Destino escrita por mcorreia


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!



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Ian

"Ah, me desculpe, mas eu não sou essa Katherine de quem fala. Sou Cassie Smith." disse, saindo de meus braços e estendendo a mão.

No entanto, eu ainda estava muito chocado para ter qualquer reação. Até a voz era a mesma. Era ela. Tinha que ser ela. E olhar em seus olhos, fez tudo mudar. A dor parecia menor, irrevogavelmente suportável. O desespero que havia feito parte de mim pelos últimos 50 anos se esvaia, diminuía.

"Não é possível. Você. Katherine." disse, sem sentido. Eu estava transtornado.

"Olha garoto. Obrigada por me ajudar, mas, como eu já disse, não sou essa tal Katherine, e eu realmente preciso ir, ou vou perder minha aula. Tchau." disse ela, Cassie, pegando seu caderno que havia caído e correndo para a direção de onde eu havia vindo, mas antes ela olhou novamente para mim e eu pude ver em seus olhos confusão e até mesmo medo. Ótimo. Eu a assustei. Mas eu também me assustei. Estava simplesmente chocado. A semelhança era incontestável. Na verdade, elas eram idênticas. Como uma cópia perfeita. E isso me assustava. Por que ela despertou em mim os mesmos sentimentos que Katherine. Mas estava tudo muito confuso.

Transtornado e sabendo que não teria como assistir aula, fui para o carro disposto ir para casa. Eu precisava conversar com alguém.

Saí do estacionamento cantando pneu, em alta velocidade. Sentia a força latente do Poder no fundo da minha mente, mas não tinha tempo para me importar com aquilo. A lua cheia se aproximava e logo eu perderia o controle. Em tempo recorde, cheguei em casa, não tão rápido quanto se o fizesse correndo, mas eu havia chegado. Estacionei de qualquer jeito, e corri para a biblioteca, onde certamente encontraria meu pai. Empurrei a porta com violência, quase a pondo a baixo, fazendo meu pai pular em sua cadeira.

"O que..."

"Katherine. Voltou. Não pode ser" disse, desesperado, andando de um lado para o outro.

"O quê? Como assim?" perguntou meu pai, assustado com meu estado.

Continuei falando palavras desconexas, sem sentido até para mim.

"Calma" disse, pegando-me pelos ombros e pondo-me sentado. "Beba isso" serviu-me uma dose de wisk.

Sorvi a bebida em um único gole, sentindo o líquido descer rasgando por minha garganta. Respirei fundo, e comecei a explicar:

" No colégio, pai. Uma garota. Era ela e ao mesmo tempo não. Era ela."

" Como assim, filho? Não é possível." ele disse, confuso.

Sabendo que não conseguiria explicar, concentrei-me em sua imagem, seu cheiro e transmiti o pensamento a meu pai. Ele arfou.

"Meu Deus. Ela é exatamente-"

"Igual." disse, interrompendo-o.

"Mas como? Ela não teve filhos ou descendentes, e mesmo que tivesse os tido. Ela é exatamente igual. Até o cheiro. Não é possível" ele disse, mais para si mesmo que para mim.

Eu estava mais calmo, mas ainda sentia a adrenalina percorrendo meu sangue. E o Poder ainda pulsava em minha mente, de maneira, que só então eu notei, estranha. Era forte, poderoso. Como se estivesse vivo. Algo que nunca havia sentido.

Mantive o controle, à muito custo, esperando meu pai me ajudar a chegar a uma conclusão. Enquanto ele divagava, eu só conseguia pensar nela. Minha Katherine.

FLASHBACK

"Sua cabeça descansava em minhas pernas, seus longos cabelos espalhados na cama. Nós ríamos da mais nova besteira da minha irmã e de como meu cunhado fazia tudo o que ela queria. Ela ria com vontade, e eu a admirava. Suas bochechas estavam vermelhas e seus olhos ainda mais brilhantes. Meu coração parecia aquecido, e eu me sentia o homem mais sortudo do mundo, pois tinha a razão da minha vida em meus braços. Ela havia aceitado minha natureza, mesmo sabendo de todos os riscos e tendo noção do quão perigoso eu era.

"Para, Ian" ela pediu, envergonhada, escondendo o rosto em minha camisa. Ri de sua ação.

"Parar com o quê?" perguntei, afastando-a de seu esconderijo para que eu pudesse ver seus olhos.

"De me olhar desse jeito. Eu fico sem jeito." disse, me abraçando.

"Eu te amo, minha Katherine." disse, apertando-a em meus braços.

"Eu também te amo." disse, fazendo-me congelar. Ela nunca havia dito que me amava, apesar de eu saber que era correspondido. Ela simplesmente riu, e me abraçou forte, fazendo-me ter certeza de que era, realmente, o homem mais sortudo do mundo."

Infelizmente, o que eram antes lembranças felizes, agora não passavam de memórias dolorosas. Que agora doíam menos. Talvez pelo tempo, ou pela outra garota.

Percebi que fiquei um tempo distraído, pois agora meu pai falava, nervosamente, com alguém ao telefone. Ele parecia bravo, e em poucos minutos desligou.

"Com quem falava?"

"Com alguém que pode esclarecer essa história." disse, bravo.

"Quem?"

"Paul."

Olhei para ele confuso. Paul era meu tio, irmão do meu pai, e eles não se davam bem. Meu tio namorava minha mãe, mas quando ela conheceu meu pai, a força do destino se fez presente, e eles ficaram juntos. Meu tio nunca aceitou perder minha mãe, e ele e meu pai brigaram feio. Percebendo que havia perdido, Paul se revoltou. Passou a beber e em uma das vezes que estava bêbado e transformado, quase matou minha mãe. Meu pai quase o matou depois disso, mas ele fugiu e sumiu por anos. Pelo menos até agora.

"Por que ele?" questionei.

"Porque durante todos esses anos, ele esteve com várias pessoas e descobriu muitas coisas. Há alguns meses ele ligou, dizendo que havia descoberto algo importante. No momento, eu o ignorei e nós brigamos de novo. Mas agora liguei novamente, querendo saber se sua descoberta poderia nos ajudar."

"E ele disse que pode. E o senhor acreditou?" perguntei, desconfiado.

"Não exatamente. Mas pode ser que ele esteja falando a verdade, e toda ajuda é necessária."

Respiro fundo. Sabia que era complicado para meu pai ter Paul por perto. Mas complicado ainda tê-lo perto de minha mãe. Mesmo após tantos anos, antes do meu nascimento, para ser mais exato, meu pai não havia perdoado meu tio. Minha mãe, por ser mulher, não se transformava, mas era sobrenaturalmente forte, o que a salvou. Ela ficou internada por quase três meses, devido a gravidade dos machucados, e quase morreu. Assim como meu pai. A presença de Paul seria, sem dúvidas, inquietante.

Conversamos mais um pouco, e depois me retirei para meu quarto. Ainda estava abalado pelos acontecimentos, e me sentia mentalmente esgotado. Deitei em minha cama e acabei caindo no sono. Pela primeira vez em anos, um sono sem sonhos.



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