Assim que chegamos na praia, percebemos que meu irmão já estava na água com a prima dela.

-Ainda bem que a praia está vazia,né?-perguntei.

-Mais ou menos vazia.-ela respondeu enquanto via Fred jogar a água salgada no rosto da Patrícia.

Resolvemos alugar um guarda-sol e algumas cadeiras de praia,para ficar mais confortável.

-Vou pegar guaraná. Quer?-ela perguntou enquanto tirava a blusa para ficar com a parte superior do biquíni.

-C-c-c-c-cla... p-p-p-pode ser. -gaguejei.

''Deveria ser proibido fazer um biquíni tão provocante...''

-Desculpe eu não entendi.-disse jogando a blusa de qualquer jeito na cadeira vermelha desgastada.

-Por favor.-falei tentando voltar ao normal.

Ela sorriu enquanto virava o seu corpo lentamente em direção ao quiosque.

Minhas pernas ficaram igual à geléia.

-Que isso,hein cara.-chagou meu irmão colocando um de seus braços molhados ao redor do meu ombro.

-Como?- perguntei entendendo parcialmente o quê ele queria dizer.

-Que corpão!-brincou ele dando tapas em meu peitoral.

Eu virei a minha cabeça como se fosse o filho do exorcista e pulei para cima dele com toda a minha força.

Não sabia ao certo se era ciúmes ou qualquer outra coisa.

-CALA A BOCA, DESGRAÇADO!-berrei 

-EI! O QUÊ HOUVE?- disse Patty tentando tirar as minhas mãos que estava envolta do pescoço de meu irmão.

-Ele...ele-tentei lutar contra mim mesmo.

-RODRIGO! SOLTA SEU IRMÃO!-falou uma voz horrorizada.

Era Vicky. Fui soltando gradativamente até Frederico voltar à cor normal.

Me virei,peguei a minha prancha e fui surfar para esquecer toda aquela besteira.

Depois de um tempinho chega Frederico ao meu lado com a sua prancha azul.

-Que DIABOS foi isso?

-Você a chamou de gostosa!-falei com muita raiva.

-OH CÉUS! Você está apaixonado!- disse e jogou água no meu rosto.

-ISSO ARDE,CARAMBA!-disse jogando mais água nele.

Bem nessa hora chegou uma onda enorme que passou por cima da gente.

Eu só sei que eu acordei com a Vicky fazendo respiração boca à boca em mim.

-Ai MEU DEUS! Você tá bem?- ela perguntou um tanto desesperada.

-Sim...cof...vou ficar...cof-disse tossindo aquela água salgada para todos os lados.

-Obrigada senhor. Você me deu um baita susto. Achei que você iria se levantar, e não ficar olhando o seu irmão e jogando água.-ela disse.

Eu não entendi muito bem, via tudo um embaçado.

Meu irmão já estava sentado na cadeira vermelha com Patrícia mimando-o.

Eu me apoiei pelos cotovelos e vi o corte que havia no braço de Victória.

-O quê aconteceu? Seu braço está sangrando.-disse olhando seriamente para o corte.

Não parecia ser muito profundo.Talvez só superficial. Mas tinha bastante sangue. E eu não era muito fã de cortes. Por isso eu decidi que queria ser biólogo.

-Quando eu fui te salvar,e salvar o seu irmão, eu me cortei com alguma coisa. Não tenho certeza com o quê.-disse ela colocando um amecha de seu cabelo castanho(agora molhado) atrás da orelha e logo em seguida analisando a seriedade do machucado.

-Você me salvou?-perguntei um tano surpreso.

-Sou salva-vidas de um Clube em São Paulo. E eu participo de competições.-ela falou visivelmente desconfortável;talvez pela minha reação. Não sei ao certo que cara eu fiz...

-Legal.- disse e sorri.

Ela continuou ajoelhada na areia( devia estra machucando seus joelhos,não?) e ficou olhando para as conchas que ali haviam. Eu estendi a mão para seu machucado e ela se retraíu quando a toquei. 

Era nervosismo?Dor? Não sei. Só sei que quando ela se acustumou com meu toque ela olhou para mim com seus olhos azuis e eu não me aguentei.

''Você só precisa de vinte segundos de coragem''