Ian

Milagrosamente, a aula terminou rápido. Joguei a mochila nas costas e fui ao encontro de minha namorada. Minha. Aquela palavra soava perfeitamente bem em meus ouvidos e dava um ar mais real à situação. Eu sabia que não seria fácil, e que, em algum momento eu teria que contar para ela toda a história. Sobre mim, sobre minha vida. E sobre a lenda. Mas era cedo demais, e eu queria curtir aquele tempo "normal" com ela. Sem coisas sobrenaturais ou ameaças de morte. Apenas eu e ela. Dois adolescentes normais. E apaixonados.

Sorri amplamente ao vê-la. Seus longos cabelos esvoaçavam ao seu redor devido a corrente de ar que passava pelo pátio naquele instante.

Anita lhe acompanhava, e ao me ver, cutucou suas costelas fazendo Cassie mostrar a língua para ela e, em seguida, sorrir para mim.

"Oi, moça!" cumprimentei, enlaçando sua cintura e depositando um beijo em seus lábios.

"Oi, moço!" ela disse, jogando os braços ao redor de meu pescoço e sorrindo.

"Aff. Casais..." comentou Anita, chamando nossa atenção e nos fazendo rir.

"Acho bom você não ter treino hoje, Srtª. Hernandez. Minha família quer conhecê-la." lhe disse, bagunçando seus cabelos, fazendo-a me olhar mortalmente.

"Pra sua sorte, não tenho. Vou almoçar com os pombinhos, e, se Deus me der força, não terei Diabetes por ingestão, forçada, de tanto mel." ela disse, a ironia estalando na ponta de sua língua, o que nos fez rir.

Entramos na fila para pegarmos nosso almoço, e aproveitei para dar uma sondada nas mentes próximas. Depois de saber sobre a lenda, fiquei um tanto paranóico em relação às pessoas ao meu redor. Não era como se as pessoas andassem com um letreiro luminoso em suas cabeças indicando serem filhos da Lua. E por isso, abria mão dos meus pensamentos em relação à privacidade alheia e invadia suas mentes, rapidamente, apenas para me certificar. O que, até o momento, não havia indicado nada errado. Apenas centenas de mentes adolescentes sem muitos atrativos à qualquer telepata. Seus pensamentos variavam entre a comida do dia e segredos "nebulosos" sobre traições e colas em provas. Nada incomum nem preocupante. Apenas a boa e velha excitação adolescente causada pela explosão hormonal.

Corri meu foco aos pensamentos de minha irmã, me assegurando se não entrar em sua mente, apenas comunicando-me com ela. Sabia bem as consequências de entrar na mente de minha irmã, principalmente se Peter estivesse por perto. Algumas imagens eu levava semanas para superar.

"Sô, hoje almoçaremos com vocês, e Anita também irá." disse-lhe mentalmente.

"Uh! Finalmente conheceremos a tão falada amiga da pequena Cassie." comentou minha irmã, não escondendo sua animação. Sophia adorava pessoas.

"Sim, mas peço que contenha um pouco os seus ímpetos. Ela já tem energia suficiente sozinha. Vocês duas junta seriam um desequilíbrio energético." falei.

"Desequilíbrio energético? Acho que seremos excelentes amigas!" ela disse, fazendo-me revirar os olhos.

Senti as mãos de Cassie passarem por meu rosto, chamando minha atenção.

"Está aqui?" perguntou, sorrindo.

"Estou sim! Só me distraí por um momento." falei, envolvendo-a em meus braços. Pus meu rosto na curva de seu pescoço e aspirei lentamente, absorvendo seu cheiro. Lembrava-me flores e campo, e algo doce, indecifrável, algo dela. Beijei suavemente o local, o que fez com ela estremecesse levemente em meus braços. Sorri.

Rapidamente pegamos nossos pratos e fomos pegando a comida. Sempre colocava um pouco mais de cada coisa que ela pegava, o que a deixava brava e fazia Anita rir alto. Quando nos afastamos da comida, seu prato tinha um pouco de tudo, e ela dizia que era a última vez que faríamos aquilo juntos.

Pegamos nossas bebidas e rumamos à mesa, onde Sophia e Peter nos esperavam. Apresentei-lhes Anita e perguntei por Jared.

"Logo estará aqui. Esqueceu um livro em algum lugar e foi procurar." respondeu Sophia, para logo entrar numa animada conversa com Anita e Cassie sobre coisas de mulher.

Em pouquíssimo tempo, como previsto, Jay chegou, correndo.

"Oi!" ele disse, chamando nossa atenção.

"Oi, moleque. Achou o que procurava?" perguntei.

"Acho que achei." ele respondeu, a intensidade presente em sua voz, o que me fez seguir seu olhar, que encarava fixamente Anita, que o olhava também. Só então percebi que o quê ela havia encontrado, não havia sido necessariamente seu livro.

