Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 33
Capitulo 33 – Conversa tranquila


Notas iniciais do capítulo

Pov - Nee



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A sobremesa não foi tão tensa como o almoço. Patch parou com sua maldita sabatina, mas não parou de olhar torto para Castiel, o que, de fato, me incomodava. O desconforto era facilmente detectável na presença de Patch e Castiel.
Às quatro e meia Patch chamou Matt para ver mais um jogo na tela plana, e deixou Castiel e eu a sós.
Não me sobraram funções além de recolher a mesa. Quando nada restou antes mesmo de eu sentar, Castiel começou a conversar:
– Ele sempre faz isso? – sorriu. O que eu não esperava quando ele tratou-se de Patch.
– O quê? – hesitei, sentando-se a mesa, acostumando-me com a ideia de conversar com Castiel frequentemente.
– Ele sempre sabatina todos seus amigos?... E... Conhecidos? – ele continuou tímido.
– Não... Foi novidade pra mim... – sorri sem graça – Isso costuma piorar com o tempo...
Rimos juntos.
– E então? O que está achando de Chapel Hill? – perguntei.
– Adoro essa cidade. O ambiente, o modo como as pessoas vivem, sei lá. Tudo. – ele disse naturalmente. Percebi que ele realmente gosto daqui. Não porque talvez tenha um “objetivo”, mas porque ele gostou mesmo. Senti... Sinceridade!
– Acho que não é muito diferente de Virgínia não? – brinquei – Já morei lá.
OOOOOH Nee! Como se ele não soubesse! (risos)
– É... – ele apenas balançou a cabeça, dizendo sim.
A conversa era tão natural que eu podia o chamar de Castiel que nada mudaria. Mas mesmo assim, tinha de ir com calma. O clima não era mias tenso, mas poderia ficar.
– E você? Gosta daqui? – ele perguntou.

***

Castiel apareceu no dia seguinte, sem se preocupar em ser um incômodo. Matt e ele tinham combinado de jogar videogame toda a tarde e eu tive que aprovar isso. Confesso que ele ficou mais feliz com a presença de Castiel. Mais vivaz.
– Desculpa aparecer assim. – ele me mostrou uma caixa de cerveja – Isto é pra nós. Você bebe? Estou sendo precipitado?
Olhei pra dentro.
– Err... Vou pensar. Deixe na cozinha, OK?
“Cerveja, Castiel Hanson?” Era isso que eu realmente queria dizer.
Matt surgiu do quarto correndo para abraçar Castiel. Eu percebia nitidamente a diferença entre Patch e Castiel na vida do meu filho. Com certeza, Castiel se encaixaria melhor na vida de Matt do que Patch. Mas o meu coração eu já não podia dizer o mesmo.
Matt puxou Castiel pelo braço para o quarto e ofereceu um controle para ele. E eu sorri, apenas aproveitando o momento.
– Vem mãe! – disse Matt apertando os botões do controle freneticamente – Jim já vai perder pra mim aqui.
Pouco tempo depois, Castiel passou o controle para mim e foi minha vez de perder para Matt. Ele estava mesmo viciado.
Tarde foi tudo aquilo e eu já esperava. Risos, alegria, Matt estava mais radiante do que nunca. No final da tarde, quando Matt tinha acabado de cair no sono – depois de tomar um leite preparado por Castiel – vi minha caixa de mensagens do celular inundada. “10 novas mensagens”.
– Droga. – murmurei
– O que foi? – Castiel surgiu do quarto de Matt.
Desliguei o celular.
– Nada.
Ele se aproximou e ficou um passo de distancia de mim.
– Matt adormeceu. Ele é um anjo mesmo. Está fazendo um bom trabalho criando o menino.
– Ele adora você. De certa forma você está contribuindo com a felicidade dele. Ele só fica assim quando você esta perto. Parece magica.
Ele se aproximou mais, e encostou sua perna na minha.
– Parece que você também.
Parou por aí.
Ele me encarava maravilhado, esperando minha resposta que não veio.
Levantei e fui até a cozinha pegar cerveja.
– Você quer? – mostrei a cerveja.
– Claro. Fui eu que trouxe lembra?! – sorriu.
Joguei a latinha em sua mão; peguei a minha e sentei na outra poltrona.
– Mas e aí? Conta mais sobre você. Não te conheço, Jim.
Ele pôs um sorriso maroto nos lábios e bebericou um pouco.
– Então não deveria beber comigo.
Não disse nada. Eu não sabia o que dizer. Ele sempre fora precipitado mesmo, e isso nunca mudara. Eu ainda não sentia o que eu sentia por ele dez anos atrás. As coisas teriam de mudar.
– Então... – pigarreou – Eu moro em Virginia, como você sabe... Tenho vinte e nove anos... Sou arquiteto na construtora do meu tio... O que quer saber?
– Sei lá... Qualquer coisa... Quais são seus planos em Chapel Hill?
Ele pareceu tenso talvez quisesse dizer: “Queria só ver meu filho”. Tive vontade de chorar e me senti culpada por um frasco de segundo.
Castiel alisou a latinha, olhando para o chão com os pés trêmulos.
– Desculpa. – eu disse – Não posso me intrometer na sua vida.
– Pior que pode – resmungou mais para si do que pra mim. Pousou a latinha na mesinha de centro e continuou dessa vez num tom mais audível:
– Nem eu sei. Na verdade tenho alguns amigos por aqui. E gostei muito de vê-los. Porém, não estava nos meus planos em vê-los. Até porque nem sabia que estavam morando por aqui. – ele pareceu pensar se tinha algo a falar, mas continuou calado.
– Hm.
– Desculpe. – hesitou – Pelo sorriso maroto. Você deve ter percebido. Serio, não vem da minha natureza. Preciso ir embora. – ele se levantou repentinamente e dirigiu-se a porta tão rápido, que não pude impedi-lo.
***


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