Censure os meigos olhos azuis escrita por Honda Sakura
Notas iniciais do capítulo
"Se quer respostas está no lugar errado. Só tenho segredos."
(O Novato)
Tepnora estava indo para seu quarto, quando pensou em algo. Então abriu a porta lentamente e viu Geovanna e Marc aos beijos. Fechou a porta e pensou: “Como eu imaginei...”.
Pablo entrou no corredor que Tepnora estava e ao avistá-la, disse:
– Ei... Moça! Desculpa, mas ainda não sei o seu nome.
– Tepnora.
– Tepnora, é exótico, mas é lindo!
– Obrigada.
– Bem, aqui está o seu biquíni. Por que ainda está enrolada na toalha?
– Meu quarto está ocupado no momento... Então não posso pegar nenhuma roupa para me trocar.
Tepnora pegou a parte de cima do seu biquíni com Pablo.
– Quer usar o banheiro do meu quarto para colocá-lo? – disse o professor.
– ... S-sim.
Ele abriu a porta e os dois entraram. Tepnora foi para o banheiro e Pablo sentou-se na cama.
– Vocês, professores, têm uma cama de casal só para vocês. Isso não é justo! – falou Tepnora de dentro do banheiro.
– Mas é claro! – respondeu Pablo – Eu que não ia dormir com o professor Oliver roncando do meu lado!
Tepnora começou a rir.
– Você tem razão. Nem quero imaginar o sofrimento que a mulher dele passa na hora de dormir – disse Tepnora.
– Ele é casado?
– Pelo menos é o que ele diz.
– Eu nem acredito como eu fui mal educado em não perguntar seu nome antes.
Tepnora saiu do banheiro. Estava só com os cabelos e biquíni um pouco molhados, mas o corpo estava seco.
– Obrigada por ceder seu banheiro – disse ela – A toalha é sua?
– Não.
– E de quem é?
– Não sei. Estava jogada em cima de uma cadeira de praia e então eu peguei.
– Ah... Eu já vou indo, tchau.
– Quer jogar cartas?
Tepnora olhou-o sem entender muito bem.
– Ué? O seu quarto não está ocupado?
– Eu não sei se já desocuparam... Está bem, eu aceito jogar. Sabe jogar Treze?
– Claro que sei.
Pablo pegou o baralho que estava guardado em uma gaveta do criado-mudo e começou a embaralhar as cartas. Tepnora sentou-se na beirada da cama. E iniciaram o jogo.
– Ganhei de novo! – disse Tepnora empolgada.
– Já jogamos sete vezes e você ganhou todas. Não quero mais jogar – disse Pablo.
– Por favor, só mais uma partida.
– Está bem, mas só mais uma partida.
As cartas foram embaralhadas, cortadas e distribuídas. Pablo estava confiante, mas Tepnora ganhou pela oitava vez.
– Agora chega – o professor recolheu as cartas e guardou-as novamente dentro do criado-mudo.
– Que horas são? – perguntou Tepnora ao ver o relógio de pulso de Pablo.
– Ah... Não sei...
– É só olhar no seu relógio.
– Ele está estragado.
– Então por que ainda não o concertou?
– Sempre esqueço e quando lembro estou ocupado demais.
Houve uma pausa, então Tepnora aproveitou-a para questionar algo de Pablo.
– Quem foi a outra?
Pablo olhou-a sem entender a pergunta.
– A outra... Que fez a mesma coisa que eu fiz com o senhor...
– Ah! A minha ex?
Tepnora consentiu com a cabeça.
– O que tem ela? – questionou o docente.
– Como ela te conquistou?
– Ela fez exatamente o que você fez comigo.
– Você se casou com uma aluna?
– Não. Foi com minha ex-colega de trabalho. Uma professora da antiga escola em que eu dava aula.
– Com que idade o senhor se casou?
– 26 anos.
– Qual foi o motivo da separação?
– Não acha que está ultrapassando um pouco o limite de intimidade que há entre mim e você?
