Cupidos Em Ação escrita por Tahii


Capítulo 10
Aaaaaaargh!


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEY!
Peço perdão pela imensa demora, mas... Estou com problemas em casa e não está sendo muito fácil lidar com eles. Então peço perdão, mas acredito que todos compreendem :(

Obrigada a todos que comentaram, que passaram a acompanhar e que favoritaram. Vocês enchem meu coraçãozinho de alegria ♥

Boa leitura ♥



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Rose Weasley

— Hã? O quê? Como assim? — eu estava gaguejando enquanto me sentava no sofá decentemente. Vergonha? Mais do que nunca.

— Quando fomos em uma missão, na da Lily e do Adam, você se jogou na frente da flecha para não dar errado as coisas e desde então você ficou 'desacordada' e 'apaixonada' por mim. — explicou e eu senti a raiva queimando dentro de mim. Eu tinha absoluta certeza de que ele estava mentindo.

— MENTIRA! FOI ISSO QUE O COLIN ME DISSE! VOCÊ ESTÁ MENTINDO! — gritei tacando uma almofada em sua cara. Ridículo. Isso que ele era. Estava apenas distorcendo a história para não ter que assumir o fato de que, sim, ele estava me beijando.

— Ué, se você duvida tanto vamos até a casa dele para tirar isso a limpo. — propôs e eu me levantei já indo em direção a porta, completamente desgostosa.

Saímos no frio da noite da Central de Cupidos e, um pouco sem rumo, ficamos andando até achar algo que indicasse a residência de um bebê cupido do mal. Scorpius andava um pouco atrás de mim, mais tranquilo e menos irritado do que o de costume, e eu andava na frente completamente nervosa por talvez ter sido enganada e ludibriada.

Em meio de casas rosas lindinhas, fofinhas e enjoativas havia uma casa pink e uma caixinha de correio escrito ''Térreo - Colin/ Andar de cima - Maicon”'.  Foi quando lancei um olhar assassino para Scorpius e fui tocar a campainha como uma louca assassina que, muito provavelmente, mataria aquele cupido de meia tigela.

— Posso ajudar? — perguntou uma mulher alta e… Estranha.

— Cadê aquele filhote de hipogrifo? — ela me olhou de cima a baixo e virou as costas deixando a porta meio aberta. Deu um grito para Colin, que apareceu em nossa frente com uma fralda cheirando talco e chupando um pirulito.

— Ué, por que estão aqui a essa hora da noite? Não deveriam estar em casa? O que houve? Eu tenho assuntos a tratar também, sabiam? Não recebo por hora extra. — disse o pequeno filhote de brócolis cor de rosa apontando para a mulher que estava atrás de si.

— VOCÊ DISSE QUE ELE NÃO ESTAVA EM SI! ELE ESTÁ BEM ACORDADO PARA O MEU GOSTO, SEU REPOLHO COR DE ROSA! — esbravejei.

— Ooops...Querida, vá chamar Maicon, por favor. — pediu o cupido dando passos para trás e engolindo a seco.

estou aqui. — resmungou o outro cupido, aparentemente não muito feliz, vindo em nossa direção. — O que houve?

— ELE DISSE QUE SCORPIUS ESTAVA FORA DE SI E QUE EU PODIA FAZER O QUE EU QUISESSE COM ELE! MAS ELE ESTÁ ACORDADO! A-COR-DA-DO! — apesar de toda a minha braveza, Maicon apenas olhou tediosamente para mim e depois para Colin.

— Eu só queria que eles ficassem juntos... — choramingou o bebezinho se apoiando no ombro de Maicon, que fez menção de quem ia dar uma explicação.

— Rose, minha flor, quando vocês foram em uma missão você foi acertada por uma flecha e se apaixonou por Scorpius. E, pelo visto, você acordou e Colin te contou como se Scorpius estivesse 'desacordado'. Mas não, era você quem estava. — disse afastando Colin de seu ombro. — Agora que resolvemos isso, boa noite.

E bateu a porta na nossa cara. Pior, na minha cara.

Dei meia volta e quase trombei com Scorpius, que tinha uma cara de “eu te disse”. Apenas desviei e murmurei alguns palavrões e blá, blá, blá. Ele, porém, não disse nada e poupou-se a caminhar um pouco mais devagar e atrás de mim.

Quando cheguei naquele cubículo, ah, quase quebrei a porta de entrada depois que estava na sala e ao ver aquele sofá, senti minhas bochechas ficarem mais vermelhas do que o meu cabelo. Era muita humilhação para uma pessoa só, muita.

— Morra, Malfoy, morra — disse subindo o primeiro degrau da escada. Scorpius pigarreou e eu, muito brava, olhei.

— Não tem nada demais em você querer me agarrar mesmo estando sóbria, Rose, você não é a única. — disse falsamente compreensivo

— Eu odeio você, Malfoy, odeio. — ele gargalhou deitando-se no sofá. — E pra você é Weasley. .  

Rosnei, sim, rosnei para ele e me tranquei no quarto. Não queria ver Malfoy, Colin, Maicon, nuvens cor de rosas ou flechas do amor. Eu queria sumir, ou simplesmente acordar desse sonho de mal gosto.

