Libertária escrita por Ana Souza


Capítulo 22
A Reversa


Notas iniciais do capítulo

feliz natal leitores :) este foi o penultimo capítulo. :) o ultimo virá em breve :) vai deixar saudades pra mim. essa foi minha fic mais trabalhosa e divertida.



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Amanda está dirigindo pela rodovia, uma leve garoa faz a pista ondular ao brilho do farol.

– então rapaz... já decidiu o quer da vida? – ela me perguntou abaixando um pouco o volume do som do carro, a musica suave ficou apenas como ruído ambiente pra nosso dialogo, que não existia a meio minuto atrás porque estávamos apenas ouvindo o som enquanto eu devorava um sanduiche comprado no caminho.

Eu estou exausto, pingos de chuva já embaçavam as janelas.

– se refere a fotografar profissionalmente? – perguntei sínico, eu sabia exatamente que Amanda não estava se referindo a profissão. Já tivemos essa conversa um trilhão e meio de vezes.

– vou te estapear a cara seu sonso – disse ela com um sorriso acelerando um pouco, nossas malas trepidaram no fundo do carro, estranhamente a pista a nossa volta estava vazia, e é horário de rush. É a rodovia principal até o restaurante em que vamos comer e o bairro das nossas casas. – sabe bem que eu estou te falando de uma morena bonitinha, de olhos cor de caramelo, tão sonsa quanto você.

– a nossa professora de educação física? – continuei dando uma de desentendido.

Amanda me fulminou com os olhos antes de tirar uma das mãos do volante pra me beliscar o ombro.

– ai peste! – gritei devolvendo a grosseria de modo mais moderado, afinal ela estava dirigindo numa pista molhada e um acidente não seria nada legal.

– Isadora Agnes seu idiota! – gritou ela como se estivesse irritada de verdade, mas seus olhos e lábios sorriam suprimindo um ataque de riso – Rua Elis Regina, Condômino das Pradarias Bloco C-22, casa de fachada verde número...

– pode parar ta bom? – disse em um suspiro – eu sei perfeitamente quem a Isa é. Alias, porque ela não veio com a gente mesmo?

– a mãe dela... Quis que ela fosse pra casa ou algo assim, agora nem tente mudar de assunto porque eu lhe conheço bem.

– o que você quer que eu diga? – falei eu – é Isa não é? O que tem a ver ela como o que eu quero pra minha vida?

Amanda fez muxoxo e balançou a cabeça como quem suspira: “garotos... todos iguais.”.

– ela te ama cara. Ta escrito na testa dela com caneta fluorescente. – disse Amanda em tom bem mais sério agora – e eu sei que no fundo no fundo você gosta bem mais dela do que aquela palito de fósforo da Olivia Gremin, toda perfeitinha, toda “ui não encoste em mim”, toda “olhem pra mim, eu sou tão gata que não peido.”

Ambos gargalhamos com isso.

– Isa é especial pra mim. – conclui finalmente, Amanda fez uma curva fechada, este trecho estava estranhamente escuro, os postes até um raio de dois quilômetros estavam completamente apagados.

–Hugo, que ela é especial eu sei, mas você gosta dela?

Parei pra refletir e pensei em tudo que aconteceu na viajem, nas coisas que andei concluindo desde aquele dia na Lagoa do Trovador, depois daquele dia sonhei com ela de um modo mais diferente... Pensei nos traços alegres do seu sorriso, nos seus olhos que diziam tudo sem que ela sequer proferisse um único som, no seu jeito e como ela movia a cabeça quando estava indignada, ultimamente eu andava analisando tanto clinicamente a Isa que acabava me pegando sorrindo me lembrando das coisas que já tínhamos vivido... Então,a Olivia chegou, tão bonita e perfeita... Chegou no momento mais impróprio possível, se insinuando como todo aquele papo de “garota frágil que mora sozinha e precisa de cuidado” e eu simplesmente não pude dizer não, ela era o que eu queria e o que eu não queria ao mesmo tempo... Mas quanto mais eu passo com a Olivia, mas procuro a Isa nela. Minha namorada se mostra misteriosa e sombria às vezes... Nunca deixa que eu entre em seu quarto ou mexa nas gavetas dos moveis estranhos e austríacos da sua casa... nos mal conversamos sobre nada e quanto mais o tempo passava mais necessidade eu tenho de me afastar, foi por isso que acabei beijando Isadora na viajem, foi um impulso subconsciente do suposto amor que esta crescendo em mim, mas no final das contas foi sensato deixar as coisas na amizade ao menos até eu resolver minha breve historia com Olivia.

