A Verdadeira Revolução - Fic Interativa. escrita por ChoiLuanaV


Capítulo 15
Encontrados.


Notas iniciais do capítulo

Eu... Não sei nem como me desculpar. Sério. Sei que demorei MUITO, e que eu deveria ter postado antes, mas, pra vocês terem uma ideia: eu estou trabalhando nesse capítulo (que ficou extremamente pequeno) faz quase uma semana. É. Tive o chamado "bloqueio", e digo: não há nada pior que isso. Levem um tiro mas não tenham bloqueio.
Enfim, esse capítulo teve mais pensamentos do que qualquer coisa, pois quero começar a deixá-los cientes dos pensamentos, sentimentos e motivações de cada personagem e... whatever.
Desculpa, sério mesmo. E, desculpem também pelo capítulo estar ruim. Prometo que irei começar a fazer o próximo ainda hoje, e irei postar assim que acabar.
O que mais?
Ah é.
Boa leitura!!



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POV Lyu

Sozinha. Sempre sozinha.

Nunca mais deixei ninguém perceber meus sentimentos, não depois que Kandi morreu. Eu simplesmente quis me desligar do mundo. Desligar meus sentimentos. Acabar com a minha humanidade.

Tornar-me um monstro.

Mas, eu acabava me preocupando com as pessoas. Mesmo não querendo, alguns malditos conseguiam derreter meu coração de gelo, pelo menos, um pouco.

Mas eu ainda não me considerava humana. Não mais humana que um bestante criado pela Capital, só que, ao invés de ter sido criada pela Capital, eu trabalhada para o Distrito 0.

Sangue. Honra. Disciplina. Obediência. Tenha essas palavras bem gravadas em sua cabeça, e sua vida pode ser aceitável no Distrito 0. Não boa. Aceitável.

Eu não podia reclamar. Eu era uma de suas melhores aliadas, se não a melhor, e, com certeza a mais cruel. Aquela que sempre faria a decisão certa pela rebelião. Nem mesmo Tyler era mais fiel à Causa do que eu.

Acho que, quando isso acabasse, eu iria me destruir. Ou me isolar.

Não que eu já não fosse isolada, mas, estou falando no literal. Comprar uma casa com a recompensa que o 0 daria para os Vencedores e para aqueles que ajudaram na Guerra 0 e nunca mais mostrar as caras no mundo. Não seria de todo ruim. Seria simplesmente tornar físico o que meu emocional solitário já era.

POV Miley

Acho que, quando entramos no Distrito 0, eu não podia reclamar. Se bem que, eu não sou uma pessoa que generaliza. Entendo que, nem todos são como Annie.

Um grupo de homens vestindo roupas pretas com alguns detalhes em vermelho sangue nos levou para os nossos quartos. Cada um de nós ficou sozinho em seu próprio quarto, e, eu devo admitir: aquilo era lindo.

O interior do quarto era decorado com móveis de madeira polida, com detalhes de ferro e aço. Tinha um grande armário branco, e quando eu o abri, vi uma variedade de roupas, aparentemente feitas para mim. O único problema era: maioria das roupas era um uniforme preto, e havia uma gaveta cheia de cintos onde daria para guardar pistolas, espadas e facas.

Mas, também tinham roupas normais. Escolhi uma calça jeans preta, um cinto, botas e uma camisa igualmente preta.

Eu estava indo tomar um banho quando vi um armário de quase 2 metros no canto do quarto. Era feito de ferro, e tinha uma corrente grossa com um cadeado trancando-o. Vi uma chave com um bilhete ali perto:

“- Essa chave irá abrir o cadeado. Use-as bem.

H.”

Haymitch. Eu sabia que era ele.

Abri o armário e me escapou um suspiro de surpresa: eram armas.

Não era uma ou outra arma, mas sim uma variedade de facas, adagas, arcos e flechas, espadas, bombas e até mesmo um pequeno lançador de chamas. Um verdadeiro reservatório de destruição no meu quarto.

