Lost Memory escrita por Dri Viana


Capítulo 24
Chapter Twenty-four


Notas iniciais do capítulo

Avisos!
Primeiro: Perdão pela demora a postar, mas é que tive um bloqueio de criatividade pra essa fic.
Segando: Quero agradecer a Leidy Brunna pela recomendação, amei cada palavra que escreveu e concordo com vc, o amor não e nem nunca será clichê e nem careta.
Terceiro: Mia a resposta pra sua pergunta virá daqui ha alguns capitulo.
E Quarto: A fic começa a entrar na reta final!



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— Onde as conseguiu?

Sara apontou para as flores que estavam dentro do copo de vidro em cima da bandeja, que agora se encontrava abandonada aos pés da cama, já que o casal havia terminado de desfrutar todo o café da manhã que nela estava posto.

— Eu peguei no jardim da casa ao lado.

Ele contou, afagando os cabelos macios e sedosos da esposa que se encontrava com a cabeça repousando em seu ombro.

— Elas são lindas! - Sara disse, observando as flores.

— Você é muito mais linda do que elas! - ele confessou bem perto do ouvido dela.

Sara sorriu lisonjeada com as palavras do marido. Este era seu Gil. Carinhoso. Amoroso. Apaixonado.

Levantando a cabeça do ombro dele, ela retribuiu a gentileza de seu elogio dando-lhe um beijo que fora prontamente correspondido por Grissom.

Alguns segundos naquele beijo e o casal ouviu o som abafado de uma risadinha que ambos conheciam muito bem de quem era. Interromperam o beijo e olharam em direção a porta do quarto. Viram Matt imediatamente se recolher, escondendo-se atrás da porta e logo em seguida, o ouviram sorrir. Entreolharam-se e inevitavelmente, sorriram com isso.

— Não adianta se esconder, campeão, nós já vimos você e sabemos que ainda está aí escondidinho!

Grissom disse meio sorrindo. Após suas palavras, Matt foi saindo detrás da porta com uma cara bem sapeca e um sorriso idem.

— Vem cá, meu amor!

Ao chamado de Sara o pequeno correu para a cama dos pais. Grissom pegou o filho e ajeitou-o entre Sara e ele. Nem bem o supervisor acabou de fazer isso e o pequeno disparou para eles:

— Vocês estavam namorando igual à antes, não é? - ele sorriu de forma bem sapeca para os pais.

Os dois não aguentaram aquilo e riram juntos. O menino ficou olhando-os sem entender.

— Do que estão rindo? - ele perguntou em sua inocência.

— Desse seu sorriso lindo, campeão! - Grissom bagunçou mais ainda os cabelinhos já bagunçados do pequeno, que riu. — E sim, nós estávamos namorando, mas você não era pra ficar vendo isso, seu molequinho danado. - Gil agarrou o filho e puxou-o para cima de si.

— Exatamente! - Sara concordou. - O que fazia ali mocinho?

— Não estava nos espionando não é campeão? - brincou o supervisor com o filho.

— Vocês vão brigar comigo? - o menino fez um biquinho tão fofo que fez os pais não aguentarem e tascarem um beijo, um de cada lado do rosto de Matt.

— Não, meu amor. - Sara respondeu depois de beijá-lo. — Mas você sabe que não pode entrar no quarto sem bater, a mamãe já ensinou.

— Mas a porta estava encostadinha, mamãe.

— Mesmo assim tem que bater, está bem?

Ele assentiu.

— Promete?

— Hãram!

— Ótimo!

— Muito bem, campeão, mas acho que isso de ter entrado sem bater merece um pequeno castigo não acha, Sara? - Grissom piscou para ela sem que o filho visse.

— Que castigo você acha que ele merece Gil?

— Eu não quero castigo papai! - pediu já fazendo novamente seu biquinho de choro.

— Ah, mas vai ter e é um castigo de... Cosquinha!

O supervisor revelou já fazendo cosquinhas na barriga do filho que imediatamente começou a rir com aquilo. Sara que estava ao lado dos dois logo entrou nisso e também já fazia cosquinhas no pescoço do menino. Matt ria muito e alto com o que seus pais lhe faziam.

