Censure os meigos olhos azuis escrita por Honda Sakura


Capítulo 5
As surpresas de um passeio escolar - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

"Se quer respostas está no lugar errado. Só tenho segredos."
(O Novato)



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Tepnora estava indo para seu quarto, quando pensou em algo. Então abriu a porta lentamente e viu Geovanna e Marc aos beijos. Fechou a porta e pensou: “Como eu imaginei...”.

Pablo entrou no corredor que Tepnora estava e ao avistá-la, disse:

– Ei... Moça! Desculpa, mas ainda não sei o seu nome.

– Tepnora.

– Tepnora, é exótico, mas é lindo!

– Obrigada.

– Bem, aqui está o seu biquíni. Por que ainda está enrolada na toalha?

– Meu quarto está ocupado no momento... Então não posso pegar nenhuma roupa para me trocar.

Tepnora pegou a parte de cima do seu biquíni com Pablo.

– Quer usar o banheiro do meu quarto para colocá-lo? – disse o professor.

– ... S-sim.

Ele abriu a porta e os dois entraram. Tepnora foi para o banheiro e Pablo sentou-se na cama.

– Vocês, professores, têm uma cama de casal só para vocês. Isso não é justo! – falou Tepnora de dentro do banheiro.

– Mas é claro! – respondeu Pablo – Eu que não ia dormir com o professor Oliver roncando do meu lado!

Tepnora começou a rir.

– Você tem razão. Nem quero imaginar o sofrimento que a mulher dele passa na hora de dormir – disse Tepnora.

– Ele é casado?

– Pelo menos é o que ele diz.

– Eu nem acredito como eu fui mal educado em não perguntar seu nome antes.

Tepnora saiu do banheiro. Estava só com os cabelos e biquíni um pouco molhados, mas o corpo estava seco.

– Obrigada por ceder seu banheiro – disse ela – A toalha é sua?

– Não.

– E de quem é?

– Não sei. Estava jogada em cima de uma cadeira de praia e então eu peguei.

– Ah... Eu já vou indo, tchau.

– Quer jogar cartas?

Tepnora olhou-o sem entender muito bem.

– Ué? O seu quarto não está ocupado?

– Eu não sei se já desocuparam... Está bem, eu aceito jogar. Sabe jogar Treze?

– Claro que sei.

Pablo pegou o baralho que estava guardado em uma gaveta do criado-mudo e começou a embaralhar as cartas. Tepnora sentou-se na beirada da cama. E iniciaram o jogo.

– Ganhei de novo! – disse Tepnora empolgada.

– Já jogamos sete vezes e você ganhou todas. Não quero mais jogar – disse Pablo.

– Por favor, só mais uma partida.

– Está bem, mas só mais uma partida.

As cartas foram embaralhadas, cortadas e distribuídas. Pablo estava confiante, mas Tepnora ganhou pela oitava vez.

– Agora chega – o professor recolheu as cartas e guardou-as novamente dentro do criado-mudo.

– Que horas são? – perguntou Tepnora ao ver o relógio de pulso de Pablo.

– Ah... Não sei...

– É só olhar no seu relógio.

– Ele está estragado.

– Então por que ainda não o concertou?

– Sempre esqueço e quando lembro estou ocupado demais.

Houve uma pausa, então Tepnora aproveitou-a para questionar algo de Pablo.

– Quem foi a outra?

Pablo olhou-a sem entender a pergunta.

– A outra... Que fez a mesma coisa que eu fiz com o senhor...

– Ah! A minha ex?

Tepnora consentiu com a cabeça.

– O que tem ela? – questionou o docente.

– Como ela te conquistou?

– Ela fez exatamente o que você fez comigo.

– Você se casou com uma aluna?

– Não. Foi com minha ex-colega de trabalho. Uma professora da antiga escola em que eu dava aula.

– Com que idade o senhor se casou?

– 26 anos.

– Qual foi o motivo da separação?

– Não acha que está ultrapassando um pouco o limite de intimidade que há entre mim e você?