– Para falar a verdade, eu acho que não, mas se o senhor se sente irritado eu posso ir embora.
– Olha... – Pablo parou e observou os olhos da menina. O olhar entregava como ela estava interessada no que ele falava, coisa que raramente via em um aluno dentro da sala de aula – Me separei porque ela me traiu.
– Nossa... Meus pêsames, professor Pablo.
– Que isso... Estou muito mais feliz agora que estou solteiro!
– As professoras da escola não jogam charme para cima de você?
– Sabe que um dia eu olhei para a Sra. Farsten e acredita que ela me deu uma piscadela!
– Ah, fala sério!? A Sra. Farsten me parece tão sensata... Ela não vale! Me diz outra.
Pablo ficou pensativo.
– Esse vai ser nosso segredo: o professor Oliver já deu em cima de mim...
A boca de Tepnora se abriu além do normal e os olhos se arregalaram, exprimindo seu espanto.
– Então ele é gay?!
Saindo de cima da cama e unindo as mãos em um tapa, Pablo falou:
– Acho que já falei demais! Não conte isso para ninguém, ok?
Tepnora também se levantou da beirada da cama.
– Está bem, professor Pablo... Tchau.
– Tchau.
A garota saiu do quarto do adulto e foi em direção ao seu, à espera de que já estivesse desocupado.
Ela abriu a porta do quarto 1203 calmamente e pela fresta que abriu não viu ninguém, então entrou sem culpa. Como estava muito feliz, atirou-se na cama e ali ficou quietinha, de olhos fechados, pensando na vida...
– Tepnora? – disse Geovanna quando viu alguém na cama – É você?
– Sim, amiga – respondeu Tepnora, sentando-se na cama – De onde você surgiu?
– Do banheiro. E por onde esteve?
– Você não vai acreditar! Adivinha... – falou Tepnora, eufórica.
– Bem, a Roberta me falou o que ocorreu com você na piscina... E também me contou que felizmente o Luís, amanhã vai ficar trancando no seu quarto sendo monitorado por alguém para que ele não fuja de lá, não é maravilhoso!? Essa aberração dos infernos vai ficar de castigo! Acho que amanhã eu vou ir à piscina, ok?
– Que ótimo, assim vou ter companhia e das boas!
– Obrigada! Ah, mas onde você foi depois da toda a confusão?
– Eu estava no quarto do ser mais lindo da nossa escola...
Geovanna não precisou pensar muito, logo levando as mãos à boca, chocada.
– Sério que você estava no quarto do professor Pablo?!
Tepnora fez um semblante sedutor, mordendo o lábio inferior e passando as mãos em seus cachos, confirmando com a cabeça, esperando que Geovanna pulasse de alegria, mas suas expectativas foram afogadas, pois a expressão da loira era de repreensão.
– Gigi... Por que você ficou com essa cara de quem comeu e não gostou?
– Tepnora, isso está errado, você não pode se envolver com um professor! Ele é bem mais velho que você e... E ainda por cima é casado! Você vai se meter em confusão...
– Ei, mente poluída, eu não fiz nada de errado. Só fui ao quarto dele para me arrumar e deu!
– Ahãm... E o que mais?
– Nós conversamos e jogamos cartas...
– E?
– ... Ele não é casado – Tepnora sorriu maliciosamente.
Geovanna suspirou. Um suspiro que mais parecia uma bufada de touro.
– Não fica preocupadinha, amor – disse a morena passando a mão no rosto da amiga – E aí, curtiu o beijo?
– O quê?
– Ah, baby, eu vi você beijando o Marc. Na BO-CA!
– Como você viu?
– Eu abri a porta do nosso quarto bem devagar e vi tudo!
Geovanna enrubesceu.
– Sabia que é proibido namorar alunos, senhorita Certinha? – disse Tepnora, zuando com a menina.
– É... Mas eu não sou professora, senhorita Beijadora de Professor – falou Geovanna, sisudamente, sem brincadeira.
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