Destino escrita por mcorreia


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!
POV Cassie.



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Cassie

Acordei bem cedinho, no processo desastroso de sempre. Logo ao sair da cama, como era tradição, dei com o pé na quina da cama. Xinguei. Ah, naquele momento eu tive certeza de que o dia seria maravilhoso. Mas aquele pequeno e costumeiro acidente não ia tirar meu bom humor. Primeiro dia de aula. Revigorante.

Fui ao banheiro, e preferi nem olhar para o espelho, me poupando do susto com o desastre que deveriam estar meus cabelos. Me banhei lentamente, usando meu sabonete de flores. Preferi não molhar os cabelos, pois o inverno estava chegando e eu estava fugindo da gripe.

Após o banho, vesti a roupa que eu havia separado no dia anterior: calça jeans preta e moletom vinho. Calcei meus all star brancos e voltei ao banheiro para enfrentar meu cabelo.

Depois de uma furiosa luta, a escova saiu vencedora, e meu cabelo caia liso e em suaves ondas até minha cintura. Passei delineador nos olhos e, satisfeita com o resultado, desci para o café da manhã.

Como esperado, minha mãe, Katrina, e minha avó, Elise, me esperavam na cozinha, cada um em seu lugar, preparadas para comer.

"Bom Dia, meus amores." Disse, beijando a testa de cada uma, para logo depois sentar-me ao lado de minha mãe.

"Bom Dia, filhinha!"

"Bom Dia, minha menina!"

"Preparada para o primeiro dia de aula?"

"Sempre, mamãe." Respondi, sorridente.

Minha mãe se preocupava muito comigo, sempre preocupada se algo estava faltando ou qualquer coisa assim. Ela era uma mulher jovem e muito bonita, havia ficado grávida, aos 17 anos, e meu pai, ao saber da minha existência, a abandonou e sumiu para sempre. Desde então, minha mãe batalha para me dar um futuro digno. Ela sempre teve o apoio da minha avó, que cuidava de mim enquanto ela trabalhava e era minha segunda mãe. Elas eram tudo na minha vida.

"Fico feliz, querida. Mas vamos logo. Tenho certeza que não quer se atrasar para o seu primeiro dia." Disse, subindo para seu quarto, provavelmente para pegar sua bolsa, e terminar de se arrumar.

Minha mãe odiava chegar atrasada, mesmo sendo chefe. Depois de muitos anos de batalha, minha mãe conseguiu finalmente abrir seu próprio negócio, e sua firma de advocacia era super importante e conhecida em toda região. Haviam outras quatro sedes, e por causa delas, nos últimos 5 anos, fomos mudando de cidade à cidade, nos estabelecendo em Toronto.

Terminei de comer, e levantei-me, beijando minha avó e correndo para pegar minha bolsa e escovar os dentes, já que minha mãe já me esperava no carro.

Desci as escadas rapidamente, e fui direto para fora, pois sabia que minha avó estaria me esperando lá.

"Tchau, minha menina. Tenha uma boa aula." Disse, me abraçando.

"E lembre-se: o mundo é muito maior do que o que pensamos, e o diferente, pode ser o que você precisa para seguir o destino. E, é claro, este é apenas o começo."

Sorri. Minha avó adorava dizer essas coisas, que pareciam ser sem sentido, mas depois se tornavam uma excelente explicação para o que quer que acontecesse. Ela era uma mulher especial, e minha mãe dizia que era como um dom. Ela meio que "previa" o futuro, e depois de anos, acabei me acostumando.

"Tchau Vovó." Disse, correndo para o carro, de onde minha mãe buzinava, me chamando.

A distância entre minha casa e a escola era pequena. Cerca de 5 minutos de carro e 10 a pé. Durante o caminho, conversamos amenidades e rimos de algumas besteiras. Em pouco tempo, estávamos no colégio.

"Boa aula, querida." Disse minha mãe, beijando minha testa.

"Obrigada, mãe!" disse, já saindo carro.

"Qualquer coisa..."

"É só ligar para a senhora ou para a vovó. Eu já sei mãe!" disse, interrompendo seu discurso tradicional!

"Isso mesmo! Agora vai logo, garota!"

Acenei para ela e me voltei para o colégio. Respirei fundo e corri para dentro. Como era esperado, na secretária encontrei minha melhor amiga. Anita era uma espanhola muito louca, que havia vindo para o Canadá há dois anos. Logo na primeira vez que nos vimos, ou melhor, na primeira vez que eu tropecei nela, viramos amigas. Não sabíamos explicar. Só conversamos um pouco, e bah. Melhores amigas. Eu sabia tudo sobre ela, e ela sabia tudo sobre mim. Éramos inseparáveis.

"Chica! Que saudades!" disse me abraçando.

Não nos vimos durante todas as férias, pois ela havia ido à Espanha, visitar a família e eu fui para os EUA.

"Hey! E os nossos horários?" perguntei

"Iguais, como sempre!" ela disse, rindo.

Desde que nos conhecemos, todos os nossos horários eram iguais, o que era uma coincidência enorme. Ou, como dizia a minha avó, uma obra do Destino.

"Vamos, Cassie Smith. Eu quero todos os detalhes dessas suas férias!" disse, abraçando meus ombros, enquanto seguíamos para a sala de Inglês.

No caminho, passamos pelas líderes de torcida, a quem Anita fez questão de alfinetar, me fazendo rir. Era hilário como elas não se gostavam, e ela sempre dizia: "Puff, imagina eu no meio daquelas magrelas sem graça! No, mi bebê. Eu sou muito fogo para aquelas sem sal."

E eu sempre ria, ou tentava livrar ela das encrencas que ela se metia por causa dessa birra. Ou simplesmente ajudava ela, pois aquelas garotas eram realmente intragáveis.

Já na sala, cumprimentamos nossos amigos e conversamos até o professor chegar.

As aulas passaram relativamente rápido, e logo estávamos saindo do ginásio para a última aula. Porém, quando estávamos indo para a sala de Trigonometria, senti falta do meu caderno e voltei para o ginásio para procurá-lo, mas antes pedi que Anita fosse para a sala, levasse minhas coisas e avisasse ao professor que eu chegaria um pouquinho atrasada.

Ao encontrar meu caderno, corri para fora do ginásio, estava com pressa, e, por isso, não percebi o garoto que estava um pouco a frente. Antes que eu me chocasse com ele, tropecei, provavelmente no meu próprio pé. Preparei-me para a queda, mas ela não veio. O garoto pegou-me em seus braços, e ajudei a afastar meu cabelo, que havia ido completamente para meu rosto. Só aí pude vê-lo claramente. Ele era simplesmente, lindo. Seus cabelos escuros lisos, um tanto compridos, mas não muito, só o suficiente para algumas mechas caírem sobre seus olhos, bagunçados. Seus olhos eram verdes escuros, uma cor incomum. Seus traços eram bem marcados, seus lábios cheios e belos. Ele parecia chocado e confuso, e eu tinha a estranha sensação de conhecê-lo. Seu cheiro era inebriante, masculino, algo como café, amadeirado, confortável.

Saindo do choque, ele ajudou-me a levantar, ainda mantendo-me em seus braços, e antes que eu pudesse agradecer, ele disse:

"Katherine."

Não parecia uma pergunta e sim uma afirmação. Sua voz era rouca e aveludada, seus braços mantinham-se firmes ao meu redor. Mas seu olhar, era o que realmente me desconcertava. Me deixava sem ação. Ele parecia triste, sofrido. E, ao mesmo tempo, feliz. Havia reconhecimento, confusão, medo e algo mais que eu não consegui identificar. E só então me dei conta de suas palavras.



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