Jully que havia se levantado a pouco e passava em frente ao quarto dos pais, inevitavelmente ouviu as risadas que vinham de dentro do cômodo. Aproximando-se da porta que estava entreaberta, ela viu seus pais fazendo cosquinha em Matt que se remexia na cama. Riu da cena, os três deitados na cama pareciam três crianças. Estavam tão entretidos que nem notaram que ela estava na porta observando-os. Foi só após uns minutos que Matt a enxergou e disse seu nome fazendo os pais pararem com as cosquinhas para olharem-na.

— O que está havendo aqui? - a adolescente quis saber sorrindo.

— Sua mãe e eu estamos dando um castigo de cosquinhas no Matt por ter entrado sem bater no nosso quarto, mas acho que já chega não é campeão? Você já entendeu que não deve entrar sem bater né?

— Hãram! - ele ainda sorria.

Sara chamou a filha para se deitar com eles como costumavam fazer quando ela e Matt eram menores.

— Mãe não vai dá certo isso. Matt e eu já estamos grandes e a cama é pequena demais para caberem quatro pessoas nela. - a garota alegou da porta.

— Dá sim. É só ficarmos bem juntinho. Vem filha! Faz tempo que não ficamos assim nós quatro juntos. Além do mais, seu pai nunca ficou assim com a gente desde que perdeu a memória e esta seria a primeira vez dele.

— É, Jully, vem. Assim posso ter vocês quatro junto comigo!

A garota se rendeu aos apelos dos pais e se juntou a eles e ao irmão na cama. Grissom ficou no meio da cama com Matt deitado sobre ele, enquanto Sara e Jully ficaram deitadas uma de cada lado do supervisor.

— Faz tempo que não ficamos assim os quatro bem juntinhos como agora.

Sara comentou, olhando para os filhos e o marido.

— É tão bom ter vocês aqui comigo! - Grissom confessou após a fala da esposa.

— E é bom ter você aqui com a gente, não é crianças?

Os dois responderam um sim em coro.

De repente, Matt levantou a cabeça do peito do pai e contou à irmã o que tinha visto há pouco.

— Jully, o papai e a mamãe ainda agora estavam namorando igual à antes!

— Isso é verdade?

A garota encarou os pais que trocaram um rápido olhar antes de confirmarem aquilo com um aceno de cabeça. Eles contaram que estavam juntos de novo como antes.

Jully sorriu feliz com a confirmação dos pais. Se era algo que ela queria tanto quanto a recuperação da memória do pai, era que ele e sua mãe voltassem a ser o casal apaixonado que ela se acostumou a ver dentro de casa.

Gostaria muito de ver o pai ainda que estivesse desmemoriado, se acertar logo com a mãe. Sabia o quanto Sara sofria com o fato de Grissom não ser o mesmo de antes. Cansou de vê-la várias vezes ao longo desses meses em que o supervisor se encontrava desmemoriado, chorando escondida por causa disso. E felizmente, hoje uma das coisas que a garota queria estava acontecendo, e estava muito feliz por isso.

— Puxa, que bom que vocês se "acertaram" e estão juntos de novo. Estou muito feliz por isso! Queria muito vê-los assim de novo! - confessou a garota com um sorriso largo.

Por um bom tempo os quatro ficaram juntos naquela cama. Pareciam à mesma família que eram meses atrás antes da amnésia de Grissom vir e deixar as coisas de cabeça para baixo.

As risadas eram quase a todo o instante, deixando o clima descontraído e divertido. Lembranças antigas e engraçadas de momentos vividos naquela casa foram sendo compartilhadas ora por Sara, ora por Jully. Grissom se divertia ouvindo a tudo que era dito pela esposa e pela filha. Naquele momento, era como se Gil estivesse conhecendo mais ainda abertamente sua família pelos fatos e particularidades que iam sendo lhe partilhados e que até agora ele desconhecia por falta de um momento família especial como aquele para reviver o passado apagado de sua mente.

O que foi ouvindo podia até serem coisas simples, fatos pequenos, engraçados do cotidiano de sua antiga vida, mas que para ele eram muito especiais.

