Stand In The Rain escrita por Light Angel


Capítulo 9
Chapter 9


Notas iniciais do capítulo

Oláá pessoas! Tuudo bem? Então aqui vai mais um capítulo da história, para agradar a vocês todas. E como vão de férias?? hahahahha (cala a boca Angel, a gente quer ler logo). ok! não ta mais aqui quem falou, vamos lá leer LOL, boa leitura pessoal ♥



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Depois da aula de Sociologia, Leah saiu correndo para evitar encontrar Natalie no caminho. Estava com vergonha e provavelmente deve ter ferido os sentimentos da menina.

Ela era uma merda mesmo. Natalie era uma pessoa tão gentil. Leah não resistiu e entregou o jogo a menina. Não poderia ter feito isso. Era ela mesma. Sozinha.

Quando o dia escolar finalmente chegou ao fim, ela correu até a saída. Sua mãe a esperava ali, e sem esperar, entrou no carro. Queria evitar Natalie. Queria evitar todos.

- Oi, querida – A mãe sorriu, cautelosa. – Como foi seu dia?

- Bom. – Ela sorriu forçado para a mãe.

A mãe pareceu cair naquele sorriso. Pareceu ficar tão animada que a filha estivesse respondendo suas perguntas e sorrindo pela primeira vez em semanas. Da volta para a escola até a sua casa, sua mãe ficou tagarelando sem parar. Leah escutava, mas ela não estava realmente ali.

Quando chegaram em casa, Leah subiu correndo e entrou em seu quarto. Não aguentava mais fingimento. Não aguentava mais compaixão.

Correu para o banheiro e se trancou ali. Chorando, ela arrancou o casaco. A dor estava forte. A dor da vergonha, do fracasso e da fraqueza.

Arrancou as bandagens que colocara alguns dias antes sem pensar. Com o canivete em mãos, ela o pegou e começou a cortar os cortes recém-fechados.

Lágrimas de dor foram surgindo no lugar, enquanto que Leah abafava seus gritos.

Onde já se viu? Conseguir conforto com Natalie? Impor ela a sua vida desse jeito? E depois magoá-la? Fugindo?

- Você é uma fraca mesmo, Leah Henderson – Ela murmurava enquanto rasgava sua pele. – Uma fracote, uma merda. Nunca deveria ter se imposto com Natalie. Nunca deveria ter contado a verdade para ela.

Ela se sentia ainda mais suja. Sentia-se exposta. Estava com vergonha e com medo. Não abria seu coração para ninguém e agora o abrira para sua melhor amiga. Natalie ficara do seu lado, o que era ainda pior. Se ela ao menos fugisse, recriminasse Leah... Ela estaria bem melhor agora.

O sangue escorria de seus braços, fazendo com que ela acabasse por sentir a dor dos cortes. Isso a distraía e era uma terapia boa. O masoquismo era sim uma terapia boa.

Ela sentia prazer naquela dor. O sofrimento desaparecia. A dor física ficava no lugar.

Depois de uns quinze minutos se cortando, a dor ficou insuportável. Ela precisava parar antes que os cortes se tornassem sérios. Fez o mesmo tratamento que havia feito antes, enxugando o sangue do chão e sumindo com qualquer evidência.

Depois foi para a sua cama, chorar. Estava sozinha. Aquele mundo cruel a havia feito passar por tanta coisa, mas aquilo foi demais. Não podia ser ajudada. Não podia ser compreendida. Tinha que ser rejeitada. Como um lixo.

Ela soluçava com o travesseiro no rosto, para abafar seu choro. Ela mais do que nunca queria ter morrido naquela noite. Queria que o homem a tivesse matado. Isso era sofrimento demais.

Se não fosse por aquele garoto...

Leah parou de chorar. Fazia mais de um mês que ela não pensava naquele garoto. Hunter.

