- Você me traiu, Elijah! – diz Melanie nervosa, os olhos rasos d’água.

- O quê? Do que você está falando? – pergunta ele, parecendo confuso.

- Não se faça de sonso! – grita ela – Eu vi você aos beijos com aquela vadia da Elena Gilbert! – diz Mel, relembrando a cena que tinha presenciado.

* Flashback ON *

Melanie acabara de sair do banheiro e foi à procura do namorado, Elijah. Encontrou-o agarrado à Elena num canto mais afastado da festa. Chocada com o que acabara de ver, saiu correndo dali, e acabou esbarrando em seu primo Stefan.

- Mel, você está bem? – pergunta ele.

- Apenas me deixe sair daqui. – responde ela, com a voz embargada.

- Está chorando? – pergunta Stefan, ao ver uma lágrima rolar pelo rosto da prima – O que houve?

- O que houve? Acabei de ver meu namorado agarrado à sua namorada, Stef!

- O quê?

- Não me faça repetir. – sussurra ela.

- Eu vou resolver isso, e é agora! – diz ele, furioso.

- Stef... – diz Melanie, segurando-o pelo braço – Me leva pra casa?

- Claro! – responde ele, acalmando-se e puxando a prima para um abraço apertado – Me desculpe pela Elena. Se eu já tivesse tido coragem de terminar o namoro com ela, essa vaca não estaria aqui e nada disso teria acontecido. – diz ele, afagando os cabelos de Mel.

- Não é sua culpa, Stefan. Mesmo com essa vadia longe, Elijah poderia ter se agarrado com qualquer outra.

* Flashback OFF *

- Não é o que parece, Honey! Eu posso explicar. – diz Elijah, aproximando-se da namorada e tocando seu rosto.

- Não me chame de Honey! – grita ela, empurrando o peito dele, afastando-o – Você não tem mais esse direito.

- Melanie, por favor! – pede ele.

- Eu não quero ouvir nada. – diz ela, com a voz embargada – Eu vi, Elijah! Eu sinceramente não esperava uma atitude dessa vinda de você, mas eu vi, e nada do que você disser vai mudar isso. Agora vá embora daqui.

- Eu vou provar pra você que eu sou inocente nessa história, Mel. – diz Elijah, aproximando-se dela novamente – Eu prometo! – completa ele, surpreendendo-a com um beijo carregado de medo, ansiedade e amor.

Mel lutava para não demonstrar o quanto aquele beijo estava mexendo com ela, para não demonstrar o quão maravilhosa era a sensação de ter os lábios de Elijah dançando junto aos seus, e de sentir a língua dele explorando sua boca, travando uma luta deliciosa com a sua própria língua. E então, a imagem de seu agora ex-namorado agarrado a Elena preencheu novamente sua mente, e ela forçou-se a afastá-lo outra vez, empurrando-o porta afora e fechando-a em seguida.

E então Melanie cedeu à dor. Deixou-se escorregar pela porta até o chão, e sentiu o rosto encharcar-se pelas lágrimas que vinha segurando até então. Sentia como se o peito não pudesse mais suportar e fosse explodir a qualquer momento.

Do lado de fora da porta, Elijah ouvia o choro da amada e sofria junto com ela. Sentou-se e permaneceu ali por mais de duas horas, até que não pode mais ouvi-la chorar. Quis entrar e ver se ela estava bem, mas não se atreveu a bater na porta e acordá-la. Levantou-se, sussurrou um “eu te amo” para Melanie e saiu dali, amaldiçoando a garota que acabara com sua vida: Elena Gilbert.

**********

2 SEMANAS DEPOIS

Melanie corria pelos corredores da faculdade, tentando não chegar atrasada na aula de anatomia. Desde que terminara seu namoro com Elijah, chegava apenas poucos minutos antes das aulas começarem, para não correr o risco de encontrar o estudante de medicina pelos corredores.

A garota entrou ofegante na sala e sentou-se no primeiro lugar vago que avistou. Tentava regularizar sua respiração quando ouviu:

- Acordou muito tarde? –uma voz masculina pergunta.

 Mel olhou para o lado e viu um garoto lindo sorrindo em sua direção. Tinha olhos e cabelos castanhos e um sorriso de parar o trânsito.