Estar ali com os filhos e a mulher que ele sabia, era o amor da sua vida, estava sendo o melhor momento da sua vida nesses meses que estava convivendo com eles. Sentia-se imensamente feliz por estar onde estava e com as pessoas que estava. Sua família era tudo de mais importante para ele e não foi preciso recuperar a memória para saber disso. Bastou simplesmente ouvir seu coração que batia forte por aqueles três.

O sentimento de amor pela família podia não estar mais em sua cabeça, mas já habitava em seu peito. Sua mente não reconhecia aquelas três pessoas que faziam parte de sua vida, mas seu coração sim. E ele o guiou para que redescobrisse o amor que havia dentro de si por sua esposa e seus filhos.

Algum tempo depois Sara chamou a atenção dos filhos e do marido para que eles se levantassem para tomar café, porque já passava das oito. Um "Ah, não!" dito de forma engraçada e em coro por Grissom e os dois filhos foi à resposta que Sara teve dos três.

— Podíamos ficar mais um pouquinho aqui, querida, está tão bom! Não é crianças? - Grissom abraçou os filhos que prontamente concordaram com ele.

A morena que já havia levantado da cama riu de ver os três agarrados, olhando para ela com umas carinhas sorridentes e pidonas.

— Não me olhem assim! Vamos, levantem. Quero ir à praia, vocês não?

Foi só falar em praia que a morena viu os filhos se espertarem. Jully logo levantou da cama num pulo e avisou que ia ver se Penny já havia acordado, caso ela ainda estivesse dormindo ia acordá-la e depois tomaria seu banho e se arrumaria para tomar café, em seguida saiu do quarto.

— E vocês, moços, tomar banho também não é? - Sara olhou para o filho e o marido que agora estavam sentados na cama.

— Quero tomar banho com o papai! - Matt se agarrou ao pescoço de Grissom. — Vamos, papai?

O supervisor não podia negar aquilo ao filho, ainda mais vendo aqueles olhinhos brilhantes ao falar com ele. Prontamente, disse que sim ao garoto e pode ver a alegria do filho. Levantou-se com ele e antes que fossem, Sara os avisou para não demorarem que ela também ainda tomaria o banho dela.

— Pode deixar que não vamos demorar muito, não é campeão? - ele piscou para o filho que sorridente confirmou com um balançar de cabeça.

Sara ficou observando os dois seguirem juntos para o banheiro do quarto do casal.

 

Um bom tempo depois o casal, os filhos, Shirley e Penny já saíam de casa para irem à praia.

 

***

Sob a sombra do enorme guarda sol e acomodados em uma mesa que estava posta na areia branquinha da praia, o casal Grissom observa o filho menor que estava na água com Shirley brincando com uma grande bóia em foram de baleia, que os pais haviam alugado para ele brincar após Matt ter vindo pedir uma.

A princípio Sara não quisera ceder ao pedido do filho por não achar uma boa idéia aquela bóia tão grande para ele que era tão pequeno, mas Grissom acabou a convencendo de deixar para alegria do filho que agora era só sorrisos brincando em cima da bóia.

— Viu só como ele está se divertindo?!

— É, mas eu estou apavorada aqui em vê-lo "montado" naquilo. Os materiais dessas bóias costumam ser lisos. Morro de medo que ele inquieto como é, se mexa demais, escorregue daquilo, caía na água sem dar tempo pra Shirley pegá-lo e se afogue.

Grissom olhou assustado para a esposa que não tirava os olhos do filho deles. Depois balançou a cabeça e tratou de tranquilizar Sara dizendo que isso não aconteceria e que Shirley estava atenta demais no garoto deles para deixar algo acontecer a ele. Isso pareceu deixá-la menos inquieta do que estava anteriormente.

Passado uns minutos disso, Jully e Penny que tinham saído para darem uma volta pela orla da praia, retornavam do passeio.

— E aí andaram muito pela orla meninas?

— Bastante, tia Sara! Chega até cansei! - Penny jogou-se em sua cadeira de praia.

— Por isso que demoraram muito pra voltar? - Grissom deu um gole em seu suco. Fazia quase uma hora que as duas tinham saído para essa volta.

— Também!

— Também?? - ele franziu a testa sem entender.