Milagrosamente, a aula terminou rápido. Joguei a mochila nas costas e fui ao encontro de minha namorada. Minha. Aquela palavra soava perfeitamente bem em meus ouvidos e dava um ar mais real à situação. Eu sabia que não seria fácil, e que, em algum momento eu teria que contar para ela toda a história. Sobre mim, sobre minha vida. E sobre a lenda. Mas era cedo demais, e eu queria curtir aquele tempo "normal" com ela. Sem coisas sobrenaturais ou ameaças de morte. Apenas eu e ela. Dois adolescentes normais. E apaixonados.

Sorri amplamente ao vê-la. Seus longos cabelos esvoaçavam ao seu redor devido a corrente de ar que passava pelo pátio naquele instante.

Anita lhe acompanhava, e ao me ver, cutucou suas costelas fazendo Cassie mostrar a língua para ela e, em seguida, sorrir para mim.

"Oi, moça!" cumprimentei, enlaçando sua cintura e depositando um beijo em seus lábios.

"Oi, moço!" ela disse, jogando os braços ao redor de meu pescoço e sorrindo.

"Aff. Casais..." comentou Anita, chamando nossa atenção e nos fazendo rir.

"Acho bom você não ter treino hoje, Srtª. Hernandez. Minha família quer conhecê-la." lhe disse, bagunçando seus cabelos, fazendo-a me olhar mortalmente.

"Pra sua sorte, não tenho. Vou almoçar com os pombinhos, e, se Deus me der força, não terei Diabetes por ingestão, forçada, de tanto mel." ela disse, a ironia estalando na ponta de sua língua, o que nos fez rir.

Entramos na fila para pegarmos nosso almoço, e aproveitei para dar uma sondada nas mentes próximas. Depois de saber sobre a lenda, fiquei um tanto paranóico em relação às pessoas ao meu redor. Não era como se as pessoas andassem com um letreiro luminoso em suas cabeças indicando serem filhos da Lua. E por isso, abria mão dos meus pensamentos em relação à privacidade alheia e invadia suas mentes, rapidamente, apenas para me certificar. O que, até o momento, não havia indicado nada errado. Apenas centenas de mentes adolescentes sem muitos atrativos à qualquer telepata. Seus pensamentos variavam entre a comida do dia e segredos "nebulosos" sobre traições e colas em provas. Nada incomum nem preocupante. Apenas a boa e velha excitação adolescente causada pela explosão hormonal.

Corri meu foco aos pensamentos de minha irmã, me assegurando se não entrar em sua mente, apenas comunicando-me com ela. Sabia bem as consequências de entrar na mente de minha irmã, principalmente se Peter estivesse por perto. Algumas imagens eu levava semanas para superar.

"Sô, hoje almoçaremos com vocês, e Anita também irá." disse-lhe mentalmente.

"Uh! Finalmente conheceremos a tão falada amiga da pequena Cassie." comentou minha irmã, não escondendo sua animação. Sophia adorava pessoas.

"Sim, mas peço que contenha um pouco os seus ímpetos. Ela já tem energia suficiente sozinha. Vocês duas junta seriam um desequilíbrio energético." falei.

"Desequilíbrio energético? Acho que seremos excelentes amigas!" ela disse, fazendo-me revirar os olhos.

Senti as mãos de Cassie passarem por meu rosto, chamando minha atenção.

"Está aqui?" perguntou, sorrindo.

"Estou sim! Só me distraí por um momento." falei, envolvendo-a em meus braços. Pus meu rosto na curva de seu pescoço e aspirei lentamente, absorvendo seu cheiro. Lembrava-me flores e campo, e algo doce, indecifrável, algo dela. Beijei suavemente o local, o que fez com ela estremecesse levemente em meus braços. Sorri.

Rapidamente pegamos nossos pratos e fomos pegando a comida. Sempre colocava um pouco mais de cada coisa que ela pegava, o que a deixava brava e fazia Anita rir alto. Quando nos afastamos da comida, seu prato tinha um pouco de tudo, e ela dizia que era a última vez que faríamos aquilo juntos.

Pegamos nossas bebidas e rumamos à mesa, onde Sophia e Peter nos esperavam. Apresentei-lhes Anita e perguntei por Jared.

"Logo estará aqui. Esqueceu um livro em algum lugar e foi procurar." respondeu Sophia, para logo entrar numa animada conversa com Anita e Cassie sobre coisas de mulher.

Em pouquíssimo tempo, como previsto, Jay chegou, correndo.

"Oi!" ele disse, chamando nossa atenção.

"Oi, moleque. Achou o que procurava?" perguntei.

"Acho que achei." ele respondeu, a intensidade presente em sua voz, o que me fez seguir seu olhar, que encarava fixamente Anita, que o olhava também. Só então percebi que o quê ela havia encontrado, não havia sido necessariamente seu livro.