Troquei o cinto que eu tinha escolhido antes por um cinto de couro que se esconderia discretamente entre a camisa e a calça.

Depois de tomar banho, me vesti e coloquei duas facas de cada lado do cinto. Agora, eu me sentia segura.

Agora, eu me sentia pronta para enfrentar os mistérios e a crueldade do Distrito 0.

POV Prim

O Distrito 0 era muito diferente do que eu estava acostumada. Eu simplesmente não conseguia esquecer-me da fome e da miséria do 12. E, agora, eu tinha tudo que eu quisesse. Estava recebendo treinamento com armas reais, tinha comida sempre, podia até escolher minhas próprias roupas, e eram novas, não eram usadas ou sujas. Finalmente, eu tinha tudo que eu sempre sonhara quando morava no meu antigo Distrito.

Mas, não podia falar que era feliz.

Eu sentia muita falta da caça recém-abatida trazida por Katniss, das horas na frente da fogueira me aquecendo com a minha mãe e a minha irmã, de tudo que, mesmo sendo péssimo na época, deixava uma nostalgia esmagadora dentro de mim.

Eu acho que posso soar meio egoísta, mas, eu sentia muita falta de Katniss. Ela era casada agora, e tinha que tratar os assuntos da Revolução, não podendo passar mais tanto tempo conosco. Mas, eu sei que, quando isso acabasse, eu a teria de volta. Teria minha irmã mais velha de novo. E, dessa vez, nada iria nos separar.

Eu era... Não sei. Um estorvo. Uma menina que estava acostumada a cuidar dos outros, a tirar leite de uma cabra que acabou tendo que ficar no Distrito 12, e provavelmente estava morta, mas, nada fora isso. Eu não conseguia me adaptar à vida de soldado. Eu simplesmente não queria mudar.

Quando chegamos ao 0, eu perguntei para Katniss se eu não podia ser uma enfermeira, ou uma médica. Ela disse que não. Que tínhamos médicos e enfermeiros o suficiente, e que precisávamos de guerreiros. Eu sei que ela falou a verdade, mas, a verdade dói.

Eu sei que talvez eu não conseguisse isso, e tinha medo. Medo de morrer. Medo de perdermos. Medo de perder minha família.

E, quando os tributos salvos chegaram, eu achei que eles iriam poder tomar meu lugar na guerra, e eu poderia ajudar onde realmente entendia. Sei que é egoísmo, mas, fiquei com raiva quando percebi que eles todos sentem tanto medo quanto eu.

Só que ainda não me dei por vencida. Eu iria ajudar a vencer esta guerra. E teria minha família de volta.

Ou morreria tentando.

POV Katniss

Toda guerra começa de forma indesejada. Maioria das guerras, como a que vai acontecer entre o Distrito 0 e a Capital, é por reivindicação de direitos. Acho que, depois de 75 anos sob opressão, vendo nossas crianças lutarem e morrerem em arenas pútridas e cruéis, o povo acordou. Percebeu que temos o poder para derrubar Snow, e agora, Coin. Ambos iam sucumbir diante de nós.

Mas, no fim, nada disso importa. Confiei em Gale, no Conselho e em alguns outros. E Peeta, é claro. Nunca pensei que pudesse me apaixonar, ainda mais em tempos tão importunos.

Empurrei todos eles na direção da provável e eminente morte que íamos ter. Mas, morreríamos por Panem. Pelas próximas gerações.

Sei que, no fim, eu irei cair. Perder tudo. Talvez, até a minha vida. Mas, faço isso para que, quando meu coração parar, e meu corpo foi atirado embaixo da terra, todos tenham consciência de que fiz isso pelas crianças. Para acabar com as mortes.

Acabar com os Jogos Vorazes.