– Para falar a verdade, eu acho que não, mas se o senhor se sente irritado eu posso ir embora.

– Olha... – Pablo parou e observou os olhos da menina. O olhar entregava como ela estava interessada no que ele falava, coisa que raramente via em um aluno dentro da sala de aula – Me separei porque ela me traiu.

– Nossa... Meus pêsames, professor Pablo.

– Que isso... Estou muito mais feliz agora que estou solteiro!

– As professoras da escola não jogam charme para cima de você?

– Sabe que um dia eu olhei para a Sra. Farsten e acredita que ela me deu uma piscadela!

– Ah, fala sério!? A Sra. Farsten me parece tão sensata... Ela não vale! Me diz outra.

Pablo ficou pensativo.

– Esse vai ser nosso segredo: o professor Oliver já deu em cima de mim...

A boca de Tepnora se abriu além do normal e os olhos se arregalaram, exprimindo seu espanto.

– Então ele é gay?!

Saindo de cima da cama e unindo as mãos em um tapa, Pablo falou:

– Acho que já falei demais! Não conte isso para ninguém, ok?

Tepnora também se levantou da beirada da cama.

– Está bem, professor Pablo... Tchau.

– Tchau.

A garota saiu do quarto do adulto e foi em direção ao seu, à espera de que já estivesse desocupado.

Ela abriu a porta do quarto 1203 calmamente e pela fresta que abriu não viu ninguém, então entrou sem culpa. Como estava muito feliz, atirou-se na cama e ali ficou quietinha, de olhos fechados, pensando na vida...

– Tepnora? – disse Geovanna quando viu alguém na cama – É você?

– Sim, amiga – respondeu Tepnora, sentando-se na cama – De onde você surgiu?

– Do banheiro. E por onde esteve?

– Você não vai acreditar! Adivinha... – falou Tepnora, eufórica.

– Bem, a Roberta me falou o que ocorreu com você na piscina... E também me contou que felizmente o Luís, amanhã vai ficar trancando no seu quarto sendo monitorado por alguém para que ele não fuja de lá, não é maravilhoso!? Essa aberração dos infernos vai ficar de castigo! Acho que amanhã eu vou ir à piscina, ok?

– Que ótimo, assim vou ter companhia e das boas!

– Obrigada! Ah, mas onde você foi depois da toda a confusão?

– Eu estava no quarto do ser mais lindo da nossa escola...

Geovanna não precisou pensar muito, logo levando as mãos à boca, chocada.

– Sério que você estava no quarto do professor Pablo?!

Tepnora fez um semblante sedutor, mordendo o lábio inferior e passando as mãos em seus cachos, confirmando com a cabeça, esperando que Geovanna pulasse de alegria, mas suas expectativas foram afogadas, pois a expressão da loira era de repreensão.

– Gigi... Por que você ficou com essa cara de quem comeu e não gostou?

– Tepnora, isso está errado, você não pode se envolver com um professor! Ele é bem mais velho que você e... E ainda por cima é casado! Você vai se meter em confusão...

– Ei, mente poluída, eu não fiz nada de errado. Só fui ao quarto dele para me arrumar e deu!

– Ahãm... E o que mais?

– Nós conversamos e jogamos cartas...

– E?

– ... Ele não é casado – Tepnora sorriu maliciosamente.

Geovanna suspirou. Um suspiro que mais parecia uma bufada de touro.

– Não fica preocupadinha, amor – disse a morena passando a mão no rosto da amiga – E aí, curtiu o beijo?

– O quê?

– Ah, baby, eu vi você beijando o Marc. Na BO-CA!

– Como você viu?

– Eu abri a porta do nosso quarto bem devagar e vi tudo!

Geovanna enrubesceu.

– Sabia que é proibido namorar alunos, senhorita Certinha? – disse Tepnora, zuando com a menina.

– É... Mas eu não sou professora, senhorita Beijadora de Professor – falou Geovanna, sisudamente, sem brincadeira.


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Notas finais do capítulo

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