— Que lugar mais esquisito. Como vim parar aqui? Logo eu.

Pisei num tronco e tropecei. Coloquei minhas mãos pra frente pra não bater a cabeça. Aproveitei e deitei para aliviar o susto, mas outro veio em seguida. UMA ARANHA. Peluda. Grande. Marrom. Dei um tapa nela, ela sumiu. Sai gritando, correndo. Na velocidade que eu tava, não era humana. VULTO.

— SOCORRO!! SOCORRO!! ESTOU PERDIDA!! SOCORRO!!

Não pude imaginar que se saisse correndo cairia numa cachoeira com mais de vinte metros de altura. Assim ocorreu. Senti minha vida passar em um filme. Era tão alto que demorou demais pra mim cair na base da cachoeira, no lago. Meu peso junto com o impacto me fez afundar no lago. Por sorte estava viva e conciente. Sabia nadar.

— Essa foi por sorte! Nunca mais.

Sai da água por meio de várias rochas que complementavam a cachoeira. Até que o mergulho tinha sido impressionante, porém assustador.

— Tenho que dar um jeito de sair daqui. E saber como vim parar aqui.

Era tantas perguntas pra mim mesma que acabei ficando com dor de cabeça. Vi um sinal de fumaça. Era um incêndio em uma tribo. MAS PORRA, ONDE EU ESTAVA?

Logo percebi, que estava em outro continente. Vi escrito numa camisa de um corpo queimado: Amazonas Group Tour.

— Bra... Brasil. COMO??

Eu fiquei perplexa. Não sabia onde estava e como fui parar ali. Então sai procurando por algum objeto pra entrar em contato com minha família. Tipo celular. Procurei procurei e tudo que achei foi um telefone fixo com fios cortados. Inútil.

— Só pode estar de brincadeira.

Fiquei em silêncio automaticamente quando percebi que algumas pessoas estavam chegando no local. 

— Então foi aqui que mandaram a menina... mas cadê ela? - era uma voz masculina, grossa e bem dark por sinal.

— Ela tinha que estar aqui. Ah, esqueci. Olha na capela. Lá na frente. Deve estar lá. Senão achar a vadia em menos de vinte quatro horas eu tiro sua vida e de seu irmão.

Eu estava observando toda a conversa. O moço ficou inritado com a moça, que possívelmente era sua chefe. Ele obedeceu ela e foi atrás de mim, lá onde eu acordei toda acorrentada. Ela foi embora, falou algo de CAÇAR alguma coisa. Não tinha entendido direito. Meu medo aumentou mais ainda, e uma coisa veio na cabeça.

— Não pode ser... será? - pensei comigo mesma.

Sai de trás das árvores e fui atrás do moço que foi atrás de mim. Confuso? Nem tanto. Cheguei atrás dele e dei um golpe com um caule de uma árvore cortado que tinha achado. Peguei as correntes dentro da capela maldita e amarrei ele. Tranquei ele lá dentro e sentei lá fora. Meu objetivo era interrogar ele e descobrir como eu tinha ido pra lá, mesmo já desconfiando de alguém.

*

Ele acordou.

*

— Ei! Você!! Quem é você? Quem te mandou me trazer aqui? - eu perguntei pra ele, tendo a porta da capela como meu escudo. Não tinha perigo, pois ele estava aprisionado nas correntes.

— Não se faça de tola. Sabe quem... 

— Se eu te perguntei... ou me fala ou fica ai pro resto de sua vida.

— Não tem coragem. Não vai conseguir me deixar aqui. Seu tipo é daqueles que desiste na metade do caminho. Que nem naquela festa de dois anos atrás.

— Não pode ser... eu sabia!

— A primeira Redfull Party que teve... na casa da sua prima. Lembra? Lembra do que você fez... ou melhor, IA FAZER?

— Não esqueço daquele dia. Mesmo que eu insista, a lembrança não me abandona. Então foi...

— Sim, foi ele que te mandou para cá.

— Ele quer me matar?

— Só falta você...

— Como assim? Você matou quem?

Eu pensei, pensei, e logo entendi o que ele quiz dizer. A raiva foi tanta que peguei uma faca que tinha perto da janela e dei bem no peito dele.

— ASSASSINO!