Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson


Capítulo 12
Capítulo 12- Beatriz




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— Bom dia, Beatriz.

Beatriz estava sonolenta quando aquele homem de terno apareceu em seu quarto. Saíra de seu pequeno coma havia alguns dias, e já tentara escapar várias vezes. Conseguira matar dois guardas e um grupo de enfermeiras, e não haviam devolvido suas facas. Foi detida por um dardo tranquilizante. Ela não sabia onde estava, não sabia o que fazer, não sabia o que tinha acontecido... E o pior, não sabia onde Matheus estava.

O homem estava escoltado por dois outros homens, igualmente de terno, porém com uma aparência brutal. Suas mãos estavam amarradas atrás de suas costas, e seus tornozelos estavam amarrados juntos, desconfortavelmente.

Bom dia, Beatriz. — a resposta não veio, novamente.

Beatriz sabia muito bem quem era aquele homem. Vicenza, igual ao pai. E seu pai... Digamos que foi encontrado morto, em sua própria casa, com um corte vertical em seu tronco. Ela sentia que sua morte estava marcada.

— Bem, pelo visto você perdeu sua língua, mas seus ouvidos ainda estão aí. — disse Vicenza — Eu tenho uma proposta para você, Beatriz.

Morte rápida, ao invés de lenta e dolorosa igual à de seu pai?

— Muito em breve, estarei conquistando essa nação separatista, formando um único país. Mas aí você se pergunta, “o que eu tenho a ver com isso?”, bem... Admito que talvez eu não seja o único a ter essa ideia de unificação. Eu tenho alguns rivais.

Garanto que os propósitos de seus adversários são melhores. Beatriz se mantinha ajoelhada em sua cama, de cabeça baixa.

— Eu preciso que você fique do meu lado para derrotar esses rivais. Você é uma garota esperta, boa com facas, poderia se infiltrar facilmente nos exércitos, e sei que se dará bem com explosivos.

Ótimo. Agora eu sou uma arma de guerra. Eu quero matar esse idiota.

— E você deve estar se perguntando: por que eu ajudaria esse cara? Minha cara Beatriz, a resposta é simples. Venha, olhe pela janela. — disse Vicenza, gesticulando para ela se aproximar.

Beatriz hesitou, mas andou com receio até a janela. A uns 20 metros de distância havia um homem amarrado pelos pulsos entre duas árvores. Estava sujo e sangue respingava de determinadas partes de seu corpo.

Ele pretende fazer isso comigo? Adoraria vê-lo tentar, pensou ela, se afastando da janela.

— Beatriz, olhe com mais atenção. Consegue reconhecê-lo? — disse Vicenza, que sorria.

Beatriz se aproximou da janela novamente, e pensou reconhecer aquele cabelo, aquele ar de arrogância que o rondava.

— Vamos Beatriz, você sabe quem é! — a impaciência de Vicenza irritou Beatriz demasiadamente.

Ela se preparava para desistir, mas aquele homem distante levantou a cabeça e olhou em volta, demorando-se na direção do quarto de Beatriz.

Não... Não pode ser...

Seu cabelo escuro estava desorganizado, caindo em seus olhos. Aqueles olhos.

E Beatriz teve certeza.

Certeza que participaria do plano de Vicenza.


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