– hello? Alguém na terra? – brincou Amanda fazendo um sinal para que eu olhasse pra ela.. .eu estava realmente perdido em meus pensamentos – te fiz uma pergunta basta responder sim ou não. Acredite, somos um trio, não vou ser eu a X9 a fofocar pra ela caso você...

– goste dela? – interrompi Amanda euforicamente. – se você contar eu corto sua língua e como no ensopado. Sonsa.

Amanda começou a dançar no banco de alegria enquanto fazia outra curva, como uma criança quando ganha doces.

– ah cara, eu sempre soube! É isso ai, eu...

Então foi tudo muito rápido...

Uma sombra acinzentada passou na frente do carro tão rente que fez Amanda por o pé no freio bruscamente, o carro cantou pneu na pista e fez uma semicircunferência no chão antes de parar.

– o que foi isso? – arfou Amanda quando finalmente paramos de gritar.

– não faço ideia – respondi me preparando saltar pra fora, isso foi realmente muita sorte, a pista está deserta por algum motivo, se houvessem carros isso teria sido um acidente fatal. – vamos descer pra verificar.

Amanda ficou olhando pro vazio, faz isso sempre quando esta assustada.

–não parece boa ideia – disse ela – a pista esta escura e eu estou com um mal pressentimento.

Eu sorri e peguei em sua mão.

–dá pra relaxar? Ta tudo bem menina, pode ter sido um... Sei lá, um pássaro ou um cordeiro... Não podemos continuar andando sem saber se atropelamos algo.

Abri a porta do carro e desci com ela em meu encalço.

– um cordeiro na avenida principal Hugo. – gargalhou ela iluminando o caminho com o celular – vou te contar cara, sua imaginação supera os limites da falta de noção.

– estranho, não há nada aqui...

Uma moça de capuz apareceu atrás de Amanda, esgueirado na sombra, estava escuro demais para ver seu rosto, a roupa era esquisita e medieval e a trança loura brilhava devido o farol.

– Amanda!

Ela agarrou Amanda pelo pescoço enquanto minha amiga gritava e se debatia, começando a arrasta-la pra sombra, num súbito surto de heroísmo parti pra cima dela e comecei a esmurrar e chutar a agressora pra que libertasse Amanda.

–Hugo, socorro!

Lutando no escuro só percebi quando Amanda finalmente conseguiu se desvencilhar e sair correndo em direção a parte erma da estrada, uma construção antiga ladeada por vegetação alta. Mas eu não tive a mesma sorte, a moça loura de capuz cinza tinha uma força sobrenatural e me agarrou pela nunca até que eu sentisse vontade de desmaiar... pelo menos se ela pegasse a mim Amanda poderia escapar...

–Olivia?

O farol iluminou o rosto da minha raptora que sorria.

– durma meu bem.

Ela apertou minhas temporãs e meu mundo desapareceu a minha volta.

Foram quatro colheradas no total, o liquido dourado tem um gosto doce e gelado, como um sorvete inumano, tão saboroso que chega a ser sórdido e pecaminoso.

– bom... vamos repassar isso – disse eu encostando-me mais na arvore, ainda estou impressionado com a beleza da floresta a minha volta, de certo é um lugar sombrio e úmido mas as arvores e nevoa são de uma beleza cinematográfica, tão quão a lagoa a alguns metros a frente – você está me dizendo que é um bruxa chamada Valentina, que estamos em um mundo imaterial chamado Terra Meridional...

