Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 10
Capítulo 10 - Originando Problemas I




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De certa forma, briga era o sobrenome de Castiel. Só poderia ser. Brigávamos o tempo todo, e ele adorava levantar aquele dedão dele pra mim. Como se aplicasse alguma moral daquele jeito. Quanto mais ele fazia isso, mais eu me irritava e brigava com ele.
E como eu sentia vergonha daquela mania feia minha, de suar enquanto dormia. Principalmente no sábado, quando acordei dado de cara com Castiel. Apesar do suor, os pesadelos amenizaram-se.
Enxuguei o suor com uma toalhinha que minha mãe deixava na segunda gaveta do guarda-roupa, e fui atender a porta. Carl e Yasmin me abraçaram tão forte, que pareciam que não nos víamos a anos.
- Você anda sumida! Mal fala com a gente. Entra muda e sai calada. – reclamou Yasmin.
Servi um copo de refrigerante aos dois e continuei em silêncio. O que eu poderia falar? Estava sem resposta e procurava algum assunto para começar.
- Ela anda muito ocupada com Castiel, não é? – disse Carl.
- Ele me tira do sério. E agora parece que todos os professores querem nos ver trabalhando juntos. – fiz uma cara de indignada.
Apesar de nossas brigas, trabalhar com ele, não era tão ruim assim. Não era bom, mas também não era o fim do mundo. 
- Quem me dera ser parceira dele. Ele é lindo demais. – suspirou Yasmin.
- Seu eu pudesse trocar de parceiro, trocaria com você, Yasmin. Não o suporto.
Carl ficava mais enojado a cada vez que alguma de nós duas pronunciava o nome Castiel.
Deixava bem claro que ele não gostava nem um pouco de Castiel.
- Bem, vamos mudar de assunto, não é? Vim aqui pra falar da minha festa, e não desse sujeitinho ai. – fez uma cara de nojo quando falou sujeitinho.
- Também gostaria de não falar mais sobre ele. – concordei.
- Que saco! Ele só fala sobre essa festa o tempo todo. – resmungou Yasmin.
Então começamos falar sobre a tal festa. Carl contou detalhadamente os preparativos, como esperava ansioso o dia, quem ia, quem não ia por algum motivo, mas sem mencionar Castiel.

***

Toc-Toc!
Levantei com a sensação horrível de estar com o cabelo bagunçado. Eu dormia tranquilamente no sofá, ao som da televisão com programas de auditório. Era segunda feira, e no pior dia da semana eu não tinha descanso.
Abrir a porta e vi Castiel segurando uma pilha de livros, sorrindo.
- Quer ajuda? – perguntei erguendo a sobrancelha.
- Se puder me dar licença e deixar a cerimônia de lado... 
Liberei a passagem e revirei os olhos. Como ele pode ser tão irritate?
Indiquei a escada; subimos alguns degraus e ouvimos uma voz surgindo do jardim dos fundos. Era minha mãe.
- Seu namorado, filha?
Uma simples pergunta fez com que o mundo parasse; os músculos travassem e o rosto a transpirar. Não tínhamos motivos para isso, mas quem manda nos instintos do corpo?
- Não, mãe. Meu colega de classe. – apenas afirmei como se a pergunta não m incomodasse nem um pouco.
Passei na frente de Castiel, ainda parado e indiquei a porta do meu quarto. Ele sacudiu a cabeça e por fim entrou no quarto.
Colocou os livros na escrivaninha, e fitou-me.
- Quer dizer que agora sou seu namorado? – disse ele com um sorriso maroto no rosto.
- Não. – ergui as sobrancelhas – Minha mãe acha que todo garoto que ela não conhece é meu namorado.
Ele abriu o primeiro livro da pilha e começou a folhear.
- Ah é? Bom... Então tá.
- Não tenho culpa se você é convencido! – me aproximei, sentando na ponta da cama.
- Mas eu nem disse nada. – murmurou balançando a cabeça negativamente.
- Você quer começar o trabalho? Ou vamos brigar de novo?
- Toma. – jogou um livro no meu colo.
Entre conversas e brigas terminamos o trabalho escrito. Como já esta ficando meio tarde, decidimos fazer os slides do trabalho outro dia.
- Te vejo quando? – ele perguntou enquanto organizava os livros para entregar no dia seguinte. Íamos fazer os slides com base nos rascunhos.
- Como assim? Você vai me ver amanhã. – dei uns risinhos.
Ele abriu um sorriso grande, jamais expressado.
- Não bobinha. Quando vamos começar os slides. – formou uma pilha de livros novamente e levantou-se em minha direção.
- Ah! Quando você quiser.
Ele fez um cara como quem diz “Então tá.” e se aproximou de mim; tocou o meu rosto e eu fechei os olhos esperando por um beijo; senti sua respiração alegando que ele estava mais perto; apoiei minha mão ao ombro dele e cheguei mais perto e já não faltava mais nada.
Ouvi alguns passos se aproximando, misturado com vozes extremamente familiares, e desmanchei o beijo, que na verdade não aconteceu. Nossos lábios sequer se encostaram. Empurrei delicadamente Castiel, me distanciei e vi a porta abrir. Era Carl e minha mãe.
- Castiel? Nee?
Mordi os lábios tentando esconder alguma prova de que houve algo a mais entre Castiel e eu e coloquei as mãos no bolso de trás da calça.
- Oi, Carl. – o abracei.
Castiel pegou os livros desconcertado, descartando a ajuda de Carl – garanto que deve ter sido um sacrifício, já que odeia Castiel.
- Já estou de saída. Nee, depois eu te passo todo o rascunho. Até amanhã.
- Até. – murmurei.
Minha mãe o acompanhou, deixando Carl e eu a sós.
- “Depois eu te passo todo o rascunho” – Carl imitou a voz de Castiel. – Eu odeio esse cara.
- Acho que você nunca foi tão claro como agora. Qual é o seu problema com ele?
- O mesmo problema que você tem com ele. – Carl me abraçou.
Por um momento sentia algo estranho ouvir aquela frase, porque meu problema com Castiel  simplesmente não existia. E só agora que eu fui entender. Abracei Carl agarrando sua camiseta, procurando entender o que me separava de Castiel.
- Vim entregar o convite. Não quero te convidar por telefone. – disse enquanto desmanchava o abraço e tirava o convite do bolso.


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