Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 12
Capítulo 12 - Originando problemas II




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Fechei a porta e não ouvi a arrancada do carro de imediato, como eu imaginei. “O que você esta fazendo Nee!” disse a mim mesma. Abri a porta e voltei pro carro, me apoiando na janela.
- Tem certeza de que não quer entrar?
Ele virou a cabeça e concordou. Por algum motivo, não sei qual o levei até o porão. Como todos imaginam, um porão deveria ser sujo, infestado de insetos como aranha, formiga. Mas o meu porão não, era diferente. Mina mãe havia feito uma espécie de sala pra quando eu quisesse tocar piano, acho que eu tinha uns cinco anos de idade. Não foram muitas vezes em que toquei aquele piano depois da infância. Duas quando tinha 14 anos e uma quando tinha 15.
Abri a porta rapidamente, para que ele pudesse se deslumbrar com os cuidados da minha mãe com aquele piano. Era um dos raros na cidade que tinha a cor branca. Apesar de estar parado há tanto tempo, ainda parecia novo.
Castiel se sentou junto comigo ao piano.
- Não sabia que tocava. – disse ele.
- É. Na verdade eu não toco muito. Só de vez em nunca. – ri.
- Sabe tocar alguma musica legal?
Abri o teclado do piano e comecei a cantar baixo, enquanto tocava.

“I text a postcard, sent to you
(Eu escrevi um cartão postal, enviado para você)
Did it go through?
(Ele chegou aí?)
Sending all my love to you
(Enviando-lhe todo meu amor.)
You are the moonlight of my life every night
(Você é o luar da minha vida toda noite)
Giving all my love to you
(Dando todo meu amor a você)
My beating heart belongs to you
(Os batimentos do meu coração pertencem a você)
I walked for miles till i found you
(Eu andei por milhas até te encontrar.)
I'm here to honor you
(Eu estou aqui para honrar você)
If I lose everything in the fire
(Se eu perder tudo no fogo)
I'm sending all my love to you
(Estou te enviando todo meu amor.)”


Uma vez concentrada no piano, ainda consegui ouvir Castiel pedindo que eu também cantasse o resto da música.
***
- Adoro Green Day. – disse Castiel.
Depois da música em que toquei no piano, ele também tocou outras; o levei para varanda da casa, sentados na ceira de balanço, começamos a conversar.
- Green Day é bom. – concordei.
- E você tocou a melhor musica deles. – ele puxou a minha cadeira para mais perto.
- É. – eu disse sem jeito.
Castiel se apoiou no braço da minha cadeira.
- Porque você faz isso comigo? – perguntei olhando nos olhos dele.
- Isso o que?
Afastei o braço dele da minha cadeira e levantei.
- Me confundir. Você é tão... Tão... – minha voz travou.
- Tão o que? – ele também se levantou.
- Tão subjetiva. – completei.
Havia ainda muita coisa a dizer, pois um assunto intrigante acabara de começar. Mas sempre há algo que nos interrompe. Tipo o quê? Ah... Sei lá... Tipo Carl!
- Nee minha querida!! – Carl exclamou descendo do carro.
Não pude deixar de perceber a expressão de nojo na cara de Castiel. A richa dos dois parecia ir muito além de mim.
Subitamente, quase hesitante, Castiel se afastou de mim. Andou em direção ao seu Dodge impecável e se despediu:
- A gente se vê.
- A gente se vê. – respondi com indiferença. – Pegou o pen drive? – tentei disfarçar.
- Sim. – ele correspondeu bem ao disfarce.
Disse não com a cabeça e arrancou o carro cantando pneu.
Carl pegou nos meus braços.
- Não gosto desse cara.
- Novidade. – brinquei.
- E vem cá, preciso de você esta tarde.
- Pra quê?
- Me ajudar com os preparativos da festa.
A festa era uma daquelas inesquecíveis pelo resto do mês, porque no mês seguinte, teria outra festa. Carl era um daqueles garotos um pouco hiperativos que amam festas e fazem sempre que podem. Até porque ele tem uma liberdade estupenda pra fazer isso.
Fomos às diversas festas e achamos muita coisa boa pra servir aos convidados. Então, o resto do dia fora bastante cansativo.

O dia finalmente terminou. Carl me deixou na porta de casa, alegando pressa pra chegar em casa a tempo do jantar. Sem muitas energias entrei em casa e fui direto tomar banho. Olhei-me e senti que eu estava diferente, não pela aparência, jamais. Mas pela personalidade, o modo de pensar havia mudado muito. O espelho era a única ferramenta que me fazia olhar para dentro de mim mesma e pensar um pouco na vida. Pensar um pouco em Castiel, de como ela era tão indireto/subjetivo, de como ele queria fazer o que Kentin fez: partir meu coração. Kentin foi embora da minha vida tão rápido quando um leopardo se é que um leopardo é mais rápido que a partida dele. Ele simplesmente me abandonou, me fazendo enxergar que eu fazia isso também. O tempo todo.
E foi ai que minha vida deixou de ser tão redundante. Eu não percebia mais minha vida naquela época se resumia em ficar com algum atleta, e beber a beça nas festas de Carl. Nunca tinha uma mudança. Quando eu chutava a bunda de um garoto, outro aparecia; quando as festas de Carl pareciam ter fim, outra festa aparecia. Sempre fora assim.
Sacudi a cabeça e parei de pensar sobre a vida. Entrei no banho, e sai quinze minutos depois, trazendo o calor do banheiro para o quarto. Ainda com a toalha enrolada no corpo, adormeci na cama.


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