–Mundo Meridional... – corrigiu a garota pacientemente, seus olhos são cor de uva e cabelos brancos tingidos e salpicados para todos os lados, seu rosto é bonito doce e sereno, combina com o nome. – e que eu, Hugo Mendes, fui sequestrado por sua irmã... Meredith Lyathor, uma bruxa milenar de um clã mais milenar ainda que se fez passar por uma humana chamada Olivia, que era minha namorada, e que tudo que ela queria era o meu corpo, não no bom sentido, mas no sentido de me sugar a juventude como se eu fosse um milk-shake, é isso?

Ela balançou a cabeça pra cima e pra baixo como se fosse obvio, depois me deu mais uma colherada da tigela de sopa doce e dourada que estava me fazendo muito bem, a cada gole eu me sentia recuperado e muito forte.

Respirei fundo e fechei os olhos, minha cabeça doía e eu não conseguia me lembrar de muita coisa...

Eu sou Hugo Mendes

Tenho 18 ou 19 anos mas isso não parece importar muito agora

Meus pais são divorciados

Na infância eu fiz uma viajem de barco pelo Índico, mas isso foi só na minha imaginação após um pesadelo

Depois da viajem de colégio Amanda freou o carro com força e tudo sumiu, não sei o que ocorreu depois disso

e...

eu amo um garota

Isadora Agnes

Tronei a abrir os olhos...

– desculpe Valentina, a brincadeira foi muito engraçada e eu não faço ideia em que parte da cidade essa bela floresta fique, mas seja como for eu preciso voltar pra casa, onde fica a estrada pra avenida principal? – ao tentar me levantar cambaleei pra frente e Valentina impediu que eu caísse,segurando-me.

–não pode ir embora humano, tem que acreditar em mim. – murmurou ela me agarrando pelos ombros e sussurrando, como se tivesse medo de que alguém pudesse nos ouvir naquele ermo. – depois que a Libertária morreu e levou a vida de Meredith consigo o Mundo Meridional entrou em guerra civil, invadiram a Árvore da vida, minhas irmãs fugiram para o mundo dos humanos, os Guardiões pegaram todos os humanos capturados que sobreviveram e estão cuidando deles para serem desmemoriados e levados para o mundo mortal de novo, aos Conspiradores e os Servos estão em guerra pelo poder, há carficina por toda parte e se me acharem vão me matar por achar que eu concordava com Meredith.

– ok maluca, vou entrar no seu joguinho, se você é mesmo um bruxa e ta rolando toda essa merda por aqui porque não fugiu com suas irmãs também? – ironizei

Valentina enrubesceu e andou alguns passos pra trás.

–por sua causa – ela gaguejou – senti vontade de cuidar de você, você era importante pra Libertária.

Senti-me envergonhado e abaixei o olhar, Valentina parecia igualmente sem graça, se não o vestido e o capuz medieval eu diria que ela era uma adolescente alternativa, comum.

– quem é essa talzinha?

– não me recordo seu nome... ela foi a prometida pra matar minha irmã mas nenhuma de nos achou que a profecia fosse de fato se cumprir – miou Valentina, com seu olhar abrasador ela me convenceu a sentar de novo e pegou um pouco de água para mim na lagoa, bebi com gosto e voracidade como se nunca tivesse bebido água na vida.

– pode me provar que é uma bruxa? – perguntei curioso.

Ela sorriu maliciosamente.

– o que você quer algo fácil ou difícil? – questionou ela de volta sentando-se ao meu lado,

– defina fácil – pedi

Ela pensou um pouco.

– uma camisa pra você seria algo fácil.

Bem observado, eu estava usando apenas uma bermuda de aldeão mal costurada, haviam várias fissuras e cortes no meu peito em vários lugares envolto de inchaços.

