E Se Tudo Fosse Um Pouco Diferente? escrita por my world


Capítulo 2
Um desenrolar de desabafos




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Após o ataque de AVC da minha avó eu e a minha irmã fomos colocadas um pouco de parte. Os nossos pais são muito presentes, especialmente o nosso pai, mas a nossa mãe dedicou-se inteiramente á mãe dela (a minha avó) e foi ele quem ficou "mais do nosso lado".

Ás vezes gostava que tudo fosse diferente....

È tão estranho...com 11 anos tive de começar a fazer limpezas, cuidar das roupas...

Nos longos meses em que a minha avó esteve em coma induzido, a minha mãe ía para o hospital todos os dias e durante todo o horário de visitas. Por causa disso, era eu quem cozinhava (a minha irmã não tem mão para a cozinha).

Depois disso a minha avó melhorou, saiu de coma e rapidamente aparentava uma "boa figura", era como se nada se tivesse passado com ela.

Mais tarde, ganhou cataratas, e agora esta dependente de uma cama de hospital, que foi amigavelmente emprestada por um amigo, para ela estar em casa. E agora sim...viver nesta casa é um problema.

A minha mãe está super nervosa, os médicos dizem que a minha avó pode falecer de um dia para o outro e que nada é certo. Hoje, ela faz 83 anos. Eu acredito que ela é forte. Muito forte.

As pessoas olham-me nos olhos, e mesmo quando sorrio perguntam-me o que se passa, pois o meu olhar passa tristeza. Geralmente respondo que não é nada, estou simplesmente cansada porque não dormi bem. Mas até quando vou aguentar? Até quando vou omitir aquilo que se passa comigo?

As pessoas nem sequer percebem o quão dificil é entrar-se em casa e não ter tempo para absolutamente nada....

Lembro-me muitas vezes de quando eu estava reduzida á ignorância de uma criança, onde nada parecia mal...onde nada era assim tão mau. Nessa altura a minha família ainda se podia chamar disso mesmo, familia. E podemos pensar que não vai assim há tantos anos... 

De uma coisa tenho a certeza: ainda voltarei a ver a minha família a rir, como antes, a sair aos domingos para passear e conhecer lugares novos, como antes. E sei que, por mais que me custe acreditar, este pesadelo vai acabar e só vai servir para me fortalecer.


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