Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 39
Capitulo 39 – Verdade


Notas iniciais do capítulo

Pov - Castiel



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Deixei que Auria sumisse para procurar algum vestígio de Nee. Olhei para os dois lados duas vezes, quando sua voz suave surge:
– Procurando alguém? – eu virei e lá estava ela, de braços cruzados.
– O que você acha? – disse, chateado com sua ironia.
– Nada. Não acho nada. Procurando sua “amiguinha” eu não estava. Eu a vi sair agora pouco. – ela ainda batia o pé.
Eu me aproximei e toquei seu rosto; desarmei seus braços cruzados, e a puxei para um abraço, quando ela desabou.
– Me conta a verdade, Castiel. Por favor. Porque Carlinha te defende tanto?! O que nos separou, definitivamente? – senti meu ombro um pouco molhado.
– Tudo bem. – me desvencilhei e procurei olhar em seus olhos. Ela estava triste e sem vida. Comoveu-me tanto... No lugar dela eu estaria do mesmo jeito, ou pior. Todo porto seguro que ela tinha, foi embora; ela já não sabia mais em quem acreditar, e agora estava pronta para me ouvir depois de dez longos anos.
***
Pousei meu café na mesa, lentamente, evitando o som da xícara chocando nos pires.
– E então? Você está melhor?
Ela não hesitou. Limpou a boca com um guardanapo amassado, e tentou falar, arrastando as palavras:
– Talvez. – ela trepidou.
– O que você quer tanto saber? – continuei gentil, apesar do assunto ainda me irritar.
– O que nos separou de fato. Conte-me a verdade. Nua e crua. Diga-me, que não me amava mais se for o caso.
Limpei a garganta, e pedi a mim mesmo forças para falar a verdade de um modo menos tenso, sem parecer que Patch talvez fosse, de fato, obcecado por ela.
A prioridade não era contar tudo o que aconteceu durante esses dez anos. Mas, você sabe, esses meus dez últimos anos não é nada mais e nada menos do que um mera consequência de um fato criado por Patch.
Contei sobre a noite que antecedeu o casamento, e parei na parte em que Lysandre me encontrou na delegacia. Esperei muito que ela não pedisse detalhes, e não pediu. Parecia compreender-me.
Ela ficou estática. Talvez tentando digerir as palavras desconexas.
– Então foi Patch o tempo todo? E não você? – ela tremia incrédula. Olhou de sua aliança no dedo para mim e suspirou.
Eu apenas fiz que sim com a cabeça, compreensível o máximo que eu pude.
– Me desculpa. – ela continuou.
Estiquei meu braço até tocar o dela, e suspirei.
– Já te perdoei há muito tempo. Mas não precisa se culpar ok? Uma parcela de culpa, você pode até ter, mas fique sabendo que não foi tudo culpa sua, está bem? – toquei seu rosto.
Um silêncio pairou entre nós. O mesmo silencio de sempre. Ele ia e via, o tempo todo. Nunca desaparecia por completo, e, ao contrário do que muitos pensam, significava muita coisa para “nós”, ou para mim.
Não precisávamos falar mais nada.
– A culpa é toda minha. – ela continuou, e então eu percebi que o sentimento de culpa iria demorar a deixa-la – Eu que acreditei em Patch todos esses anos, eu que não acreditei em você! Como eu pude?
Acariciei sua mão novamente.
– Olhe só. Patch não é a mesma pessoa de antes, tem que considerar isso. Ele mudou, eu mudei, você mudou. Não pode julga-lo pelos erros do passado. Assim como não pode me julgar por nossas brigas. Temos que ser sensatos, Nee. Entenda.
– Então isso é ser sensato?! Patch nos separou e isso é ser sensato?! – ela brigou comigo, choramingando. Patch parecia ter conquistado sua raiva.
– São coisas infantis, de adolescentes! – insisti.
– Casar-se comigo era apenas algo infantil? Parte de alguma brincadeira que terminou do nada?!
– O quê? Depois de tudo que vivemos juntos você ainda acha que eu realmente nunca quis casar com você? – bati na mesa – Já chega Nee! A gente tenta ajudar, mas você ainda continua assim!
Levantei-me, mas ela discordou e pegou o meu braço para dar sua última palavra:
– Assim como?
– Você sabe muito bem. – rosnei, e nem seguida, saí do restaurante, bufando pelos ares.


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