Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 11
Capítulo 11 - Como amigos {Castiel}




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O que existe entre Nee Bovary e Castiel Hanson? Carl Baker. Como eu o odiava! E como a interferência dele sobre ela era grande! Eles eram só meio-irmãos e ela ficou preocupada emele ver a gente se beijando?! Dá um tempo não é. Não era so ele que me deu raiva, el também. Não ela em si, porque se eu for discutir sobre isso, ela é maravilhosa. São as atitudes dela; o que ela fazer; o que ela finge ser.
Tive que ser o mais feliz possível na frente da mãe dela. Dona Anne era super simpática, até me convidou para um café. Mas eu recusei, alegando cansaço e me levou até a porta. Peguei meu Dodge e caí fora.
Deixei os livros no carro, sem a menor preocupação de que ali poderiam ser roubados.
Ignorei Lysandre sentado na calçada e entrei em casa. E tudo que eu tinha de fazer era dormir mesmo sendo ainda 19h47.
Agarrei meu travesseiro e fechei os olhos. Fui cada vez mais me distanciando, os barulhos da rua ficaram mais distantes, e de repente escutei a voz da minha mãe.
- Filho, visita pra você! – a voz vinha da sala, pedindo para eu descer e falar com quem que quer que seja, mas a “visita” não esperou, subiu as escadas.
Virei e dei de cara com Yasmin no vão da porta. Sorrindo. Sentou-se na poltrona perto da porta. E uma das nossas primeiras conversas se iniciou: 
- Oi Castiel.
Sentei ajeitando o cabelo ~like a marcelinho~.
- Oi Yasmin. Como vai?
- Vou bem. Vim te convidar para festa do meu irmão. – apesar da situação desagradável que estava criando, ela continuou sorrindo.
- Carl? Desculpe mas por questões de uma boa convivência, recuso o convite.
- Calma Castiel. Ele mesmo te convidou. Ele percebeu que estou tentando uma amizade com você, e aceitou meu pedido.
- Ah. Então tá bom. Vou ver se é uma boa ideia.
Ela entregou o convite e me deu um beijo na testa.
- Claro que é uma boa ideia. – murmurou.

***

Os dias simplesmente passavam em paz, sem nenhuma briga com Nee. Era incrível como estávamos finalmente nos dando bem. Percebia que isso também fazia bem pra ela. Menos para Carl. Carl se tornou o único obstáculo que eu teria de enfrentar, cedo ou tarde. Até mesmo Lys que no inicio da minha amizade com Nee, não aprova muito nossa aproximação, aceitou isso bem.
Ao mesmo tempo perto, continuávamos longe. O intervalo nos afastava, deixando ela sentada do outro lado do pátio, com Carl e Yasmin. Tive uma sensação estranha de ser observado por todos da mesa. Carl me olhava de raiva; Yasmin me parecia se engraçar só com um olhar e Nee apenas dava um sorriso. Desviei o olhar, Malcolm e nem Lysandre perceberam que eu encarava Nee.
Na saída dei uma carona pra ela, tentando continuar o que foi interrompido na noite anterior por Carl... Não. Na verdade for por Nee. Mas Carl teve influencia nisso também.
Encostei-me no Dodge e esperei surgir em meio à multidão. Ultimamente ela ia pra escola a pé, então era a hora perfeita pra um passeio depois da escola.
De repente vejo uma moça linda, com a mochila pendurada no ombro direito surgir acompanhada por Yasmin. A conversa pareceu ficar desinteressante quando ela me viu, ou é coisa da minha cabeça?
Desvencilhou-se de Yasmin e partiu em minha direção olhando para todos os lados. Sorriu.
- Oi. – ela encostou a mão no carro.
- Oi. – sorri de volta, e seguirei firme no carro para não agarrá-la e acabar brigando.
- Me desculpe por ontem... Er... – disse ela passando a mão no cabelo.
Dei um sorriso maroto.
- Por me dispensar da hora, ou por não ter me beijado? – brinquei.
- Dispensar você antes da hora. Até porque não aconteceria beijo algum. – erguei a sobrancelha.
- Carona?
Ela aceitou com um meneio na cabeça. Liguei o ar condicionado, abri as janelas, coloquei uma música bacana... Fiz tudo para agradá-la. Só de lembrar isso começo a rir.
- Canned Head? – ela indagou surpresa.
Fiz uma cara de surpreso e respondi com outra indagação:
- Vai me dizer que você conhece?
- Vou.
Sorri para ela e comecei a cantar:

”I’m going, i’m going where the water tastes like wine
Well i’m going where the water tastes like wine 
We can jump in the water, stay drunk all the time...”


A canção e o percurso chegaram ao fim. Entreolhamos e sorrimos como bons amigos fazem. O que me preocupava. Era exatamente aquilo que eu tinha de evitar. Ficar somente na amizade.
Tirei os olhos dela e os fixei no volante; abaixei a cabeça e murmurei:
- Chegamos. – percebi que ela ainda me olhava. Captando cada movimento, cada batida do meu coração que saltava do peito, cada inspiração e expiração dos meus pulmões.
- Você está bem? – ela perguntou tentando encontrar meu rosto.
- Você gosta de mim?
Ela não respondeu e imediato. Eu não esperava que ela hesitasse em responder. Não gaguejou, e nem demonstrou sintomas de relutância. Apenas respondeu, de forma bem verdadeira.
- Sim... Você vai achar estranho, mas eu gosto de brigar com você.
Forjei um sorriso. Ela me fitou mais uma vez, esperando que eu respondesse. A fitei de volta, e quando ela percebeu que eu não tinha nada a dizer, levou a mão a trava do carro, pronta para sair.
- Quer entrar? – ela perguntou.
- Não, obrigado.
Levei minha a mão ao seu rosto e puxei para um beijo. Enquanto a beijava senti que seu braço lutava contra o mesmo, tentando me empurrar. Ela se recuava, recuava, até bater as costas no vidro do carro. Finalizei o beijo; recuei cautelosamente até o meu assento. Ela ficou ali mesmo, encostada do vidro, me olhando. Não me olhou como se tivesse gostado, e sim como se estivesse se perguntando por que eu fiz aquilo. Martelei mil vezes na minha cabeça se eu tinha feito a coisa certa, até sussurrar “burro” a mim mesmo.
- Não... Acho que... – ela não sabia o que dizer. 
Franziu a testa e saiu do carro sem dizer mais nada.


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