– então quero algo difícil, se você me provar, acredito em você Valentina.

Ela se levantou ágil como uma lebre, fechou os olhos e recitou algumas palavras suaves como uma canção de ninar, diante dos meus olhos borboletas começara a sair dos pulsos de Valentina, delicadas e vermelhas, a medida que subiam ao céu iam transformando-se em bolotas de fogo dançantes, girando em orbitas, subindo e descendo.

Levantei incrédulo, tentei tocar em uma das borboletas que instantaneamente queimou o meu dedo, levei a queimadura a boca. Real. Aquilo estava acontecendo.

–pode acreditar em mim agora?

–completamente – arfei ainda olhando para as borboletas em chamas no céu – a Isa ia adorar ver isso.

– era esse o nome! – berrou Valentina, mas logo regulou a voz olhando nervosamente para os lados, seu barulho fez duas corujas esquisitas voarem para o horizonte – Isadora Agnes,a Libertária que morreu matando Meredith.

Esqueci como respirar por meio minuto.

–como disse?

– a garota prometida, ela foi destinada por Aria, um espírito de uma rainha milenar para destruir Meredith, por isso você e sua amiga com carinha de estúpida, a Amanda foram raptados, para que Isadora, a Libertária conseguisse chegar a nosso dominós...

–morta? – perguntei eu o meu rosto já estava inundando, aquilo não podia ser verdade, logo eu ia acordar do coma, isso não pode ser real, não pode.

Valentina esta contorcida em algum conflito interno, parecia uma mistura de ciúmes,irritação e pena.

Ela me estendeu a mão...

– o corpo dela está sendo velado na Craval. Eu te levo.

Deixei-me ser conduzido, confuso e com a leve impressão de que isso não era um sonho.

Valentina remava silenciosamente, a estreita corredeira é simplesmente o lugar mais romântico e lindo que já vi, o rio tem a cor de jabuticabas da época e de tempos em tempos passamos por esculturas em jardins selvagens, esculturas de casais, homens lutando... Arcos emaranhados de cravos brancos desbotavam de todos o cantos com o canto triste dali, parecíamos estar em algum lugar em Roma.

– chegamos – disse ela, paramos em um montinho de terra ilhado da porção de água, várias velas perfumadas e brancas queimavam entre os cravos. – vou deixar você sozinho – Valentina fez com que eu descesse e voltou a remar pro caminho de volta – eu venho pra te buscar dentro de uma hora.

Andei pelo local automaticamente, no jardim selvagem de estatuas, cravos e velas havia uma espécie de santuário, uma casa de vidros manchados e coloridos em forma triangulo, assim como o Louvre.

Entrei indeciso, dolorido, admitir a possibilidade de estar em um mundo mágico, sozinho, desmemoriado podia passar com o tempo.

A morte dela não...

Ela estava deitada, um altar de mármore com estofado macio guardava seu corpo, aberto, imaculado, vestida simplesmente com um traje branco, haviam símbolos e flores costuradas manualmente em suas mangas e uma barra de fitas e véus tocava seus pés, ela parecia dormir, mais bela, serena, com as mãos pousadas no ventre, e o cabelo solto, numa tiara de cravos perfumados.

Ajoelhei-me e chorei, chorei interruptamente aos soluços, chorei como se eu fosse o próximo a morrer, quando tenta me levantar e olhar pra ela tornava a chorar de novo.

–porque você? Porque você tinha que ser a escolhida? Que azar Isadora!

Coloquei o meu nariz no dela, minhas lagrima molhavam seu rosto polido, acima de sua cabeça havia uma faixa:

“Em nome da sua vida temos liberdade. Bendita Seja a Libertária no descanso dos mortos.”

Toquei seus lábios com os meus, alisei o seu rosto, recostei-me em seu ombro, ela continuava a pousar no sono sombrio da morte.

Ouvi estalos de galhos atrás de mim e virei depressa, um rapaz pouco mais velho que eu estava ali, não sei a quanto tempo olhando tudo.