Eu tive que chamá-los para uma reunião. Todos os tributos, o Conselho e os mais importantes na hierarquia rígida do 0.

Eu trajava uma camisa com decote totalmente negra, uma calça jeans e uma jaqueta branca por cima. Deixei o cabelo solto, mudando o visual com a trança que eu sempre usara. Vi que os tributos da Septuagésima Quinta Edição estavam chegando, e mostrei-lhes os assentos.

Eles pareciam apreensivos, e alguns deles estavam com as mãos tremendo. Não podia culpá-los. Eles estavam prestes a conhecer vários antigos tributos, sem contar políticos, que podiam acabar com eles de forma fácil. Eu era contra a violência no Distrito 0, afinal, era um Distrito de salvação e liberdade, não uma facção de guerra.

- Tributos – começou Peeta, sorrindo – Quero, novamente, dar-lhes as boas-vindas ao Distrito 0. Vejo que alguns de vocês parecem apreensivos, mas, lembrem-se: estamos aqui para ajudá-los. Ajudá-los a conseguir vingança, direitos, e, principalmente, liberdade.

Todos pareciam se acalmar enquanto Peeta falava. Eu não os culpava. Ele era um excelente orador.

Mas, eu sabia a verdade. Tínhamos poucas chances contra a Capital, e talvez não vencêssemos. Sei que tínhamos que tentar, só que... Depois de um tempo, a esperança parece perdida. Peeta era minha esperança. Era meu dente de leão. A bóia que me segurava nesse mar de guerra, enganações e crueldade.

Percebi que todos estavam me encarando. Eu tinha me desligado completamente do mundo, imersa em meus pensamentos.

- Desculpe – disse eu, pouco me importando -, poderia repetir? Eu não estava prestando atenção.

Como sempre.

- O que eles falaram, Catnip – disse Gale – é: você poderá, junto com Peeta, Haymitch, eu e Finnick, treinar os nossos novos aliados?

- Mas... Eles já não tinham quem os treinasse?- perguntei confusa. Não queria treinar ninguém, mas sei que era minha responsabilidade. Afinal, eu era o Tordo. A faísca que queimaria Panem. O símbolo da Revolução.

- Sim, tem, mas queremos que vocês treinem os tributos – disse Alex, um dos homens mais importantes na hierarquia bizarra do Distrito 0 – Afinal, vocês são os que sobreviveram a tudo. Os maiores vencedores, e provavelmente aqueles que irão acabar com essa opressão de uma vez por todas.

Percebi que ele não mediu as próprias palavras. Eu não achei correto ele falar que nós éramos os que iam acabar com a opressão, afinal, era pra isso que tínhamos resgatado eles. Eles deveriam lutar pela própria geração, e pelas gerações futuras. Mas, não discuti.

- Como queira, Alex – respondi.

Eles começaram a tratar de estratégias de guerra, quando eu levantei e fiquei andando pelo recinto. Eu odiava permanecer em um lugar só, e andar me ajudava a pensar.

Foi quando eu senti. O chão tremeu e eu me desequilibrei. Eu poderia falar que foi impressão minha, mas, eu vi os outros se levantarem e começarem a sacar suas armas.

Os tributos não tinham armas, é claro. Quer dizer... Miley. Ela tirou uma faca da manga. Eu teria que tomar cuidado com essa menina. Não confiava nela, mas, ela foi inteligente ao trazer uma arma.

O chão tremeu novamente e uma voz soou no alto:

- Estamos sob ataque. Aqueles que souberem lutar, e utilizar armas, sejam de fogo ou primárias, preparem-se. Eles estão chegando. Fomos encontrados. Lutem agora, meus caros. Lutem por suas famílias. Lutem por seus amigos. Lutem pelo seu futuro. Lutem pelas suas crianças.

A voz foi cortada com outro tremor. Quando ela voltou, a última frase foi dita, antes de tudo cair no silêncio:

- Lutem por uma Panem livre.



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