 

[QUARTA-FEIRA]

— Foi um plano, ok? Queria ver se estava mesmo acordado! — exclamei em minha defesa para quebrar o profundo silêncio entre nós.

— Aham, acredito em você. — riu sem humor enquanto assistia televisão. Já era mais de três horas da tarde, e os dois cupidos não haviam dado as caras. — Não tem problema, Rose, poderia ter acontecido com qualquer um. Sem contar que foi ótimo não ter você e essa sua voz irritante me enchendo o saco.

— Você é estranho. — resmunguei ao ouvir a campainha. — Fique longe de mim.

Ele gargalhou e apenas falou coisas aleatórias como “você não sabe o que está perdendo” ou essas idiotices. Quando abri a porta, porém, duas miniaturas de gente sorriam amarelo para mim e seguravam duas caixinhas de chocolate.

— Quem é a melhor assistente de cupido da CDC? — Colin tentou, falhamente, me fazer sorrir. — Sim, é você, Rosalinda.

— Sou a única, provavelmente.

— Não fique triste com o Colin, Rose, nem todo mundo tem o seu cérebro brilhante. — Maicon estendeu a caixinha de bombom para mim e passou reto enquanto ia até onde Scorpius estava. — Hoje, amiguinhos, vai ser um dia complicado.

— Mas nada que a melhor assistente de cupido da CDC não possa resolver. — Colin me deu a caixinha e entrou correndo. Bati a porta enquanto rolava os olhos, ele era tão patético quanto Scorpius.

— Quieto, Colin. — Maicon desligou a televisão e encarou bem Scorpius, eu e seu companheiro de berço.

— Contanto que não seja nada relacionado aos meus supostos amigos, não vai ser tão difícil. — Scorpius deu ombros enquanto ajeitava suas recém-postas asas.

— É… É o que esperamos. — quando vi a personificação do medo no rosto de Colin, comecei a perguntar-me o que, pelas barbas de Dumbledore, eles iriam aprontar comigo. — Vai ser preciso paciência, calma, paciência e… Muita calma.

— Falem logo, não quero perder o Pirraça hoje na TV. — resmungou Scorpius.

— Vocês vão ajudar Lucy Weasley hoje... — Maicon disse me entregando a prancheta. — A ficar com o Brian Wood.

— Wo—oquê? — cerrei os olhos assim que vi os nomes da folha. Eles só podiam estar me zoando. — Wood?

— Que nojo, pensei que não dava pra ficar pior, mas, uau! — Scorpius pegava suas flechas enquanto sorria para Colin dizendo: Eu sempre soube que ele não conseguiria nada sozinho. — Brian Wood é pesado.

— Isso só pode ser brincadeira, né? — olhei bem para Maicon, que negou com a cabeça, da forma mais séria e ao mesmo tempo amedrontada possível. — Fale que é brincadeira.

— Não é brincadeirinha, Rose, não faríamos uma tão sem graça assim. — Colin respondeu indo para trás das asas de Scorpius.

— Qual foi, Weasley? Não me diga que tem uma quedinha pelo babaca do Wood! — disse dando risada. Não que eu queria, de alguma forma, que ele soubesse disso. Pelo contrário, não queria que ninguém soubesse. Scorpius murchou como uma bexiga de coração após o dia dos namorados. — Você tem uma quedinha pelo Wood?

Não. — respondi o mais convicta que pude. Ele cruzou os braços e me encarou com os olhos cerrados.

— Ah, não? — arrrrrrrrrrrrrrrrrrgh. — Então você está feliz pela sua prima querer estar com ele?

— Vamos logo, Malfoy. — rolei os olhos, pegando a prancheta sob olhares amedrontados (e irritados).

Fomos para Hogwarts calados e os cupidos apenas desejam um baixo “boa sorte”. Scorpius olhava para o chão, para o teto, para suas asas e sorria cinicamente para mim de vez em quando. Eu, por outro lado, não via a hora de voltar para a CDC (por mais estranho que fosse).

Intuitivamente, Scorpius decidiu ir até o campo de quadribol para ver se estavam por lá e, por um azar ou sorte do destino, apenas Brian, ou melhor, Wood estava lá, sentado na arquibancada.

Argh, se eu pudesse socar Scorpius até ele ficar gravemente ferido ou quebrar todo aquele campo de quadribol, provavelmente eu o teria feito. Sim, eu estava a fim de Brian Wood. Eu assisti jogos por ele, eu ferrei a minha garganta em um jogo que teve no inverno por ele, e eu até arrumava o cabelo de manhã e fazia trabalhos de História da Magia para ajudá-lo.

E ele estava ali, sozinho, provavelmente esperando Lucy.

— Era só o que me faltava mesmo, ficar esperando a donzela. — resmungou Scorpius mexendo na ponta de sua flecha.  — Bom, acho que o sentimento de espera é melhor do que o de troca.

— Malfoy, faça-me um favor. — pedi bufando. — Cala essa sua boca nojenta.

— A sua moral comigo está abaixo de zero, você não pede nada por aqui, sua… Nojenta.