- Na verdade, não. Faz parte da minha estratégia. – responde ela, sorrindo.

- Está tentando evitar alguém? – pergunta o rapaz.

- Bingo! – diz ela – Você é novo por aqui, não é? Não me perdoaria se nunca tivesse reparado em você.

- Como? A gente estuda junto desde o primário! – diz ele, sério.

- O quê? Mas...

- Peguei você! – diz ele, agora aos risos. – Acabei de me transferir pra cá, cheguei à cidade faz poucos dias.

- Sem graça! – diz ela, tentando conter os risos – Sou Melanie. – diz estendendo sua mão para ele -  Melanie Salvatore.

- Sou Kol. Kol Mikaelson.

- Mikaelson? – pergunta Mel, sentindo o coração gelar – Você é parente do... Elijah?

- Conhece meu irmão?

- Irmão? – repete a garota, mais para si mesma do que para Kol.

- Sim, meu irmão. Qual o problema? Está passando mal? – pergunta Kol, ao notar a palidez no rosto de Mel.

- Estamos atrapalhando alguma coisa, senhorita Salvatore? – pergunta o Sr. Gordon, o professor de anatomia, fazendo com que todos olhassem pra trás.

- Não senhor. – responde ela, com a voz fraca.

- Senhor, ela não está se sentindo bem. – diz Kol – Vou levá-la à enfermaria.

- Claro rapaz, pode ir. – diz o professor.

Kol pegou Melanie no colo e levou-a para fora da sala rapidamente. Como a garota repetia que não queria ir para a enfermaria, o rapaz levou-a até o pátio, sentando-a num banquinho à sombra de uma árvore.

- Tem certeza de que não quer ver a enfermeira? – pergunta Kol, preocupado.

- Tenho sim, só preciso de um pouco de ar puro. Se não for abuso, pode pegar um pouco de água?

- Claro que sim. Volto num instante. – diz ele, dirigindo-se ao bebedouro mais próximo.

O rapaz voltou minutos depois e entregou o copo para Mel, sentando-se ao lado dela logo em seguida.

- Está se sentindo melhor? – pergunta Kol

- Um pouco. Logo estarei pronta pra outra. – responde ela – Obrigada pela ajuda.

- Quer conversar? – pergunta ele, receoso. Não queria causar um novo mal-estar à Melanie.

- Seu irmão é um assunto delicado para mim. – começa ela – Éramos namorados até duas semanas atrás.

- E você ainda gosta dele?

- Isso não vem ao caso. O que importa é que ele me traiu com uma vagabunda, eu vi tudo e terminamos.

- Meu irmão traiu você? – pergunta Kol, espantado – Ele sempre disse que não devemos jamais magoar uma mulher.

- “Faça o que eu digo e não faça o que eu faço”, já dizia o velho ditado. – diz Mel, sem emoção – Eu também não esperava isso dele, mas foi o que aconteceu.

- Sinto muito que ele tenha te magoado.

- Eu também, na verdade. – confessa ela – Mas vai passar, cedo ou tarde.

- Kol? Melanie? Você está bem, Honey? – pergunta Elijah, parado a poucos metros de onde eles estavam sentados, preocupado com a palidez da garota.

- Já falei pra não me chamar assim! – diz Melanie, levantando-se rápido demais. Sentiu o mundo girar e braços fortes envolverem sua cintura, impedindo-a de cair.

- Estou aqui, não vou deixá-la cair. – diz Kol, pegando-a no colo novamente – Vou levá-la à enfermaria, e nem adianta dizer que não quer ir.

- Deixe-me ajudar, Kol. – diz Elijah, aflito,aproximando-se deles.

- Sai. Da minha. Frente! – responde o garoto, com raiva – Você já fez mal suficiente à ela.

- Mas ela é minha...

- Cale-se! – grita Kol – Vou levá-la à enfermaria e nem pense em vir atrás, ou sou capaz de socar você!

Elijah deu passagem ao irmão mais novo e observou-o se afastar com a garota que amava nos braços. Como não queria piorar ainda mais sua situação com Kol, seguiu para sua aula, com o coração apertado pela situação de Melanie.