— Ah! É que na volta, tio Grissom, a gente deu uma parada mais ali na frente e ficamos admirando uns garotos lindos de morrer que estavam jogando vôlei só de sunga para ver se assim a gente limpa um pouco a nossa vista, já que no nosso colégio só tem mais bichos feiosos do que outra coisa, não é não Jully? - Penny disse na maior naturalidade e sem a menor vergonha.

Da sua cadeira Sara não aguentou isso e riu da espontaneidade de Penny ao falar daquele seu jeito tão natural e despojado. Já não era novidade, a amiga de sua filha sair com frases assim com esse humor, era dela e Sara se divertia toda vez com isso. Quem não se divertiu nada foi Grissom que ficou sem ação com o que acabou de ouvir.

— Penny!! - Jully recriminou a amiga por ter falado demais.

— O que é?? - a outra adolescente  respondeu se assustando.

— Precisa falar assim?

— Ah, qual é? Você sabe que eu falo assim.

— Vocês estavam esse tempo todo observando um bando de homens jogar vôlei?

— Uma boa parte do tempo sim, tio Grissom. - Penny confirmou. — Ah, teve até um que não tirava o olho da Jully sabia? Ele até ficou conversando com ela bem pertinho enquanto eu jogava vôlei com os outros. Acho até que eles trocaram número dele telefone.

— Como é ?? - Grissom olhou para filha que ficou vermelha que nem um pimentão de tanta vergonha.

Jully ia se lembrar de afogar sua melhor amiga depois por isso que ela estava fazendo, ou melhor, inventando.

Penny riu assim como Sara ao ver a cara de ciumento de Grissom e a de envergonhada de Jully. A morena sabia que aquilo não passava de brincadeira, porque assim que acabou de falar Penny piscou discretamente para ela. E se fosse verdade, a seu vê não teria nenhum problema, porque Jully estava mais do que na hora de começar a ter seus paqueras ou ficantes como Penny certa vez lhe dissera.

— Deixa de inventar história Penélope. É brincadeira dessa garota, pai. Nenhum garoto me pediu telefone algum e se tivesse pedido eu não daria. Ouviu, palhaça!

Penny riu mais ainda. Tinha dito isso só para implicar com a amiga certinha e tímida.

— Agora vem garota, vamos pra água pra que eu possa ter a oportunidade de te afogar. - Jully puxou a amiga da cadeira e saiu levando-a arrastada para água.

Assim que as duas se foram Grissom olhou para Sara que exibia um pequeno sorriso com toda a cena que aconteceu ali.

— Me diga que tudo que aquela tagarela da Penny disse foi só brincadeira dela.

Sara deu uma gargalhada. Seu marido parecia completamente desconcertado com a brincadeira de Penny.

— Foi, Gil!

— Ainda bem! - ele suspirou aliviado. Fazendo a esposa balançar a cabeça divertida com sua reação.

— Mas se tivesse sido verdade, teria problema pra você, Jully ficar de conversa com um garoto e trocar telefone com ele?

Grissom se remexeu inquieto na cadeira. Aquele assunto começava a não lhe agradar. Sua filha de papo com um cara qualquer. Não lhe agradava a ideia. Jully lhe parecia ainda nova para namoros.

— Não! - mentiu.

— Não senti muita firmeza nessa sua negativa, Gil! - ela apertou os lábios após falar isso. Estava bem evidente para ela que mentia. Conhecia seu marido.

— Sara não me sinto a vontade falando disso. Será que a gente podia mudar de assunto, por favor? - ele pediu sem jeito e a esposa resolveu atendê-lo.

— Ok!

Sara lembrou-se da conversa que eles dois tiveram um mês antes de Grissom perder a memória sobre quase esse mesmo assunto. Naquela ocasião, Grissom fizera o mesmo, saíra pela tangente quando ela o questionara sobre a filha deles começar a ter namrorado.

— Algo me diz que quando terminar o tempo do Matt ficar brincando com a bóia, ele não vai querer devolvê-la.

— Será??

— Espero estar errada!

— Tomara!

— Gil, eu vou rapidinho no banheiro. Já volto! - ela anunciou.

— Está bem.

Sara saiu e segundos depois de sua saída, uma mulher loira se aproximou da mesa de Grissom.

— Gilbert Grissom é você?


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Notas finais do capítulo

Quem será essa mulher??