— Nojenta? Eu sou nojenta?

— Você gosta disso, Weasley, fala sério! — apontou para Brian. — Você tem sérios problemas mentais.

— Ah, claro, e você que fica quase lambendo aquela televisão não tem nenhum tipo de retardo mental, né? — ele era ridículo.

— Ali a sua querida prima, Weasley. — desconversou quando Lucy apareceu andando em direção a ele. — Que cor está o termômetro dela?

— Pensei que você não viria mais. — Brian disse levantando-se para abraçá-la.

— Você sabe como a Lily é, acabou me enrolando no dormitório. — sorriu depositando, ugh, um beijo na bochecha dele. — O que você quer?

— Rosa. — respondi a Scorpius assim que consegui ver o termômetro.

— Rosa? — Scorpius gargalhou alto. — Por Merlin. E o dele?

— Você sabe que na próxima semana vai ser o jogo da grifinória, não sabe? — ouvi Scorpius fazer um som estranho ao meu lado. — E como provavelmente vamos ganhar da sonserina, eu queria te convidar para ir com o pessoal comemorar, você sabe, a vitória.

— É pra acabar, fala sério, que abusado. — resmungou.

— Roxo. — aproveitei a deixa e suspirei ao falar a cor do termômetro dele.

— Não sei o que é pior, francamente! Ela se sentir atraída por ele ou ele ter uma paixonite por ela. Ah, claro, e não ter por você, né. — aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaargh. — Mas isso é sinal de cérebro.

— Acho que essa sua inveja é pior. — grunhi recusando-me a ver os dois. — Atira logo para irmos embora.

— Você sabe que… — Scorpius atirou nele quando eu virei de costas. — Eu gosto de você, Lucy, então… Quero você comigo.

— Eu também gosto de você. — eu realmente não precisava ver a minha prima beijando o meu ex-crush, era demais para os meus nervos.

— Ah não, Weasley! Vamos assistir um pouquinho mais desse melodrama. — implorou. Mas quando percebi, a luz rosa já estava nos levando de volta para a CDC.

[...]

Quando chegamos na CDC, dei a prancheta para Scorpius dar para Maicon e Colin. E antes que eu fosse amarrotada de perguntas, fui direto para casa e me tranquei no meu quarto postiço. Deitei na minha cama, enfiei minha cabeça debaixo dos travesseiros e torci para que eu conseguisse dormir e acordar na minha cama em Hogwarts.

Não foi o que aconteceu.

Passaram-se horas e horas, e a única coisa que eu conseguia fazer era respirar bem fundo e soltar uns grunhidos de vez em quando. Talvez foram eles que impediram que um dos três palermas viesse me encher o saco.

Aaaaaaaaaaaaaaargh! Era horrível estar ali, sozinha, em um mundo paralelo enquanto o cara que eu gostava estava lá em Hogwarts com a minha prima. Que merda! Claro que era óbvio que eu não tinha nenhum tipo de problema, e Lucy também não tinha… E nem ele, mas… Foram muitos trabalhos de História da Magia jogados pelo ralo no final das contas, e noites mal dormidas também. Eu gostava dele por simplesmente gostar, e era terrível tentar aceitar o fato de que não, Brian Wood não gostava de mim do mesmo jeito que eu gostava dele.

Decidi, então, fazer a coisa mais racional que eu poderia naquele momento. Desci as escadas furiosa e percebi que a minha fúria poderia ser, também, fome. Já era noite e o idiota do Malfoy estava de novo naquela televisão.

Scorpius Malfoy

— SIM, MALFOY, EU GOSTAVA DO WOOD. — ouvi um grito agudo bem no meu ouvido. Dei um pulo no lugar onde estava e coloquei a mão no coração, assustado.

— Você é louca, definitivamente. — joguei minha cabeça para trás, sentindo os meus batimentos cardíacos acelerados. — QUASE ME MATOU DE SUSTO, SUA RETARDADA.

— VOCÊ QUE É UM RETARDADO, IDIOTA, EU ODEIO VOCÊ!

— ME ODEIA? POR QUÊ? NÃO FUI EU QUEM SE APROVEITOU DE VOCÊ E DESSE SEU CÉREBRO GLORIOSO, WEASLEY.

— VOCÊ QUE ATIROU AQUELA FLECHA.

— VOCÊ QUE MANDOU EU ATIRAR! — disse por fim, olhando-a um pouco (muito) irritado. — E era parte do único jeito de sairmos daqui. Tenha dó! Se ele não é o amor da sua vida outra pessoa é.

Relutante, decidi tirar minha atenção das babaquices que Alvo estava fazendo e olhar para ela. E lá estava Rose Weasley, me olhando do jeito mais estranho possível, como se eu fosse uma lâmpada que havia ascendido assim que uma ideia surgiu na sua cabeça ou como, talvez, um grande sapo de chocolate. Primeiro pensei que ela choraria, e depois que ela me mataria, mas não foi exatamente o que aconteceu.

— O que você est-

E ela me beijou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Não esqueçam de comentar, é muito importante a opinião de vocês para o desenvolvimento da história ♥

Beeijos,
Tahii ♥