Dona Anne estava surpresa com o meu pedido. Chorou de alegria quando viu o anel no dedo da filha, ainda mais sabendo que o anel tinha sido da minha avó. Eu era um rapaz comum com intenções comuns, que muitos garotos da minha idade as reprovavam.
Algumas semanas foram necessárias para preparar aquele casamente... Vinte e uma para ser mais exato. As provas do vestido foram mais de dez, por exigência da minha futura sogra. Ela queria tudo do bom e do melhor pra filha. Mas Nee não se importava, só queria estar comigo no dia do casamento. E eu também só queria isto.
E eu já não aguentava mais um dia sem vê-la. Enchi o saco de Nathaniel para que ele me levasse até a loja onde ela estava provando o vestido. Depois de muita relutância ele atendeu ao meu pedido.
Entrei esbarrado nas coisas de tanta ansiedade. Fazia uma semana que nos não nos víamos e eu tinha certeza que ela havia mudado muito. Não na personalidade, mas sim na aparência.
- Epa. Opa. Quase. Ih! – eu esta com os olhos vendados, esbarrando em alguns bibelôs. Fui guiado pessimamente por Nath.
- O noivo não pode ver a noiva antes do casamento! – Nathaniel exclamou me liberando ums poltrona. Mas eu fiquei em pé mesmo.
- Eu sou péssimo! – eu disse.
- Credo! Que amor doido é esse? – Yui indagou num tom de brincadeira.
- Bom... Eu tenho que tirar esse vestido, se não Cast morre do coração se não me ver. – finalmente ouvi a voz de Nee.
Como uma criança agoniada, tirei a venda, ainda pegando uma pontinha do vestido. E sorri abobado ao ver, mesmo que fosse só um pouquinho.
- Castiel insistiu para trazê-lo aqui. Se ele soubesse onde Nee estava provando o vestido, já teria vindo aqui há muito tempo. – disse Nathaniel, pegando a venda do chão.
Vary surgiu de repente usando uma calça jeans simples e uma blusa colada ao corpo; sorrindo por rever-me, depois de sete longos dias. E me abraçou como se fosse a primeira vez no ano.
- Resolveu me ver, Sr. Hanson?
- Que isso. Você fala assim como se eu não quisesse te ver. – eu sorri.
Voltei-me aos amigos, de mãos dadas com Nee.
- Vou roubar ela um porquinho está bem?
- Roube ela o quanto quiser. “Essa” aí só sabe queixar sua falta... Não fala de outra coisa. É Cast pra lá, Cast pra cá... – disse Yui.
A puxei para mais perto,  abraçados, nos despedimos dos amigos e fomos rumo ao parque. Como era bom estar com ela depois de sete dias! E daqui a mais quatro, estaríamos juntos ate a morte diante do altar.
Quem nos via de fora nos achava um pouco melodramáticos, mas os que nós éramos por  dentro era fortes, unidos por quatro letras e um sentimento: AMOR. Daqueles bem raros e profundos, acompanhados de inevitáveis e triviais brigas por pequenos motivos. Assim erámos nós.
Deitados na grama viva e verde refletíamos sobre tudo o que havíamos passado juntos:
- Sabe, quando eu te conheci, não esperei que fosse essa pessoa maravilhosa que você é... Esperei o pior. – Vary começou.
- Talvez seja porque não estivesse aberta para novas pessoas em sua vida... – eu completei, me modificando para uma posição mais confortável, escorando sob o braço esquerdo.
- Mas não era uma pessoa qualquer. Era você. Você era doido, me irritava, e me deixava feliz também.
- Sim. E talvez eu continue assim.
- Claro. Você não mudou nada. Nada mesmo.
Fiz questão de lembrar a primeira vez que a vi:
- E agora estamos prestes a nos casar. Olha como a vida é surpreendente. A garota da Winged Skull vai se casar comigo... Tsc tsc...
Ela se ajeitou e procurou me olhar nos olhos:
- Winged Skull? Você ainda lembra?
- Claro. Eu me lembro até da roupa em que estava usando. Minhas lembranças voltam perfeitas como flashback!
- Só se for você mesmo... – ela brincou, em seguida me beijando.
Desmanche o beijo rapidamente, fazendo um lembrete que não podia ser esquecido:
- Hoje é o nosso dia. Combinei com a minha mãe, e vamos passar a noite juntos na minha casa OK? Filmes, sanduíches, chocolate... Essas coisas de adolescente bobinho. – ri.
- Adoro ser boba então. – ela me abraçou.