Pretending To Pretend escrita por Ella Martin


Capítulo 3
II. Travis


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem-me a demora. Estava pensando um pouco sobre o rumo da história e resolvi adiantá-la um pouquinho.
Este capítulo é um tanto quanto pequeno, tive que cortar o final para poder tomar o rumo que queria, mas foi um dos que eu mais gostei de escrever.
Espero que gostem tanto quanto eu, até as notas finais.
PS.: Ainda vou responder os reviews.



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É, o plano de Travis não havia saído tão bem quanto ele pensava que seria. Claro, realmente era muito mais fácil pedir permissão a Quíron, mas explicar tudo a ele estava fora de cogitação. Agora eles estão condenados a servir de lava-louça até o final do ano, mas Travis não estava aborrecido, poderia ter sido muito pior. Quíron havia sido bonzinho.

Já Katie não via as coisas com tanta positividade assim. Além de ter que lavar a louça, Quíron havia tirado seu cargo de conselheira chefe até o final do castigo. Ela lembrava a Travis todo o tempo que a culpa era dele, na verdade a única frase que Katie proferia desde que foram pegos era “A culpa é sua, Stoll” e em seguida ela fechava a cara e saía dramaticamente. E se Travis ousasse a contrargumentar? Katie colocava a mão na sua espada e olhava seriamente para ele. Não se engane, apesar de ela ser uma filha de Deméter, poderia fazer belos estragos com uma espada na mão.

Enquanto esperava todos os campistas terminarem de comer e acumularem uma “torre de pisa” de pratos na cozinha, Stoll observava Katie. Ela estava cabisbaixa, encarando e remexendo alguma gororoba natureba que estava em seu prato. Às vezes ela levantava o olhar e se deparava com Travis, então fechava a cara e encarava o prato novamente. Esse ciclo vicioso continuou até todos serem dispensados e a cozinha ser só deles.

— Pense pelo lado positivo, Gardner — Travis colocou as luvas — Pelo menos nos ferramos juntos.

— Estou tentando achar o lado positivo, Stoll — Katie pegou um prato e passou a ele — Não vejo nada positivo em ficar presa pelo resto da tarde lavando pratos.

— Era para você se sentir rebelde! — Ele mergulhou o prato na lava quente e depois entregou para Katie jogar um jato de água — Seu primeiro castigo, Kat, você devia se sentir a rainha da rebeldia.

— Eu fui destronada — Ela fez aspas com a mão — E além do mais, eu fui pega com você, isso anula a minha rebeldia. Todos sabem que você convence todos a entrar nos seus joguinhos — Katie passou outro prato.

— A chefe irritadinha do chalé quatro saindo com o integrante mais irritante do chalé onze. Isso só piora a sua situação, brotinho — Travis sorriu ironicamente e Katie jogou um jato de água no rosto dele — Ah, você não fez isso, Gardner! — Ela gargalhou e jogou mais um jato. Travis tirou as luvas e tentou correr atrás dela.

— Ei docinho, acho que a sua blusa tá com uma manchinha — Katie se aproximou e encharcou a blusa laranja de Travis — Oops — Ela sorriu ironicamente.

— Gardner, que machucado é esse na sua bochecha?

— Ah Stoll, usando do meu joguinho pra me enganar. Até parece que eu vou cair nessa!

— É sério, cabeça dura!

Katie ficou preocupada e foi até ele. Travis alisou a bochecha de Katie e, sem que ela percebesse, com a outra mão, emplastrou a bochecha dela de espuma.

— Travis um, Katie zero! — Travis apontou para a bochecha dela e começou a rir. Katie se armou da duchinha de água e apontou para ele, que foi mais rápido e pegou um prato qualquer para colocar na frente como escudo — Travis dois, Katie zero! — Ele provocou e em seguida jogou detergente nela.

— Você me paga, Stoll! — Katie pegou uma cobertura de chocolate da sobremesa do dia e jogou nele — Quase um perfeito petit gateau — Ela virou e pegou um chantilly, jogando no cabelo de Travis, como se ele fosse uma casquinha e o chantilly o sorvete — Pronto, agora sim! — Katie lambeu o dedo.

— Que sedutora você, Gardner — Ele a agarrou pela cintura e colocou seu rosto a centímetros do dela — Pena que isso não me comove — Travis pegou um resto de molho de tomate e jogou na cabeça de Katie.

— Eu te odeio, Stoll — Katie sussurrou no ouvido de Travis e jogou mais um jato de água no rosto dele.

Ela tentou se desvencilhar dos braços de Stoll, mas ele continuou agarrado a sua cintura. Ele a puxava contra si e ela tentava sair, o que fez eles escorregarem no molhado e caírem, gargalhando até não poder mais.

— Estamos deploráveis! — Katie curvou o sorriso em uma careta de nojo. Travis começou a tatear o chão ao seu lado, Katie se preveniu e correu para trás do balcão que dividia a cozinha. Ele tacou algo, mas não a acertou — Ainda bem que você não é filho de Apolo — Katie provocou e ganhou um banho de detergente.

— Não sou, mas poderia ser. Inveje a minha mira, Gardner, é uma das minhas inúmeras qualidades.

— Mais convencido que você, docinho, só dois de você. A propósito, pensa rápido!

Katie tinha colocado as luvas e jogado lava na direção de Travis, que se abaixou. A lava bateu direto na parede, chamuscando a pintura e soltando uma fumaça que, assim que se dissipou, revelou um Quíron com um olhar reprovador. Ótimo. Travis -10, Katie 20 vezes mais enfurecida, pensou Travis. 

Ele se levantou do chão e se postou ao lado de Katie que, assim como na noite passada, procurou a mão dele e a apertou até Travis não sentir mais a circulação.

— Crianças, crianças — Quíron sacodiu a cabeça em desaprovação — Infelizmente terei de estender o castigo de vocês por tempo indeterminado. Antes era uma condicional, agora é uma prisão. Favor limparem essa bagunça o quanto antes, não queremos atrasos no jantar. A propósito, senhor Travis Stoll, você agora irá puxar a cantoria da fogueira até o final das férias de verão. Vejo vocês à noite — Quíron saiu trotando da cozinha.

— Não sou filho de Apolo!

— Mas poderia ser — Katie tentou imitar a voz de Travis.

— Idiota — Travis jogou um pano de prato nela.

(...)

— Minha mãe quer nos ver de novo — Ele foi em direção ao balcão, onde Katie estava sentada enxugando os pratos — Domingo, almoço.

— Não dá para fugir, Stoll.

— Claro que dá — Ele sorriu abertamente, o que deixou Katie apreensiva — É só pedirmos para inverter os horários, Gardner. Pegamos o horário da noite, só no domingo.

— Aí fugimos, somos pegos e o Quíron vai nos fazer viver eternamente só para nos castigar. Terra para Stoll! Não rola.

— Confie em mim, Katie!

— Confiei da última vez e olha só onde estamos.

Ela desceu do balcão e começou a limpá-lo, dando o assunto por encerrado. Um silêncio desconfortável pairou sobre os dois, fazendo Travis se sentir mal.


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Notas finais do capítulo

É meio pequeno, eu acho, mas espero que tenham gostado.
Uma das leitoras chegou perto da realidade da história, mas vou deixar quieto, se não perde a graça.
Já escrevi o próximo e posso garantir a vocês que está fofíssimo - ou quase isso. Dica: escutem I Knew You Were Trouble - Taylor Swift para o próximo capítulo, é o dever de casa de vocês lol.
Beijinhos, até o próximo ♥