorrindo, depois seu sorriso se transformou em um rosto surpreso.

Leah corou da cabeça aos pés. Havia cometido o pior erro de sua vida. Tirando o cabelo, nervosa, do rosto, deixou-o cair pelos ombros. Era um tique que ela possuía quando ficava nervosa. Bagunçar o cabelo.

Ela se considerava a pessoa mais imbecil do mundo.

Quase perdendo as pernas de tão bambas que estavam, disse baixinho sem olhar nos olhos de Hunter.

– É... Você esqueceu seu casaco comigo. Tome. Tchau.

Ela correu para fora do prédio com as pernas totalmente bambas. Escutou a voz do menino atrás dela.

– Ei, espere. Por favor. – Ela correu ainda mais. Ouviu passos apressados atrás de si e uma mão delicadamente segurou seu braço. – Por favor – Ele ofegava – Espere.

Leah virou-se para ele atônita. Depois soltou seu braço, nervosa, e tentou ir embora. Mas algo na expressão de Hunter fez com que ela ficasse no lugar. Ele a encarou nervosamente.

– Oi – Ele sorriu. – É Leah, não é?

Ela assentiu com o sangue pulsando na cabeça. Como ele ainda se lembrava de seu nome? Fazia mais de um mês que não a via.

– Eu... Desculpe-me – Ela olhou para seus pés. Estava tomada pela vergonha. – Fiquei com seu casaco.

– Não tem problema. Mas obrigado por ter vindo trazê-lo. – Ele sorriu.

– Não. – Ela disse baixinho.

– Como?

– Não. – Ela respirou fundo. O bom senso falou mais alto. – Quem tem que agradecer sou eu. Se não fosse por você eu... É. Obrigada.

Hunter a olhou com um sorriso.

– Não precisa agradecer, Leah. Eu faria de novo.

O coração da menina afundou. Seus olhos encheram-se de lágrimas, e sua consciência cortou sua mente.

Ela não podia estar falando com ele. Iria manchar a sua vida. Precisava ir embora.

– É... Bem... Então, é. Seu casaco está de volta.

– Sim, ele está. Mais uma vez, não precisava ter se incomodado. Você está bem?

Esta última pergunta foi dirigida com o último olhar que eles trocaram. Angustiado. Hunter se preocupava com ela. Mas não podia. Ninguém poderia.

Mas ela devia uma resposta a Hunter. Sentia que devia.

– Vou ficar, Hunter.

Depois disso, ela se afastou correndo. Não poderia falar com mais ninguém. O vínculo entre os dois estava quebrado. O casaco fora devolvido.

Ela não poderia ter mais nenhum vínculo com Hunter. Nem com Natalie. Precisava ficar sozinha. Lixo não merecia compaixão, nem amor e nem amizade.

Ela era fraca. Precisava ficar sozinha. Chegando em sua casa, subiu sem dizer nenhum som ou palavra.

Jogou-se na cama e as lágrimas surgiram.

Era assim sua rotina agora. Sofrer, chorar, dormir. Ela só estava esperando a quarta palavra. Que nunca chegava.

Morrer.



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Notas finais do capítulo

E então? Curtiram a volta do Hunter? KKKKK, é ele vai aparecer com mais frequencia agora. Nova fase da Leah também vai começar. Espero que gostem! Mil beeeijos e até mais s2



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