Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 4
Capítulo 4 - Parceiros de laboratório




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/305111/chapter/4

Acordei sem a menor vontade de ver a cara do “vermelhinho” Castiel. Só de pensar em vê-lo, me dava náusea. Ainda 7h30, liguei para Carl vir me acompanhar até a escola. Agora ele era uma espécie de amigo-irmão-guarda-costas.
Ele chegou exatamente ao limite, portanto estávamos atrasados. Ate chegarmos a escola, já passaria dez minutos do horário de tolerância.
- O que houve com você? – indagou Carl, enquanto abria a porta do carro para mim.
Ajeitei o retrovisor antes de responder:
- Virose.
Chegamos exatamente dez minutos excedidos do horário. E as vagas no estacionamento, totalmente ocupadas, me obrigando a estacionar do outro lado da rua. Carl passou a mão por trás dos meus ombros, e entramos.
Ficamos mais vinte minutos de molho, olhando para a cara gorda e cheia de blush da secretaria, dona Smith. Via o quanto ela conseguia tornar o nosso tédio, dez vezes pior.
Lia seu livro, dava risadas estridentes, fofocava no telefone sobre a vida dos outros, puxava assunto comigo sobre os comerciais de televisão idiotas até o sinal tocar. Suspirei e finalmente pude entrar sala. Lembrei que era biologia agora, e então voltei e me dirigi ao laboratório de biologia acompanhada por Carl.
Cheguei de fininho, acenei para os amigos, sem procurar o “vermelhinho”. Na verdade eu tinha até me esquecido dele, e o professor parecia que faz questão de lembrar. Ele separava as duplas, fazendo com que os alunos mudassem do lugar aborrecidos.
- Nee Bovary, ficará com Castiel Hanson.
Todo meu café da manhã subiu e entalou na garganta. Mas que droga.
- O quê, professor? – balbuciei ali, no meio da sala, parada, esperando meu rosto ficar branco novamente.
- Isso mesmo. Seu parceiro em biologia pelo resto do ano é o Castiel. Se você não o conhece, conhecerá agora.
Inconformada, e sabendo que Sr. Black não ia mudar as duplas, sentei do lado da janela, vendo as nuvens carregadas tentarem esconder o sol.
- Pelo visto vai chover mais tarde... – disse Castiel, num tom suave. Um tom de voz que me irritava. Enquanto eu estava explodindo de raiva ele estava lá, calmo.
- É. – sequer virei o rosto para ele.
- O que houve com você? Não apareceu nas últimas duas semanas. – disse ele sereno.
Sua serenidade fez com que meu café da manhã descesse da garganta, voltando às normalidades.
- Virose.
- Ahh... – as palavras pareceram fugir dele.
- Um silêncio pairou em nós, trazendo um grande vazio, dando-nos a percepção de que algo faltava. Pelo canto do olho o vi abrir a boca diversas vezes para falar, mas sem sucesso.
Todas as palavras pareciam incorretas. O melhor a fazer era preservar o silencio.
Ele abriu a boca novamente, ora gaguejava, ora passava a mão nos fios vermelhos, parecendo buscar as palavras certas.
- Desculpa não ter me apresentado ontem, acho que nem deu realmente... Mas... Sou Castiel. Castiel Hanson.
- Eu sei. – expeli pra fora toda a minha frieza.
- Você? – o senti se aproximando.
Minha respiração começou a falhar, as palavras fugindo, escapando somente um sussurro. 
- Nee Bovary. – respondi ainda com frieza.
Meu olhar de canto do olho alegou sorriso no rosto dele.
- Prazer. – ele disse.
Virei o rosto, e vi que ele estendeu a mão.
Cumprimentei por educação.
Mais uma vez, ele pareceu relutante ao balbuciar.
- E me desculpe por te seguir no shopping aquele dia... Não pude me controlar. Perco o controle fácil.
- Então eu deveria ficar longe de você. – erguendo as sobrancelhas, o afastei tocando seu peito.
- Também não é para tanto. – ele segurou minha mão. Pude sentir que a mão dele era extremamente macia.
- Vamos fazer o dever? – apontei para o quadro negro, desvencilhando minha mão dele.
Fizemos a atividade da aula, e não demorou muito e o sinal tocou. Fomos para a sala de aula, e tive que sentar atrás do “vermelhinho”, pois todas as carteiras estavam ocupadas. Pude ver o sorriso enorme que ele abriu, a me ver sentada atrás da carteira dele.

***

Era mesmo uma perseguição. Até no meu grupo de amigos, ele estava junto. Quando o avistei conversando com Lys, fui direto pegar a bandeja de lanche. Minutos depois, voltei, e Carl me deu o lugar dele para sentar.
- Pelo visto, vocês dois já se conheceram. São parceiros em biologia agora. – comentou Lys.
- É. – concordei friamente.
- Nee é uma boa parceira. Não é? – sorriu Castiel.
- É.
- Ela só fala “É” comigo. Já estou me acostumando. – era incrível o sorriso de Castiel diante da minha frieza. Chegava a soar irônico. 
Os garotos riram em coro. Exceto Carl, que me chamou para dar uma volta na escola, puxando Yasmin para ir conosco também, deixando Castiel, Lysandre e Malcolm sozinhos na mesa.

{Castiel POV}

- Pois é Castiel. Vai se acostumando, Nee é difícil mesmo. – disse Malcolm.
- Por mim tudo bem. – tentei disfarçar, mas na verdade, eu detestava aquele jeito difícil dela.
- Mentira. Vi sua cara quando ela dizia “É” pensa que me engana?
Lysandre acompanha silencioso com a cabeça o dialogo entre Malcolm e eu.
- Mas é difícil ser amigo de uma pessoa assim. Isso que eu não gosto dela. Ela age como se fosse a ultima mulher do mundo. Ridículo!
- Não é assim! – Lysandre entrou na conversa – Ela é uma garota legal, e muito meiga. Você que não a conhece direito e fala essas coisas. – protestou.
- Calma Lys. Eu só falei o meu ponto de vista. Pra você ela é meiga. Pra mim ela é difícil.
- Você só tem que ser simpático.
- Ei garotos! Não vamos brigar né?
- Não. Mas ainda vou conquistar a amizade dela.
- Não pode persegui-la – Lysandre se levantou.
Malcolm impediu de que ele se alterasse mais, e mandou Lysandre ir embora.
- Lys fica nervoso quando falam assim de Nee.
- Mas é assim que eu a vejo.
- Não importa. Não fale assim dela pra ele.
- Ok.
- Mas e ai? Quer mesmo conquistá-la? – Malcolm abriu um sorriso maroto. – Aposto que não consegue.
- Não me subestime. Posso ter o cabelo vermelho, mas não impede nada. – devolvi com o mesmo sorriso.
- Não falei do cabelo. Mesmo assim não consegue.
- Ah é?
- É. Aposto que não.
- Apostado! – brinquei.
- Apostado. Se você ficar com ela, te dou trinta pratas. Caso contrário, você me deve trinta pratas.
Não pensei que Malcolm fosse levar a sério, mas entrando na brincadeira, eu concordei. Não tinha nada a perder. Era só uma aposta, uma brincadeirinha.
- Fechado!

{Fim do POV}


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eyes On Fire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.