Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 21
Capítulo 21 – Essa é a hora! PARTE 4 {Lysandre}




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Eu andava de um lado para o outro, apreensivo, com o celular na mão. A cada dois minutos, ligava para Castiel. Mas nada. “Celular desligado ou fora de área.” Era tudo que eu podia ouvir.
- Droga! – rosnei.
- O que está acontecendo, Lysandre? – disse Patch, num tom de sarcasmo, erguendo as sobrancelhas.
Patch era um “amigo” de Foo, que ela conhecera na loja de sua mãe. Arrogante, sarcástico e ridículo.
Como eu o odiava! Era impressionante como ele conseguia ser tão desagradável. NINGUÉM gostava dele. Nem mesmo Dona Anne. Só Foo que o aturava.
- Nada... – olhei para a tela do celular esperando um retorno – É só Cast... Ele se atrasou e não consigo falar com ele.
Patch deu uma risada sarcástica e fingiu se conter.
- Mas não é a noiva que se atrasa? – ele riu novamente.
- Não seja tosco. – deixei escapulir o cachorro bravo que habitava em mim.
Patch era o único disposto a estragas o casamento sem sujar as mãos. E era o que ele tinha feito.
- Talvez possamos ir a casa dele e apressá-lo.
- Talvez... – eu disse involuntariamente. Fiz uma pausa, ainda conectando as palavras – É isso.
Corri o que podia até a porta da igreja e deparei-me com Foo dentro do carro antigo alugado pela mãe dela. O nervosismo tomou conta de mim, me desnorteando. Ela me encarou de uma forma estranha, que me fez suar.
- Lys? O que está fazendo aqui? – sua voz saiu tremida, de certo temendo o pior.
- Nada. Nada... É só... Um... Probleminha! Licença. – abri a porta do carro – você vai ter que esperar no hall, querida.
- Como assim? Que história é essa de esperar no hall? – Sr. Baker hesitou – Minha filha não vai esperar em lugar nenhum.
Carl chegou, após ouvir um meado da conversa de longe. Acalmou o pai, para que eu explicasse toda a situação.
- Calma pai. Lys, o que está acontecendo? 
Engoli seco e respirei fundo; contei até dez mentalmente e comecei a falar:
- Gente, calma. Calma. Só aconteceu um pequeno deslize.
- Que deslize Lysandre! Que deslize, Lysandre! – Sr. Baker se alterou e foi segurado pelo filho, evitando uma boa bofetada na minha cara.
Após muita pressão, e conseguirem me colocar numa pilha de nervos, eu soltei:
- Castiel não veio!
Nee ficou calada. Talvez ainda conectando as palavras de algum modo plausível. Carl continuou segurando o pai, porque o pior viria.
- O quê? Aquele “mecânicozinho” não veio?
Castiel trabalhava numa oficina até se formar na faculdade. Sr. Baker já não gostava dele, e ele ainda inventou de não ir ao casamento... Era a gota d’água.
Eu estava tão nervoso quanto Nee. Não queria acreditar que meu amigo faltaria ao próprio casamento. Não queria acreditar que ele bebeu umas depois que eu o deixei em casa. Nee pôs a mão na barriga e desmaiou tomando a atenção de todos:
- Gente! Dá pra vocês pararem de brigar? Foo desmaiou! – disse Carl enquanto carregava-a para o hall – Licença, licença.
Trouxe a irmã para o hall, que de um jeito ou de outro, ficaria por lá, até as coisas serem esclarecidas. Sr. Baker foi atrás da filha, enquanto Carl voltava para r comigo até a casa de Castiel.
- Vamos, Lysandre. Minha mãe e dona Anne já estão lá cuidando dela. Quero saber essa história direito.
Dirigi trêmulo, temendo certa bobagem que Castiel poderia ter feito na noite passada, apesar de eu ter deixado ele na porta de casa.
Batemos na porta mais de três vezes, todas sem sucesso.
- Vamos arrombar. No três... Um... Dois... Dois e meio... TRÊS! – Carl levou a porta abaixo, causando um tremendo estrondo.
Encontramos somente o celular dele, com uma nova mensagem. Sem sinal de Cast. O meu coração apertou, imaginando o meu amigo em alguma enrascada.
Carl verificou a mensagem de número desconhecido pelo aparelho.
- Quem é CINDY? – indagou Carl.
Vim da cozinha, com ar de surpreso, trazendo uma resposta inútil.
- Eu não sei. Deve ser uma das amigas que tentaram fazer um macarrão ali na cozinha.
- Do que está falando? – Carl franziu a testa.
- Da cozinha melada de molho de tomate. Tem spaghetti pra todo lado. É inacreditável.
Era inacreditável mesmo. Tinha molho até no teto.
- Tem certeza que você deixou ele em casa ontem? Sóbrio?
- Tenho Carl! Ele estava mais do que sóbrio! Eu tenho certeza! – defendi meu amigo como se eu fosse o próprio acusado.
- Porque não falamos com o porteiro?
Descemos até a portaria. Por sorte, o porteiro que estava na noite passada, também estava naquela manhã, fazendo uma substituição.
- Eram mais ou menos umas duas da manhã quando eu interfonei para Castiel, a fim de autorizar a entrada de uns sete estudantes. Todos exalando álcool. Eu estranhei. Conheço Castiel há um ano, e sei que ele não faz essas festinhas, ainda mais com álcool. Estavam cheios de garrafas de cervejas, todas cheias, sequer abertas. – disse o porteiro.
- Nossa. Também não consigo acreditar. – disse Carl boquiaberto.
- O casamento dele era hoje, né?
- Sim. – Carl respondeu trêmulo. Fez uma longa pausa sem interrupções – Viemos de lá agora mesmo.
- Onde ele está? – eu disse escapulindo o coração pela boca.
Limpei meus ouvidos para ouvir atentamente cada palavra sobre meu amigo.
O portei pigarreou. Dizer onde Castiel estava parecia difícil. Ele admirava muito Castiel, por ser um homem certo, decidido e RESPONSÁVEL.
- Na delegacia. Foi preso por desacato a autoridade, e por não respeitar a lei do silêncio.
Quase tive um ataque. Na delegacia? Era impossível. Eu o deixei na porta de casa, eu juro!
- Não acredito! – disse Carl.
- Eu também não. – balbuciei.
Carl era o único que conseguia enxergar certa irresponsabilidade em Castiel, quando Castiel sempre foi responsável e inocente. Eu conhecia bem meu amigo.
Carl ficou de dar a noticia para Nee e os familiares, e eu fiquei de ir atrás de Cast e pagar a fiança, com o dinheiro emprestado pelo porteiro.
Encontrei Cast todo despedaçado, no pior estado que uma pessoa poderia estar. Não falava coisa que faziam sentido de algum modo. Seus músculos e ossos estavam frágeis. Precisei da ajuda de um policial para carrega-lo até o carro.


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