Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 32
Capitulo 32 – Tensão sobre a mesa


Notas iniciais do capítulo

Pov - Nee



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Domingo. Dia de churrasco e eu já estava temperando a carne para poder começar a cozinhar logo. Patch não demoraria. Estava esperando Matt também, que logo viria com a carona de minha irmã. Eu esperava meu filho sem expectativas de um grande diálogo. Parecia que quando ele ficava longe de Castiel, era como se estivesse incompleto. Isso me fez ponderar um bom tempo sobre a relação dos dois.
Ai! Chupei o dedo, o qual eu cortara, na distração enquanto picava a cebola. Fui até o banheiro pegar um band-aid quando ouvi a porta de tela se abrir e alguém bater na porta. “Já vai!” exclamei enquanto eu selava meu dedo com um curativo.
Um pouco apressada, corri para abrir a porta. Abri um enorme sorriso quando vi Matt.
– Querido! – ele me abraçou tão forte, que me deixou confortada. Pronto! Eu havia ganhado o dia.
Afastei-me um pouco e virei as costas pedindo para que ele trancasse a porta, quando o ouvi:
– Er... Mãe. É que alguém vem almoçar com a gente hoje.
Virei o corpo.
E quem eu menos esperava aparecer, surgiu no vão da porta, trazendo consigo um sorriso tímido. Castiel Hanson. Sim, ele mesmo.
E eu congelei.
– Olá. – seu sorriso aumentou um centímetro.
Matt puxou Castiel pela mão.
– Vem Jim!
Ver Matt chamar Castiel de Jim é menos natural do que chama-lo de pai. E com certeza eu fingi tentar acostumar com isso. Não só pelo fato de chamar Castiel de Jim, mas de ver meu filho com ele.
Castiel, um pouco intimidado não viu outra escolha senão entrar. Voltei para cozinha enquanto os dois ficaram na sala. Vez ou outra eu dava uma olhada nos dois que riam sem parar jogando xadrez.
Fui até os fundos e comecei a assar a carne na churrasqueira antes que Patch chegasse.
Quando voltei à cozinha, vi Matt abrir a porta. Era Patch. Fiquei um tanto feliz com sua chegada, pois o clima desconfortável estava para acabar.
Ele cumprimentou Castiel por uma simples questão de educação e logo correi em minha direção, beijando-me. Enquanto eu o abraçava, sentia uma onda de tensão por parte de Castiel. Agora pronto! Eu tinha que aguentar mais essa. Ninguém merece! Pelo jeito, o dia ia ser mais longo do que eu pensava.
Patch foi logo pegando seu avental e correu para a churrasqueira. Era incrível como ele gostava do cheiro da carne assando, da fumaça que subia, e de ver o carvão queimando pouco a pouco. Castiel e Matt continuavam a jogar xadrez.
Pouco tempo depois, Patch chamou Castiel, ou melhor, Jim, para ajuda-lo a montar a mesa para quatro. Castiel sequer fingia entusiasmo e sorria timidamente.
O tempo passou rápido e a comida já estava pronta. Eu já havia montado a mesa com a comida – sob os olhares impetuosos de Castiel.
Sentei-me a mesa, onde Castiel e Matt já haviam sentado; Patch largou o avental e serviu a carne, servindo a si mesmo também.
O desconforto logo começou. O barulho dos talheres no prato só irritava a todos, exceto Matt. Era dia do macarrão com churrasco, o que explicava a atenção dobrada de Matt na comida.
Patch, muito impaciente, inquieto, começou:
– Então... Jim. De onde você vem?
Jim, Castiel, sei lá mais o quê, levou um pedaço de carne na boca, como se organizasse os pensamentos enquanto mastigava.
– Virginia. – disse ele ainda de boca cheia.
Patch quase cuspiu no prato e bebeu um pouco de suco.
– E o que faz em Virginia? – ele continuou a tentar intimidá-lo.
Mas Castiel continuava sereno. Como se Patch estivesse dando uma de doido.
– Sou arquiteto. Faço plantas.
O barulho dos talheres ainda nos incomodava, e o interrogatório de Patch mais ainda.
– E o que faz em Chapel Hill? – Patch levantou as sobrancelhas demonstrado que não gostava de Castiel, não gostava da situação que Matt criara. Nem um pouco.
Eu interrompi.
– Que isso, Patch. Ele vai ficar até intimidado com tudo isso. Não precisamos disto.
De certa forma, eu tinha medo da resposta de Castiel.
– Que isso digo eu, Nee. Não precisa. Eu respondo – ele sorriu e eu fiquei... fiquei... não sei como fiquei ao ouvir sua voz pronunciar meu nome depois de muito tempo.
Ele continuou sem interrupções:
– Esfriar a cabeça. Apenas estou de passagem. É uma bela cidade.
O barulho dos talheres continuou a dominar tensamente o ambiente. Mas Patch não desistiu:
– Tem família? Quero dizer, tem filhos, mulher, algo do tipo?
Fiquei frenética. Minha língua coçou para dizer que ele tinha um filho sim!
Eu mal entendia/sabia o que estava acontecendo comigo diante de Castiel. As coisas começaram a me preocupar. As minhas ações, o modo como Patch tratava Castiel e o modo como Castiel respondia as perguntas com tanta serenidade e simpatia.
– Já fui noivo. Acho que só cheguei no “quase” de formar minha própria família. Ultimamente sou só eu. E eu. – dessa vez Castiel abaixou a cabeça se concentrando mais na comida.
Droga! Você tinha mesmo que se lembrar disso?!
– Então não sabe o que é ter sua própria família? – Patch foi longe demais.
Pigarreei quase hesitante, e, disposta a acabar com aquela situação:
– Alguém mais quer carne?
Patch ignorou minha pergunta e voltou-se a Castiel.
– Hein?
Interrompi novamente.
– Patch, você precisa mesmo continuar a sabatina? – disse olhando de Patch para Castiel.
– Só queria conhecê-lo melhor, meu amor.
– Jim é legal. – finalmente Matt soltou a voz – Ele é um bom homem.
– É mesmo? – pude sentir o gosto da ironia na voz de Patch.
– Gente, está na hora da sobremesa. – aumentei a voz.


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