Passada algumas semanas, o dia da turma 802 ir ao parque aquático havia chegado. A viagem de ônibus até o local durou uma hora e meia. Quando os alunos chegaram ao parque, a maioria mal largou suas malas no hotel e foram correndo dar um mergulho nas várias piscinas do lugar.

Enquanto isso, no quarto 1203, Tepnora estava tentando convencer Geovanna a vestir um biquíni para irem às piscinas.

– Por favor, eu quero muito ir dar um mergulho – implorava Tepnora – Mas sem você, eu não vou.

– Não vou ficar irritada se você for lá para baixo e eu ficar aqui – disse Geovanna – Aliás, você está perdendo a oportunidade de mostrar suas curvas para o Pablo.

– Como assim? Ele veio?

– Sim. Pensei que soubesse.

– Ai, por favor, Geovanna. Coloque um biquíni e vamos mergulhar!

Depois de tantas insistências, Geovanna resolveu por um biquíni azul claro e Tepnora pôs um vermelho.

Quando elas chegaram perto da piscina, onde a maioria dos alunos estavam a banhar-se, Luís avistou as amigas vindo e encapetado como era, gritou para que todos ouvissem:

– Chegou o palito de dentes enrolado num fio dental! Olha o poste de biquíni!

Todos olharam para Geovanna. A garota estava mais vermelha que o biquíni de Tepnora. Alguns começaram a rir. Indignado com aquilo, Marc mergulhou na piscina e meteu um soco nas fuças de Luís, então o pandemônio começou.

Por causa da confusão, no segundo dia do passeio ninguém pode ir nadar nas piscinas, todos tiveram que ficar no hotel o dia todo como castigo.

Mas no terceiro dia, as piscinas voltaram a ficar lotadas. De manhã, Tepnora vestiu o seu biquíni vermelho e deixou a amiga dormindo, porque sabia que seria inútil tentar fazer com que Geovanna fosse até as piscinas.

Seu caminhar gracioso e seu corpo de formas exuberantes, logo começaram a atrair os olhares masculinos e ao mergulhar na piscina, os meninos começaram a assobiar para ela. Marc a viu e foi ao seu encontro.

– Como vai a Geovanna? – falou ele.

– Está bastante abalada. Então nem a convidei para vir até aqui.

– Hum... Qual é o número do quarto que vocês duas estão?

– Estamos no quarto 1203.

Depois de captar a informação, Marc saiu da água e desapareceu.

Tepnora viu o tobogã e resolveu deslizar. Subiu a escada e quando chegou ao topo sentiu um pouco de apreensão, apesar de não ter medo de altura, mas escorregou. Ao cair na água, afundar e voltar à superfície, os seus meigos olhos azuis ficaram bastante irritados por causa da água. Quando eles pararam de arder e Tepnora voltou a enxergar melhor, viu que a parte de cima do seu biquíni estava flutuando na água. Ela imediatamente tapou os seios com o braço esquerdo e foi na direção da peça, mas Luís mergulhou velozmente, como uma lontra e pegou-a primeiro que Tepnora, saindo da piscina para dar mais um de seus “shows”.

– Uhuuu! Strip-tease na piscina! – gritou Luís, enquanto girava a peça do biquíni no ar.

Muitos alunos começaram a reunir-se ao redor da piscina. Tepnora saiu da água e tentou correr atrás de Luís, mas alguém a segurou pelo braço. Ela já ia dar um tapa na pessoa, quando viu que era Pablo, abaixou a mão.

– Se enrole na toalha – ele entregou uma toalha branca para ela.

Tepnora enrolou-se na toalha e se refugiou no hotel.

– Ei, seu moleque atrevido! Venha já aqui e traga-me esse biquíni! – gritou Pablo.

Luís saiu correndo ao ouvir os berros de Pablo, mas não foi longe, porque Roberta, que estava a acompanhar tudo, colocou o pé na frente dele, fazendo-o tropeçar. O menino bateu o queixo no chão e soltou um grito agonizante.

– Nossa, Ruivinha – disse Pablo para Roberta.

O professor, ignorando o aluno que se contorcia de dor no piso, juntou a peça do biquíni. Logo a Sra. Farsten já se envolvia na confusão.

– O que está acontecendo aqui, meu Deus? – disse ela.

– Acho que esse rapazinho não sabe se portar em passeios – falou Pablo.

– Professora Farsten! O Luís quebrou o dente! – disse Roberta.

Enquanto todos focavam a atenção na “janelinha” de Luís, Pablo aproveitou e saiu sorrateiramente para ir até o hotel. O Lobo certamente seguiria a Chapeuzinho Vermelho...