Ele havia salvado sua vida, e ele mais do que nunca sabia o que tinha acontecido. E ela nem agradeceu a ele por isso.

Socou o travesseiro com raiva.

- Garoto idiota. – Murmurou com ódio. Por que não a deixou morrer? Por que tinha de salvá-la? Agora ela estava sofrendo como uma condenada e a culpa era dele. Se alguém tinha culpa, além dela, era ele.

Então começou a chorar novamente. Onde estava com a cabeça? Hunter salvou a sua vida, tirou-a daquele beco. Qualquer um deveria ter ficado agradecido por isso.

Mas ela não conseguia. Queria ter morrido. Não queria que ele a tivesse visto daquele jeito. Estuprada. Despida. Machucada. Acabada.

Um garoto tão bom como aquele... Não poderia ficar perto dela novamente.

E ainda assim, quando pensou nele, seu coração acelerou. Hunter foi o que havia lhe dado esperança naquele dia. Que disse que ela iria ficar bem. Que não se importou de vê-la daquela forma, não sentiu repulsa nenhuma. Só compaixão.

Havia tirado ela do frio e da chuva e salvado sua vida. Andando até o seu armário, ela reparou no casaco que havia guardado. O casaco que ele havia emprestado para ela. Quando sua mãe perguntou sobre aquilo, ela disse que queria ficar com o casaco. Porque era especial.

Tirou o casaco do armário e o vestiu. Ela começou a chorar em cima dele, lembrando-se do dia que ocorreu. Tirou rapidamente o casaco, jogando-o longe. Ele poderia ser especial, mas trazia mais lembranças daquele dia do que qualquer outra coisa.

Ele tinha que se livrar daquele casaco. Pensou em jogá-lo fora, mas não parecia o certo. Tinha que devolvê-lo a Hunter, mas não sabia como. Precisava se desvencilhar daquela lembrança, mas encontrar o garoto levaria mais lembranças do que o normal.

Aborrecida, jogou o casaco no fundo do armário. Depois decidiria o que fazer com ele.

Não podia se envolver com mais ninguém. Sua cabeça não permitia. Sua mente a recriminava. E seu coração a depreciava.

O que fizera com Natalie? O que foi aquele momento de fraqueza?

Ela não podia ter ajuda. Não podia sorrir novamente. Não podia ter sonhos e nem pensar em voltar a sua vida normal de volta.

- Filha? – Sua mãe bateu em sua porta. – Está tudo bem?

Leah se endireitou. Não podia dar sinais de piora a mãe. Chega de sofrimentos. Chega de explicações.

- Sim, mãe. – Ela respondeu com a voz fraca. Praguejando, ela pigarreou e disse: - Está tudo ótimo. Só estou descansando.

- Não quer comer alguma coisa, querida? Deve estar com fome.

- Agora não, mãe. Depois eu desço e vejo o que eu faço. Estou cansada.

- Ok, meu amor. Estou lá embaixo.

- Tudo bem.

Quando ouviu os passos de sua mãe se afastando, Leah deitou na cama. Estava realmente cansada. Mentalmente e fisicamente. Choramingou quando esbarrou seu braço ferido no cobertor, mas era assim que tinha de ser. Para acabar com a dor, precisava de outra dor.

O problema era que nada nem ninguém conseguiriam acabar com a sua dor. Por mais que tudo estivesse a favor dela, como Natalie e o Sr. Thomas. Pessoas boas querendo ajudar.

Mas ela não merecia ajuda. Não era nada. Não podia se dar a esse luxo.

E era assim que tinha de ser. 


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Notas finais do capítulo

E então, queridos? Gostaram? É isso aí, vamos caminhando cada vez mais com a fic, e eu queria agradecer a todos pelo apoio e pelo carinho! Vamos que cada vez mais estamos caminhando para longe. Como adiantei alguns capítulos a frente, fica tranquilo postar mais um hoje ou amanhã. Beeijos pessoas, té maais ♥



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