–quem é você?

Nós dissemos ao mesmo tempo.

– sou Ícaro - ele respondeu primeiro estendendo a mão.

Ofereci a minha

–Hugo. Você é humano?

– sem ela... não mais. – disse ele chegando perto do corpo de Isa de uma forma que me incomodou – você me devolveu meu corpo matando Meredith Isa, mas levou minha alma pra ser sepultada com você.

Ícaro e eu nos olhamos como rivais, tristonhos, sedentos...

Ele me contou em suma tudo que viveu com a minha Isadora, e eu meio incrédulo ouvi tudo com melancolia.

– ela te amava muito – disse ele por fim.

–ela devia amar você também – disse com as palavras rasgando como vidro na garganta – vocês viveram muita coisa juntos, nesse mundo novo.

Silencio constrangedor.

–eu vou buscar mais cravos pra ela – disse Ícaro suspirando e tocando o rosto de Isa, seus olhos estavam inchados, ele parecia estar a noites sem dormir ou comer, e as olheiras indicavam choro incessante. – os Guardiões vêm buscar ela ao por do sol, pra ser cremada na Entrada do portal, se os Servos de Meredith souberem que ela esta escondida aqui vão desonrar o seu corpo por vingança.

– não pode queimar ela! – berrei me agarrando ao seu corpo gelado.

–cara! Ela esta morta fazem dias! Já houveram cortejos, conduções e agradecimentos, todos estão gratos a ela, ela de certa forma destruiu Meredith, custou a vida dela! Mas agora... é hora de dizer adeus pra sempre...

Antes de cair no choro, Ícaro correu pra fora, se emaranhou nos cravos a distancia e se pôs a colhe-los.

Toquei as mãos de gelo de Isadora.

–você poderia ter sido a mulher da minha vida...eu devia ter te namorado quando tive a chance...

Uma bolha azul desceu do teto, dissolvendo-se em faíscas até formar uma linda mulher diante de mim, formosa, com roupas medievais mais elegantes, olhos profundos e cabelos macios.

Eu gritaria e cambalearia, mas já vi borboletas de fogo então sobrevivi a isso.

– seu amor me comove humano – disse a mulher respirando o ar e girando como se nunca tivesse feito isso antes – céus! Estou livre! Livre!

– quem é você?

– ah, que faltas de modos os meus! – disse ela acariciando a própria pele a estalando os ossos – sou Glenda, sou uma prisioneira de dois mil anos, a lei diz que quando a feiticeira é morta seus enfeitiçados ficam livres e imunes.

–a responsável por isso está morta – disse eu abarcando o corpo de Isa, Glenda olhou pra baixo com pesar.

– então não há mais ninguém para quem dar o pedido, uma Reversa não pode realizar um desejo de uma garota morta.

Ela me explicou o que era uma Reversa.

– eu preciso ir, agora sou uma mulher livre...

– espere! Glenda espere! – me ajoelhei. – conceda um desejo a mim. Eu te imploro.

– é o mínimo que posso fazer – disse a feiticeira olhando com pena pra mim. – mas saiba meu rapaz que não posso ressuscitar os mortos.

Cerrei os punhos e lancei minha cara no chão, arranhei meu peito e berrei, então pensei em todo amor que venho guardado, real, sacrifical, nutrido em mim como uma amizade incubada, mas eu faria qualquer coisa, pra dar a vida a essa garota, ela lutou, ela merece viver...

–Glenda?

– sim meu jovem?

– você não pode ressuscitar ninguém dos mortos, mas pode fazer algo por mim?

– diga o que você quer criança...

Eu tinha que ser rápido, eu ouvia os passos de Ícaro voltando para capela.

Beijei Isadora docemente nos lábios, alisei seu rosto.

“viva por mim” sussurrei em seu ouvido.

–Reversa Glenda. Eu desejo dar meu fôlego de vida para Isadora Agnes. Troque a alma dela pela minha. Agora!


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