Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 3
Capítulo 3 - Pesadelos, e um pouco de loucura




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{Lysandre POV}
O modo como Nee olhou para Castiel, me intrigou, confesso. Fiquei imaginando, no que havia acontecido entres eles, para esse susto todo. Ela ficou pálida, como papel. Talvez estivessem um caso mal terminado e a coisa ficou tensa, - descartei essa hipótese – talvez ela não gostasse dele pelo estilo, talvez... Sei lá. Talvez eles tenham brigado, e ele parecia meio descontrolado. Isso pouco me importava.
Liguei mais de dez vezes para Nee, mas ninguém atendeu. Liguei a noite, e ela estava dormindo. Minha ansiedade e tensão para saber o estado dela, aumentavam cada vez mais.
Yui ate me chamou para o shopping, mas eu não aceitei. Sabia que ela ia ficar com algum conhecido, e eu ficaria sozinho com Yasmin. Com certeza ela ia tentar me beijar. Depois da decima tentativa, quando soube que Nee estava dormindo, e eu fui dormir sem tomar banho mesmo.
{Fim do POV}
“Nee, Nee...” uma voz obscura e ao mesmo tempo familiar clamava meu nome, em meio à escuridão. Não conseguia correr, e muito menos gritar; só conseguia ouvir eu nome, e ficar parada em plena escuridão, numa floresta.
De repente começou a sentir pontadas na cabeça, a ponto de desmaiar. Consegui dar alguns passos ainda desnorteada ate uma arvore enrugada onde caí.
Uma enxaqueca invadiu a minha cabeça, me despertando do sonho. Acordei úmida. Parecia que eu tinha urinado enquanto dormia, ou menstruado fora do período normal. Quando dei por conta, ainda estava escuro para o meu azar.
Impossibilitada de pensar e de ver, tateei o meu criado-mudo, derrubando alguns bibelôs ate encontrar o botãozinho do meu abajur laranja. Só então olhei o relógio e meu azar era maior do que eu pensava:  3h30 da manha, ainda. Um tanto  indignada com o relógio, desci ate a cozinha e esquentei o resto da lasanha de frango na geladeira. Sentada na bancada, comi feito um bicho, de tanta fome que tinha. Lavei o prato, coloquei a lasanha de volta a geladeira e voltei a dormir.
“Nee, Nee...” novamente a voz obscura e familiar me perturbava, com uma intensidade maior, porem, no mesmo lugar de antes.
Dessa vez, eu estava presa a uma arvore, a mesma arvore enrugada de antes. Como se o pesadelo continuasse, como se eu tivesse feito somente uma pausa, e agora retomando de onde parou. Dei-me conta de que minha voz não fugira como da outra vez, agora eu tinha a possibilidade de gritar, e envolvida no sonho gritei por socorro. Mas a cada grito, uma sombra, feita de folhas caídas no outono se aproximava, tentando se apossar de mim.
- Nee! Nee! – ouvi a voz da minha mãe.
Senti ser chacoalhada, despertando-me do sonho. 
- Filha! Você esta bem?
Observei em volta. Não estava mais sonhando. Minha mãe estava de roupão, sentada na beirada da minha cama, com uma baita cara de preocupação.
- Meu deus! Você está encharcada de suor! Seu lençol, sua coberta, seu travesseiro... – disse enquanto me livrava do cobertor.
- Vou buscar uma água para você. – ela continuou.
Enquanto minha mãe pegava água, olhei em volta e percebi o quanto eu estava mais úmida que a outra vez. Muito mais. Muito mais mesmo! O suor tinha tomado conta mais da metade da minha cama! Todo aquele pesadelo me deixou com tonteiras e náusea. E quando menos esperei já estava colocando toda a lasanha de frango pra fora. Enojada, dei um pulo da cama e conferi as horas novamente: 4h30. Bufei de raiva novamente e ouvi o grito de pavor da minha mãe.
- Meu deus! Filha, você esta bem?
Virei o rosto e vi a sua cara de assustada.
- Não. A lasanha de frango não estava muito boa.
- Tudo bem. Beba este copo d’água e vamos dormir na minha cama. – disse ela ainda boquiaberta.
Ainda no corredor perguntei a minha mãe se havia algo de errado comigo, e ela disse:
- Você ainda pergunta? Você acordou com gritos estridentes no meio da noite! Nee tem algo de errado com você!
Realmente. Tinha algo de errado comigo.
***
Acordei seca, porem com uma baita de enxaqueca. Esfreguei os olhos, ainda tentando acordar por completo e olhei para o lado; minha mãe já estava de pé, provavelmente fazendo o café da manhã.
Parecia coisa de criança, mas quando eu dormi com minha mãe, os pesadelos simplesmente sumiram. No mínimo deve ser algo emocional, e as mães com certeza nos confortam quando mais precisamos, espantando todos os nossos fantasmas.
Tentei levantar minhas pernas que doíam e estavam fracas. Descartei a hipótese de isso tudo ser emocional. Bufei de raiva mais uma vez, e olhei para o relógio no criado-mudo, do outro lado da cama: 9h25. Significava que eu faltei aula.
Minha mãe surgiu jogando uma muda de roupa em minha direção.
- Vamos ao médico.
***
Depois de longos e estressantes minutos, fui atendida. O médio era sorridente, muito pálido e alto. Conduziu-nos ate as poltronas, fechou a porta e se sentou também. Minha mãe começou a contar toda a história. Até por que, eu, em sã consciência não conseguiria contar o que realmente aconteceu. Estava confusa, e suplicava por uma explicação plausível de tudo aquilo. Mas eu tinha uma certeza: essa explicação não viria de um médico. O máximo que ele poderia diagnosticar é que, de fato, eu estaria ficando um pouco louca. Pouco nada. Eu estava louquíssima da vida.
O medico olhava do prontuário para minha mãe, e vice-versa. Incrédulo em cada palavra que minha mãe pronunciava. Como se dissesse: “Sinto muito, mas nunca vi nada igual.” Mas também, que minha mãe poderia esperar de um clínico? Se fosse um psicólogo, um psiquiatra, tudo bem, eu ate entenderia, mas um clínico? Ele vai dizer que estou ficando louca, e me indicar para quinhentos mil médicos.
Minha mãe terminou de falar, ele encarou o prontuário, onde havia anotado pouca coisa. Pareceu pensativo, e por fim se manifestou.
- Bom... Sua filha teve alguma perda significativa, algum parente morto, alguma decepção, término de namoro, brigas, alguma coisa assim? – falou gesticulando as mãos, uma delas com uma caneta.
- Alguma coisa no tipo, Nee? – de fato, minha mãe não sabia muito sobre mim.
- Não. – respondi sem hesitar.
- Tem certeza? – o médico insistiu.
- Tenho.
Ele juntou as mãos, entrelaçando-as, apoiadas na mesa.
- Sua resposta desmancha a hipótese de seus sintomas serem emocionais. Mas por via das duvidas, vou lhe receitar um bom calmante, e te indicar á um bom psiquiatra. Pode ser estresse também.
{Castiel POV}
Olhei para o relógio mais uma vez, já era a segunda aula, e eliminei a possibilidade de chegar atrasada. Já fazia trinta minutos que a aula havia começado. Fiquei me perguntando o que teria acontecido.
Não conseguia me concentrar na aula, não conseguia fazer as atividades propostas pelo professor, só conseguia imaginar nas inúmeras hipóteses, as quais ou qual a impediu de vir à escola. 
Mais cinco dias. E nada. Mais cinco. Nada também. Já começava a ficar estranho.
{Fim do POV}


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